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03 junho 2021

A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE


No terceiro e último tópico vamos falar a respeito da importância do dom ministerial de mestre. Este dom é uma necessidade urgente da Igreja. Se não houver ensino, os crentes não amadurecem e não tem firmeza. Por isso, há a necessidade de um discipulado contínuo. Diferente do que muitos pensam o discipulado não termina com o batismo. 

Os pastores e mestres precisam continuar aprendendo e se atualizando no estudo teológico e secular. Vivemos na era digital, onde o conhecimento está ao alcance de um clique. A cada dia, surgem novas descobertas científicas, leis mudam e os mestres não podem ficar alheios a isso, sob pena de serem considerados ultrapassados ou falarem bobagens. 

1. Uma necessidade urgente da igreja. Deus sempre se preocupou com o ensino da sua Palavra. Ele ordenou a Moisés, para que orientasse os filhos de Israel a ensinarem a Palavra de Deus aos seus filhos desde a infância. (Dt 6.7-9). No Antigo Testamento havia a figura do escriba, que tinha a responsabilidade tanto de escrever os textos sagrados, como de ler as Escrituras, interpretá-las e ensinar ao povo. O grande exemplo disso é Esdras. Após o retorno do cativeiro babilônico, o povo não sabia nem o próprio idioma, pois, passaram setenta anos no exílio e muitos nasceram lá. Sendo assim, não conheciam também a Lei de Moisés. Esdras passou seis horas lendo as Escrituras e explicando o significado para o povo. Ao término, o povo levantou as mãos e adorou a Deus. (Ne 8.1-6). 

Na Igreja não é diferente. Tem que haver o ensino sistemático da Palavra de Deus. Onde não há ensino, não há aprendizagem e as pessoas persistem no erro que leva à destruição. Somente o conhecimento da Verdade liberta (Jo 8.32). Jesus disse que “as pessoas erram por não conhecerem as Escrituras e o poder de Deus”. Disse também que “são as Escrituras que testificam dele”. (Mt 22.29; Jo 5.39).

2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. Muitos crentes pensam que o discipulado limita-se apenas às primeiras orientações aos novos convertidos e que se encerra com o batismo. Mas, isso é um erro. Nós somos discípulos de Jesus durante toda a nossa vida. O curso de discipulado é apenas o primário. É o “leite espiritual'', que recebemos no início da fé. Precisamos evoluir para o alimento sólido (Hb 5.12).

Os pastores e mestres também têm a necessidade de continuar o seu discipulado. O cristão nunca para de aprender, independente da posição que ocupa na Igreja. Em todas as profissões, se faz necessário a atualização e reciclagem dos conhecimentos. Com os mestres da Igreja não é diferente.

3. Requisitos necessários ao mestre. Em todos os dons ministeriais há os requisitos necessários para se exercê-los, além da chamada, é claro. Deus chama os ministros, mas há os requisitos a serem cumpridos por eles. A lição nos traz pelo menos quatros exigências para ser um mestre na Igreja:

a. Um salvo em Cristo. Não existe a possibilidade de alguém ensinar a Igreja, se não foi salvo por Cristo. Primeiro porque Ele não chama para o ministério quem ainda não foi salvo. Segundo, porque o seu ensino não produziria nenhum resultado. Ninguém consegue oferecer aquilo que não tem. 

b. O hábito de ler. A leitura é muito importante em todas as profissões, pois, o conhecimento advém da leitura. Mas, para o mestre, a leitura é indispensável. 

Todo professor deve ser um leitor assíduo. Infelizmente, há pastores e professores que nunca leram a Bíblia inteira e nunca leram um livro sequer. O que teriam a ensinar? 

c. Preparo intelectual. Um mestre da Igreja precisa ler a Bíblia toda e conhecê-la bem: a sua linguagem, cultura, geografia, escritores, histórias, etc.  O mestre também precisa ter acesso a enciclopédias, dicionários, concordâncias, livros e comentários que o ajudem a entender profundamente a Bíblia. 

