31 maio 2023

LIDANDO COM A MORTE DENTRO DA FAMÍLIA

(Comentário do 2⁰ Tópico da Lição 10: Quando os pais sepultam os filhos)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico veremos como lidar com a morte dentro da família. Jó e sua família eram prósperos, felizes e respeitados na comunidade em que viviam. De repente foram surpreendidos com uma série de notícias trágicas, principalmente, a morte de todos os seus filhos. Evidentemente, eles tinham razões para estarem tristes e terem o seu período de luto. Entretanto, mesmo diante de tamanha dor e tristeza, Jó manteve a sua fidelidade ao Senhor e o adorou. 


1- Jó e sua esposa foram surpreendidos pela morte dos filhos. Era um dia como qualquer outro, na casa do patriarca Jó, um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal, como vimos no tópico anterior. Em sua fazenda, a rotina agitada, com muitos trabalhadores e animais, arando terra, produzindo leite e fazendo transportes de pessoas e mercadorias em camelos e jumentos. Jó jamais imaginaria que uma avalanche de notícias trágicas iria se desencadear e mudar para sempre a sua vida. 


Os seus filhos estavam reunidos, como de costume, em um banquete na casa do filho primogênito de Jó. De repente, um dos empregados chegou correndo à casa de Jó, trazendo a triste notícia de que um bando de sabeus cercaram os rebanhos, mataram os servos de Jó e levaram os bois e as jumentas. Somente aquele mensageiro havia escapado e trouxe a má notícia. 


Jó ainda estava sem entender o que havia acontecido e, antes que o servo terminasse de falar, entrou outro correndo e deu a notícia de que havia caído fogo do céu e queimado as sete mil ovelhas de Jó. Os servos que pastoreavam as ovelhas, também foram atingidos pelo fogo e todos foram mortos. Escapara somente aquele e correu para trazer a notícia de mais uma tragédia a Jó.


Antes do segundo mensageiro terminar de falar, eis que entra outro servo correndo e diz a Jó que os caldeus reuniram três bandos, mataram todos os servos que estavam com os camelos e levaram os animais. Somente ele havia escapado e correu para dar a notícia a Jó. Com mais esta triste notícia, todos os bens de Jó tinham desaparecido instantaneamente. 


Não deu nem tempo de Jó dizer para a esposa: estamos falidos! Ou quem sabe, avaliar os prejuízos. Talvez, Jó pensasse em dizer: Perdemos tudo, mas, pelos menos, nós e os nossos filhos escapamos com vida. Quando Jó pensou que não poderia piorar a situação, estando o servo ainda falando sobre o roubo dos seus camelos, entra outro servo correndo e grita assustado: Meu senhor, os seus filhos estavam reunidos em um banquete na casa de teu filho primogênito, veio um furacão e derrubou a casa sobre eles. Todos eles morreram na hora! Eu escapei por pouco e corri para trazer a notícia. 


O mundo desabou instantaneamente sobre a cabeça de Jó e sua esposa. Se perder um filho já é a pior dor que um pai pode sentir, imagine a dor de perder dez filhos de uma vez e ficar sem nenhum! Mesmo sabendo que a morte é inevitável e que pode acontecer a qualquer momento a qualquer um de nós, nunca estamos preparados para receber a notícia de que um ente querido faleceu. 


Existem situações, nas quais a morte já é esperada e, nestes casos, embora sofrendo com a partida do nosso ente querido, nos conformamos com mais facilidade. Quando se trata de um idoso com mais de 90 anos, ou de alguém acometido de uma doença incurável, cujo diagnóstico dos médicos atesta que não tem mais jeito, já esperamos a qualquer momento receber a notícia do falecimento. Entretanto, quando se trata de mortes por acidente, assassinato, ou morte súbita por infarto, AVC e coisas do tipo, principalmente, em pessoas jovens e aparentemente saudáveis, o choque é terrível. Muitas pessoas não conseguem se recuperar e praticamente morrem juntas, pois não encontram mais motivação para viver. Caem em tristeza profunda, depressão e desistem da vida. 


2- Razões para a tristeza do luto de Jó e de sua mulher. Jó tinha uma família grande e próspera. De repente, todos os seus filhos foram mortos, de forma trágica. Aquela família que outrora vivia feliz e fazendo banquetes nas casas uns dos outros, agora estava em uma tristeza profunda, com os dez filhos e as suas famílias, todos mortos. Tinham razões de sobra para estarem com os corações dilacerados pela dor e tristeza. 


