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16 junho 2021

A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS


Neste segundo tópico, veremos  como se deu a instituição do ministério do diácono, em Atos 6.  Falaremos sobre o conceito inicial da função dos diáconos; sobre o problema que deu origem ao diaconato; e sobre a forma que foram escolhidos pelos apóstolos. 

1. O conceito da função. No tópico anterior vimos os conceitos de diakonia, que é a prestação de serviço voluntário em prol da comunidade; e “doulos”, que significa um “escravo”, ou um “serviçal”. Aqui, o comentarista praticamente repete os mesmos conceitos, falando sobre as funções de diácono e servo, respectivamente, “diakonos” e “doulos”. O diácono, portanto, é um ministro, servo ou assistente de alguém. Na Igreja Primitiva não havia templos e os cultos eram realizados nas casas. Por isso, a função dos diáconos não estava ligada à liturgia dos cultos. Era totalmente voltada para a assistência aos necessitados, conforme veremos no próximo tópico. 

2. Origem do diaconato. Logo nos primeiros anos da Igreja Cristã, surgiu entre eles a prática voluntária, de que aqueles que possuíssem mais de uma propriedade, vendê-la e trazer o dinheiro aos apóstolos para distribuir aos pobres. Porém, com o crescimento rápido do número de crentes, os apóstolos e anciãos não conseguiam dar conta da demanda e gerou insatisfação. A instituição do diaconato teve origem em três fatores: Um bênção, um problema e uma reivindicação:

a. A bênção. O crescimento numérico extraordinário no início da Igreja. Certamente é uma bênção ver multidões se rendendo a Cristo. Até os anjos fazem festa no Céu, quando isso acontece. 

b. O problema. Os apóstolos e anciãos não estavam dando conta de cuidar da assistência social aos necessitados e houve acepção de pessoas na distribuição dos donativos. É sempre um problema, a liderança da Igreja querer centralizar tudo em si mesmo e não dá autonomia para os departamentos trabalharem. 

c. A reivindicação. Os cristãos helenistas [judeus de fala grega] se manifestaram, cobrando equidade no atendimento às viúvas. Esta reivindicação era justa, pois, não se pode admitir a acepção de pessoas, privilégios e apadrinhamentos na Igreja. Deus não faz acepção de pessoas. (At 10.34; Rm 2.11). E nós também não podemos fazê-lo (Tg 2.11). 

3. A escolha dos diáconos. Diante da reclamação dos cristãos de fala grega, os apóstolos dirigidos pelo Espírito Santo, tomaram uma decisão muito importante: resolveram separar sete homens para para cuidarem da assistência aos necessitados. Esta escolha deu-se nas seguintes condições:

a. A Igreja deveria escolher os diáconos. Os apóstolos apenas confirmariam a escolha através da imposição de mãos. Ninguém melhor do que os próprios membros da Igreja para conhecer a reputação dos candidatos ao diaconato.

b. O número de pessoas escolhidas deveria ser sete. Não se sabe ao certo porque deveria ser sete pessoas. Há várias teses sobre isso. As três principais são: 

1. Sete seria uma representação equitativa das comunidades hebraicas, helênicas e prosélitos.

2. Sete seria uma referência aos ministérios do Espírito Santo mencionados em Isaías 11.2: Espírito do Senhor, de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de conhecimento e de temor.

3. Sete, no pensamento dos judeus, significa plenitude e perfeição espiritual, tipificando santidade e santificação.

c. Deveriam ser homens. Muitos insistem na idéia de diaconisa. Mas, na Bíblia não existe isso e aqui seria uma boa oportunidade para os apóstolos escolherem diaconisas, mas, eles falaram para escolher “sete varões”. Paulo também falou em 1 Timóteo 3.12, que o diácono deve ser “marido de uma mulher”. Para ser marido de uma mulher, evidentemente deve ser homem. 

d. Deveriam ter boa reputação. Conforme estudamos nas lições sobre o ministério pastoral e sobre os presbíteros, a reputação é muito importante para se ter credibilidade.  Como disse o imperador Júlio César: “à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”. Os diáconos iriam cuidar dos recursos da Igreja e distribuí-los aos necessitados. Logo, não poderia pairar nenhuma dúvida sobre a honestidade deles. 

e. Deveriam ser cheios do Espírito Santo. Esta expressão é uma referência ao batismo no Espírito Santo. Os diáconos devem ser revestidos de poder para exercerem a sua função com ousadia, coragem e temor a Deus. 

f. Deveriam ser cheio de Sabedoria. Na assistência social da Igreja é necessário ter sabedoria e discernimento, pois, é preciso ser justo e não ser enganado por espertalhões. 


Veremos mais sobre o perfil e as qualificações dos diáconos no próximo tópico. 