No curso teológico estudamos três matérias que nos auxiliam neste aspecto: Bibliologia, que estuda a formação do cânon, os materiais, escritores e panorama geral da Bíblia; Geografia bíblica, que estuda os lugares, relevo, vegetação e distâncias mencionados na Bíblia; e a hermenêutica bíblica que nos ajuda a interpretar o texto bíblico. 

É necessário também o estudo secular. A Bíblia não muda. Mas, o mundo e o conhecimento mudam. Um mestre precisa se inteirar sobre as novas descobertas científicas, atualidades, história, geopolítica mundial, leis, etc., até para se inteirar sobre o cumprimento das profecias. Não precisamos ser especialistas em tudo, mas, pelo menos, o básico precisamos conhecer.

d. Um coração em chamas. Há um grande engano, principalmente nas Igrejas pentecostais, de que o conhecimento esfria o crente. Mas, é exatamente ao contrário. O conhecimento verdadeiro sobre Deus e a Sua Palavra produz fé e fervor  nos corações. O que esfria o crente é a falta de oração e o pecado, principalmente o da soberba. Há muitos que são soberbos e não oram, mesmo sendo ignorantes. Há também os que são extremamente cultos e são fervorosos como Paulo, Apolo, Lutero, Spurgeon, Emílio Conde, Antonio Gilberto,  Eurico Bergstén, Bernhard Johnson, Valdir Bícego e muitos outros, que eram cultos, mas, nunca perderam o fervor espiritual.


Infelizmente, o ministério de mestre não é valorizado em muitas Igrejas. A maioria dos mestres militam à própria custa, sem nenhum apoio financeiro sequer para custear os seus estudos e comprar materiais didáticos. Em contrapartida,  abrem-se as portas e dão vultosos cachês a pregadores do "reteté", que fazem muito barulho e não tem nenhum conteúdo bíblico. 


CONCLUSÃO DA LIÇÃO


Seguindo o padrão do estudo dos outros dons ministeriais, vimos nesta lição que Jesus é o padrão de todos os dons ministeriais. Depois, vimos como este dom era exercido na Igreja Primitiva e como este dom deve funcionar na Igreja atual.

É urgente que a Igreja desperte para a necessidade de ensinar a Palavra de Deus. Em muitas Igrejas, devido às muitas ocupações, o pastor não tem tempo suficiente para ensinar profundamente a Palavra de Deus à Igreja e outros não têm o dom, embora a Bíblia recomenda que o bispo deve estar apto para ensinar. Por isso, é muito importante o ministério de mestre, para que a Igreja seja doutrinada corretamente e seja sadia. 


Pb. Weliano Pires

02 junho 2021

O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

Imagem do Prof. Robson Santos

Neste segundo tópico, falaremos a respeito do ensino bíblico na Igreja primitiva. Antes de subir ao Céu, Jesus deu ordem aos seus apóstolos para que ensinassem todas as nações a guardarem todas as coisas que Ele mandou. (Mt 28.19,20). Este ensino começa na evangelização, passa pelo discipulado e continua no crescimento espiritual do crente. 

1. Uma ordem de Jesus. Durante o seu ministério terreno, Jesus ensinou a Sua Doutrina aos seus discípulos, proferindo longos sermões e usando os mais variados métodos de ensino, seja através de parábolas, perguntas, etc. Antes de subir ao Céu, Ele deu várias instruções aos discípulos, entre elas a de ensinar a Sua Palavra. Jesus disse que lhes enviaria o Espírito Santo e Ele os faria lembrar de tudo o que Ele havia ensinado. O Espírito Santo capacita o crente com o dom ministerial de mestre para ensinar a Igreja. Mas, isso não o dispensa do estudo bíblico. Paulo, escrevendo a Timóteo disse: "persiste em ler e exortar." Infelizmente, muitos obreiros ainda acham que basta abrir a Bíblia, ler um texto aleatoriamente e ensinar, sem conhecer nada do que leu. Antes de levantar para ensinar, é preciso sentar para aprender e saber de quem está aprendendo. 