Infelizmente, muitos cristãos querendo dar a impressão de que são seres extraterrestres, tentam desencorajar o choro ou o luto, interpretando erroneamente, o texto de 1 Tessalonicenses 4.13, que diz: Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”. Dizem, portanto, que o crente não deve chorar ou se entristecer por causa dos seus entes queridos que partiram. Ora, o que Paulo está dizendo é para não se desesperar, como aqueles que não tem a esperança da ressurreição. Como vamos dizer para uma mãe que acabou de perder um filho, de forma trágica, não chorar ou não ficar triste? O próprio Jesus, diante do túmulo do seu amigo Lázaro, que tinha morrido havia quatro dias, comoveu-se com o choro das irmãs dele e também chorou (Jo 11.35). 


3- Fidelidade ao Senhor em meio à dor. Depois de receber as notícias trágicas da perdas de todos os seus bens, culminando com a pior das notícias que foi a morte dos seus dez filhos de uma vez, o texto bíblico descreve a reação de Jó: “Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: ‘Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor.’ Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” (Jó 1.20-22). 


Não temos ideia de quanto tempo demorou desde o momento em que Jó recebeu estas notícias trágicas e o momento em que ele se levantou. O fato é que o seu comportamento e as suas palavras diante desta avalanche de notícias avassaladoras, demonstram submissão e confiança plena em Deus. Diante de tantas tragédias, Jó encontrou forças, ergueu-se do chão e rasgou os seus vestidos em sinal de profunda angústia. Em seguida, rapou a sua cabeça, em sinal de perda da sua glória pessoal. Por último, quando Satanás e os demônios esperavam que ele fosse blasfemar contra Deus, Jó lançou-se em terra em sinal de humilhação e adorou a Deus. 


Com estas atitudes e palavras, Jó provou que Satanás estava errado em relação à sua fé em Deus. A sua fé em Deus não era mercenária e interesseira, como o inimigo havia insinuado. Jó reconheceu que veio a este mundo sem nada e que tudo o quanto possuía era de Deus. Esta é a atitude de um verdadeiro adorador. Quem não tem esta concepção não adora a Deus de verdade, pois pensa que tem alguma coisa ou algum direito diante do Soberano de todo o Universo. O apóstolo Paulo falando sobre os males do amor ao dinheiro disse: “Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.” (1 Tm 6.7). 


Referências: 

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos  da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 175-176.

SWINDOLL, CHARLES R. Jó: Um homem de tolerância heróica. Ed. 2003. Editora Mundo Cristão. pág. 37-41.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 10.

Melo, Joel Leitão de. Eclesiastes Versículo por Versículo. Editora CPAD. Ed 2013. 6ª Impressão. pág. 68.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 1868, 2723.


30 maio 2023

A FAMÍLIA DE JÓ

(Comentário do 1⁰ Tópico da Lição 10: Quando os pais sepultam os filhos)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos sobre a família de Jó. Primeiro falaremos sobre a pessoa do patriarca Jó, trazendo as poucas informações bíblicas e históricas, de que dispomos sobre este patriarca. Muitas pessoas dizem que Jó não foi um personagem real, mas, apenas uma ficção. Entretanto, além do livro de Jó contar a história dele, citando nomes, lugares e povos, há citações em outras partes da Bíblia, mencionando Jó como uma pessoa real.  Falaremos também sobre a esposa de Jó. Se temos poucas informações sobre Jó, temos menos ainda sobre a sua esposa. A Bíblia não registra sequer o seu nome. Por último, falaremos sobre os filhos de Jó, que levavam uma vida de banquetes, muita comida e bebida. O patriarca se levantava de madrugada, orava e oferecia sacrifícios por eles a Deus.


1- Quem era Jó? Tanto o livro como a vida de Jó tem sido alvo de muitas polêmicas. Há teólogos liberais e outros da prosperidade, que dizem que Jó não foi um personagem real, mas, apenas uma obra de ficção. Entretanto, além do livro de Jó contar a história dele, citando nomes, lugares e povos, há citações em outras partes da Bíblia, mencionando Jó, como uma pessoa real, como por exemplo, no Livro de Ezequiel: "Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová". (Ez 14.12,14). Tiago, em sua Epístola, também fez menção à paciência de Jó, como uma pessoa real: "Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso." (Tg 5.11)

Não temos informações biográficas e geográficas que sejam precisas, sobre a pessoa de Jó, a região e a época em que ele viveu. O Livro de Jó inicia assim: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó”. (Jó 1.1). Isso é tudo o que sabemos sobre a biografia de Jó. Segundo a introdução ao Livro de Jó, na Bíblia de Estudo Palavra-Chave (CPAD), Uz ficava próximo a Midiã, região Sul da Arábia, onde vivia o sogro de Moisés. O comentarista, por sua vez, diz que Uz ficava na região Norte da Arábia. O profeta Jeremias, em Lamentações, identifica Uz com Edom: Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice passará também para ti; embebedar-te-ás, e te descobrirás.” (Lm 4.21). Pode ter sido também um território conquistado pelos edomitas. A Septuaginta traduziu Uz como Ausites, que  era uma área na região norte do deserto da Arábia. 