Pb. Weliano Pires

15 junho 2021

A DIACONIA DE JESUS CRISTO


Como em todos os outros ministérios, Jesus Cristo é o nosso modelo também no diaconato. O seu estilo de vida era diaconal em todos os sentidos, pois, Ele veio a este mundo não para ser servido e sim para servir. Jesus foi o “apóstolo da nossa confissão” (Hb 3.1); o profeta que havia de vir ao mundo (Lc 24.19); o grande evangelista (Lc 4.18,19); o bom pastor (Jo 10.10); o mestre por excelência (Mt 7.29); e, principalmente, diácono por excelência. “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mt 20.28).

1. Significado do termo. Na cultura grega, a palavra “diakonia” significa um serviço voluntário, prestado por alguém para a sua comunidade. Segundo o dicionário bíblico de Strong, a palavra diácono (diákonos) significa literalmente, “levantar rapidamente”. Essa palavra era usada para descrever um servo que, rapidamente, atendia a um trabalho. No Novo Testamento, a palavra aplica-se àquele que executa os comandos ou ordens de uma força ou autoridade maior. 

2. Serviço de escravo. Vimos que a diakonia é um serviço voluntário, feito por alguém que se dispõe a servir à comunidade. Há também outra palavra grega, usada para se referir à função de servir, que é “doulos”. Esta palavra significa um “escravo”, “servo”, ou “homem de condição servil”. Em sentido figurado, é alguém que se rende à vontade de outro. São aqueles, cujo serviço é aceito por Cristo, para estender e avançar a sua causa entre os homens. 

No Antigo Testamento, a expressão “Servo do Senhor”, do hebraico “Ebed Yahweh”, foi usada de forma profética de modo a apontar para o ministério do Senhor Jesus Cristo. O profeta Isaías usa esta expressão para se referir ao Messias como o Servo do Senhor. (Is 42.1-7). Isso demonstra que, mesmo sendo Deus, Jesus assumiu a posição de escravo, nasceu como ser humano e veio para servir e doar-se (Fp 2.7-9).

Em várias ocasiões, Jesus fez serviços que eram de escravos, como no caso de lavar os pés dos discípulos (Jo 13.4-16) e servir a ceia (Mt 26.26-29). Estas duas funções eram tarefas executadas pelos escravos. Os viajantes naquela época viajavam vários dias e até meses a pé. Quando chegavam nas casas dos ricos, estes davam ordens para que os escravos lhes lavassem os pés empoeirados. Por isso, é compreensível a relutância de Pedro para que Jesus não lavasse os seus pés. (Jo 13.6-8). As refeições também eram servidas pelos escravos aos seus senhores e não o contrário. 

Paulo, Pedro, Tiago, Judas e João também usaram a palavra "doulos" para se identificarem em suas epístolas. (Rm 1.1; 2 Pe 1.1; Jd 1.1; Tg 1.1; Ap 1.1). Paulo tinha várias credenciais: poliglota, fariseu, doutor da lei, conhecedor da filosofia grega, cidadão romano, apóstolo, missionário, etc. Mas, identificava-se como Paulo, servo (escravo) de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo. Pedro era um dos três apóstolos mais próximos de Jesus, ao lado de Tiago e João. Andaram com o Mestre e participaram de momentos especiais ao seu lado, como a Transfiguração e a ressurreição da Filha de Jairo. Mas, quando ele escreve a sua segunda epístola, identifica-se como Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo. Tiago e Judas eram irmãos de Jesus, que se converteram após a sua ressurreição. Cresceram junto com Ele. Mas, se identificaram em suas epístolas como “servos de Jesus Cristo”. O apóstolo João também era muito próximo de Jesus, conhecido como “o discípulo a quem Jesus amava”. Ele também se identifica no Livro de Apocalipse, como “o seu servo João" [de Cristo]. 

Algumas pessoas se colocam apenas na condição de filhos de Deus e arrogantemente, passam a exigir "direitos". De fato, nós somos filhos de Deus. Mas, todos nós éramos escravos do pecado. Cristo nos comprou com o seu sangue e passamos a ser escravos dele. Por seu infinito amor, Ele nos adotou como filhos de Deus. Então, não temos direito algum diante de Deus e sim, privilégios que Ele nos concedeu em Cristo. 

3. O discípulo é um serviçal. A proposta de Jesus é diferente daquilo que o mundo e o diabo oferecem. Jesus nunca ofereceu lugar de destaque aos seus discípulos. Quem ofereceu os reinos deste mundo em troca de adoração foi satanás e não Jesus. “Tudo isso te darei, se prostrado me adorares.” (Mt 4.9). 

Jesus disse que Ele veio a este mundo para servir e dar a sua vida para nos resgatar. Ele disse também que o maior entre nós será o serviçal. Mc 10.43-45). Sendo assim, nós os discípulos do Senhor, devemos ter a consciência de que somos escravos do Senhor, embora Ele nos considere como filhos. Como escravo que ganhou liberdade, devemos servi-lo com toda dedicação e gratidão e também servir ao próximo, sem esperar nada em troca, como Ele fez. 


Pb. Weliano Pires


A PAZ NO PLANO DE DEUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 08:  A promessa de paz) Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos da paz no plano de Deus. Inicialme...