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22 maio 2024

A CONFISSÃO DE PECADO

(Comentário do 1º tópico da Lição 08: Confessando e abandonando o pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da definição bíblica de confissão. Veremos os significados da palavra hebraica yadah, e das palavras gregas homologeo e eksomologéo, traduzidas por confessar. Na sequência, veremos que a confissão bíblica de pecados traz a ideia de reconhecimento e confissão, para obter o devido perdão. Por último, falaremos do símbolo da confissão de pecados. Com o ato da confissão, a pessoa reconhece que pecou e que, portanto, é indigna de estar na presença de Deus.


1. Definição. O comentarista, que é professor de hebraico e grego, apresentou-nos os significados das palavras que foram traduzidas por confessar em nossas Bíblias. No texto hebraico do Antigo Testamento, a palavra yadah aparece 900 vezes, com o sentido de tomar conhecimento, saber ou reconhecer. O significado desta palavra varia de acordo com o contexto. Literalmente, a palavra significa “usar a mão” ou “lançar algo fora com a mão”. Tem também o sentido de adorar (com as mãos estendidas”, ou “lamentar (torcendo as mãos)”. 


Em outros textos do Antigo Testamento, a palavra Yadah tem o sentido de “confessar ou reconhecer os pecados cometidos”, como aparece no Salmo 32.5: “Confessei-te (yadah) o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei (yadah) ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” Ou ainda, em Provérbios 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa (yadah) e deixa, alcançará misericórdia.” Neste sentido, yadah significa o reconhecimento de que pecamos contra o Senhor e a disposição para abandonar esta prática. 


O Novo Testamento usa a palavra grega homologeo, que é formada por “homou” (junto de pessoas reunidas) e “lógos” (discurso, fala). Esta palavra é usada 25 vezes no Novo Testamento e significa reconhecer abertamente, concordar totalmente, prometer ou  admitir a culpa. O termo grego homologeo deu origem à palavra portuguesa homologar, que significa reconhecer oficialmente. 


O Novo Testamento usa também a palavra eksomologéo, que aparece dez vezes nos escritos neotestamentários e significa reconhecer, concordar totalmente, prometer, dar graças e louvar. No texto de Mateus 3.6, quando João Batista estava  batizando, Mateus usa a palavra eksomologéo, com o sentido de confessar: “E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando [eksomologéo] os seus pecados.” A mesma palavra aparece também duas vezes no texto de Mateus 11.25, com o sentido de reconhecer a honra do Pai: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças [eksomologéo] te dou [eksomologeo], ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” 


2. A confissão bíblica de pecado. A confissão de pecados é condição indispensável para que o pecado seja perdoado. A confissão nacional dos pecados em Israel fazia parte do Dia da Expiação (Yom Kippur): “E confessará o seu pecado que cometeu; pela sua culpa, fará plena restituição, segundo a soma total, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e a dará àquele contra quem se fez culpado.” (Nm 5.7). 


Havia também a confissão pessoal dos pecados, como no caso de Davi, que orou a Deus, confessando o seu pecado e pediu perdão (Sl 51). Os profetas também, ao intercederem pelo povo faziam a confissão dos pecados, como no caso de Neemias: “...E faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti, também e a casa de meu pai pecamos”.  (Ne 1.6b). O profeta Daniel também orou confessando os seus pecados e os do povo: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel…” (Dn 9.20a). 


No Novo Testamento também vemos que, após João Batista pregar a mensagem de arrependimento, as pessoas iam ter com ele para serem batizados e confessavam os seus pecados: “Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mt 3.5,6). O batismo, em si, não tem nenhum poder salvífico. Ele deve estar acompanhado do arrependimento e da confissão dos pecados. 


