09 maio 2021

Lição 7: O Ministério de Profeta


Data: 16 de Maio de 2021

TEXTO ÁUREO

E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” (1Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA:
O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.”

HINOS SUGERIDOS: 141, 215, 438.


LEITURA DIÁRIA


Segunda - At 3.22
Jesus — o profeta prometido
Terça - At 11.27
Profetas na igreja primitiva
Quarta - Lc 11.49
Profetas enviados por Deus
Quinta - 1Co 14.3
O ministério do profeta
Sexta - 1Ts 5.20
Não despreze as profecias
Sábado - Ap 3.22
O Espírito fala às igrejas


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.


1 Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR


O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina.
Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.


OBJETIVOS:

  • Descrever a função do profeta no Antigo Testamento.
  • Compreender o ofício do profeta em o Novo Testamento.
  • Discernir o verdadeiro do falso profeta


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Prezado professor, para introduzir o terceiro tópico da lição reproduza na lousa a seguinte afirmação: “De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby) [por outro lado] a palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou” (Cristianismo Equilibrado, CPAD, pp.12,22). Após a leitura, discuta com os alunos sobre o texto ora lido. Em seguida, à luz de Mateus 7.15-20, argumente sobre a necessidade de identificarmos a figura do falso profeta e não deixarmos nos enganar por ele.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Palavra Chave
Profeta: Porta-voz oficial da divindade.

A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar.


I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO


1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel.
2. O ofício. Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11). Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).
3. O profetismo. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os profetas do Antigo Testamento falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.


II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO


1. A importância do termo “profeta” no Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século.
2. O ofício do profeta neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.

3. O objetivo do dom ministerial de profeta. A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os profetas no Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.


III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO


1. Simplicidade x arrogância. Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12).
2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.
3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.


CONCLUSÃO

Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!


VOCABULÁRIO


Performance: Atuação, desempenho, representação.
Protognóstica: Relativo à época de origem do gnosticismo. Possivelmente, entre o século I e II d.C.
Antinomismo: Relativo ao que é contra a lei; oposição a lei. No sentido de não aceitar que exista de fato uma norma geral.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009. MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.


Q U E S T I O N Á R I O 

1. De acordo com a lição, defina o conceito de profeta no Antigo Testamento.
O profeta do Antigo Testamento era a pessoa encarregada de falar em nome de Deus.
2. O que foi o profetismo?
O profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado de VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá.
3. Quais são os cinco ministérios mencionados em Efésios 4.11?
Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
4. Em que consistia o ofício de profeta no Novo Testamento?
Seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja.
5. Cite duas características do verdadeiro profeta.
A simplicidade e o amor.


Subsídio Teológico

Os verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23)

O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que a impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 Jesus une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o Espírito Santo. [...] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de Jesus Cristo (1Jo 4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1., 4.ed., RJ: CPAD, 2009, pp.61-62).

SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
 
O Ministério de Profeta

O ministério de profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, de codinome de Jezabel, dizia-se profetisa (Ap 2.20) — por isso achava-se respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: “Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos”. Apesar de se chamar “A instrução dos Doze”, o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de Cristo, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
Empurrado para o ralo da heresia pela igreja romana e pelos cessacionistas, e devido à autonomia profética e carismática, Montano é um grande exemplo do exercício profético entre os séculos II e III na Ásia Menor, tendo inclusive atraído um dos mais importantes pais latinos da Igreja: Tertuliano.
O que dizer sobre Catarina de Siena, Tereza Dávila — mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma —, John Huss, John Wycliffe e tanto outros gigantes da história que aprouve ao Senhor nosso Deus levantá-los como verdadeiros profetas e profetisas?
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de Deus. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade?


08 maio 2021

O Valor de uma mãe

"Pode uma mãe esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49.15)


A mãe ou genitora é a responsável não apenas pela geração, mas também pela acomodação e formação do embrião dentro de si. É um papel maravilhoso, que o Criador concedeu à mulher, o de gerar uma nova vida, guardando-a dentro do seu próprio corpo até o momento do nascimento.

A Psicologia educacional divide o desenvolvimento humano em várias fases. A mãe está presente em cada uma delas:


1. A mãe durante o período de gestação. Durante esse período, o ser humano passa pelo embrião, feto e pré-natal. São nove meses, que exigem da mãe cuidados especiais consigo e com o bebê. Acontecem mudanças terríveis na rotina de vida da mãe.


