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05 março 2022

O LIVRO DO APOCALIPSE

(Comentário do 3º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança) 


Neste último tópico, falaremos sobre o último livro da Bíblia e único livro profético do Novo Testamento, que é o Apocalipse. O imperador Domiciano empreendeu uma perseguição cruel contra os cristãos, no final do primeiro século da era cristã. O apóstolo João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus, que era considerado o discípulo a quem Jesus amava, foi exilado na Ilha de Patmos e lá recebeu a revelação do Cristo ressurreto e glorificado. O Senhor lhe mandou escrever sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. 


1- Autoria, propósito e destinatários. A palavra grega “apokalypsis” é uma combinação de “apo” (da parte de) e “kalupto” (encobrir) e tem o sentido de “revelar algo que estava encoberto”. É exatamente isso que o livro traz: as revelações especiais de Jesus Cristo sobre as coisas futuras, que em breve irão acontecer. Muitas delas já se cumpriram, outras estão se cumprindo e outras se cumprirão após o arrebatamento da Igreja. 

A palavra grega “Apokalypsis” aparece também em outros textos do Novo Testamento: “Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar [Apokalypsis] ” (Lc 17.30); “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada [Apokalypsis].” (Rm 8.18); “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar [Apokalypsis] o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder”. (2 Ts 1.7); “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação [Apokalypsis]  de Jesus Cristo”. (1 Pe 1.13)  

O autor do livro do Apocalipse é identificado no prefácio do livro: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. (Ap 1.4). 

O propósito do livro também está revelado no primeiro capítulo: “...para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.” (Ap 1.1). 

Os destinatários originais do livro são as sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). Mas, não é apenas para eles. Os assuntos tratados no Livro do Apocalipse envolvem a Igreja em todas as épocas. O Apocalipse fala do governo do Anticristo e dos horrores da Grande Tribulação; da batalha entre Cristo e os exércitos do Anticristo; do reino Milenial de Cristo; do juízo final; e a eternidade. O livro encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus.    


2- Uma mensagem de esperança.  Logo no início do Livro, o Senhor mandou que João escrevesse o registro do passado, presente e futuro. No passado, João testificou da Palavra de Deus (Ap 1.2). No presente, todos devem guardar as palavras da profecia (Ap 1.3,22.14). E, no futuro, irá se cumprir a esperança da volta de Jesus (Ap 1.7). 

No contexto em que foi escrito o Apocalipse, os cristãos sofriam os horrores da perseguição cruel e insana do Imperador Domiciano. Este imperador era um megalomaníaco, que se considerava um deus. Em sua insanidade e soberba, Domiciano decretou o culto ao imperador, levando-o a consequências terríveis, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Instituiu o chamado culto à “Família dos Flávios”, que seria a encarnação da família do imperador. Domiciano exigia ser chamado de “senhor” e “deus”. Chamava o próprio leito de “leito de um deus”. As suas festividades eram chamadas de “banquetes sagrados”. Até os peixes servidos nestas festas eram considerados sagrados. 

Evidentemente, os cristãos não iriam se submeter a isso, pois, seria idolatria e traição ao Seu Deus. Por isso foram barbaramente perseguidos, torturados e mortos. Domiciano não perseguia apenas os cristãos. Ele mandou executar também políticos, intelectuais e até membros da própria família que parecessem desleais às suas loucuras. 

Neste contexto, os cristãos esperavam que Cristo voltaria naqueles dias para pôr fim aos horrores das perseguições que eles sofriam. Por isso, o Livro do Apocalipse, que revelava de forma simbólica e enigmática os futuros acontecimentos, com o triunfo de Cristo e do seu povo sobre os poderes do mal, representava uma mensagem acalentadora de esperança. O Apocalipse é a conclusão das Escrituras, assim como o Gênesis é o começo, onde o homem fracassou pelo pecado. O livro apresenta as últimas coisas, onde aparece o homem salvo e triunfante em Cristo.

REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 5070-5072.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 6. págs. 354; 3557-3558.   

PAIXÃO, Waldemar Pereira. Apocalipse, a Revelação Final. Editora Kairos. 1 edição 2009. pag. 11-16.    