É importante esclarecer que confessar pecados significa admitir a culpa e não contar os pecados a um sacerdote, ou torná-los públicos. A Igreja Católica ensina a prática da confissão dos pecados aos sacerdotes, como condição para se obter o perdão. Seguindo esta tradição, muitas Igrejas evangélicas também ensinam que o crente deve confessar publicamente os seus pecados ao pastor e até à Igreja. Nesta perspectiva, um homem ou mulher que, num momento de fraqueza, tiveram desejos impuros por alguém, contar isso publicamente em detalhes seria escandaloso! Mas era exatamente isso que acontecia antigamente. 


Não há nenhum fundamento bíblico para isso, pois, na Nova Aliança não existem sacerdotes ou mediadores entre Deus e os homens, além de Jesus (1Tm 2.5). Devemos confessar os nossos pecados a Deus, se pecarmos contra Ele e aos irmãos a quem ofendemos. Portanto, se eu pecar somente contra Deus, devo pedir perdão somente a Ele. Se pecar contra a minha esposa, devo pedir perdão a ela. Caso ofenda a algum irmão, devo procurá-lo pessoalmente, reconhecer o meu pecado e pedir-lhe perdão. Antigamente, os crentes eram obrigados a irem à frente e tornar público o seu pecado, por mais vergonhoso que fosse o ato cometido.


3. O símbolo da confissão de pecado. A confissão dos pecados cometidos não pode ser apenas da boca para fora, ou um indicativo de remorso. É preciso confessar (reconhecer) o pecado e estar disposto a abandonar a prática. Em sua confissão, o pecador arrependido reconhece perante Deus que pecou, sente-se indigno de estar em sua presença e implora o seu perdão. 


Tanto o arrependimento como a confissão dos pecados só se tornam possíveis, mediante a ação poderosa do Espírito Santo em nosso interior. É Ele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Nenhum ser humano, por si mesmo, iria reconhecer que é pecador e pedir o perdão de Deus. Entretanto, o Espírito Santo nos convence, mas não decide por nós, como dizem os calvinistas. A decisão de reconhecer o pecado, buscar o perdão de Deus e não voltar a praticar aquele ato é do ser humano. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

 H3034 - yadah | DoSenhor - Dicionário Bíblico Hebraico e Grego

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed.

RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, pág. 2196.

IDEM, pág. 2322. 



12 outubro 2021

SAULO E A DOUTRINA BÍBLICA DA CONVERSÃO


Usando a conversão de Saulo como exemplo, falaremos da conversão como uma doutrina bíblica, que faz parte da soteriologia, ou Doutrina da Salvação. A conversão tem início no arrependimento e promove uma mudança geral no ser humano. Houve uma mudança radical na vida de Saulo. De perseguidor violento, implacável e movido pelo ódio, após o encontro com Jesus, Saulo passou a submeter-se totalmente à vontade de Deus. (Gl 2.20a).

1. A conversão começa no arrependimento. Muitas pessoas não sabem o que é arrependimento. Pensam que apenas o fato de confessar que errou e pedir perdão significa que se arrependeu. É comum, quando assassinos são presos, os jornalistas perguntarem se estão arrependidos. Os mais cruéis dizem que não e que fariam tudo de novo. Mas há os fingidos, que choram e se dizem arrependidos. Entretanto, se fossem soltos, continuariam fazendo a mesma coisa. 

A palavra arrependimento no grego é "metanoia", que significa mudança de pensamento, tristeza pelo pecado praticado e disposição interior para mudar. Esta palavra deu origem à palavra portuguesa "metamorfose", que significa mudança na forma de ser. 

Se a pessoa não reconhece o pecado, não se entristece por ter pecado, ou não está disposta a mudar de atitude, não houve arrependimento. Às vezes, há apenas medo das consequências, ou fingimento para obter perdão. João Batista, Jesus e Pedro, iniciaram as suas pregações, conclamando o povo ao arrependimento. (Mt 3.2; Mc 1.15; At 2.38). 


2. A conversão de Saulo promoveu uma transformação pessoal. Após o encontro de Saulo com Jesus, no caminho de Damasco, ele nunca mais foi o mesmo. Saulo dialogou com o Cristo ressurreto e perguntou-lhe o que ele deveria fazer. A partir deste momento, iniciou-se o processo de transformação em seu interior. O arrogante e violento perseguidor, que torturava e aterrorizava as suas vítimas, após ser confrontado pelo Senhor, passou três dias orando, jejuando e aguardando as instruções sobre o que deveria fazer. Isto é a verdadeira conversão. 

