30 novembro 2022

SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES

(Comentário do 2 tópico da Lição 10: A restauração nacional e espiritual de Israel).

Neste segundo tópico falaremos sobre as dispersões de Israel e Judá entre as nações ao longo da história. Em seguida, falaremos do renascimento do Estado de Israel, que aconteceu em 14 de maio de 1948, com a declaração de independência, após a última diáspora que durou 1878 anos. A aprovação na ONU do Estado de Israel ocorreu em 29 de novembro de 1947, em um só dia, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. Cumpriu-se assim, a profecia de Isaías 66.8: “...Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”


1- As diásporas de Israel e Judá. A palavra diáspora tem origem no termo grego “diasporá”, que descrevia inicialmente, a condição de angústia espiritual que acompanhava a dispersão dos judeus. Na versão grega Septuaginta, os tradutores usaram esta palavra para se referir à situação angustiante dos israelitas nos cativeiros da Assíria e Babilônia. Durante mais de 2000 anos, esta palavra era usada exclusivamente para as dispersões do povo judeu, seja por dominações políticas, antissemitismo, ou por preconceito religioso. A partir do Século XX, outros povos que também foram dispersos, passaram a usá-la para se referirem às dispersões do seu povo. Os primeiros a fazerem isso foram os armênios, que sofreram genocídio do império Otomano, e os afrodescendentes, que foram vítimas do tráfico de escravos, fugiram de guerras e também se espalharam pelo mundo. 


A primeira diáspora do povo de Israel aconteceu no Reino do Norte, em 722 a.C. quando Salmaneser, rei da Assíria, dominou Israel, durante o reinado de Oséias por três anos e, depois de notar que havia conspiração por parte do rei de Israel, transportou todo o povo para a Assíria. Além de transportar o povo de Israel para o cativeiro, o rei da Assíria trouxe outros povos, para habitarem na região. Estes povos deram origem aos samaritanos. (2 Rs 17.3-6; 24). Por isso, os judeus não se comunicavam com os samaritanos nos tempos de Jesus (Jo 4.9).

 

A segunda diáspora aconteceu no Reino do Sul, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, dominou o povo de Judá, em 605 a.C. Nesta ocasião, foram levados para a Babilônia o rei Jeoaquim, Daniel, os seus companheiros e outros membros da família real. No lugar de Jeoaquim, Nabucodonosor deixou o seu filho Joaquim, como um vassalo da Babilônia em Jerusalém. Porém, ele se rebelou e também foi levado para a Babilônia em 597 a.C. Com o rei Joaquim foram levados mais sete mil judeus, entre eles, o profeta Ezequiel. No lugar de Joaquim, Nabucodonosor deixou o seu tio Zedequias como vassalo da Babilônia. 


Zedequias foi aconselhado por Jeremias a não se rebelar contra a Babilônia, mas ele preferiu dar ouvidos aos falsos profetas que diziam o contrário. Por causa disso, em 586 a.C., o exército babilônico invadiu Jerusalém, queimou a cidade, destruiu o templo, deixando milhares de mortos e levou o povo para o cativeiro. Ficaram na terra de Judá apenas alguns idosos e deficientes na mais absoluta miséria. 


Depois de 70 anos, com o decreto do imperador Ciro, da Pérsia, os judeus foram autorizados a voltarem para a sua terra. Entretanto, muitos deles se adaptaram à vida no exílio e continuaram vivendo em comunidades judaicas, fora da sua pátria. Isso continuou com os domínios grego e romano, que vieram depois da Pérsia. 


A última diáspora aconteceu no ano 70 d.C. Depois de uma revolta iniciada em 66 d.C., pelo grupo dos Zelotes contra Roma, com vários assassinatos e atentados terroristas, o general romano, Tito, invadiu Jerusalém, destruiu a cidade e os judeus que não foram mortos fugiram e se espalharam pelo mundo. Esta, sem dúvida, foi a maior e mais longa diáspora judaica, pois permanece até aos dias atuais. Mesmo depois do ressurgimento do estado de Israel, ainda há mais judeus vivendo fora, do que na terra de Israel. 