O comentarista diz também que Jó teria vivido entre os séculos 25 e 28 a.C. Porém, no Livro de apoio, ele diz que Jó teria vivido entre 2100 e 1800 a.C. Neste caso seria entre os séculos 21 e 18 a.C. Sendo assim, é provável que ele quis dizer entre os séculos 25 e 18 a.C, considerando que a contagem antes de Cristo é regressiva. 

O nome Jó é a transliteração da palavra hebraica Yob, (Pronuncia-se Yov) que significa “perseguido” ou “odiado”. Não temos mais informações sobre a pessoa de Jó ou a sua ascendência. Alguns estudiosos afirmam que Jó seria descendente de Naor, irmão de Abraão, baseando-se no fato de que há 30 referências ao título divino "Shaddai" (Todo Poderoso) no Livro de Jó. Este era o nome pelo qual Deus se revelou a Abraão. De fato, os costumes e estilo de vida narrados no Livro de Jó são os mesmos do período patriarcal, aproximadamente, entre 2100 e 1800 a.C. Não há nenhuma referência à Lei Mosaica ou ao sacerdócio levítico e há a referência de Jó oferecendo sacrifício pelos filhos e as filhas sendo co-herdeiras, o que não era permitido na Lei. Portanto, tudo leva a crer que Jó viveu em uma época próxima à de Abraão. O tempo de vida de Jó, 140 anos, também corrobora esta hipótese. 

O livro afirma também que Jó era “maior que todos do Oriente”. Na sequência, descreve as riquezas de Jó, em quantidade de animais (Camelos, bois, ovelhas e jumentas) muitos servos e 10 filhos. Jó possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas. Tinha também muitíssima gente ao seu serviço (Jó 1.3). Para os padrões da época, isso o tornava um homem muito poderoso. 

Mesmo sendo um homem muito rico, poderoso, conselheiro sábio e respeitado, no testemunho que Deus deu dele, o que se destaca é que Jó era um homem "sincero, reto, temente a Deus e que desviava-se do mal".  (Jó 1.1).

a. Sincero / Íntegro. A versão Almeida Revista e Corrigida traz a palavra “sincero” neste texto. Já as versões Almeida Revista e Atualizada, Nova Versão Internacional e outras de linguagens mais atualizadas, trazem a palavra “integro”. A palavra hebraica aqui é “tam”, que tem o sentido de íntegro, inocente, ingênuo, simples, perfeito, que não tem defeito, completo. Isto não significa que Jó não tivesse pecados, mas, que ele era verdadeiro e autêntico, sem falsidade. 

b. Reto (v.1). A palavra reto, no hebraico é “yasar” e tem o sentido de justo, imparcial e direito. Então, Jó além de verdadeiro, era um homem que se comportava de forma irrepreensível. Esta sempre foi uma característica dos crentes de antigamente, que hoje em dia, infelizmente, está cada vez mais rara. Antigamente, ser crente era sinônimo alguém que era bom pagador, bom pai/mãe de família, pessoa que não falava palavrão, que não revidava  às ofensas, que não traía a esposa, etc. Hoje, tem pessoas que tomam um susto quando alguém diz que é crente, porque não parece.

c. Temente a Deus e que se desvia do mal. Estas duas palavras “temente” e “que se desvia" no hebraico são, respectivamente, sur e yare. Elas estão relacionadas e significam, “alguém que presta reverência a Deus e, por isso, evitava o mal". Temer a Deus não significa “ter medo” ou “ter pavor” dele. Significa reverenciá-lo e respeitá-lo profundamente, a ponto de obedecê-lo. 

Jó viveu em uma época em que a Lei de Deus ainda não havia sido escrita. Também não haviam escribas e sacerdotes que lhe ensinassem a Lei. Mesmo assim, ele era temente a Deus e se afastava da maldade. Muitos problemas acontecem em nosso meio atualmente, porque as pessoas estão perdendo o temor a Deus. 


2- A esposa de Jó. Se temos pouquíssimas informações sobre a pessoa de Jó na Bíblia, temos muito menos sobre a esposa dele. A Bíblia não menciona sequer o nome dela. A tradição dos rabinos atribui a ela o nome de Sitis, mas não há nenhuma comprovação bíblica ou histórica para esta especulação. A única menção que temos à mulher de Jó está no capítulo 2, versículos 9 e 10, quando ela questionou a postura de Jó, diante da série de calamidades que se abateu sobre os seus bens, a sua família e a própria saúde: 'Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios." 