Infelizmente, em nossos dias, algumas pessoas vem à Igreja com interesses egoístas, querendo que a Igreja atenda aos seus caprichos. Alguns que são famosos lá fora, querem chegar dando ordens e fazendo imposições à liderança da Igreja. Não abandonam as velhas práticas e não se submetem às orientações da Palavra de Deus. Não foi assim com Saulo. Ele aguardou as orientações do Senhor e quando Ananias chegou ele se submeteu às suas orientações. Saulo abandonou completamente a velha vida e passou a viver para Cristo. 


3. A conversão faz parte da doutrina bíblica da Salvação. A doutrina da salvação consiste em três aspectos: justificação, regeneração e santificação. Quando o homem ouve a Palavra de Deus e lhe dá crédito, imediatamente, ele é justificado, ou seja, ele é declarado justo diante de Deus, pelos méritos de Cristo. A partir daí, inicia-se o processo de regeneração, que é o novo nascimento ou a transformação da velha natureza. O Espírito Santo vai nos transformando diariamente, para sermos conforme o caráter de Cristo. Paralelo à regeneração, vem a santificação que é a separação de tudo que desagrada a Deus e a dedicação exclusiva a Ele.

Este processo tem início com o arrependimento. Se não houver arrependimento, não pode haver justificação, regeneração e santificação. A conversão, portanto, é uma manifestação externa da regeneração operada pelo Espírito no interior do homem, que implica em mudança de pensamento, vontade e ação, como veremos no próximo tópico. 


Sobre a questão da conversão, há um longo debate teológico. Há quatro pontos de vista diferentes sobre isso: Pelagianismo, semi-pelagianismo, calvinismo e arminianismo. Os dois primeiros são hereges e antibíblicos e os outros dois são considerados apenas divergências teológicas no meio evangélico. 


1. Pelagianismo. Doutrina ensinada por Pelágio, um monge do século IV d.C. Segundo Pelágio, os seres humanos nascem inocentes, sem a mancha do pecado original. Ele dizia também que Deus criou diretamente toda alma humana, livre do pecado. Pelágio acreditava que o homem que pecar, pode pelos próprio esforços, arrepender-se e ser salvo.

2. Semipelagianismo. Diferente de Pelágio, o semipelagianismo ensina que toda a humanidade foi manchada pelo pecado, mas não ao extremo de não podermos cooperar com a graça de Deus, com os nossos próprios esforços. 


3. Calvinismo. Doutrina ensinada pelo teólogo e reformador francês, João Calvino, que é resumida em cinco pontos, denominados pelo acrônimo TULIP, referentes às iniciais desses pontos em inglês:

a. Depravação total. Como resultado da queda de Adão, toda a raça humana foi afetada e é incapaz de salvar-se, inclusive de decidir se quer ser salvo. 

b. Eleição incondicional. Deus, na eternidade passada, elegeu algumas pessoas para a salvação e outras para a condenação.

c. Expiação limitada. Deus determinou que Cristo morreria apenas pelos eleitos. Todos a quem Deus elegeu e por quem Cristo morreu, serão salvos.

d. Graça irresistível.  Aqueles a quem Deus elegeu, Ele chama a si mesmo através da graça, sem que o homem possa recusar.

e. Perseverança dos santos. Aqueles a quem Deus elegeu e atraiu a Si mesmo através do Espírito Santo irão perseverar na fé. (Uma vez salvo, salvo para sempre). 


4. Arminianismo. Sistema de Teologia formulado por Jacob Armínio, teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino. Armínio também apresentou seu sistema em 5 pontos:

a. Capacidade humana, Livre-arbítrio. Embora todos sejam pecadores e incapazes de se salvarem a si mesmos, são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece (por meio da Graça Preveniente).

b – Eleição condicional – Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo, com base em sua presciência.

b. Expiação ilimitada – Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos;

c – Graça resistível – Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;

d – Decair da Graça.  Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.