Na visão de Ezequiel, após ele profetizar sobre os ossos secos, antes deles reviverem totalmente, acometeu um processo: Primeiro, houve um ruído e um rebuliço dos ossos se juntando. Em seguida, cresceram nervos e carnes e estendeu-se a pele, mas não havia neles espírito. Esta sequência mostra exatamente como se deu o processo do ressurgimento do estado de Israel. No final do Século XIX, devido ao crescimento do antissemitismo, surgiu na Europa um movimento político chamado Sionismo, que defendia a criação de um estado nacional, para abrigar o povo judeu na palestina. O idealizador deste movimento foi o jornalista húngaro, Theodor Herzl, com a sua obra "O Estado Judeu". Em 1897 foi organizado na Suíça, o primeiro Congresso Mundial Sionista, para debater o assunto. Foi aprovado neste congresso: o envio de uma comissão para a Palestina, para avaliar a possibilidade de ocupação da terra; os judeus deveriam ocupar a mesma terra, da qual haviam fugido; e a compra das terras que seriam ocupadas. Em 1917, com a primeira guerra mundial, o Movimento Sionista ganhou apoio dos britânicos, porém, enfrentava grande resistência dos povos árabes. A esta altura, muitos judeus já haviam imigrado para a região e os conflitos entre judeus e árabes se intensificaram. Com a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, o seu ódio e perseguição aos judeus gerou o chamado Holocausto, que resultou na morte de 6 milhões de judeus. Finalmente, em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro, Osvaldo Aranha, foi aprovada a criação do Estado de Israel. Em 14 de maio de 1948 foi publicado o primeiro Diário Oficial de Israel. As tropas britânicas deixaram o local e Israel tornou-se novamente um estado independente.


2- Renasce Israel. Na visão de Ezequiel, após ele profetizar sobre os ossos secos, antes deles reviverem totalmente, aconteceu um processo: 

Primeiro, houve um ruído e um rebuliço dos ossos se juntando. Em seguida, vieram nervos, cresceu a carne e estendeu-se a pele, mas não havia neles espírito. Esta sequência mostra exatamente como se deu o processo do ressurgimento do estado de Israel. 


No final do Século XIX, devido ao crescimento do antissemitismo, surgiu na Europa um movimento político chamado Sionismo, que defendia a criação de um estado nacional, para abrigar o povo judeu na palestina. O idealizador deste movimento foi o jornalista húngaro, Theodor Herzl, com a sua obra O Estado Judeu. Em 1897 foi organizado na Suíça o primeiro Congresso Mundial Sionista para debater o assunto. Foi aprovado neste congresso: o envio de uma comissão para a Palestina para avaliar a possibilidade de ocupação da terra; que os judeus deveriam ocupar a mesma terra, da qual haviam fugido; e a compra das terras que seriam ocupadas. 


Em 1917, com a primeira guerra mundial, o Movimento Sionista ganhou apoio dos britânicos, porém, enfrentava grande resistência dos povos árabes. A esta altura, muitos judeus já haviam imigrado para a região e os conflitos entre judeus e árabes se intensificaram. Com a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, o seu ódio e perseguição aos judeus gerou o chamado Holocausto, que causou a morte de 6 milhões de judeus. 


Finalmente, em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro, Osvaldo Aranha, foi aprovada a criação do Estado de Israel. Em 14 de maio de 1948 foi publicado o primeiro Diário Oficial de Israel. As tropas britânicas deixaram o local e Israel tornou-se novamente um estado independente.


3- Restauração nacional (vv.6-8). Com a criação e independência do estado de Israel, cumpriu-se aqui, a primeira parte da profecia que foi a restauração nacional. Todo o ajuntamento dos ossos, nervos, carne e pele, simbolizava a volta do povo de Israel à sua terra e a sua restauração nacional.


Entretanto, falta ainda a restauração espiritual, representada pela entrada do espírito nos corpos que se formaram a partir dos ossos secos (Ez 37.9,10). Esta segunda parte da restauração acontecerá somente no Milênio, quando o Senhor Jesus vier em glória para estabelecer o Seu Reino de mil anos em Jerusalém. Neste período, todo o Israel será salvo, como disse o apóstolo Paulo na Epístola aos Romanos. Vale destacar que todo o Israel significa os remanescentes e não todos os israelitas. 


REFERÊNCIAS: 

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 121-122, 126. ALMEIDA, Abraão. Israel, Gogue e o Anticristo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 46-47. CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3316. BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 349. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1223).



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Ev. Weliano Pires

29 novembro 2022

SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS

(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 10: A restauração nacional e espiritual de Israel)


Este primeiro tópico traz o significado da visão do vale de ossos secos, que Ezequiel teve. O Senhor explicou ao profeta que aquela visão representava a casa de Israel. O povo de Israel estava no cativeiro, mas voltariam à sua terra, depois seriam dispersos novamente. Entretanto, Deus prometeu restaurá-los novamente, nacional e espiritualmente.