A partir daí, não temos mais nenhuma menção à mulher de Jó no restante do Livro. Temos os questionamentos de Jó, os longos discursos dos amigos de Jó e as suas respectivas réplicas, os questionamentos de Deus a Jó e a sua humilde resposta a Deus. Mas, em momento algum aparece a esposa de Jó. No final do Livro, é dito que Deus virou o cativeiro de Jó, concedendo-lhe o dobro de tudo o que antes possuía. Jó teve sete filhos e três filhas, após o período de enfermidade que ele passou, mas não se sabe se foi com a mesma esposa. 

A mulher de Jó se tornou sinônimo de uma mulher doida, insensata e blasfema, porque sugeriu a Jó, no auge da sua aflição, que amaldiçoasse a Deus e morresse.  Entretanto, é preciso considerar o contexto em que ela viveu e a situação dramática em que ela e Jó estavam vivendo, sem saber a razão. Hoje, nós temos o Livro de Jó escrito e sabemos o início e o final da história. Sabemos do diálogo que houve entre Satanás e Deus, e que Deus autorizou o inimigo a tirar tudo de Jó. Sabemos também o que Deus concedeu a Jó no final da história. 

A mulher de Jó, no entanto, não sabia nada disso. Ela viveu em um contexto em que não havia ainda as Escrituras e os sábios diziam que os ímpios eram punidos e os justos recompensados. Tanto que os amigos de Jó, o tempo todo, insinuavam que ele havia pecado contra Deus, para estar sofrendo daquele jeito. A mulher de Jó viveu com ele nos tempos de prosperidade e felicidade, e conhecia a integridade do caráter de Jó. Considerando que Jó era fiel e a teologia da retribuição que imperava na época, ela concluiu que Deus estaria punindo Jó injustamente. 

Este é o grande equívoco da teologia da prosperidade, que ensina que Deus abençoa os justos nesta vida pela sua fidelidade, fazendo-os prosperar, e amaldiçoa os ímpios, tirando-lhes os bens e a saúde. Entretanto, quando olhamos para a realidade tanto dos justos, quanto dos ímpios, esta tese não se sustenta. Há muitos ímpios que são milionários e muitos justos que vivem na pobreza. Esse tipo de teologia leva as pessoas a uma relação mercenária com Deus, buscando-o apenas por aquilo que Ele pode dar e não por quem Ele é. 


3- Os filhos de Jó. O Livro de Jó também traz poucas informações sobre os filhos de Jó, que morreram nas investidas do inimigo contra ele. Diz apenas que eram sete filhos e três filhas e que eles tinham o hábito de fazer banquetes nas casas um dos outros, sequencialmente. Quando terminavam todos os banquetes, Jó se levantava de madrugada e santificava-os, oferecendo sacrifícios por todos eles. As palavras de Jó, indicam que ele sabia ou desconfiava que nestes banquetes eles pecavam contra Deus e até blasfemavam: "... Porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.'  

O texto sagrado não diz claramente que eles eram idólatras, imorais e blasfemos. Entretanto, pela descrição destes banquetes e pela preocupação de Jó, subtende-se que sim, eles praticavam rituais pagãos e até blasfemavam contra Deus. Sobre isso, diz o Pr. Claudionor de Andrade: 

" … O seu desvio patenteia-se naqueles festins que se arrastavam por vários dias, durante os quais celebravam eles os deuses pagãos. Não lhes bastasse a idolatria, sutilmente amaldiçoavam ao Todo-Poderoso. Se recorrermos ao original, veremos que "Mishteh" é a palavra para “banquete”; traz a imagem de uma irrefreável orgia na qual os convivas agem irrefletida e loucamente: 'Comamos e bebamos, porque amanhã todos morreremos'."

Depois que Deus mudou o cativeiro de Jó, deu-lhe outros sete filhos e três filhas. Desta feita, a Bíblia relata os nomes e destaca a beleza das filhas. Não faz nenhuma menção a banquetes que eles porventura tenham realizado, como fizeram os filhos que morreram. Sejamos pais como Jó, que intercedia pelos seus filhos e dedicava-se à sua família. Se os nossos filhos não seguirem o nosso exemplo e ensino, pelo menos nós fizemos a nossa parte. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 172-175.

Revista Lições Bíblicas, Adultos. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020.

Bíblia de Estudo Palavra Chave. RJ: CPAD, 2015.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. Série Comentário Bíblico. Editora CPAD. pág. 47-51.

STAMPS, Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

SWINDOLL, CHARLES R. Jó: Um homem de tolerância heróica. Ed. 2003. Editora Mundo Cristão. pág. 53-55. 