LOPES. Hernandes Dias. Apocalipse: o Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer. Editora Hagnos. 1 Ed. 2005.    

HORTON. Stanley. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse. As coisas que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7ª Edição 2011.   


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Pb. Weliano Pires


04 março 2022

OS PROFETAS MENORES


(Comentário do 2º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança) 


Os profetas menores são assim chamados, como já falamos, devido ao tamanho dos seus livros. Nas Escrituras Hebraicas eles formam um único livro, chamado de "Os Doze". Na Septuaginta são chamados de "Dodekapropheton", que significa "Os Doze profetas". Para efeitos didáticos, o nosso comentarista dividiu-os em três grupos: profetas do Reino do Norte, Profetas pré-exílio e Profetas pós-exílio. Depois fala sobre os demais profetas menores que profetizaram contra outras nações, como Jonas, Obadias e Naum. 


1- Os profetas do Reino do Norte. Entre os profetas menores, apenas dois profetizaram no Reino do Norte: Oséias e Amós. Estes dois profetas denunciaram os pecados do Reino do Norte, advertindo o povo para que se arrependesse, senão viria o cativeiro. Infelizmente não foram ouvidos. Veio o cativeiro da Assíria, o povo do Reino do Norte foi levado para fora da sua terra e não retornou mais. 

a. Oséias. O nome Oséias significa "salvação''. É parecido com os nomes de Josué e de Jesus, respectivamente Yehoshua e Yeshua em hebraico, mas estes significam “Yahweh é Salvação”. O profeta Oseias era filho de Beeri e profetizou no Reino do Norte, durante o reinado de Jeroboão II. No primeiro versículo são mencionados três reis de Judá e apenas um de Israel: “Uzias, Jotão, Acaz Ezequias, reis de Judá, e Jeroboão II, rei de Israel” (Os 1.1). Este fato faz alguns a sugerirem que Oséias tenha exercido o seu ministério profético no Reino do Norte e escreveu o seu Livro no Reino do Sul, embora a sua mensagem seja para o Reino do Norte. 

Oséias profetizou em um tempo de paz e prosperidade econômica no Reino do Norte, porém, era uma época de grande infidelidade a Deus, devassidão moral e  apostasia generalizada. Oséias denunciou em seu livro, as alianças com o Egito e a Assíria (Os 5.13; 7.11; 8.9; 12.1; 14.3); Condenou a idolatria (Os 10.5), a prostituição (Os 6.10), a luxúria (Os 4.10), os homicídios, roubos, enganos e opressão aos pobres (Os 5.2; 7.1; 12.7). Denunciou também os pecados dos sacerdotes que aceitavam suborno do povo (Os 6.9).

Para ilustrar a sua mensagem, Deus ordenou a Oséias que se casasse com uma prostituta chamada Gômer e tivesse filhos com ela (Os 1.2). Este casamento com uma mulher infiel era um símbolo da infidelidade de Israel a Deus. Os filhos deste casamento receberam, por ordem de Deus, os seguintes nomes, com os seus respectivos significados: 

  • Jezreel: Simbolizando que a dinastia de Jeú haveria de ser completamente destruída; 

  • Lo-Ruama:  Significa “a quem não se demonstrou misericórdia”. Era uma profecia sobre o cativeiro assírio; 

  • Lo-Ami: Significa “não meu povo”. Indica a rejeição temporária de Israel (cf. Rom. 11.1-24); 

  • Ami: Significa “meu povo”. Aponta para a restauração final da nação de Israel no Milênio. (cf. Rom. 11.25,26).