1- Os Ossos Secos (vv. 1,2). Ezequiel descreve a visão do capítulo 37, nos versículos 1 e 2, dizendo que a mão do Senhor veio sobre ele e o levou "em espírito" a um vale. Ele não diz que vale era este, ou se era um lugar geográfico real. Na visão que ele tivera anteriormente, quando viu as abominações no templo, ele também foi levado em espírito e não corporalmente, porém, tratava-se de um lugar real, conhecido do profeta. 


No capítulo 3, quando Deus o constituiu como "O Atalaia de Israel", Deus ordenou que ele descesse ao vale e lá, o Senhor falaria com ele: "E a mão do Senhor estava sobre mim ali, e ele me disse: Levanta-te e sai ao vale, e ali falarei contigo. E levantei-me e saí ao vale, e eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto". (Ez 3.22,23). O artigo definido "o", que aparece junto à preposição "a", antes da palavra "vale" indica que era um lugar conhecido do profeta. Não é o caso do vale da visão dos ossos secos, onde ele fala que era "um vale" e que ele foi "levado em espírito". 


Também não é possível saber se a multidão de ossos secos vista por Ezequiel eram reais, ou apenas uma visão. Entretanto, na invasão babilônica à terra de Judá, a carnificina foi gigantesca e morreram milhares de judeus. O profeta Jeremias profetizou isso, bem antes de acontecer: "E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará". (Jr 7.33). Moisés também havia alertado o povo antes de adentrarem à terra prometida de que o castigo para a idolatria seria o cativeiro e cadáveres insepultos, sendo comidos por aves de rapina: "E o teu cadáver será por comida a todas as aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará." (Dt 28.26). Então, embora fosse possível encontrar um vale cheio de ossos humanos naquela época, não sabemos se esta visão era uma cena real, com uma multidão de esqueletos secos, ou apenas uma ilustração. O fato é que Israel estava no cativeiro, a sua terra estava desolada e eles não tinham nenhuma esperança de retornarem, apesar das profecias que indicavam que o cativeiro duraria setenta anos e que Deus os traria de volta à sua terra. 


2- O Significado. Quando falamos em visão, estamos nos referindo a uma revelação visível de Deus a alguém, estando esta pessoa acordada. Existem visões que são sobre fatos reais e se referem ao tempo presente. Nos dias do rei Acabe, por exemplo, o profeta Micaías viu Israel disperso como ovelhas que não têm pastor. Nesta visão, Deus mostrou que Acabe seria morto na guerra contra a Síria no presente e, de fato, isso aconteceu. 


Existem também visões que são simbólicas, cujos significados não são revelados, como algumas visões de Daniel, as de Zacarias e as do Apocalipse. Nestes casos, é preciso estudar os símbolos, comparar com outros textos bíblicos e fazer a devida interpretação. Nesse tipo de visão, é possível haver mais de uma interpretação.


Há também visões que, apesar de serem simbólicas e serem para o futuro, no próprio texto bíblico tem a explicação do significado. É o caso desta visão do vale de ossos secos. Ezequiel teve a visão, recebeu ordens para profetizar aos ossos secos, dizendo que o Senhor iria ordenar ao espírito que entrasse neles e lhes nasceria carnes, nervos e peles, e assim aconteceu. 


Depois disso, Deus explicou o que significava aquela visão: "...Estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados." (Ez 36.11). O povo encontrava-se no exílio, distante da sua pátria e, para piorar, Ezequiel havia recebido a notícia da destruição de Jerusalém e do Templo. Portanto, não havia mais nenhuma esperança de retorno à sua pátria e eles se sentiram como esqueletos humanos, sem nenhuma chance de voltar a viver. Alguém que está no exílio, mas o seu país ainda existe, tem esperança de que mude o governo e ele possa voltar. Mas, em Israel não havia mais estado e a nação havia sido devastada pela Babilônia.


3- As promessas de Deus. Deus prometeu que se Israel se afastasse da Sua Lei e entregasse ao pecado, Ele os puniria com o cativeiro (Lv 26.33-37; Dt 28.25,36,37). Israel não deu ouvidos e as promessas divinas foram cumpridas, tanto no Reino do Norte, que foi levado para a Assíria, quanto no Reino do Sul, que foi levado para a Babilônia. Agora, com esta visão, Deus mostrou a situação de desesperança de Israel, como um vale de ossos secos, que não tem nenhuma chance de voltar a viver por meios naturais.