2. A mãe durante o nascimento. Sendo normal ou cesariana, o sofrimento é intenso. A mãe sofre dores e privações e muitas vezes corre risco de morte, durante o parto. Porém, após o nascimento a sua felicidade é tão grande, que esquece o sofrimento.


3. A mãe durante a infância.

a) 1ª infância. A mãe passa noites acordadas, deduz o que a criança sente, ensina as primeiras sílabas e palavras e comemora cada aprendizado.

b) 2ª infância. A mãe ensina a andar e tem muitos cuidados com os perigos, para que a criança não se machuque, pois, ela não tem noções de altura e de perigos.

c) 3ª infância. Esta é a fase dos ‘porquês’, onde a criança começa a descobrir coisas novas e perguntar sobre tudo. A mãe, pacientemente, responde aos questionamentos do filho.


4. A mãe durante a adolescência. São tempos trabalhosos para as mães. Nessa fase, os filhos passam por mudanças radicais no corpo e na alma. Não são adultos, mas também não são crianças. Querem ser independentes como os adultos, mas, são frágeis como as crianças. Porém, são atrevidos e, muitas vezes, rebeldes. Nesta fase, a mãe não é compreendida e é dispensada de alguns momentos do filho. Mas, ela continua amando e querendo protegê-lo.


5. A mãe durante a fase do casamento. Nesta fase, os jovens querem se casar e não tem experiência de vida. Querem escolher sozinhos o seu cônjuge. Apaixonam-se e levam em consideração apenas esse critério. Porém, a mãe que ama o seu filho, não quer que ele sofra no futuro. Tenta dar conselhos, mas, raramente é ouvida.


6. A mãe após o casamento dos filhos. É um momento difícil, pois, ela tem que se separar do filho que carregou em sua barriga e cuidou até a idade adulta. Para as mães, os filhos nunca crescem. Serão sempre os seus bebês. Elas sofrem com a solidão e às vezes são acusadas de intrometidas. Há inúmeras piadas grosseiras, envolvendo as sogras. Mas, elas querem apenas proteger e cuidar dos seus filhos.


7. A velhice da mãe. As mães levam uma vida muito agitada e se desdobram além das suas forças, para fazer os seus filhos felizes. Elas não têm muito tempo para cuidar delas próprias. Isso traz muitas vezes sérios problemas de saúde na velhice, como pressão alta, diabetes, problemas de coluna e joelhos, etc. Os filhos são os responsáveis por amparar os seus pais na velhice. Os papéis se invertem. Os nossos pais na velhice voltam a ser bebês e nós precisamos ter com eles, a mesma paciência que eles tiveram conosco. Jamais abandone a sua mãe. Ame-a intensamente, enquanto a tem, pois, desespero em cima de caixão, de nada vale.


Mãe é só uma! Mãe tem um valor inestimável. Felizes  são aqueles que têm a sua mãe perto de si para amarem e cuidarem delas. 

“Honra a teu pai e à tua mãe, para que te vá bem e vivas muito sobre a terra.” (Ef 6.1).


FELIZ DIA DAS MÃES!!!


(Pb. Weliano Pires)

06 maio 2021

APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)

Imagem do site Slide Player


Neste terceiro e último tópico falaremos sobre o ministério de apóstolo nos dias atuais. Ainda há apóstolos nos dias atuais? Se existem, quem são eles? Existe sucessão apostólica e cobertura espiritual?

Há diferentes pensamentos sobre esta questão. Há os cessacionistas, que negam a existência deste ministério nos dias atuais, assim como negam a existência dos dons espirituais. Por outro lado, existem os que se autodeclaram apóstolos, como forma de se considerarem superiores aos demais. Temos também a chamada sucessão apostólica, que a Igreja Católica inventou, como forma de justificar o poder papal. 

Veremos neste tópico também, a existência de outros apóstolos fora do colégio dos doze apóstolos. 

1. Ainda há apóstolos? O colégio apostólico foi formado por doze discípulos, que foram escolhidos diretamente por Jesus e enviados para uma missão específica. 