2. A doutrina dos apóstolos. Lemos em At 2.42 que a Igreja perseverava "na Doutrina dos Apóstolos".  Isso é uma referência ao conjunto de ensinos ministrados por Jesus, que os apóstolos transmitiram à Igreja. A Igreja do primeiro século cresceu muito rápido e eles só tinham o Antigo Testamento. Então, se fazia necessário que os apóstolos transmitissem os ensinos de Jesus, oralmente ou por epístolas. Apolo, por exemplo, era um fervoroso pregador, poderoso nas Escrituras do Antigo Testamento, que ensinava sobre Jesus, mas, conhecia apenas o batismo de João. Foi necessário o casal de missionários, Priscila e Áquila lhe ensinarem com mais exatidão o Evangelho de Cristo. (At 18.18-24).

3. Ensinamento persistente. Nos primeiros dias da Igreja, os apóstolos, especialmente Pedro, foram os primeiros mestres da Igreja Cristã. Eles não eram doutores, pois, eram pessoas simples e não haviam estudado nas escolas rabínicas. Entretanto, eles aprenderam por três anos com o Mestre por excelência, Jesus Cristo.

Após a ascensão de Jesus, eles foram revestidos do poder do Espírito Santo e ensinavam a Palavra de Deus com sabedoria e autoridade irresistíveis. Os discursos inflamados de Pedro e Estevão, foram verdadeiros tratados teológicos, expondo as Escrituras com maestria, de Abraão até Cristo. Depois, com a conversão de Saulo, este passou a ser o principal mestre das Igrejas do Novo Testamento. Paulo era um doutor na Igreja de Antioquia, Depois, foi enviado para a obra missionária. Ele fundou várias Igrejas, em sua primeira viagem missionária. Depois, voltava por elas, instruindo os irmãos, sobre a sã doutrina. Paulo escreveu treze epístolas com profundo conteúdo doutrinário, principalmente, a Epístola aos Romanos. 


Com o evangelismo, a Igreja cresce em número. Isso é muito importante, como vimos na lição sobre o ministério de evangelista. Mas, se não houver o ensino da Palavra de Deus, os crentes continuam imaturos. São presas fáceis do adversário e podem até se desviar. No próximo tópico falaremos mais sobre a importância do dom ministerial de mestre. 


Pb. Weliano Pires

01 junho 2021

JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA



Neste primeiro tópico falaremos a respeito das características de Jesus como o Mestre por excelência. Jesus é o Mestre da Galiléia, o Mestre Divino e o Mestre da humildade. Como em todos os outros dons ministeriais, Jesus é o nosso modelo perfeito e no dom ministerial de mestre, Jesus é o mestre por excelência. 

1. O mestre da Galileia. Jesus é o Mestre da Galiléia, pois, embora fosse judeu, nascido em Belém da Judéia, Ele cresceu em Nazaré, uma pequena cidade da Galiléia. Depois que iniciou o seu Ministério terreno, Jesus estabeleceu-se em Cafarnaum, cidade que ficava na região do Mar da Galiléia (Mt 9.1). Por isso, Ele sempre foi chamado de Nazareno e Galileu. Foi também na Galiléia, na cidade de Caná, que Jesus realizou o seu primeiro milagre, transformando água em vinho  (Jo 2.1-11). 

A palavra Galiléia, vem do termo hebraico "galil" que significa círculo ou anel. A Galiléia era uma região que incluía um círculo de cidades, que ficavam ao redor do Mar da Galiléia que era, na verdade, um grande lago. A região da Galiléia, inicialmente, fazia parte das terras das tribos de Zebulom e Issacar. Mas, muitos cananeus permaneceram na região desde a época de Josué. (Jz 1.30-33; 4.2). Posteriormente, Salomão doou 20 cidades dessa região ao Rei de Tiro  (1 Rs 9.11). Por isso, nos dias do profeta Isaías já era conhecida como "Galiléia dos gentios" (Is 9.1).