Nós da Assembleia de Deus seguimos o ponto de vista arminiano. Algumas pessoas confundem calvinismo com cessacionistas. Mas não é a mesma coisa. Há calvinistas que são pentecostais, como a Igreja Presbiteriana Renovada e há arminianos que não são pentecostais, como as Igrejas Batistas tradicionais.


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Pb. Weliano Pires


10 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: A CONVERSÃO DE SAULO DE TARSO


Na lição passada, estudamos sobre a vida de Saulo antes da sua conversão, como opositor e perseguidor implacável do Cristianismo. Falamos também sobre a perseguição aos cristãos nos dias atuais em muitos países, onde ainda é crime ser cristão. Por último falamos sobre a perseguição sistêmica aos cristãos, seja de forma política, cultural ou religiosa. 


Na lição desta semana, falaremos a respeito da conversão de Saulo de Tarso a Cristo. Esta conversão foi algo tão extraordinário e inimaginável, do ponto de vista humano, que qualquer pessoa da época que ouvisse esta notícia, não acreditaria, devido à perseguição implacável de Saulo aos Cristãos. O próprio Ananias, um discípulo que havia em Damasco e foi enviado pelo Senhor Jesus ao encontro de Saulo, questionou: 

- Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém.” (At 9.13). 


Na ocasião em que se deu a conversão de Saulo, ele se encontrava a caminho de Damasco, de posse de autorização do sumo sacerdote, para prender os cristãos que encontrasse em Damasco e os conduzir a Jerusalém. No meio do caminho, o Senhor Jesus foi pessoalmente ao encontro de Saulo. Um resplendor de luz, mais forte que a luz do sol do meio dia, cercou aquele algoz dos cristãos e ele caiu por terra, sem enxergar nada. O Senhor Jesus dialogou com Saulo e, a partir daquele momento, Saulo nunca mais foi o mesmo. 


No primeiro tópico, falaremos da conversão de Saulo como um ato da Graça de Deus. Veremos neste tópico que a conversão de Saulo se deu através de uma experiência sobrenatural e não através da evangelização. Devido à dureza de coração de Saulo, o próprio Senhor o cercou pessoalmente e o conduziu ao Evangelho, pois era um vaso escolhido para levar o Evangelho aos gentios. 


No segundo tópico, partindo da conversão de Saulo, falaremos da conversão como uma doutrina bíblica. Toda conversão começa do arrependimento e é parte da Doutrina da Salvação. Falaremos neste tópico sobre a definição de arrependimento e sobre a mudança radical que aconteceu na vida de Saulo. De perseguidor valente, implacável e movido pelo ódio, após o encontro com Jesus, Saulo passou a submeter-se totalmente à vontade de Deus. Posteriormente, ele mesmo disse: "...Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim." (Gl 2.20a). 


No terceiro e último tópico falaremos sobre as três faculdades interiores do ser humano, que são transformadas na conversão: faculdade intelectual, faculdade das emoções e faculdade da vontade. Em outras palavras, o Espírito Santo de Deus transforma o nosso modo de pensar, os nossos sentimentos e os nossos desejos. 


Vemos em todo o Novo Testamento, falar sobre arrependimento e conversão, como requisitos indispensáveis à Salvação. Tanto João Batista, quanto Jesus, iniciaram os seus ministérios falando sobre a necessidade de arrependimento. (Mt 3.3; Mc 1.15). Depois, no dia de Pentecostes, após o discurso de Pedro, as pessoas se comoveram e lhe perguntaram o que deveriam fazer. Imediatamente, Pedro lhes respondeu: 

- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2. 38).


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Pb. Weliano Pires

08 outubro 2021

Lição 03: A Conversão de Saulo de Tarso


Texto Áureo:

“E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.3,4)


Verdade Prática:

A verdadeira conversão a Cristo leva em conta o arrependimento, a fé em Jesus e uma completa transformação no pensamento, vontade e ação do homem.