Estes apóstolos tinham características singulares, tais como: foram chamados diretamente por Jesus; andaram com Jesus em seu ministério terreno, viram o Cristo ressurreto e receberam autoridade diretamente dele. Nesse sentido, não temos mais apóstolos, pois, não há ninguém com estas características hoje.

Além disso, Jesus disse que os doze apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, o número está completo. Em Apocalipse está escrito que João viu os nomes dos doze apóstolos estão registrados nos fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Então, são apenas doze apóstolos. 

2. Apóstolos fora dos doze. Conforme vimos, o Colégio apostólico está completo e não há mais apóstolos com estas caraterísticas. Entretanto, a Bíblia mostra outros apóstolos nas Epístolas, como Paulo e Barnabé e os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7). 

Vale lembrar que o nome Júnia é masculino. Há pessoas querendo encontrar base bíblica para o ministério feminino, dizendo que Júnia era "apóstola". Mas, não existe apóstola, bispa, pastora ou presbítera na Bíblia. Jesus tinha muitos discípulos e entre eles havia muitas mulheres. Mas, Ele chamou doze apóstolos e todos eram homens. Na Igreja primitiva também não há nenhuma menção a mulheres na liderança da Igreja. As mulheres dos apóstolos também não eram apóstolas, assim como as mulheres dos pastores não são pastoras. 

3. O ministério apostólico atual. O ministério apostólico nos moldes do colégio apostólico não existe mais. Não há na Bíblia nenhuma sucessão de apóstolos depois de Matias. Também não houve sucessão dos apóstolos após o martírio deles. 

A Igreja Católica, no intuito de justificar o poder papal, criou o dogma da sucessão apostólica. Os católicos dizem que Pedro teria sido Papa em Roma por 25 anos e que os papas seguintes são os seus sucessores. Entretanto, não há base bíblica, ou histórica, que justifique este dogma. Pedro era casado e nunca foi bispo de Roma. Aliás, Pedro só esteve em Roma, por ocasião da sua execução. 

Há Igrejas, supostamente evangélicas que criaram o ministério apostólico, com o objetivo de elevar os seus líderes a um patamar superior aos pastores e colocá-los como supostos mediadores entre a Igreja e Deus, com a famigerada ideia de "cobertura espiritual". Mas, isso também não tem fundamento bíblico. 

O ministério apostólico na atualidade se aplica aos missionários, que são enviados pela Igreja, para desbravar campos e plantar Igrejas.  

Pb. Weliano Pires


05 maio 2021

O APÓSTOLO PAULO

Imagem do site AD Trindade

Neste tópico, vamos estudar um pouco da história do apóstolo mais relevante do Cristianismo. Embora não tenha feito parte do Colégio apostólico e não tenha andado com Jesus em seu ministério terreno, Saulo teve um encontro com o Senhor no caminho de Damasco e foi chamado para ser apóstolo. Fez três viagens missionárias pelo mundo e escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento.

1. Saulo e sua conversão. Saulo era um judeu da diáspora, da tribo de Benjamim (Fp 3.5), nascido em Tarso da Cilícia (At 22.3). O seu nome Saulo é uma variação do nome Saul, primeiro rei de Israel, que também era da tribo de Benjamim. Diferente do que muitos acreditam, o seu nome não foi mudado de Saulo para Paulo. Saulo era o seu nome hebraico e Paulo era o seu nome romano. 

Saulo nasceu no Judaísmo e foi enviado a Jerusalém para estudar a Lei, com um dos rabinos fariseus mais respeitados da sua época: Gamaliel. (At 22.3). Tornou-se mestre da lei, do partido dos fariseus e um ferrenho perseguidor dos cristãos. (At 81-3; Fp 3.5). 

A sua conversão se deu, quando ia de Jerusalém a Damasco, de posse de autorização do Sumo Sacerdote, para prender os cristãos que encontrasse. Chegando próximo a Damasco, um resplendor de luz o cercou. Ele caiu e, sem ver mais nada, ouviu uma voz que lhe dizia: 

- Saulo, Saulo, por que me persegues? 

Era o Senhor Jesus, que se identificou e encaminhou-o a Damasco, pois lá, lhe seria dito o que deveria fazer. O Senhor encaminhou ao seu encontro um discípulo chamado Ananias, que orou por ele, para que recuperasse a vista e fosse cheio do Espírito Santo. Em seguida, levantou-se e foi batizado. 

