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11 março 2022

UM MODELO PENTECOSTAL PARA A IGREJA DE NOSSOS DIAS


(Comentário do 3º tópico da Lição 11: Lucas – Atos: o modelo pentecostal para hoje)


Neste terceiro e último tópico, falaremos sobre o mover do Espírito Santo como um modelo para a Igreja em todas épocas. Falaremos ainda sobre a atualidade do batismo no Espírito Santo. Por último, falaremos do falar em línguas como a evidência do batismo no Espírito Santo. Por último falaremos sobre a plenitude do Espírito Santo na Igreja, que inclui o batismo no Espírito Santo, o fruto do Espírito Santo e os dons espirituais. 


1- O revestimento de poder do alto. Há muita confusão, inclusive no meio evangélico, sobre a obra do Espírito Santo. Muitas pessoas confundem a entrada do Espírito Santo no crente, por ocasião da sua conversão, com o batismo no Espírito Santo. Outros pensam que aqueles que não são batizados no Espírito Santo não tem o Espírito Santo. Há ainda os que dizem que o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais cessaram após a conclusão das Escrituras. 

No primeiro trimestre de 2021, nós estudamos o tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo, com comentário do Pr. Esequias Soares da Silva, presidente da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em Jundiaí-SP. Estas lições e outras de outros trimestres, nos elucidaram questões sobre a pessoa do Espírito Santo, a atuação do Espírito Santo na obra da redenção, o batismo no Espírito Santo, os Dons Espirituais, o Fruto do Espírito Santo e outros temas relacionados à terceira pessoa da Santíssima Trindade. 


Com relação à obra do Espírito Santo, entre os protestantes ou evangélicos, há três grupos: 

1) Os tradicionais ou cessacionistas. Acreditam que os dons do Espírito Santo se restringiram ao período apostólico e cessaram com a completude das Escrituras. Neste grupo estão as chamadas Igrejas Reformadas como a Igreja Presbiteriana, Igreja Batista e Metodista. Porém, na Igreja Presbiteriana há uma divisão chamada Igreja Presbiteriana Renovada, que é pentecostal. Algumas Igrejas Batistas independentes também são pentecostais. 

2) Os pentecostais. Crêem na atualidade dos dons espirituais e no Batismo no Espírito Santo, como uma experiência subsequente à Salvação. No Brasil, os primeiros adeptos deste grupo são a Assembleia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil. Porém, a CCB, embora tenha um credo ortodoxo, tem algumas práticas que são características de uma seita, como o exclusivismo,

3) Os neopentecostais. Crêem na atualidade dos dons espirituais, mas, dão ênfase à prosperidade financeira, e bem estar físico. Pregam a chamada teologia da prosperidade, confissão positiva e triunfalismo. Os pioneiros deste movimento são a Igreja Universal e Internacional da Graça de Deus. Depois surgiram inúmeras denominações neopentecostais oriundas destas e também de Igrejas pentecostais. Muitas práticas neopentecostais são absolutamente antibíblicas, como o uso de objetos sagrados, supostamente milagrosos e troca de bençãos por ofertas e votos.


A Assembléia de Deus é uma Igreja Evangélica Pentecostal Clássica. Nós, os pentecostais cremos no batismo no Espírito Santo, como uma experiência subsequente à salvação, ou seja, primeiro a pessoa recebe a Jesus como Senhor e Salvador. O Espírito Santo, então, entra na pessoa e passa a habitar em seu corpo. Depois, o crente busca ao Senhor em oração e é revestido de poder para testemunhar de Cristo. Este revestimento de poder é o batismo no Espírito Santo. Pode acontecer após a regeneração, que é o Novo Nascimento, que também é operado pelo Espírito Santo no interior do crente. Foi assim que aconteceu em Samaria (At 8.15-17). Mas pode acontecer também junto com a regeneração, como  aconteceu na Casa do Centurião Cornélio. (10.44-46).


A entrada do Espírito Santo no crente, quando ele se converte, é indispensável à salvação, pois é Ele que opera o novo nascimento e Jesus disse que “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3). Paulo também disse que “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.  (Rm 8.9 c). O batismo no Espírito Santo, por sua vez, não para a salvação. É um revestimento de poder, para os que já foram salvos, serem testemunhas de Cristo, com ousadia e poder (At 1.8). Serve também para capacitar o crente para uma vida cristã vitoriosa (At 6.8-10) e de adoração mais profunda (1 Co 14.26). 