Entretanto, em meio a esta situação desoladora do cativeiro, Deus prometeu trazê-los de volta, como aliás, já havia prometido antes mesmo deles irem: “E há esperanças, no derradeiro fim, para os teus descendentes, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para o seu país. (Jr 31.17). No cativeiro, o Senhor reafirmou a sua promessa de restauração: “Portanto, dize: Assim diz o Senhor Jeová: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos darei a terra de Israel. (Ez 11.17). Nos versículos 11 a 14, do capítulo 37 de Ezequiel, depois de explicar a Ezequiel que aqueles ossos secos simbolizam a casa de Israel, de novo, Deus promete a restauração deles.


No 4º Trimestre de 2007, estudamos o trimestre inteiro, sobre as promessas de Deus, com comentários do renomado pastor, Geremias do Couto. Na primeira lição estudamos sobre “o caráter das promessas de Deus”. O comentarista nos ensinou que as promessas de Deus são um “ato amoroso, por meio do qual, o Senhor estabelece um compromisso fiel e santo com os seus servos”.


É importante lembrar que existem vários tipos de promessas de Deus: as promessas gerais, as promessas individuais, as promessas para Israel e as promessas para a Igreja. Há também, promessas que são incondicionais, ou seja, elas irão se cumprir, independente das ações humanas. Eis alguns exemplos de promessas incondicionais: a vinda de Jesus, o triunfo da Igreja, a condenação dos pecadores impenitentes, etc. Entretanto, há promessas de Deus que são condicionais à obediência, ao arrependimento, às contribuições, à oração, à perseverança, etc. Portanto, precisamos ter muito cuidado para não aplicar promessas que foram feitas a Israel, em um determinado momento, à Igreja ou ao crente em particular.


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Ev. Weliano Pires

27 novembro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


Esta lição tem como base a mais conhecida visão do profeta Ezequiel, que é a visão que ele teve de um vale de ossos secos. O texto base é o capítulo 37 do livro de Ezequiel. Esta profecia do capítulo 37 de Ezequiel é, sem dúvida nenhuma, o texto mais importante e mais conhecido do livro de Ezequiel. Os pais da Igreja, principalmente os gregos, usaram este texto como fundamento para a doutrina da ressurreição dos mortos. 


Nos versículos 1 e 2, Deus mostrou a Ezequiel em visão, um vale cheio de ossos humanos secos. Na sequência, nos versículos 3 a 6, o profeta contemplar uma multidão de esqueletos humanos secos, Deus perguntou-lhe se aqueles esqueletos poderiam viver. O profeta respondeu: Senhor Jeová, Tu o sabes. O Senhor, então, deu ordem a ele para que profetizasse sobre aqueles ossos, para que voltassem à vida. Assim aconteceu e aquela multidão de esqueletos secos tornou-se um grande exército (vs.7,8). 


Por último, o Senhor deu ao profeta a interpretação daquela visão e disse que aquilo simbolizava a nação de Israel (vs 11-14). A segunda parte da visão, continua falando da restauração de Israel, dando ênfase à unificação dos dois reinos dispersos: os remanescentes do Reino do Norte que foram no cativeiro da Assíria; e os cativos da Babilônia, que se encontravam no cativeiro, naquela ocasião. Estes últimos voltariam do cativeiro, nos dias de Neemias, entretanto, ainda não seria a restauração total, pois ainda seriam dominados pelos gregos e romanos e expulsos da sua terra no ano 70 d.C. 


O primeiro tópico da lição traz o significado desta visão. O Senhor explicou ao profeta que aquela visão representava a casa de Israel. O povo de Israel estava no cativeiro, mas voltariam à sua terra, depois seriam dispersos novamente. Entretanto, Deus iria restaurá-los novamente, nacional e espiritualmente.