HINOS SUGERIDOS: 15, 18, 19 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 2.8; Tt 2.11 

A Graça de Deus opera na conversão

Terça – Rm 3.23-24 

A graça é um favor outorgado por Deus na conversão

Quarta – Ef 4.22 

Conversão é o despojamento do velho homem

Quinta – Ef 4.23,24 

Conversão é o revestimento do novo homem

Sexta – Jo 16.7-8 

O Espírito Santo atua para o arrependimento na conversão

Sábado – Sl 51.1; 2 Co 7.10 

A conversão manifesta a tristeza pelo pecado


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 9.1-9


1 E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo-sacerdote,

2 e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.

3 – E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.

4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me

persegues? 5- E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.

6 – E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.

7 – E os varões, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.

8 E Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via ninguém. E guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.

9 – E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Ao se encontrar com Jesus Cristo no caminho para Damasco, Saulo teve a sua vida completamente regenerada. A sua faculdade intelectual foi regenerada, pois seu encontro com o Senhor trouxe-lhe luz à mente. Sua faculdade emocional foi afetada, pois ao longo da vida do apóstolo, vemos sua profunda tristeza em perseguir seus irmãos em Cristo. E, finalmente, a faculdade de sua vontade foi tocada. O apóstolo desejava apenas desgastar-se e deixar-se gastar pela causa do Evangelho. Assim, nada mais teria sentido para Paulo, senão, o de pregar o Cristo Crucificado. Que o Espírito Santo possa tocar nas faculdades intelectual, emocional e da vontade dos nossos alunos. Ore por isso. Clame por essa obra do céu.


OBJETIVO GERAL:

  • Asseverar que a salvação é por meio da graça, acompanhada de arrependimento e fé do pecador como resposta à salvação.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Apresentar a conversão de Saulo como ato da graça de Deus;

  • Relacionar a conversão de Saulo com a doutrina bíblica da conversão;

  • Elencar três faculdades interiores que são transformadas na conversão



INTRODUÇÃO


A conversão de Saulo de Tarso, indiscutivelmente, foi um dos mais importantes acontecimentos da história do Cristianismo. Saulo tornou-se um dos mais célebres defensores da doutrina de Cristo. Nesta lição, veremos como ele passou por uma mudança radical na forma de pensar acerca do nosso Senhor. No caminho para Damasco, de um modo poderoso, Jesus chamou à razão e entendimento de Saulo, e este mudou de atitude por meio de uma impactante experiência sobrenatural. Assim, se por um lado Cristo tomou a iniciativa; por outro, Saulo respondeu com arrependimento e fé.


PONTO CENTRAL: Jesus nos salva por meio da graça e nós respondemos com arrependimentos e fé.


I- A CONVERSÃO DE SAULO: UM ATO DA GRAÇA DE DEUS


1. A conversão de Saulo e sua experiência sobrenatural. Em Atos 9.3, Lucas narra a impactante experiência sobrenatural de Saulo no caminho para Damasco. Surpreendido pelo resplendor do céu, mais forte que a luz do sol do meio-dia, o perseguidor da igreja caiu por terra e ficou cego. Se pelos argumentos racionais Saulo não ouvia sobre Jesus, o Crucificado, “a luz que ofuscou seus olhos” trouxe a voz do próprio Senhor que o confrontou de forma impactante: “Saulo, Saulo, porque me persegues? (At 9.4). Com sua ida a Damasco, o perseguidor tinha a intenção de acabar de vez com os seguidores de Jesus, mas foi surpreendido por uma experiência sobrenatural pela qual nunca havia passado. Segundo seu próprio testemunho, o perseguidor viu literalmente a pessoa de Jesus, o Ressurreto, que o despojou de seu “ego” arrogante. Nessa visão, Saulo pôde compreender quem era Jesus e sua obra redentora no Calvário.