2. Um homem preparado para servir. Logo após a sua conversão, Saulo começou a pregar em Damasco, disputando com os judeus e convencendo-os publicamente de que Jesus era o Filho de Deus. A partir daí, passou a ser perseguido pelos judeus que decidiram matá-lo. 

Os discípulos o desceram dentro de um cesto pelo muro da cidade e o conduziram a Jerusalém. Mas, chegando lá, todos fugiam dele, não acreditando que ele tivesse se convertido. Barnabé o acolheu e contou aos discípulos como Saulo havia se convertido. Saulo ficou alguns dias em Jerusalém pregando ousadamente a Palavra de Deus. Mas, logo veio a perseguição e ele foi para Tarso, sua terra natal. 

Com a chegada do Evangelho a Antioquia, muitas pessoas se converteram. Barnabé, então, partiu para Tarso e trouxe Saulo para ajudar no discipulado dos novos convertidos, tornando-se um dos mestres daquela Igreja. (At 11.25). Em Antioquia, quando estavam em uma reunião de oração, o Espírito Santo ordenou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. (At 13.1-3).

A partir daí, o Livro de Atos dá todo protagonismo às três viagens missionárias do apóstolo Paulo e seus companheiros: Barnabé, Silas, Timóteo e outros. Paulo tornou-se o grande missionário dos gentios, fundando inúmeras igrejas em toda a Ásia menor, Grécia, Macedônia e, provavelmente, na Espanha. 

Paulo foi preso em Jerusalém e, como era cidadão romano, apelou para ser julgado por César, em Roma. Inicialmente, ficou em prisão domiciliar por dois anos em Roma, onde recebia pessoas e pregava o Evangelho. (At 28.30,31). Depois de algum tempo, foi preso novamente e decapitado fora da cidade.

3. “O menor dos apóstolos”. Paulo não esteve com Jesus em seu ministério terreno. Mas, viu Jesus ressuscitado e recebeu o Evangelho diretamente do Senhor ((Gl 1.6-24; 1Co 11.23), seja por inspiração para escrever as epístolas, ou por revelação direta. (2 Co 12.1-4). 

Paulo, conforme vimos no ponto anterior, era extremamente preparado. Falava fluentemente quatro idiomas: hebraico, aramaico, grego e latim. Era mestre da Lei e conhecia profundamente o Antigo Testamento e a cultura judaica. Isso facilitava a evangelização dos judeus. Conhecia profundamente a cultura e filosofia grega, e era cidadão romano. Isso facilitava o seu trânsito em todo o império romano e entre os intelectuais gregos, para pregar o Evangelho. 

Ele também teve um encontro pessoal com Jesus. Recebeu do próprio Jesus os ensinos que deveria trazer às Igrejas e foi chamado por Ele para ser apóstolo. O colégio apostólico também reconhecia o seu apostolado (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16). Mas, as credenciais do seu apostolado eram as Igrejas que ele fundou e a sua identificação com Cristo nas perseguições. 

Entretanto, Paulo se considerava o menor dos apóstolos, por ter sido um perseguidor da Igreja. (1Co 15.8,9). Que isso sirva de exemplo aos que acham que são alguma coisa porque tem um cargo Igreja. Esquecem que no Reino de Deus, o maior é o que serve. Alguém já disse que “ministério é serviço e não ser visto”. 

Pb. Weliano Pires

04 maio 2021

O COLÉGIO APOSTÓLICO

Jesus teve muitos discípulos e seguidores. Por onde Ele passava, muitos o seguiam. Certa vez, Ele enviou setenta discípulos a evangelizar. Mas, nem todos os seus discípulos eram apóstolos, somente doze deles foram escolhidos por Jesus para serem apóstolos.

Neste primeiro tópico, vamos ver a definição da palavra apóstolo, quem era o colégio apostólico e quais as características singulares dos doze apóstolos escolhidos por Jesus. 

1. O termo “apóstolo”. A palavra grega “apóstolos” significa alguém que foi enviado ou um mensageiro. Em sentido mais específico, é alguém que foi enviado para uma missão particular. 

