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10 junho 2021

A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO

No segundo tópico, falaremos a respeito da importância do presbitério na Igreja primitiva e nos dias atuais. Veremos a definição grega da palavra presbitério, a atuação do presbitério na Igreja Primitiva e a necessidade de valorização do presbitério nos dias atuais.

1. Significado do termo. A palavra “presbitério” (gr. presbyterion), tanto no Sinédrio judaico (Lc 22.66; At 22.5), quanto na Igreja Cristã (1 Tm 4.14) era usada para se referir a um grupo de homens mais velhos, dignos, sábios e experientes. O Sinédrio judaico era a suprema corte judaica, formada por sacerdotes anciãos e escribas. Os anciãos que faziam parte do Sinédrio eram líderes comunitários muito respeitados, que eram indicados para representar os israelitas na corte ao lado dos escribas e sacerdotes. Eram semelhantes ao corpo de jurados que acontece hoje nos tribunais. Porém, naquela época os anciãos não eram qualquer pessoa, escolhida aleatoriamente como acontece nos jurados. Os anciãos precisavam ser pessoas idôneas, notáveis e respeitadas na sociedade. 

2. A atuação do presbitério.  Não sabemos ao certo quando surgiu o presbitério na Igreja Primitiva. Mas, conforme vimos no tópico anterior, ele estava presente nas Igrejas de Jerusalém, Antioquia, Listra e Icônio, nos relatos de Atos dos apóstolos e participava das discussões e decisões da liderança da Igreja junto com os apóstolos. A atuação do presbitério cristão na Igreja Primitiva se assemelha às dos anciãos de Israel nas comunidades e no Sinédrio. (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18). 

Nas referências bíblicas aos presbíteros no Novo Testamento eles aparecem sempre no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Isso nos leva a deduzir que a função pastoral era exercida por um colegiado de obreiros mais experientes e não por um único líder. 

O presbitério da Igreja Primitiva formava uma espécie de conselho ou assembléia que deliberava junto com os apóstolos, sobre assuntos doutrinários, éticos e administrativos da Igreja. (At 15.2,6,9-11; At 16.4). Eles faziam o papel exercido hoje pelos pastores e evangelistas nas convenções, no caso das Assembléias de Deus. 

Conforme vimos na lição 09, quando tratamos do ministério pastoral, há três tipos de administração eclesiástica: Episcopal, presbiteriana e congregacional. Cada uma delas tem as suas particularidades e o papel do presbítero é diferente em cada uma delas. Já falamos disso na lição 09 e eu vou apenas trazer um pequeno resumo, para compreendermos melhor o assunto: 

a. Presbiteriano. O governo da Igreja é exercido através do presbitério. Os presbíteros se reúnem e tomam as decisões. Nessa forma de governo, o pastor é apenas um líder espiritual, que cuida da oração, ensino da Palavra de Deus e visitas. Este é o modelo das Igrejas Presbiterianas.

b. Episcopal ou assembleiano. O governo da Igreja é exercido através de bispos ou pastores. Nessa forma de governo, os pastores ou bispos são tanto líderes espirituais como administradores da Igreja. Este é o modelo da Assembléia de Deus.

c. Congregacional. O governo da Igreja é exercido pelos membros da Igreja, através de uma equipe ou junta administrativa, escolhida pelos membros. Este é o modelo das Igrejas Batistas. 


Segundo o Pr. Isael de Araújo, em seu livro Dicionário Movimento Pentecostal, publicado pela CPAD, inicialmente as Assembléias de Deus adotaram um sistema de governo eclesiástico intermediário, semelhante ao presbiteriano. Não admitiam hierarquia, nem um episcopado formal. Entendiam que a função de bispo e pastor era a mesma e o cargo de presbítero era o de um auxiliar do pastor. Entretanto, em algumas regiões, o presbítero exercia um cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Estabeleceram, então, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).

O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial, que é responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. 

É importante destacar que a Assembléia de Deus é uma denominação plural, cujo modelo de administração varia muito de um ministério para outro, ou de um estado para outro. Até no mesmo estado, muda de um campo eclesiástico para outro, onde os pastores de campo são presidentes. Por exemplo, no campo do Belenzinho, na Grande São Paulo, presidido pelo Pr. José Wellington, tem diferenças funcionais em relação a outros campos do interior, onde há outros presidentes. Estas diferenças, no entanto, não são doutrinárias, apenas administrativas. 

O presbítero deve seguir as diretrizes da denominação que ele faz parte, para não gerar conflitos. Exceto se as normas da sua denominação contrariarem as doutrinas bíblicas. Nesse caso, o obreiro deve ficar sempre ao lado da Palavra de Deus. 


3. A valorização do presbitério. Paulo disse que “os presbíteros que presidem devem ser estimados e dignos de duplicada honra” (1Tm 5.17). Algumas versões traduzem a palavra “presidem” neste texto, por “governam”. Isso mostra que os presbíteros eram os administradores das Igrejas. Infelizmente, muitos ministérios não valorizam o papel do presbitério da Igreja. Eu já ouvi pessoas dizerem que presbítero não é pastor, é apenas “dirigente” da congregação. Ora, se o obreiro lidera a congregação, sendo o responsável por doutrinar, visitar, cuidar e proteger o rebanho, como dizer que não é pastor? Alguns chegam ao cúmulo de falar que a pessoa é um “presbítero com ação pastoral!” Ora, todo presbítero tem ação pastoral! A Bíblia recomenda aos presbíteros e bispos que “pastoreiem” ou “apascentem” o rebanho de Deus.

Esta subestimação do presbitério é proposital, por parte de pessoas que se acham donos da Igreja e não querem que ninguém interfira nas suas sanhas autoritárias: Quem manda aqui sou eu! O pastor aqui sou eu! Quem não estiver satisfeito pode sair e coisas do tipo. Mas, o modelo bíblico de administrar a Igreja nunca foi assim. 


Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS: 
(ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, pp.715,16).

LIÇÕES BÍBLICAS. CPAD, 2° Trimestre de 2021.

ENSINADOR CRISTÃO. CPAD, 2° Trimestre de 2021.


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