2. A iniciativa de Jesus para transformar a mente de Saulo. O impacto da visão resplandecente no caminho para Damasco tomou Saulo de surpresa. Sob o efeito do sucesso em Jerusalém contra os seguidores de Jesus, imbuído de uma coragem irracional, e bem relacionado com a casta sacerdotal, Saulo havia pedido “carta branca” das autoridades religiosas de Jerusalém para perseguir os seguidores de Jesus, com o mesmo rigor, em Damasco. Entretanto, dada a dureza do coração de Saulo, o Senhor tomou a iniciativa de sacudir a sua estrutura física, psicológica e espiritual, agindo pessoalmente na sua direção.


3. A graça salvadora se manifestou a Saulo. Na Carta aos Efésios 2.8, ele diz: “Pela graça sois salvos por meio da fé, isto não vem de vós, é dom de Deus”. Na epístola a Tito, diz também: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Logo, o ponto de partida da experiência de salvação de todos os homens é a graça de Deus. Essa graça é o favor imerecido de Deus em que sua justiça é satisfeita na morte expiatória de Jesus. Aqui, o mérito todo é de Cristo. Aos Romanos, ele escreve: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.23-24). Ou seja, a graça é favor outorgado por Deus aos pecadores que estão debaixo de sua ira. Evidentemente, a conversão de Saulo foi mais do que um convencimento intelectual sobre Jesus; ela foi fruto da obra regeneradora do Espírito Santo em sua vida, levando-o a confessar que Jesus era o Senhor e Salvador de sua vida.


SÍNTESE DO TÓPICO I

Jesus teve a iniciativa de transformar Saulo. Essa conversão se deu pelo impacto de uma experiência sobrenatural.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Para introduzir esta lição, fale um pouco do processo de conversão como a obra de salvação que Deus efetua no ser humano. Se Ele nos salva por graça mediante a fé, nós respondemos a essa graça com arrependimento e fé. Nesse sentido, com o auxílio da lousa, relacione as etapas em que essa obra é efetuada por Deus e no homem.


De Deus

No homem

Ele justifica

Na faculdade intelectual

Ele regenera

Na faculdade emocional

Ele santifica

Na faculdade da vontade


II- SAULO E A DOUTRINA BÍBLICA DA CONVERSÃO

1. A conversão começa no arrependimento. A palavra “arrepender-se” no grego bíblico é “metanoeo”, que significa “pensar de maneira diferente; sentir remorso”, uma disposição interior para mudar. No Novo Testamento, arrepender-se” traz a ideia de tristeza pelos próprios pecados, acompanhada de um desejo de corrigir o rumo. É a mudança na mente que induz à correção de caráter e de conduta moral (At 3.19); é a contrição do coração, o desejo de mudar de atitude quanto ao comportamento na vida cotidiana (Lc 15.10). Isso é obra do Espírito Santo (Jo 16.7,8). Portanto, a conversão é uma parte do processo de salvação do pecador. Ela assinala o início do despojamento do “velho homem” (Ef 4.22) e aponta para o revestimento do novo homem (Ef 4.24).


2. A conversão de Saulo promoveu uma transformação pessoal. Foi o que aconteceu com Saulo, pois a luz do resplendor do céu cegou-lhe os olhos carnais e o fez ver o Cristo ressuscitado, abrindo-lhe os olhos espirituais para conhecê-lo como Senhor e Salvador (9.3). Essa experiência sobrenatural e impactante o fez indagar ao Cristo ressuscitado sobre o que deveria fazer. De uma vontade egoísta e individualista, Saulo demonstra agora completa resignação à vontade soberana de Cristo (9.6).