29 maio 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS.

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada estudamos sobre uma família nada perfeita. Todos nós, sem exceção, somos imperfeitos e, por conseguinte, a nossa família também o é. Como exemplo de uma família nada perfeita, falamos da família do rei Davi. Não obstante, tenha sido considerado pelo próprio Deus como “um homem segundo o coração de Deus” (At 13.22), o grande salmista de Israel e um rei muito amado pelo seu povo, Davi foi um desastre como pai e como esposo. A família de Davi era numerosa e cheia de problemas que eram, na verdade, consequências das suas escolhas equivocadas. Davi teve várias esposas e concubinas, que lhe deram mais de 20 filhos. Evidentemente, não seria fácil administrar uma família com este perfil.


No primeiro tópico, falamos sobre o rei Davi e a sua família. Davi foi ungido por Deus para reinar sobre Israel, no final do desastroso reinado de Saul, que Deus havia rejeitado. Davi era também um homem de Deus, capacitado pelo Espírito de Deus para reinar sobre todo o Israel. Como rei, Davi unificou a todo o Israel, depois da morte de Saul e foi bem sucedido. Falamos também da grande família de Davi, que teve várias esposas e concubinas, que lhe deram mais de 20 filhos. Este ambiente com várias mulheres, filhos e filhas de mulheres diferentes, aliado ao descaso de Davi para com os filhos, trouxeram problemas gravíssimos para a família. 


No segundo tópico, falamos sobre os filhos e parentes na casa de Davi, envolvidos no episódio do incesto e estupro ocorrido na casa de Davi e o asssassinato subsequente. Falamos sobre Tamar, Absalão e Amnom, filhos de Davi, e sobre Jonadabe, sobrinho de Davi, que foi o mau conselheiro de Amnom. Amnom, o filho primogênito de Davi, foi tomado por um desejo incestuoso pela sua meio irmã Tamar. Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, era um conselheiro do mal e aconselhou Amnom a fingir que estava doente e pedir que a sua irmã viesse cuidar dele. Quando ela atendeu ao pedido, Amnom a estuprou e em seguida a desprezou. Absalão, que era irmão de Tamar por parte de pai e mãe, tomado pelo ódio acabou matando o seu meio-irmão Amnom, para vingar a honra da irmã. 


No terceiro tópico, falamos sobre os problemas morais na família de Davi. Falamos também sobre a falta de domínio próprio de Davi, no caso do adultério com Batseba e o assassinato de Urias. Esta atitude imoral e covarde de Davi, acabou reproduzindo em seus filhos esse tipo de comportamento. Em seguida, falamos sobre o Incesto e morte na família de Davi. Amnom, estuprou a sua irmã Tamar e, como não foi punido por Davi, acabou sendo morto pelo seu irmão Absalão. Por último, vimos a importância da vigilância, da proximidade dos pais em relação aos filhos e do exemplo na família. Nenhum de nós está livre de se deparar com problemas entre os filhos. Por isso, é importante estar atento e acompanhar de perto, principalmente dando o exemplo de integridade. 


LIÇÃO 10: QUANDO OS PAIS SEPULTAM OS FILHOS


Nesta lição falaremos sobre uma das situações mais dolorosas para uma família, que é a morte dos filhos antes dos pais. Pelo curso natural da vida, a lógica seria os filhos sepultarem os pais. Entretanto, não estamos livres de passar por uma situação dessa. 


Tomaremos como exemplo, o patriarca Jó, que perdeu todos os seus filhos em um único dia, de forma trágica. Mesmo sendo um homem reto, sincero e temente a Deus, Jó passou por esta tragédia em sua família. Diante desta tragédia na família de Jó, o Livro de Jó nos diz: “... Em tudo isso [perda de todos os seus bens e filhos], Jó não pecou com os seus lábios e não atribuiu a Deus falta alguma”. (Jó 1.22). Entretanto, Jó teve o seu período de dor e lamentação. 


A morte é uma realidade terrível, inevitável e irremediável, para todos os seres humanos. Ricos, pobres, cultos, iletrados, poderosos e pessoas de todas as tribos e nações, estão condenados à morte. Não há no mundo, ninguém que possa impedir a própria morte ou a morte de outrem, por mais dinheiro que tenha. 


A morte entrou no mundo como consequência do pecado. Deus havia falado ao primeiro casal que se eles pecassem, morreriam. A partir do pecado do primeiro casal, a morte passou a ser uma realidade inevitável para todos. A morte é dolorosa para qualquer pessoa que perde um ente querido e é assustadora, pois, não fomos criados para morrer. Para os pais que perdem um filho, no entanto, esta dor é muito maior. 