Jesus é o apóstolo por excelência, pois, Ele foi enviado a este mundo pelo Pai com uma missão específica de dar a sua vida para salvar aqueles que nele cressem (Hb. 3.1). Em seus discursos, Ele sempre dizia, que havia sido enviado pelo Pai e estava fazendo a vontade daquele que o enviará.

Da mesma forma, Jesus escolheu um grupo de doze discípulos e os ‘enviou’ (apostollein). “...chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos.” (Lc 6.13). Os apóstolos foram chamados e enviados por Jesus para uma missão específica. 

2. O colégio apostólico. Quando falamos de "Colégio apostólico", estamos nos referindo ao grupo de doze de discípulos que o Senhor Jesus convocou, para serem os seus auxiliares diretos em seu ministério terreno e estabelecerem a sua Igreja, logo após a sua ascensão. 

Os apóstolos eram homens comuns e cheios de falhas. Um deles, Judas Iscariotes, traiu Jesus, vendendo-o trinta moedas de prata. Pedro o negou por três vezes e todos o abandonaram no momento da crucificação. 

Após a ressurreição, Jesus soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. Depois, no dia de Pentecostes, eles foram revestidos de poder, com exceção de Judas Iscariotes, que se desviou e cometeu suicídio. 

Após a ascensão de Jesus, os apóstolos se reuniram para escolher um substituto para Judas. Lançaram sortes entre José, chamado Barsabás, e Matias. No sorteio, Matias foi o escolhido. Estudiosos da Bíblia entendem que Pedro se precipitou, pois, Deus não lhe mandou escolher substituto, pois, os apóstolos foram escolhidos diretamente por Jesus. 

3. A singularidade dos doze. O colégio apostólico foi chamado diretamente por Jesus para lançar a Doutrina da Igreja, que eles receberam diretamente do Senhor, seja pessoalmente ou por revelação e inspiração do Espírito Santo. Os Livros do Novo Testamento foram quase todos escritos por apóstolos ou sob a supervisão de algum deles. 

O colégio apostólico é único e tem algumas características exclusivas:

a. Foram convocados pessoalmente por Jesus (Mt 10.1; Lc 6.13).

b. Andaram com Jesus e aprenderam com Ele durante todo o seu ministério terreno. Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).

c. Receberam autoridade exclusiva de Jesus. (Jo 20.21-23).

d. Viram Jesus ressuscitado. (At 1.22,22). 

Sendo assim, entendemos que o Colégio apostólico não teve sucessão, pois, não existem mais apóstolos com estas características. 

Pb. Weliano Pires


03 maio 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 06: O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO

 

Vimos na lição passada, os três dons de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação. Esta categoria de dons manifesta a mensagem de Deus à Igreja. Por isso, são chamados de Dons de expressão ou de elocução.

Estudamos o conceito, a relevância e os propósitos do dom de profecia; Falamos sobre o conceito, a finalidade e a atualidade do dom de variedade de línguas; Por último, falamos sobre o dom de interpretação de línguas, que é a habilidade de interpretar, em nosso próprio idioma, aquilo que foi pronunciado em línguas.

Nas cinco primeiras lições, nós estudamos sobre os dons espirituais. Na primeira lição tivemos uma aula introdutória sobre sobre dons espirituais e ministeriais, com o tema: E deu dons aos homens. 

Na segunda aula, vimos qual é o real propósito dos dons espirituais. Os dons espirituais não são dados ao crente para elitizá-lo, ou torná-lo superior aos demais. Também não são indicadores da espiritualidade de ninguém. São dádivas concedidas por Deus à ao crente, para edificar  a si mesmo e à Igreja do Senhor. 

Nas três aulas seguintes falamos sobre as três categorias dos dons espirituais, que são: Dons de revelação, dons de poder e dons de elocução. Esta divisão da lista de dons mencionada em 1 Coríntios 12, serve apenas para facilitar a nossa compreensão do assunto e não significa que há apenas nove dons do Espírito Santo. 

A partir desta aula, até à lição 12, estudaremos sobre os dons ministeriais descritos em Efésios 4.11: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Estudaremos também sobre os dons de Presbítero, Bispo ou Ancião e sobre o diaconato, que, embora não estejam nesta relação de dons ministeriais, são amplamente mencionados no Novo Testamento. Na última lição, faremos uma revisão e conclusão do assunto estudado neste trimestre, falando sobre a multiforme sabedoria de Deus. 