O segundo tópico relata as dispersões de Israel e Judá entre as nações ao longo da história. Em seguida, fala do renascimento do Estado de Israel, que aconteceu em 14 de maio de 1948, com a declaração de independência, após a última diáspora que durou 1878 anos. A aprovação na ONU do Estado de Israel ocorreu em 29 de novembro de 1947, em um só dia, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. Cumpriu-se assim, a profecia de Isaías 66.8: “...Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”


O terceiro tópico fala sobre o grande milagre do século XX, que foi o renascimento do Estado de Israel em só um dia. Israel é um testemunho ocular perante as nações da soberania de Deus e do cumprimento das suas promessas. Várias nações já se levantaram para varrer esse povo do mapa, mas são reduzidas a nada. Falta ainda o cumprimento da restauração espiritual, que será o assunto da próxima lição.


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 117-118.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3315.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pág. 283.


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Ev. Weliano Pires

25 novembro 2022

SOBRE O CONTEXTO ESCATOLOGICO


(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue, um dia de juízo).

Neste terceiro tópico falaremos sobre o contexto escatológico de Gogue e Magogue. É difícil precisar quem serão estes inimigos de Israel, que virão do Norte (Ez 38.15). Sabemos apenas que uma coalizão invadirá Israel, mas será derrotada pelo Senhor, que lançará confusão sobre eles e se autodestruirão (Ez 38.21-23). Muitos associaram Magogue à Rússia, no período da guerra fria. Agora com a guerra da Ucrânia, o assunto retornou. É importante destacar também que Gogue e Magogue de Ezequiel são diferentes de Gogue e Magogue de Apocalipse 20.8. 


1- Gogue e Magogue. No capítulo 38, versículo 2, repetido no capítulo 39, versículo 2, encontramos a seguinte expressão, na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC): “Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal”. (38.2; 39.1). Na Nova Almeida Atualizada (NAA), o mesmo texto está assim: “Gogue, da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal.” A palavra Magogue é omitida no texto do capítulo 39. A expressão “Rôs”, que aparece na NAA e em outras versões da Bíblia, é uma transliteração do termo hebraico ro’sh, que tem vários significados: cabeça, chefe, pico, monte, parte superior. Seguindo a Septuaginta, algumas versões transliteraram “Rosh” por “Rôs” e o colocaram como um nome próprio. 


Este texto representa um grande desafio para os expositores bíblicos e, como já falamos nos tópicos anteriores, há divergências nas interpretações. Para alguns, Gogue seria o rei Gyges, da Lídia, um reino antigo da Anatólia, que existiu entre os anos de 1200 a.C. até 546 a.C. cuja capital se chamava Sardis. Esta interpretação não faz muito sentido, pois este rei havia sido morto em 644 a.C. pelos assírios, antes do cativeiro babilônico e o seu país devastado. 


Outros entendem que Gogue e Magogue são apenas nomes simbólicos para os inimigos do povo de Deus e não seria uma batalha real. Há ainda os que acham que são dois nomes genéricos para indicar um futuro inimigo de Israel, sem indicar necessariamente a região. John MacArthur, por exemplo, em sua Bíblia de Estudo, defende esta interpretação e associa a profecia de Ezequiel com o Gogue e Magogue do final do Milênio: “Esses títulos são usados ali simbolicamente para a última insurreição do mundo contra Jerusalém e seu povo e contra o Rei Messias.”


A interpretação dispensacionista, que é a linha escatológica adotada pela Assembleia de Deus, entende que Gogue será o líder de uma coalizão que se levantará contra Israel, após o arrebatamento da Igreja para destruir a nação de Israel, durante o período da Grande Tribulação. Não sabemos, contudo, com certeza, quem serão estes povos. As evidências atuais apontam para a Rússia e os países mulçumanos, devido ao ódio que nutrem por Israel e as regiões em que vivem esses povos, que podem ser relacionadas com os lugares citados por Ezequiel. Mas não podemos afirmar com certeza, até porque o texto bíblico não revela e não sabemos o dia do arrebatamento da Igreja. Se Cristo não voltar logo, a geopolítica global pode mudar. 


2- Como a Rússia aparece nesse contexto? No versículo 1 do capítulo 39 de Ezequiel, lemos o seguinte: “...Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.” (Ez 39.1b). As palavras príncipe e chefe, no texto hebraico são “archonta rhos”. Os tradutores da versão grega traduziram estas palavras por “príncipe de Rôs”, pois entenderam que o termo hebraico “Rosh”, que significa “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”, seria o nome de uma nação. Várias versões da Bíblia como a Tradução Brasileira, Almeida Revista e Atualizada e Nova Almeida Atualizada seguiram esta tradução e o texto ficou assim: “...Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal.”