No primeiro tópico, falaremos sobre a família de Jó. Primeiro falaremos sobre a pessoa do patriarca Jó, trazendo as poucas informações bíblicas e históricas sobre este patriarca. Muitas pessoas dizem que Jó não foi um personagem real, mas, apenas uma ficção. Entretanto, além do livro de Jó contar a história dele, citando nomes, lugares e povos, há citações em outras partes da Bíblia, mencionando Jó como uma pessoa real. Falaremos também sobre a esposa de Jó. Se temos poucas informações sobre Jó, temos menos ainda sobre a sua esposa. A Bíblia não registra sequer o seu nome. Por último, falaremos sobre os filhos de Jó, que levavam uma vida de banquetes, muita comida e bebida. O patriarca se levantava de madrugada, orava e oferecia sacrifícios por eles a Deus.


No segundo tópico veremos como lidar com a morte dentro da família. Jó e sua família eram prósperos, felizes e respeitados na comunidade em que viviam. De repente foram surpreendidos com uma série de notícias trágicas, principalmente, a morte de todos os seus filhos. Evidentemente, eles tinham razões para estarem tristes e terem o seu período de luto. Entretanto, mesmo diante de tamanha dor e tristeza, Jó manteve a sua fidelidade ao Senhor e o adorou. 


No terceiro tópico, veremos como os cristãos devem enfrentar a triste realidade do luto na família. Em primeiro lugar, jamais devemos culpar a Deus ou blasfemar contra Ele. Há mistérios nesta vida que jamais os entenderemos, somente na eternidade. Em segundo lugar, o cristão deve viver o seu momento de luto, manifestando naturalmente as suas reações emocionais, como choro, silêncio e tristeza. Até o Senhor Jesus, em sua condição humana, chorou diante do túmulo de Lázaro. Por último, devemos manter viva a esperança na ressurreição, pois, o Nosso  Senhor Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitando dos mortos, e garantiu que nós também iremos ressuscitar para nunca mais morrermos  e estaremos para sempre com o Senhor, se permanecermos fiéis a Ele até à morte. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 171-172.

Revista Lições Bíblicas, Adultos. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020.

STAMPS, Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

26 maio 2023

O PROBLEMA MORAL NA FAMÍLIA DE DAVI

(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Uma família nada perfeita)


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre os problemas morais na família de Davi. Falaremos sobre a falta de domínio próprio de Davi, no caso do adultério com Batseba e o assassinato de Urias. Esta atitude imoral e covarde de Davi, acabou reproduzindo em seus filhos esse tipo de comportamento. Em seguida, falaremos sobre o Incesto e morte na família de Davi. Amnom, estuprou a sua irmã Tamar e, como não foi punido por Davi, acabou sendo morto pelo seu irmão Absalão. Por último, falaremos sobre a importância da vigilância, da proximidade e do exemplo na família. Nenhum de nós está livre de se deparar com problemas entre os filhos, por isso, é importante estar atento e acompanhar de perto, principalmente dando o exemplo de integridade. 


1- As consequências de sua falta de domínio próprio. A vida de Davi teve cinco fases, completamente diferentes uma da outra: a sua infância e juventude junto aos seus pais, como pastor de ovelhas; uma temporada no palácio de Saul, como músico do rei e escudeiro; a fase como fugitivo de Saul, vivendo em desertos, cavernas e até no exterior; os tempos áureos como rei de todo o Israel; e após ter sido confrontado pelo profeta Natã, por causa dos pecados de adultério e assassinato de Urias. 

Nas primeiras duas fases, com os seus pais e depois na casa de Saul, Davi era um moço temente a Deus, que tocava harpa e o espírito maligno se retirava. Na segunda fase, ele venceu Golias, era obediente e fazia tudo para exaltar a Deus. Nesta segunda fase, Davi casou-se com Mical, filha de Saul. Não temos relato de nenhum deslize dele, nestas duas primeiras fases da vida. 

Na terceira fase, no entanto, Davi enfrentou muitas lutas e aflições. Para sobreviver teve que se juntar a outros também fugitivos e enfrentar muitas batalhas sanguinárias. Nesta fase, como a sua esposa o ajudou a fugir, Saul a concedeu a outro homem. Foi nessa fase também que ele começou a colecionar mulheres, casando-se com Ainoã, a Jezreelita, e com Abigail, a carmelita, que havia sido esposa de Nabal.