Apesar da mensagem de Oséias ser de denúncia do pecado e ameaças de um cativeiro iminente, temos também as promessas de Deus de um futuro glorioso para os remanescentes fiéis. Esta promessa incluía perdoar o seu povo, renovar a Aliança e derramar bênçãos abundantes sobre eles (Os 1.10,11; 2.1-23; 14.1-7).

b. Amós. Amós era natural de Tecoa, uma aldeia que ficava a cerca de 15 quilômetros ao sul de Jerusalém. O período do seu ministério foi o mesmo de Oséias e ele foi contemporâneo também dos profetas Jonas, Isaías e Miquéias. Amós não era filho de profeta e não passou pela escola de profetas. Era cuidador de bois e agricultor, nas palavras dele, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14). Sicômoro era uma espécie de figos silvestres, que servia de comida aos pobres. Foi chamado por Deus para profetizar em Betel, onde ficava o centro religioso do Reino do Norte (Am 4.4). Foi ali que o primeiro Jeroboão construiu altares, bezerro de ouro, constituiu sacerdotes e instituiu a idolatria no Reino do Norte (1 Rs 12.28-33). Em Betel, Amós enfrentou a oposição ferrenha do sacerdote Amazias que era ligado ao rei Jeroboão II (7.10-16). 

A primeira coisa que o livro de Amós nos mostra é que Deus chama quem Ele quer para exercer o ministério. Amós não tinha tradição de profeta, não era sacerdote, nem escriba. Era um homem simples, de origem humilde, de um vocabulário limitado, que lidava com bois e plantio de sicômoros. Além disso, era natural do Reino do Sul e foi enviado para profetizar no Reino do Norte. Mas Deus o chamou para ser profeta de uma nação que parecia próspera e bem-sucedida. 

Amós profetizou contra a idolatria e denunciou as injustiças sociais ea violência, no próspero reinado de Jeroboão II. Profetizou também o castigo para os pecadores que insistiam em viver no pecado. O livro de Amós é considerado “O livro da justiça de Deus”, pois ele mostra aos religiosos, a necessidade de se incluir na adoração a justiça e retidão. A profecia de Amós ataca direta e corajosamente as instituições de Israel e confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. 

Assim como Oséias, Amós também encerra o seu livro com a promessa de um futuro glorioso para Israel. (Am 9.11-15). Infelizmente a nação rejeitou as suas advertências e as ameaças de cativeiro se cumpriram 50 anos depois. Mas a promessa da restauração de Israel continua e se cumprirá plenamente no Reino Milenial de Cristo.  


 2- Os profetas Pré-exílio. Dos profetas menores, quatro profetizaram em Judá, no período que antecedeu o cativeiro Babilônico: Joel, Miquéias, Habacuque e Sofonias. Todos eles condenaram o pecado e anunciaram o juízo emitente. Mas, destacaram também a misericórdia divina e promessas de restauração do seu povo. 

a. Joel. O nome Joel significa “Yahweh é Deus”. Temos pouca informação sobre a vida pessoal do profeta. Sabemos apenas que ele profetizou em Judá, por volta do ano 835 a.C., durante o reinado de Joás (2 Cr 22–24). Pelo contexto histórico do é possível que Joel tenha conhecido Elias na sua infância e tenha sido contemporâneo de Eliseu. 

O livro de Joel foi escrito em forma de poema profético. Joel profetizou logo após a devastadora praga de gafanhotos que havia assolado a Palestina (1.1-2.27). Em seguida conclama o povo ao arrependimento, antes que seja tarde demais. Depois ele fala de eventos do fim dos tempos (2.28; 3.21), com ameaças e promessas. O principal evento escatológico do livro é o derramamento do Espírito Santo, cujo cumprimento foi citado por Pedro no Dia de Pentecostes  (At 2.15-21). 

b. Miquéias. O nome de Miquéias significa “Quem é como Yahweh?”. Na Septuaginta o seu nome é Michaías. Era um profeta de origem humilde, natural da cidade de Moreste-Cate (Mq 1.1,14; Jr 26.18), localizada a aproximadamente 40 quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Miquéias profetizou durante os reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (Mq 1.1). Portanto, entre 735 a.C. e 710 a.C. 