Partindo desta tradução e considerando a semelhança de sons entre as palavras Rôs e Rússia, muitos intérpretes identificaram este Rôs com a Rússia e Gogue, com o líder da Rússia. Estes intérpretes seguem a mesma linha, identificando Meseque com Moscou capital da Rússia e Togarma com Tobolski, outra cidade da Rússia. 


3- Origem da interpretação. Diferente do que pensam alguns, que acusam os pentecostais de fazer esse tipo de interpretação, ela não veio dos pentecostais. Isso vem desde o período bizantino (395-1453 d.C.). Em seu léxico hebraico, o alemão Genesius  (1787-1842), já identificava o “Rosh” de Ezequiel com os russos. Durante a chamada guerra fria, no período em que a União Soviética teve grande influência na geopolítica mundial, muitos a associavam a Magogue. Com o fim do bloco soviético em 1989, o assunto foi deixado de lado. Entretanto, a Rússia continuou lá, como uma grande potência econômica e nuclear. Com a invasão russa à Ucrânia este ano, o assunto voltou a ser discutido. 


Entendemos que, independente de quem seja Gogue, Magogue, Meseque, Tubal e seus aliados, o importante é sabermos que Deus falou que estes confederados irão se unir contra Israel no final dos tempos, mas serão derrotados na terra de Israel pelo próprio Deus. Ninguém que se levanta contra Deus e o seu povo, sai impune. A história mostra vários reis e impérios poderosos que se levantaram para destruir Israel e foram reduzidos a nada. Vale ressaltar que as vezes em que Israel foi derrotado, foi permissão de Deus por causa do pecado. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 108; 11,112.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 790.

MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pág. 1057.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pág. 1076.

LAHAYE, Tim & HINDSON, Enciclopédia popular de profecia bíblica. Editora CPAD, Ed. 2008, pag. 244.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 924.


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Ev. Weliano Pires.

24 novembro 2022

SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES. (PARTE 2)


(Comentário do 2º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue, um dia de juízo).

Neste segundo tópico abordaremos a segunda parte da identificação dos invasores. Traremos as informações sobre a terra de Magogue, que era o nome de um dos filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Falaremos também sobre os povos de Meseque e Tubal, que eram também dois filhos de Jafé (Gn 10.2). Por último veremos informações geográficas sobre os demais povos desta coalizão, etíopes, Pute, Gomer e Togarma, que se unirão para invadir Israel. 


1- Magogue (38.2b; 39.1b, 6a). Assim como vimos no tópico anterior sobre Gogue, a identidade de Magogue também é incerta e tem gerado muitas controvérsias ao longo da história. A única menção histórica que temos de Magogue na Bíblia é que ele era filho de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2; 2 Cr 1.5). Na profecia de Ezequiel, no entanto, Magogue não é uma pessoa, é a terra de Gogue. No final do Apocalipse, temos uma referência a Gogue e Magogue no sentido figurado, indicando os dois extremos da terra, como usamos aqui no Brasil “Do Oiapoque ao Chuí”, para fazer menção à abrangência de Norte a Sul do país. Oiapoque é um município que fica no extremo Norte do Amapá e Chuí, um município do extremo sul, no Rio Grande do Sul. 


O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu no primeiro século da Era Cristã, entre 37 e 103 d.C., escrevendo sobre as genealogias de Gênesis 10, em seu livro Antiguidades judaicas, identificou Magogue como os citas, que eram povos nômades, que viviam em sua época, ao Norte de Israel entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Os citas aparecem no Novo Testamento juntamente com os bárbaros (Cl 3.11). Ainda segundo Josefo, os citas eram muito cruéis e sentiam prazer em derramar sangue humano. 


2- Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c). Assim como Magogue, Tubal e Meseque também aparecem em Gênesis 10 como filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Entretanto, diferente de Magogue, há inscrições assírias antigas que indicam que Tubal e Meseque deram origem respectivamente aos reinos de Tabal e Mushki. Considerando estas informações, atualmente Tabal seria a região Ibérica, onde estão Portugal e Espanha. Mushki seria a região da Turquia. Flávio Josefo também identifica Tubal com a região Ibérica e Meseque com os povos que viviam na província romana da Capadócia, onde hoje fica a Turquia. Muitos expositores bíblicos, no entanto, identificam Meseque como Moscou, capital da Rússia, como veremos no próximo tópico.