Na quarta fase da vida, Davi assumiu o trono de Israel e prosseguiu em sua poligamia, casando-se com Maaca, mãe de Absalão e Tamar, e com Hagite, a mãe de Adonias, e colecionando concubinas. Foi nesta fase que Davi se deixou seduzir pelo poder e cometeu os dois piores pecados da sua vida: o adultério com Batseba e assassinato covarde de Urias, seu fiel soldado e marido dela. Passaram-se dois anos e Davi esqueceu-se dos pecados gravíssimos que havia cometido. A essa altura, certamente, o seu relacionamento com Deus também já havia declinado. 

A quinta e última fase da vida de Davi foi a partir da repreensão do profeta Natã, quando Davi passou a colher as consequências do seu pecado, até o fim da sua vida. Nesta fase, Davi se  arrependeu do seu pecado e se reconciliou com Deus, conforme nos mostra o Salmo 51. Nesta fase, ele também planejou construir o Templo e, como Deus não lhe permitiu, ele adquiriu o terreno e juntou muito do material que seria usado na construção.

Deus enviou o profeta Natã para confrontá-lo e levá-lo ao arrependimento. Natã contou a ilustração de um homem rico, que possuía muitas ovelhas e gado. Este homem tinha um servo, que tinha apenas uma ovelha, que ele havia criado desde pequena, junto com os seus filhos, dando-lhe leite, pois não aquele filhote de ovelha não tinha mãe. Era um animal de estimação da família. Vindo um amigo do homem rico à casa dele, o homem em vez de pegar uma das suas muitas ovelhas e bois, pegou a ovelha do servo e a matou para servir ao seu hóspede. 

Ouvindo esta história absurda, sem saber que era uma ilustração, Davi levantou-se indignado e deu a sentença: Digno de morte é o homem que fez uma coisa dessa! O profeta, prontamente, lhe respondeu: Este homem és tu, ó rei! Assim diz o Senhor: Eu te tirei do meio das ovelhas e te constituí rei sobre todo o Israel. Dei-te também riquezas, mulheres e te daria muito mais, se te parecesse pouco. Mas, desprezaste a palavra do Senhor, tomaste a esposa do teu servo Urias e ainda tramaste a morte dele. Agora, a espada jamais se afastará da tua casa; o que fizeste em oculto, eu farei com te façam publicamente. Eu permitirei que as tuas mulheres sejam entregues ao teu próximo aos olhos de todo o Israel.  (2 Sm 12.7-12). Confrontado com a dura repreensão e acusado pela própria consciência, Davi respondeu ao profeta: Pequei! Natã lhe disse: Também o Senhor já te perdoou. Não morrerás. Entretanto, como deste motivo os inimigos do Senhor blasfemarem contra Ele por causa deste pecado, o filho que te nasceu certamente morrerá. (2 Sm 12.14).

A partir destes pecados de adultério e assassinato, Davi colheu as duras consequências em sua própria família, conforme a sentença proferida pelo profeta Natã. Estes gravíssimos pecados de Davi aconteceram, por vários fatores, principalmente, porque lhe faltou uma virtude do fruto do Espírito chamada domínio próprio. Esta virtude consiste em dominar os próprios impulsos e apetites e impor limites à nossa natureza humana pecaminosa. Naquela época, os reis tinham um poder absoluto e podiam fazer o que quisessem, principalmente com mulheres, que eram vistas como propriedade do homem, praticamente não tinham direitos e os poucos que tinham, não eram respeitados. No caso de Israel, os limites dos reis eram os profetas de Deus que os repreendiam severamente. Mas alguns não ouviam e ainda mandavam matar os profetas. 

Davi viu aquela mulher se banhando, sem saber quem era. Ele poderia ter desviado o olhar, ou mandado alguém avisá-la para não se banhar ali. Entretanto, ele a cobiçou e perguntou quem era. Mesmo sendo informado que era a mulher do seu soldado, mandou buscá-la e deitou-se com ela. Após o adultério, quando soube que a mulher estava grávida, ele cometeu o segundo pecado, tentando fazer com que Urias fosse para casa se relacionar com a esposa, para que todos pensassem que o filho era dele. Urias se recusou e Davi, então, cometeu o terceiro pecado, ordenando que o comando do exército recuasse e deixasse Urias sozinho na linha de frente da guerra para ser morto. 

Evidentemente, neste adultério, Batseba também não era inocente, como muitos dizem. Ela era casada e conhecia a fama de Davi, que tinha muitas mulheres e concubinas. Poderia ter se banhado escondido e não em um local à vista do palácio. Nas obras da carne, descritas em Gálatas 5 19-21, há dois pecados na área sexual, que estão relacionados entre si: a lascívia e a impureza sexual. O primeiro é o ato de exibir o corpo ou se insinuar sensualmente, para atrair a cobiça do outro. O segundo é olhar para uma pessoa com olhar impuro, imaginando um relacionamento sexual. Em resumo, peca quem se mostra e quem fica olhando e cobiçando. 