Na lição desta semana, estudaremos sobre o ministério de apóstolo, que é o primeiro da lista mencionada pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11. No primeiro tópico da lição veremos a definição da palavra apóstolo e as características singulares do Colégio dos doze apóstolos. 

O segundo tópico é dedicado ao apóstolo Paulo. Veremos um pouco da sua história antes da sua conversão; o seu encontro com Jesus no caminho de Damasco que resultou na sua conversão; e todo o legado teológico e missionário do apóstolo dos gentios. 

No terceiro e último tópico falaremos sobre o ministério de apóstolo na atualidade. Há diferentes pensamentos sobre esta questão. Por um lado, há os cessacionistas, que negam a existência deste ministério nos dias atuais, assim como negam a atualidade dos dons espirituais. Por outro lado, há os que se autodeclaram apóstolos, como forma de se considerarem superiores aos demais. Tem também a questão da sucessão apostólica, que a Igreja Católica atribui aos seus papas, como forma de justificar o poder papal. Veremos neste tópico também, a existência de outros apóstolos fora do colégio dos doze apóstolos.

Pb. Weliano Pires

02 maio 2021

Lição 6: O Ministério de Apóstolo


Data: 09 de Maio de 2021

TEXTO ÁUREO:

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).

VERDADE PRÁTICA:

O dom do apostolado foi concedido por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.

HINOS SUGERIDOS: 96, 149, 355.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Hb 3.1 - Jesus o apóstolo por excelência
Terça - 2 Co 12.12 - Sinais do apostolado
Quarta - At 2.42 - A doutrina dos apóstolos
Quinta - 1 Tm 1.1 - Paulo, apóstolo de Jesus Cristo
Sexta - 1 Co 4.9 - Apóstolo, uma missão sacrifical
Sábado - Lc 6.12-16 - Os doze apóstolos de Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:  Efésios 4.7-16.

7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.

8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.

9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?

10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.

11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

13 - até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.

14 - Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.

15 - Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

16 - Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

INTERAÇÃO COM O PROFESSOR

Prezado professor, já estudamos nas lições anteriores os dons espirituais de poder, de elocução e de revelação. A partir da lição desta semana você terá a oportunidade ímpar de estudar e ensinar a respeito dos dons ministeriais. Estes dons se encontram relacionados em Efésios 4.11. Estas dádivas divinas são igualmente importantes e necessárias para que a igreja cumpra a sua missão neste mundo e os crentes cresçam “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Sabemos que o ministério apostólico, segundo os moldes do colégio dos doze, não existe mais, todavia o dom ministerial descrito em Efésios 4.11 continua em plena vigência. Por isso precisamos orar para que Deus levante apóstolos a fim de que o Evangelho seja pregado a todas as nações.

OBJETIVOS:
  • Analisar biblicamente o colégio apostólico.
  • Descrever o ministério apostólico de Paulo.
  • Conscientizar-se a respeito da apostolicidade atual.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a lição de forma dinâmica, faça a seguinte indagação: “Quais são os dons ministeriais?” Ouça os alunos com atenção e em seguida leia a relação descrita em Efésios 4.11. Depois, utilizando o quadro abaixo, explique a respeito do termo apóstolo e faça um pequeno resumo a respeito deste dom. Enfatize que Deus continua levantando apóstolos em nosso tempo. Conclua orando para que o Senhor distribua este dom entre os seus alunos.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave: Apóstolo: Do gr. apostolos, enviado.

A partir da lição desta semana estudaremos os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13). De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1Co 12.27-29).  

Veremos o quanto esses ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Mostrando a sequência de Efésios 4.11, iniciaremos o estudo pelo dom ministerial de apóstolo.

I. O COLÉGIO APOSTÓLICO

1. O termo “apóstolo”. O Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apostolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1).

2. O colégio apostólico. Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. O Salvador os separou e nomeou. Os primeiros escolhidos não eram homens perfeitos, mas foram vocacionados a levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja” (At 1.20,25,26). Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo. Mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46).

3. A singularidade dos doze. Aqui é importante ressaltar que o apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.

a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).

b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).

c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsar os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em Jesus Cristo, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.

