28 abril 2021

O DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS

 

Imagem do blog Sal e luz

A evidência inicial do Batismo do Espírito Santo é falar em línguas, conforme o Espírito Santo concede. (At 2.4). No dia de Pentecostes, todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar novas línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Depois, na casa de Cornélio, enquanto Pedro pregava, o Espírito Santo desceu sobre os ouvintes e eles falaram em línguas. (At 10.46). Em Éfeso também, Paulo falou sobre o batismo no Espírito Santo a um grupo de doze crentes que conheciam apenas o batismo de João. Após Paulo impor as mãos sobre eles, foram cheios do Espírito Santo e falaram línguas e profetizaram (At 19.1-7).

Entretanto, o falar em línguas do batismo no Espírito Santo é diferente do dom de variedade de línguas, que faz parte dos dons de elocução. Este dom não é dado a todos, como o batismo no Espírito Santo, mas, é dado a cada um, para aquilo que for útil. (1 Co 12.11,30). Segundo escreveu o saudoso missionário e escritor, Eurico Bergstén, na Revista Lições Bíblicas, do 1º trimestre de 2004, “...Enquanto as línguas como sinal são concedidas a todos os que são batizados com o Espírito Santo (At 2.4; 10.46; 19.6), o dom de variedade de línguas não é dado a todos os que são batizados; tudo depende da soberania, do propósito e da vontade do Espírito Santo (1Co 12.11) e em resposta à busca zelosa do crente (1Co 12.31; 14.1).”  

1. O que é o dom de variedades de línguas? É uma capacidade sobrenatural, concedida pelo Espírito Santo, para falar em uma língua desconhecida da pessoa que fala. Esta fala pode conter uma oração, glorificação a Deus, ou uma mensagem profética. 

Existem dois aspectos do dom de variedade de línguas: Glossolalia e Xenolalia. Glossolalia é uma língua sobrenatural e desconhecida de quem fala e de quem ouve. Xenolalia é uma língua humana, desconhecida apenas de quem fala, mas que pode ser conhecida de outra pessoa que ouve. Entretanto, ambas não são aprendidas. 

2. Qual é a finalidade do dom de variedade de línguas? A Bíblia demonstra pelo menos cinco finalidades do dom de variedade de línguas. O Pr. Elinaldo Renovato de Lima as descreve em detalhes, no livro de apoio. Segue abaixo um resumo destas finalidades: 

a. Edificação pessoal. O dom de variedade de línguas edifica a princípio, o espírito da pessoa que fala. (1 Co 14.4). 

b. Edificação da Igreja. Serve também para a edificação de outras pessoas, mas, para isso, é necessário que haja o dom de interpretação. (1 Co 14.26).

c. Glorificação a Deus. No dia de Pentecostes, as pessoas ouviam em sua própria língua, os discípulos “falando das grandezas de Deus.” (At 2.11).

d. Comunicação sobrenatural com Deus. Na oração em línguas, o crente pode se comunicar com Deus, na língua dos anjos. (1 Co 13.1).

e. Sinal para os descrentes. O dom de variedade de línguas também é um sinal para os descrentes, desde que haja interpretação. Paulo recomenda que, se não houver intérprete, a pessoa deve falar consigo mesmo e com Deus, para a edificação própria. (1 Co 14.28). 

3. Atualidade do dom. O Livro de Atos dos Apóstolos mostra em abundância, não apenas o ensino como a prática dos dons espirituais na Igreja. Na história da Igreja, também há inúmeros relatos da manifestação do dom de variedade de línguas. Este relato a seguir, publicado pelo Pr. Isael de Araújo, é um exemplo marcante disso: 

“Em sua obra “História das Assembleias de Deus no Brasil”, página 67, Emílio Conde relatou que no primeiro batismo nas águas na cidade de Macapá (AP), em 25 de dezembro 1917, a nova convertida Raimunda Paula de Araújo, ao sair das águas foi batizada com o Espírito Santo: Ela falou em línguas estranhas com tanto poder, que os assistentes encheram-se de temor de Deus. Os judeus negociantes da cidade haviam comparecido ao batismo. Um deles, Leão Zagury, ficou tão emocionado e maravilhado com a mensagem que ouvira que não se conteve e clamou em alta voz no meio da multidão: ‘Eis que vejo a glória do Deus de Israel, pois esta mulher está falando a minha língua’. O judeu não era crente. Porém, Deus, através da crente Raimunda, falou-lhe em hebraico”. (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, p.332).

Assim como os outros dons espirituais, o dom de variedade de línguas continua sendo atual. Deus continua usando os seus servos em variedade de línguas para a edificação pessoal, na adoração, oração e louvor e também para a edificação da Igreja, junto com o dom de interpretação de línguas, que veremos no próximo tópico.  

Pb. Weliano Pires

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