O tema principal de Miquéias é a ira divina contra os pecados de Samaria e de Jerusalém. Miquéias profetizou  contra a idolatria e denunciou a opressão aos pobres e o colapso da justiça nacional (Mq 1.5; 2.1,2; 3.9-11). Denunciou também a falsa espiritualidade, anunciou a destruição de Jerusalém pelos babilônicos e a restauração de Israel (Mq 3.12; 4.10). Profetizou também que o nascimento do Messias seria em Belém (Mq 5.2; Mt 2.1,4-6). Foi citado pelo Senhor Jesus (Mq 7.6; Mt 10.35,36). 


c. Habacuque. O nome Habacuque significa “aquele que abraça” e no final da sua profecia o nome faz sentido, pois, o profeta se apegou a Deus. Não temos informações no livro ou em outra parte da Bíblia sobre a pessoa do profeta. O livro o identifica apenas como “o profeta Habacuque”. Isso pode ser um indicativo de que ele era bem conhecido. As referências ao templo (Hc 2.20) e a oração em forma de canto no capítulo 3, com referência ao cantor-mor e instrumentos musicais, são indicativos de que Habacuque deve ter sido um levita e cantor do templo. Habacuque iniciou seu ministério por volta do ano 609 a.C., no governo de Jeoaquim, rei de Judá (2 Rs 23.30-34) e profetizou durante os últimos momentos do império da Assíria e início da ascensão da Babilônia. Foi contemporâneo de Jeremias, Ezequiel, Daniel e Sofonias. 

O livro de Habacuque começa com a perplexidade do profeta diante da violência e iniquidade que presenciava. Diante disso, ele clama a Deus com várias perguntas, questionando porque Deus não o responde e por que Deus permitia que os ímpios (Caldeus) punissem ao povo de Israel (Hc 1.4-6). No capítulo 2, o Senhor lhe responde e diz: “Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.” (Hc 2.2). O Senhor lhe mostra que o povo de  Judá não é justo e merece a punição. No capítulo 3, Habacuque faz uma oração em forma de canto, suplicando a misericórdia do Senhor,  louvando-o por seu poder e demonstrando a sua confiança em Deus em qualquer circunstância. O versículo chave de Habacuque é: “O justo viverá pela sua fé (fidelidade)”. (Hc 2.4).

d. Sofonias. O nome Sofonias significa “O Senhor esconde”. O livro inicia relatando a sua genealogia, chegando ao rei Ezequias: “Palavra do Senhor vinda a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.” (Sf 1.1). Portanto, ele era tetraneto do rei Ezequias e profetizou durante o reinado do rei Josias. 

Em seu Livro, Sofonias denuncia os pecados dos moradores de Judá (Sf 1.4) e dos príncipes (Sf 1.8) e anuncia a destruição que viria no “grande dia do Senhor” (Sf 1.14). A sua profecia condena o culto a Baal, a prática da astrologia, a profanação dos sacerdotes e a conduta enganosa e violenta da família real. O anúncio das destruições no “dia do Senhor” é visto também como uma referência aos acontecimentos apocalípticos dos últimos dias. (Sf 1.4-18 e 2.4-15).

Há também em Sofonias, o propósito de despertar os remanescentes para que se voltassem para Deus, para que fossem salvos da destruição que viria no dia do Senhor (Sf 2.1-3) e desfrutar as bênçãos do reino de Deus (Sf 3.8-20).


3- Os profetas pós-exílio.  Três profetas profetizaram após o cativeiro de Judá: Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes profetas profetizaram logo após o retorno do cativeiro, quando o povo estava desanimado e indiferente às coisas do Senhor. 

a. Ageu. O nome Ageu significa “festivo”, provavelmente por ter nascido em um dia de festa. Não temos informações sobre ele na Bíblia. O seu nome aparece nove vezes em seu próprio livro e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. O seu chamado se deu a cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (Ag 1.1; Zc 1.1). Assim como Habacuque, Ageu identifica-se apenas como o “profeta Ageu”, num indicativo de que era bem conhecido. É provável que Ageu tenha nascido na Babilônia e era criança, na época do decreto do imperador 

Ciro, que autorizou a volta dos judeus à sua terra, pois não foi citado antes de 520 a.C.