II. O APÓSTOLO PAULO

1. Saulo e sua conversão. Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos. Entretanto, a caminho de Damasco, em busca dos cristãos que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, e com carta de autorização para prendê-los, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22). A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios.

2. Um homem preparado para servir. Dos vinte e sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto. Eis a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

3. “O menor dos apóstolos”. O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor — requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23). Humildemente, o apóstolo reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1Co 15.8,9). Entretanto, o Senhor se revelou a ele ressurreto (At 9.4,5) e ensinou-lhe todas as coisas. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1Co 11.23). Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1Co 9.2).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo viu o Cristo ressurreto. Esta era a sua credencial apostólica.

III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)

1. Ainda há apóstolos? No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica.

2. Apóstolos fora dos doze. A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”. Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine).

3. O ministério apostólico atual. Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico. Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está em plena vigência na igreja atual.

CONCLUSÃO

Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
HORTON, Stanley M. (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“Jesus é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25). Os companheiros de Paulo eram os mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2Co 8.23).

Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em oração, Jesus os escolheu do meio de um grupo de discípulos e os chamou apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tinham um ministério e supervisão especiais (At 2.20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para estar entre os doze. Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12 apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de Cristo, com poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.287).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 
Subsídio Teológico

APÓSTOLO

Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de Jesus na terra e consequentemente testificaram que Jesus era o Senhor ressurrecto (Lc 24.45-48; 1Jo 1.1-3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14-16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19. Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por Jesus. Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de Jesus e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério de Jesus, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1).

Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15-18). O Cristo ressurreto fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição, apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.46-48), e completou o processo com o envio do Espírito Santo no Pentecostes (Lc 24.49; At 1.1-8; 2.1-13). No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (At 6.1-6; 15.4). O apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (At 10.1 — 11.18), Tiago o substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.

Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de Deus e santos que usam seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1Pe 2.9; Ap 1.6; 5.8,10; 7.3) e, como os apóstolos, são mediadores de Cristo (Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap 3.21).

Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma e os arautos do fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua igreja (Ef 2.20; Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de Cristo para a sua igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por Deus na igreja (1Co 12.28,29)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wydiffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.162).

29 abril 2021

Estudo da lição 05: Dons de elocução


 

O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS


Imagem: Portal EBD


Conforme vimos no tópico anterior, através do dom de variedade de línguas, o crente é capacitado pelo Espírito Santo a entregar uma mensagem de Deus, em uma língua desconhecida dele. Por isso, há a necessidade do dom de interpretação de línguas, que complementa o dom de variedade de línguas. 

1. Definição do dom. É a capacidade concedida pelo Espírito Santo, para interpretar no próprio idioma, uma mensagem pronunciada em língua estranha. É importante destacar que interpretar não é traduzir. É decifrar ou decodificar uma mensagem transmitida em língua desconhecida. A tradução está relacionada às palavras, frases e idiomas. A interpretação está relacionada à mensagem. 
A interpretação é algo sobrenatural, tanto quanto o dom de variedade. Assim como falar em línguas não é ser poliglota e sim, falar línguas que a pessoa desconhece, interpretar não é ser um tradutor. É trazer o significado de uma mensagem do Espírito, que foi transmitido em uma linguagem que a pessoa desconhece, tanto quem fala, como aquele que interpreta. 

2. Diferença entre o dom de interpretação e o de profecia. Os dons de interpretação e o de profecia são parecidos, pois ambos trazem uma mensagem de Deus à Igreja.
A diferença é que no dom de profecia, a mensagem vem diretamente no idioma de quem a ouve e no dom de interpretação, primeiro a mensagem é transmitida em língua estranha e depois interpretada. 

Pb Weliano Pires


28 abril 2021

O DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS

 

Imagem do blog Sal e luz

A evidência inicial do Batismo do Espírito Santo é falar em línguas, conforme o Espírito Santo concede. (At 2.4). No dia de Pentecostes, todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar novas línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Depois, na casa de Cornélio, enquanto Pedro pregava, o Espírito Santo desceu sobre os ouvintes e eles falaram em línguas. (At 10.46). Em Éfeso também, Paulo falou sobre o batismo no Espírito Santo a um grupo de doze crentes que conheciam apenas o batismo de João. Após Paulo impor as mãos sobre eles, foram cheios do Espírito Santo e falaram línguas e profetizaram (At 19.1-7).