Nos dias de Jesus, a Galiléia foi incorporada à tetrarquia de Herodes Antipas e muitos judeus passaram a habitar na região, numa tentativa de recolonização. Entretanto, eles viam os galileus com desprezo. As principais cidades da Galiléia eram: Nazaré, Cafarnaum e Tiberíades. 

Jesus, era chamado Galileu, por ter crescido em Nazaré e viver em Cafarnaum, na idade adulta. Ele não frequentou as escolas dos rabinos judaicos, tanto que os judeus se admiravam da sua sabedoria e diziam: 

- Como sabe este letras, sem as ter aprendido? (Jo 7.15). 

Jesus ensinava e as multidões o seguiam para ouvi-lo. Ele era verdadeiro e justo. Falava com sabedoria e autoridade. Não era como os hipócritas escribas e fariseus, que ensinavam de um jeito e procediam de outro. A pedagogia de Jesus era perfeita. Os discursos dele não eram diferentes da sua conduta. No livro de apoio ao trimestre, o Pr. Elinaldo Renovato de Lima destaca alguns aspectos da metodologia de ensino de Jesus:

  • Ele Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
  • Conhecia profundamente os seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21) e reconhecia o que havia de bom neles (Jo 1.47)
  • Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6);
  • Usava o método de ensino adequado à ocasião e ao tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc.).

2. O mestre divino. Jesus não era um sábio qualquer, como alguns filósofos querem denominá-lo, colocando-o no mesmo patamar de Confúcio, Buda, Sócrates e outros. Jesus é Deus e, portanto, possui o atributo divino da onisciência. Ele conhece o passado, o presente e o futuro; conhece todos os mistérios e sonda as mentes e corações.

A sabedoria de Jesus não é deste mundo. Ele apanha os sábios em suas próprias astúcias. Muitas vezes, os escribas e fariseus usaram de astúcia para tentar incriminá-lo, mas, eram envergonhados. Jesus não caía em suas ciladas. Quando trouxeram a mulher adúltera perante Jesus, os fariseus disseram que Moisés havia dito que ela deveria ser apedrejada e perguntaram o que Jesus tinha a dizer. Conhecendo a astúcia deles, Jesus não contrariou a Lei e respondeu: 

- Aquele entre vós, que não tiver pecado, atire a primeira pedra. 

A consciência pesou e ninguém se atreveu a atirar pedra na mulher. Saíram um a um, começando pelos mais velhos. 

Em outra ocasião, os mestres da Lei incomodados com a atitude de Jesus ao expulsar os mercadores do templo, perguntaram-lhe com que autoridade Ele fizera aquilo. Jesus sabendo que eles queriam apanhá-lo em alguma falha para incriminá-lo, respondeu: 

- Eu também lhes farei uma pergunta: o batismo de João era do Céu, ou dos homens? 

Eles ficaram intrigados com a pergunta e arrazoaram entre si, dizendo: 

- Se dissermos que era do Céu, ele perguntará porque nós não cremos  e se dissermos que era dos homens, o povo nos apedrejará, pois todos consideravam João como um grande profeta. 

Então, decidiram responder que não sabiam e Jesus disse que também não lhes diria com que autoridade fizera aquilo. 

3. O mestre da humildade. Mesmo sendo Deus e Senhor, Jesus fez-se servo. Ele esvaziou-se da Sua Glória e veio a este mundo padecer pelos pecadores. Jesus nunca quis ser grande ou aparecer. Ele é o maior exemplo de humildade que o mundo já conheceu. Jesus se aproximava de pessoas desprezadas, como publicanos, samaritanos, galileus, leprosos, mulheres, etc. 

Jesus disse para aprendermos dEle, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Todo mestre que aprendeu com Jesus, não se considera superior aos seus ouvintes, fala a linguagem deles e usa o método de ensino de acordo com o seu público. A humildade é uma das principais características do Cristão. Humildade é o senso de insignificância moral em si mesmo, dependência de Deus e preocupação altruísta; total ausência de arrogância e petulância. Humilde é aquele que quer ser, exatamente como Deus quer que ele seja, nem mais, nem menos.


Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...