Em 539 a.C, o imperador Ciro baixou um decreto que pôs fim ao cativeiro dos judeus e os primeiros judeus retornaram do cativeiro e iniciaram a reconstrução do templo. Porém, após a morte de Ciro, o seu filho Cambises deu ouvidos às acusações dos inimigos dos judeus e embargou a obra (Ed 4.23). Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono e autorizou a retomada da obra, que estava parada há 17 anos. Entretanto, o povo mostrava-se desinteressado e indiferente. Cada um queria cuidar da própria vida. 

Ageu foi usado por Deus para despertar e convencer o governador Zorobabel, o sacerdote Josué e os líderes do povo, para terminarem a reconstrução do templo (Ag 1.2-9; 2.2,4). O profeta falou sobre a crise econômica que o povo atravessava e disse que aquilo era porque a casa de Deus estava deserta. Eles trabalhavam, colhiam, mas era insuficiente. Era como se colocassem dinheiro em um saco furado. Deus prometeu que iria providenciar os recursos necessários à obra e que “a glória desta última casa seria maior que a da primeira”. (Ag 2.9). O povo deu ouvidos a Ageu. O Espírito Santo trouxe um verdadeiro avivamento e o templo foi concluído em 516 a.C. O livro termina com uma mensagem de esperança. Deus promete abalar céus e terra para abençoar o seu povo, e, numa referência a Cristo, estabelecer o seu Reino para sempre (Ag 2.21-23).

b. Zacarias. O nome Zacarias significa “Yahweh lembra”. O seu avô, Ido (1.1), era sacerdote e veio do exílio à Jerusalém no grupo liderado por Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque (Ne 12.1-4). Portanto, Zacarias era de uma família sacerdotal, assim como Jeremias (Jr 1.1) e Ezequiel (Ez 1.3). É provável que o seu pai, Baraquias, tenha falecido quando ele ainda era criança e Zacarias fora criado por seu avô, pois Esdras, o chama apenas de “filho de Ido” (Ed 5.1). Zacarias foi contemporâneo de Ageu, mas o seu ministério profético  foi mais extenso, pois ele menciona os oráculos entregues dois anos após o seu chamado (7.1).

Zacarias, assim como Ageu, também exortou o povo a retomar a construção do templo. Mas, o seu livro é mais escatológico. O contexto histórico é o mesmo do livro de Ageu. Entretanto, a mensagem de Ageu era mais imediata, focando nos problemas que o povo passava naquele momento. Zacarias, por sua vez, profetiza para um futuro mais amplo e remoto. 

O propósito imediato das revelações escatológicas dadas por Deus a Zacarias era também responder a um estado pelo qual o povo de sua época passava, a fim de consolar e animar os judeus em seu estado calamitoso pós-exílio. Zacarias trata também da questão do jejum, exortando ao povo de que o jejum não é apenas a abstinência de alimentos e precisa está acompanhado da bondade e justiça para com o próximo (Zc 7.9-11).

Deus queria que o povo se reerguesse, pois no futuro a nação israelita seria totalmente restaurada e seria a sede do governo messiânico (Zc 2.10-13). O tema central do livro de Zacarias, enfatizado nos últimos capítulos, é o Messias. Zacarias teve oito visões que tratam da restauração de Israel e da vinda de tempos de prosperidade para o seu povo. Estas visões se referem ao futuro, em que o “Servo de Deus” (Jesus Cristo), haverá de reinar.

c. Malaquias. O nome Malaquias em hebraic é mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta o traduz por “angelo sou” que significa  “seu mensageiro, seu anjo”. Alguns sugerem que não se trata de um nome próprio e apenas de uma designação de que ele era um mensageiro de Deus. Entretanto, nenhum dos doze profetas menores são anônimos. Portanto, não há razão para pensarmos que Malaquias seria diferente. Não temos informações no livro sobre as origens do profeta, nem o reinado em que ele profetizou. Entretanto, as evidências internas como a expressão “governador” (heb pehah) (Ml 1.8) e o seu equivalente na língua persa (tirsata),  foram aplicadas a Neemias (Ne 7.65). A indiferença religiosa, com a frouxidão moral dos levitas e o divórcio e casamento com mulheres estrangeiras também são características da época de Neemias. 