3- A coalizão de Gogue (38.5). No capítulo 38, versículo 5 e 6, a Ezequiel cita mais três povos que estão aliados a Magogue, Meseque e Tubal, nesta coalizão liderada por Gogue: Persas, Etíopes, Pute, Gomer e a casa de Togarma. Estes povos foram citados pelo próprio Ezequiel em profecia anterior (Ez 27,10; 30.5). 


Conforme eu mencionei no tópico anterior, os persas eram os povos que povoavam o atual território do Irã. Na época do cativeiro babilônico, quando Ezequiel escreveu esta profecia, os persas ainda não haviam dominado o mundo. Depois de muito tempo, eles se aliaram aos medos e venceram a Babilônia. Ciro, o imperador persa foi usado por Deus para publicar um decreto, permitindo a volta dos judeus à sua terra. Mas, nesta batalha escatológica, os persas aparecem na coalizão liderada por Gogue contra Israel.


Os Etíopes também mencionados no tópico anterior, também chamados de Cuxe, eram descendentes de Cam, filho de Noé. O nome Etiópia é de origem grega e a Septuaginta usa este nome em vez de Cuxe. 


Pute também era filho de Cam e os seus descendentes eram as nações do Norte da África, que naquela época era apenas a Líbia. Hoje, envolve a Líbia, Tunísia, Marrocos, Sudão, Argélia, etc. São países dominados por muçulmanos que odeiam Israel e o Cristianismo. 


Gomer, outro integrante desta coalizão, também era filho de Jafé e os seus descendentes viviam na Europa Ocidental, na região que inclui a antiga Alemanha Oriental, Polônia, República Tcheca, Eslováquia e outros países da antiga União Soviética. 


Por último, temos nesta coalizão, a casa de Togarma, que é mencionado em Gênesis 10, como um filho de Gomer. Os seus descendentes viviam na Anatólia, no tempo de Ezequiel. Esta região se tornou a antiga Armênia que foi dizimada pelo império Otomano e hoje compõe a parte oriental da Turquia. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 107-108.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia, e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 926.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1200.


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Ev. Weliano Pires



23 novembro 2022

SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue: Um dia de juízo).

Neste primeiro tópico falaremos sobre a primeira parte da identificação dos invasores de Israel, liderados por Gogue. Nesta profecia temos muitos nomes de povos, territórios e governantes mencionados por Ezequiel, como Gogue, Magogue, Tubal, Meseque, Gomer  e a casa de Togarma, que são de difícil identificação nos dias atuais e no futuro. Veremos ainda neste tópico a explicação desta profecia, que não era para os dias de Ezequiel. Falaremos por último, sobre as informações referentes a Gogue em outros textos da Bíblia. 


1- Os invasores (38.6; 39.2). A profecia que estudaremos nesta lição, está nos capítulos 38 e 39 do livro de Ezequiel e é dirigida contra uma coalizão de nações que invadirá Israel. Os invasores citados na profecia são: Gogue, da terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. Depois aparecem: Pérsia, Etiópia, Gomer, Pute e a casa de Togarma. 


Quem são estes povos? 


a. Gomer, Magogue, Meseque e Tubal são filhos de Jafé, filho de Noé, cujos descendentes ocuparam o continente europeu (Gn 10.2). Gogue aparece em 1 Crônicas 5.4, como um descendente de Rúben, filho de Jacó. Entretanto, certamente não é a ele que a profecia se refere, pois a referência é a um príncipe estrangeiro. Falaremos mais sobre Gogue, no terceiro ponto deste tópico. 


b. A Pérsia antiga ficava na Ásia, na região onde hoje é o Irã. Os persas não eram inimigos de Israel nos tempos bíblicos. Aliás, Deus usou o imperador persa Ciro, para libertar Israel do Cativeiro. Porém, a Pérsia se tornou uma nação islâmica e a partir de 1935 passou a se chamar Irã. Hoje é um dos principais inimigos de Israel. Os iranianos são aliados da Rússia e não aceitam a existência de Israel. 

c. Os etíopes são descendentes de Cuxe, filho de Cam, filho de Noé, que povoaram o Norte da África. O nome Etiópia é de origem grega e foi usado pela Septuaginta, para designar os descendentes de Cuxe. Pute também era filho de Cam e irmão de Cuxe. Hoje, a região de Pute compreende a Líbia, Tunísia, Sudão, Argélia, Marrocos e outros países do Norte da África. Atualmente, todos estes países odeiam Israel. O Egito está nesta região e também odeia Israel, mas, não aparece nesta profecia. Um fato interessante é que em 1979, o Egito assinou um tratado de paz nos Estados Unidos, selando um acordo de não agressão entre um país árabe e Israel.