 

3. A conversão faz parte da doutrina bíblica da Salvação. O choque da experiência sobrenatural do “resplendor de luz” sobre os seus olhos, transformou a mente de Saulo, levando-o a reconhecer o Cristo que, outrora tanto rejeitava, agora o fazia apóstolo (1 Co 15.8-10). Como vimos, a verdadeira conversão é a que nasce da tristeza para com o pecado e o reconhecimento de que o homem precisa “dar meia volta” para Deus. É uma mudança que tem raízes na obra regeneradora do Espírito Santo efetuada na vida do pecador. Como obra de Deus, a conversão é uma manifestação externa da regeneração operada pelo Espírito no interior do homem, que implica mudança de pensamento, vontade e ação; uma mudança que altera todo o curso da vida do pecador (Ef 4.25-30). É o ato divino pelo qual Deus faz com que o pecador volte para Ele em arrependimento e fé. Portanto, uma verdadeira conversão revela uma poderosa transformação na vida do convertido.


SÍNTESE DO TÓPICO II

A conversão do homem começa no arrependimento e perpassa a transformação pessoal.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador […]. A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo (2 Co 5:17; CI 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado […]. e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1 Jo 2.29), ama aos demais crentes (1 Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1 Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1 Jo 2.15,16)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1576).


CONHEÇA MAIS...


Sobre a conversão de Saulo


“Os versículos 3-9 [Atos 91 registram a conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. 2.3-16; 26.9-18). Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa de Judas (v.11), fica claro à luz do seguinte: (1) Ele obedece às ordens de Cristo!…), Paulo é chamado ‘Irmão Saulo’ por Ananias […]. Para ler mais, consulte a “Bíblia de Estudo Pentecostal“, editada pela CPAD, pp.1648-49.


III- AS TRÊS FACULDADES INTERIORES TRANSFORMADAS NA CONVERSÃO

1. Faculdade intelectual. Nesse campo da alma, o homem muda o seu modo de pensar e reconhece sua condição de pecador. A Bíblia chama isso de “conhecimento do pecado”, conforme Romanos 3.20: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele [de Deus] pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.


2. Faculdade das emoções. Nesse campo da alma, o pecador experimenta uma mudança de sentimentos na vida interior, onde se manifesta a tristeza pelo pecado contra um Deus santo e justo. Em 2 Coríntios 7.10 está escrito: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”. No Antigo Testamento, o salmista Davi demonstra tristeza pelo seu pecado e roga por misericórdia: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Sl 51.1).


3. Faculdade da vontade. Se o homem está convencido em seu intelecto e sentimento a respeito do seu pecado, resta-lhe agora exercer a sua vontade. O pecador agora pode pensar, desejar e fazer o que deve ser feito para a glória de Deus (Fp 4.8,9). Como imagem de Deus, o homem foi dotado com a faculdade de escolher livremente. Entretanto, e infelizmente, o pecado fez a separação entre a vontade do homem e a de Deus. Por isso, o Espírito Santo atua para convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) para, então, tornar unir sua vontade com a de Deus. Há uma teoria que afirma que o homem perdeu completamente o livre-arbítrio por ocasião do pecado. Refutamos essa ideia. Com o auxílio da graça divina, e ajudado pelo Espírito Santo, o homem pode escolher, decidir e mudar de vida.


SÍNTESE DO TÓPICO III

As três faculdades interiores transformadas na conversão são a intelectual, a das emoções e a da vontade.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24) efetuadas por Deus e o Espírito Santo (3.6 [João]). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (3.16; 2 Pe 1.4; 1 Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2 Co 5.17: Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus ’em verdadeira justiça e santidade’ (Ef 4.24). A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7.8: 5.12; 1 Co 2.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1576).


CONCLUSÃO


A conversão de Saulo foi provocada pelo impacto do resplendor de luz que ofuscou a sua visão e obrigou-o a reconhecer que não podia mais lutar contra Cristo. A conversão é, portanto, uma obra divina em que o homem responde com arrependimento e fé. Na conversão, a soberania de Deus “caminha de mãos dadas” com a responsabilidade humana. Por isso, o arrependimento e a fé conduzem o pecador a ser redimido pelo sangue de Cristo.


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 1: O VERBO QUE SE TORNOU EM CARNE

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE  Depois de estudar um trimestre muito esclarecedor sobre apologética cristã, teremos neste 2° Trimestre de 2025, ter...