O livro de Malaquias tem apenas quatro capítulos, com perguntas retóricas, condenando a formalidade religiosa, a prática da corrupção generalizada entre sacerdotes e escribas e o despertamento da nação de Judá. Malaquias faz duras críticas aos que não honram a Deus como Pai e desprezam os sacrifícios oferecendo-os de forma profana e com indiferença. Critica também o divórcio e os casamentos mistos e fala sobre a infidelidade nos dízimos e ofertas. Por último, Malaquias conclui com as profecias referentes ao Dia do Senhor (4.1-6), que inclui ameaças aos  arrogantes e malfeitores (Ml 4.1); um dia de triunfo para os justos (Ml 4.2,3); e a restauração dos relacionamentos entre pais e filhos e entre o povo de Deus (Ml 4.4-6).


4- Os demais profetas. Os três profetas menores restantes: Jonas, Obadias e Naum, profetizaram contra os assírios e os edomitas. 

a. Jonas. O nome “Jonas” em hebraico é “yonah” e significa “pomba”. Jonas  é apresentado em seu livro apenas como filho de Amitai (1.1). Ele também é mencionado em partes bíblicas como um profeta do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, da tribo de Zebulom, que viveu na época de Jeroboão II (2 Rs 14.23-25). 

Jonas foi enviado por Deus à grande cidade de Nínive, capital da Assíria (Jn 1.2), com uma mensagem de destruição, por causa da maldade extrema daquele povo (Jn 1.3). Entretanto, inicialmente Jonas não quis ir, pois pensou consigo que o povo iria se arrepender e Deus, sendo misericordioso, não iria destruí-los. É bem provável que Jonas desejasse a destruição dos assírios, que eram cruéis inimigos do povo de Israel. Os assírios torturavam barbaramente os seus inimigos, ao ponto de empalar os homens, jogar bebês para cima e apará-los com a espada e abrir o ventre de mulheres grávidas vivas. 

O profeta, então, resolveu pegar um navio para Társis e ‘fugir da presença do Senhor’. Isso nos leva a crer que Jonas desconhecia a Onipresença de Deus. Mas Deus enviou uma grande tempestade na região em que ele navegava. Os marinheiros se desesperaram com a tempestade, lançando ao mar a carga para aliviar o navio e invocando os seus deuses. Jonas dormia profundamente no porão do navio e foi acordado pelos marinheiros, que indagaram sobre a sua origem e crença. O profeta, então declarou que era judeu e estava fugindo de Deus e que por isso, veio aquela tempestade. Orientou também os marinheiros para que o lançassem ao mar que a tempestade cessaria. E assim aconteceu. 

O Senhor enviou um grande peixe para que tragasse Jonas. No ventre do peixe, Jonas fez uma oração, confessando o seu pecado e pedindo a Deus que o livrasse, que ele iria cumprir a ordem de Deus. O peixe, então, vomitou a Jonas na terra seca. Pela segunda vez, Deus ordenou que Jonas que fosse a Nínive e pregasse a sua destruição. Desta vez Jonas foi e, por três dias, entregou a mensagem que Deus lhe mandou. Entretanto, esta mensagem chegou ao rei. O rei decretou um jejum geral, inclusive dos animais e ninivitas se arrependeram. Deus, então, se compadeceu deles e resolveu não destruí-los.  

Jonas ficou desgostoso porque Deus não destruiu a cidade e disse que queria morrer. Deus fez nascer uma aboboreira para que fizesse sombra onde Jonas estava e ele se alegrou novamente. Porém, no mesmo dia, Deus fez uma formiga ferir a raiz da planta e ela secou-se. Jonas novamente se entristeceu. Através deste episódio, Deus perguntou a Jonas: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais? (Jn 4.10,11). 

A mensagem do livro de Jonas continua atual. Deus continua se compadecendo dos mais terríveis pecadores e deseja salvá-los. Para isso, Ele envia os seus servos para que lhes preguem a mensagem de arrependimento para a salvação. Entretanto, muitos não querem ir. Alguns até desejam que Deus os destrua, por causa da maldade. 


b. Naum. O nome de Naum significa “consolação”. O livro não oferece informações sobre o profeta. A única informação sobre ele é “o elcosita”.  A localização da aldeia de Elcós é incerta, mas provavelmente ficava em Judá. Alguns estudiosos sugerem que ele era da região da Galiléia, pois, o nome de Cafarnaum significa “Aldeia de Naum’.  