2 - As línguas como evidência inicial.  Há duas palavras gregas, traduzidas por “falar em línguas”: “Glossolalia”, de “glossa” (língua) e “laleo” (falar), que significa falar em uma língua desconhecida para quem fala e para quem a ouve; e “xenolalia” de “xeno” (estrangeiro) e laleo (falar), que significa falar em uma língua estrangeira, desconhecida de quem fala, mas conhecida de quem a ouve. 


No dia de Pentecostes, os discípulos foram cheios do Espírito Santo e falaram em “outras línguas”. O termo grego é em Atos 2.4 é “heteros glossais”, que  significa outras línguas desconhecidas dos que estavam falando. Logo em seguida, o texto diz que algumas pessoas ouviram estas línguas e as entenderam, pois eram as suas próprias línguas. Em Cesaréia, na casa do Centurião Cornélio, as pessoas que ouviram a mensagem pregada por Pedro também foram batizadas no Espírito Santo e falaram em línguas (At 10.46). Depois, em Atos 19, o apóstolo Paulo encontrou um grupo de 12 discípulos em Éfeso, que desconheciam a Doutrina do Espírito Santo. Depois de explicar sobre o Espírito Santo, Paulo impôs-lhes as mãos e eles também falaram em línguas (At 19.1-6).

Em Samaria, após a pregação de Filipe, com a chegada de Pedro e João, foram impostas as mãos sobre os que que creram e eles também foram batizados no Espírito Santo. Nesse caso, o texto não diz explicitamente que eles falaram em línguas. Porém, houve um sinal visível de que foram batizados, pois até o mágico Simão percebeu e ofereceu dinheiro para conseguir este dom (At 8.17,18). Comparando com os outros relatos que dizem que as pessoas que foram batizadas no Espírito Santo falaram em línguas, ficam implícito, portanto que este foi o sinal. O mesmo aconteceu com Saulo, quando Ananias lhe impôs as mãos para que ele fosse cheio do Espírito Santo (At 9.17). Se ele não tivesse falado em línguas, Ananias não saberia que ele foi batizado Espírito Santo. Concluímos, portanto, que  “falar em línguas” é a evidência ou o sinal visível de que alguém recebeu o Batismo no Espírito Santo.

O apóstolo Paulo menciona dois tipos de línguas em 1 Coríntios 13.1: As línguas dos homens e dos anjos. Então entendemos que o Espírito Santo concede o falar em línguas celestiais ou em línguas estrangeiras, desconhecidas de quem fala, mas conhecida de quem a ouve. Depois, nos capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios, ele fala do dom de variedade de línguas. Este dom é diferente do falar em línguas com sinal do batismo no Espírito Santo. O dom de variedade de línguas (1 Co 12.10) é a capacitação sobrenatural do Espírito Santo a uma pessoa, para entregar uma mensagem em uma língua desconhecida de quem fala e de quem a ouve. Paulo ensina que nesse caso é preciso também o dom de interpretação de línguas, onde é revelado o significado (não a tradução) daquela mensagem (1 Co 14.13,27,28).


3 - A plenitude do Espírito Santo. Muitos confundem também batismo no Espírito Santo com fruto do Espírito e dons do Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo, conforme já vimos, é um revestimento de poder para o crente testificar de Cristo com ousadia. Já o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) é formado por nove virtudes que o Espírito Santo produz na vida do crente que anda no Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio. Estas virtudes são o resultado da entrega do crente ao Espírito Santo, vivendo sob o seu domínio. Os dons espirituais, conforme definição da Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, “são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”. Os dons são distribuídos pelo Espírito Santo a cada um, segundo a Sua vontade, para aquilo que for útil. 


No contexto do Antigo Testamento, apenas algumas pessoas receberam capacitações sobrenaturais do Espírito Santo para determinadas obras, durante um tempo. Entretanto, após a ascensão de Jesus, Ele enviou o Espírito Santo para ficar para sempre conosco. Este conjunto de ações do Espírito Santo: o revestimento de poder, os dons espirituais e o fruto do Espírito Santo representam a plenitude do Espírito Santo na Igreja do Senhor. 


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.  

WILLIAMS, David J. Comentário Bíblico Contemporâneo. Atos. Editora Vida. pág. 73-74.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. págs. 638-639; 1255.    

PFEIFFER. Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pág. 1166-1167.    

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 3. pág. 973.    

Pearlman, Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Editora CPAD. pag. 24-25.    

HENDRIKSEN, William. Exposição De Efésios. Editora Cultura Cristã. pag. 294-296.

(MENZIES, Robert P. Pentecostes: Essa História é a nossa História. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.74.-75).    


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Pb. Weliano Pires


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