2- Incesto e morte na família. Pela Lei Mosaica a punição para os pecados de adultério e assassinato era a morte. Entretanto, Deus iria punir Davi de três maneiras: (1) O filho dele com Batseba, fruto do adultério, iria morrer (2 Sm 12.16-18); (2) A espada não iria se apartar da casa de Davi (2 Sm 12.14); (3) Alguém da própria casa de Davi iria se relacionar publicamente com as suas concubinas (2 Sm 12.11,12). Não demorou muito e veio o cumprimento destas três punições. 

A primeira foi a morte da criança, que se cumpriu logo após a repreensão de Natã, mesmo Davi tendo orado e jejuado durante sete dias, para que a criança não morresse (2 Sm 12.14-18). Deus já havia dado a sentença e não voltaria atrás. Em seguida, veio o caso do incesto e estupro de Tamar por seu irmão Amnom (2 Sm 13.11-14), que teve como consequência o assassinato de Amnom por ordem de Absalão (2 Sm 13.28,29), conforme vlmos no tópico anterior. Por último, houve a revolta de Absalão contra o próprio pai, usurpando o reino. Davi teve que fugir e, após a sua fuga, Absalão armou uma tenda e se relacionou publicamente com as concubinas do pai.

Como está escrito no Texto Áureo da lição: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." Esta é a lei da semeadura, que está presente na natureza. Ninguém planta uma árvore e colhe frutos diferentes dos da árvore que plantou. Assim também é na nossa vida. Não podemos plantar injustiças e imoralidade e esperar colher coisa boa. É verdade que na vida também sofremos as consequências de coisas ruins que outros plantaram. Mas, isso não anula a Lei da semeadura, segundo a qual colhemos os frutos daquilo que plantamos. 

É preciso tomar cuidado, no entanto, para não confundir a Lei da Semeadura, que é bíblica, com a Lei do Carma, que é uma doutrina antibíblica, que está presente em várias religiões e é a base do Espiritismo. Segundo este falso ensino, tudo o que acontece em nossas vidas é a retribuição do que fizemos em supostas vidas anteriores. Nessa falsa doutrina não há espaço para a Graça de Deus e todos têm que pagar pelos seus erros cometidos aqui neste mundo. Por isso, eles não acreditam que a morte de Cristo tenha sido expiatória, para purificar os nossos pecados, e não acreditam em condenação eterna. 


3- Vigilância, proximidade e exemplo. Na família numerosa e mista de Davi, os valores morais e os laços familiares haviam desaparecido, principalmente, pelo mau exemplo do chefe de família. Naqueles tempos, nas famílias reais, isso era comum, pois os membros da realeza disputavam a sucessão do reino na base da espada, eliminando os próprios irmãos, que estivessem na linha sucessória. Isso, no entanto, jamais deveria ser o modelo de família do povo de Deus, que deveria seguir a Lei que Deus entregou a Moisés, com mandamentos para os filhos honrarem pai e mãe, com as regras para o casamento e outros relacionados aos irmãos, filhos e parentes em geral. 

Aprendemos com esta trágica história da família de Davi, o que devemos fazer  como pais e o que devemos evitar, para que tenhamos uma família equilibrada, com laços familiares fortalecidos. O comentarista coloca três coisas fundamentais que devemos fazer como pais:

a. Vigilância. Além de ensinar aos filhos, os valores da Palavra de Deus, os pais devem estar atentos sobre o que acontece no meio deles, desde pequenos. Precisamos estar atentos quanto aos perigos que os cercam e também com relação aos perigos internos. Davi foi omisso, pois não percebeu o comportamento pervertido de Amnom e autorizou que a sua filha fosse sozinha à casa dele, para ser estuprada. Ele também não desconfiou da emboscada armada por Absalão para assassinar Amnom. 

b. Proximidade. Os pais precisam acompanhar de perto o crescimento dos filhos e participar da educação deles. Não basta gerar filhos, é preciso estar presente em todos os momentos da vida deles, para ensinar, elogiar, criticar, corrigir os erros, e sobretudo, oferecer-lhes amor.

c. Exemplo. Este é o ponto principal, pois, sem ele, os demais se tornarão mera hipocrisia. Nós ensinamos muito mais com o nosso exemplo do que com as nossas palavras. A idéia do “faça o que eu digo, mas não o que eu faço” não funciona. Os filhos podem até segui-la, enquanto pequenos, por medo. Mas, crescem revoltados e sem respeito algum pelos pais. 


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª Edição: 2023. pág.163-164 

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11ª Ed. 2013. pag. 21.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1282-1284.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pág. 14-15.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 394-395, 397.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 999.


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