Entretanto, o falar em línguas do batismo no Espírito Santo é diferente do dom de variedade de línguas, que faz parte dos dons de elocução. Este dom não é dado a todos, como o batismo no Espírito Santo, mas, é dado a cada um, para aquilo que for útil. (1 Co 12.11,30). Segundo escreveu o saudoso missionário e escritor, Eurico Bergstén, na Revista Lições Bíblicas, do 1º trimestre de 2004, “...Enquanto as línguas como sinal são concedidas a todos os que são batizados com o Espírito Santo (At 2.4; 10.46; 19.6), o dom de variedade de línguas não é dado a todos os que são batizados; tudo depende da soberania, do propósito e da vontade do Espírito Santo (1Co 12.11) e em resposta à busca zelosa do crente (1Co 12.31; 14.1).”  

1. O que é o dom de variedades de línguas? É uma capacidade sobrenatural, concedida pelo Espírito Santo, para falar em uma língua desconhecida da pessoa que fala. Esta fala pode conter uma oração, glorificação a Deus, ou uma mensagem profética. 

Existem dois aspectos do dom de variedade de línguas: Glossolalia e Xenolalia. Glossolalia é uma língua sobrenatural e desconhecida de quem fala e de quem ouve. Xenolalia é uma língua humana, desconhecida apenas de quem fala, mas que pode ser conhecida de outra pessoa que ouve. Entretanto, ambas não são aprendidas. 

2. Qual é a finalidade do dom de variedade de línguas? A Bíblia demonstra pelo menos cinco finalidades do dom de variedade de línguas. O Pr. Elinaldo Renovato de Lima as descreve em detalhes, no livro de apoio. Segue abaixo um resumo destas finalidades: 

a. Edificação pessoal. O dom de variedade de línguas edifica a princípio, o espírito da pessoa que fala. (1 Co 14.4). 

b. Edificação da Igreja. Serve também para a edificação de outras pessoas, mas, para isso, é necessário que haja o dom de interpretação. (1 Co 14.26).

c. Glorificação a Deus. No dia de Pentecostes, as pessoas ouviam em sua própria língua, os discípulos “falando das grandezas de Deus.” (At 2.11).

d. Comunicação sobrenatural com Deus. Na oração em línguas, o crente pode se comunicar com Deus, na língua dos anjos. (1 Co 13.1).

e. Sinal para os descrentes. O dom de variedade de línguas também é um sinal para os descrentes, desde que haja interpretação. Paulo recomenda que, se não houver intérprete, a pessoa deve falar consigo mesmo e com Deus, para a edificação própria. (1 Co 14.28). 

3. Atualidade do dom. O Livro de Atos dos Apóstolos mostra em abundância, não apenas o ensino como a prática dos dons espirituais na Igreja. Na história da Igreja, também há inúmeros relatos da manifestação do dom de variedade de línguas. Este relato a seguir, publicado pelo Pr. Isael de Araújo, é um exemplo marcante disso: 

“Em sua obra “História das Assembleias de Deus no Brasil”, página 67, Emílio Conde relatou que no primeiro batismo nas águas na cidade de Macapá (AP), em 25 de dezembro 1917, a nova convertida Raimunda Paula de Araújo, ao sair das águas foi batizada com o Espírito Santo: Ela falou em línguas estranhas com tanto poder, que os assistentes encheram-se de temor de Deus. Os judeus negociantes da cidade haviam comparecido ao batismo. Um deles, Leão Zagury, ficou tão emocionado e maravilhado com a mensagem que ouvira que não se conteve e clamou em alta voz no meio da multidão: ‘Eis que vejo a glória do Deus de Israel, pois esta mulher está falando a minha língua’. O judeu não era crente. Porém, Deus, através da crente Raimunda, falou-lhe em hebraico”. (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, p.332).

Assim como os outros dons espirituais, o dom de variedade de línguas continua sendo atual. Deus continua usando os seus servos em variedade de línguas para a edificação pessoal, na adoração, oração e louvor e também para a edificação da Igreja, junto com o dom de interpretação de línguas, que veremos no próximo tópico.  

Pb. Weliano Pires

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...