d. Gômer era filho de Jafé, filho de Noé. Hoje são os países da região da Europa Oriental, que compreende a Polônia, Alemanha Oriental, República Tcheca, Eslováquia e outros. 

e. Meseque. Alguns estudiosos da Bíblia identificam Meseque como Moscou, capital da Rússia.

f. Tubal. Aparece em Gênesis 10, como um dos filhos de Jafé. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, Tubal deu origem aos povos que habitavam na região Ibérica.

f. A casa de Togarma. Togarma aparece em Gênesis 10, como um dos filhos de Gômer. Hoje é a região da Turquia. A Turquia já foi o terceiro império do mundo, chamado de império otomano. Hoje a Turquia também é aliada da Rússia e está voltando ao radicalismo islâmico. 


2- Compreendendo a profecia.  A profecia diz que esta invasão ocorrerá no "fim dos anos" (Ez 38.8) e após a restauração nacional de Israel (Ez 38.12). A restauração nacional de Israel ocorreu em 1948. Este é um dos sinais da proximidade do arrebatamento da Igreja. O Senhor Jesus, falando sobre os sinais que antecederam a sua vinda, aos seus discípulos: "Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. (Lc 21.28-31). Na tipologia bíblica, a figueira representa Israel. Portanto, o Senhor Jesus pode vir buscar a sua Igreja a qualquer momento. 


Após o arrebatamento da Igreja, terá início a septuagésima semana de Daniel, com o início da Grande Tribulação. A partir do arrebatamento, se desencadearão vários eventos escatológicos, nesta ordem: Grande Tribulação (Na terra) / Bodas do Cordeiro (No Céu) Milênio, Juízo Final e Eternidade. Durante este período antes da Eternidade, acontecerão três batalhas, que não devem ser confundidas: 

1. Batalha de Gogue em Magogue, contra o povo de Israel ocorrerá no período da Grande Tribulação. 

2. Batalha do Armagedom, ocorrerá no Monte de Megido, quando o Senhor Jesus descerá com a Igreja para derrotar os exércitos do Anticristo, que fará guerra para destruir Israel.  

3. Batalha de Gogue e Magogue. Acontecerá após o Milênio. O diabo sairá a enganar todas as nações, chamadas de Gogue e Magogue. É uma referência a todos os povos. 


Como bem colocou o comentarista, esta invasão descrita na profecia de Ezequiel não é a batalha final do Apocalipse, quando o diabo sairá a enganar todas as nações, descritas como Gogue e Magogue (Ap 20.8) e será vencido para sempre, pelo Senhor Jesus. Esta batalha acontecerá no final do Milênio e antes do Juízo Final. 



3- Gogue (38.2a; 39.1a). O nome “Gogue” aparece no Livro de Ezequiel cinco vezes no capítulo 38, nos versículos. 2, 3, 14, 16, 18; e seis vezes no capítulo 39, sendo duas vezes no versículo 1, três vezes no versículo 11 e uma vez no versículo 15. Fora de Ezequiel aparece apenas duas vezes. A primeira é uma referência a um descendente de Rúben, em 1 Crônicas 5.4, que não tem nenhuma relação com esta profecia de Ezequiel. A outra referência está em Apocalipse 20.8, que se refere à batalha final, que culminará na derrota final de Satanás e também não há nenhuma relação com a batalha descrita por Ezequiel (Ap 20.8). 


Ao longo da história, já houve várias tentativas de identificar este personagem. Alguns dizem que Gogue não é o nome de uma pessoa, mas é um título como Faraó, Ciro, Herodes, César e outros. Outros identificaram Gogue com Gyges, rei da Lídia, nome que aparece em seis inscrições de Assurbanipal, rei da Assíria (668-631 a.C.), a quem os assírios chamavam de Gugu.  


Não há, portanto, consenso sobre a identidade de Gogue. O importante não é tentarmos identificar Gogue, pois o texto bíblico não o esclarece. O importante é saber que será o líder de uma coalizão que levantará contra o povo de Deus, mas serão derrotados pelo próprio Deus, na terra de Israel. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele; A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. págs. 105-107; 111.

TAYLOR, John B,. Ezequiel. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pág. 217-219.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 419-420.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 476

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3314.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pág. 924-925.

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Ev. Weliano Pires




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