A mensagem do Livro de Naum descreve o juízo de Deus contra a cidade de Nínive, pois Naum começa seu livro com a expressão “peso de Nínive”. Os assírios eram conhecidos por suas conquistas e pela crueldade com que tratavam os povos dominados. Com a mensagem do profeta Jonas, eles se arrependeram e atrasaram a sua destruição em 150 anos. Mas voltaram às mesmas maldades e a destruição foi inevitável. 

O livro tem apenas três capítulos. O primeiro fala das características da administração da Justiça de Deus (1.2-7), da ruína iminente de Nínive (1.8-11.14) e de um consolo para Judá (1.12,13,15). O segundo capítulo fala a respeito da queda de Nínive. O terceiro capítulo fala sobre as razões de Deus para a destruição de Nínive, 

c. Obadias. Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, contendo apenas um capítulo com vinte e um versículos. Nada sabemos sobre a pessoa do profeta Obadias, a não ser por tradições que falam sobre ele, que não são dignas de confiança.

O assunto do livro é a ira de Deus contra os edomitas, que eram os descendentes de Esaú. Os edomitas tinham se aliado a outras nações contra Judá e se alegram com a destruição de Jerusalém e com os sofrimentos terríveis causados pelo cativeiro babilônico. Além disso, ajudavam aos saqueadores, maltratavam e vendiam como escravos os judeus que fugiam. Os edomitas eram primos dos israelitas, pois eram filhos de Esaú, irmão de Jacó. Entretanto ao invés de ajudá-los, preparavam emboscadas, capturavam e entregavam os judeus fugitivos aos invasores. O livro se divide em três partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade (vv.10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv.15-21).



REFERÊNCIAS: 


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Editora CPAD. pág. 9-10; 17-18; 25-26; 32-33; 56-57; 73-75; 80-81; 88-89; 94-95;  105-107.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 3441; 3483-3484; 3505-3506; 3441; 3483-3484; 3537-3538; 3569-3570; 3631. 3645; 3659-3560; 3701-3702.        


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Pb. Weliano Pires


02 março 2022

OS PROFETAS MAIORES


(Comentário do 1º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança). 

O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus, por inspiração, revelação, ou visão para transmiti-la ao povo. O primeiro a ser chamado de profeta na Bíblia foi Abraão (Gn 20.7). No Novo Testamento descobrimos que o primeiro profeta foi Enoque, o sétimo depois de Adão, que viveu muito antes de Abraão (Jd 14). 

1- Os profetas e a profecia. Segundo o Dicionário Vine, publicado pela CPAD, a palavra grega usada para profecia é ‘propheteia’, que significa “descrição antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, quer do presente ou futuro.” (Gn 20.7; Ap 1.19 ). Os profetas no Antigo Testamento não eram adivinhos, ou apenas pessoas que previam o futuro, como muitos imaginam. O ministério profético consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. 

Em hebraico há três palavras usadas para se referir a profeta:

a. Nabi. Alguém que proclama uma mensagem recebida; um porta voz, mensageiro, ou anunciador. Esta palavra aparece mais de 300  vezes no Antigo Testamento. A palavra aparece também na forma feminina para se referir a Mirian, Hulda, Noadias e à esposa do Profeta Isaías. 

b. Chozeh. Significa uma pessoa que tem visões. É traduzida como vidente. Nos dias do profeta Samuel, os profetas eram chamados de “Chozeh” (vidente) e eram consultados, para saber a vontade de Deus, antes de tomar decisões.  

c. Roeh. Também significa vidente, com o sentido de alguém que faz previsões sobre o futuro.


Estas três palavras aparecem em 1 Crônicas 29.29: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente (roeh), e nas crônicas do profeta (nabi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente” (Chozen).


No antigo Testamento havia três tipos de profetas: 

a. Profetas literários ou canônicos. São os que deixaram as suas profecias escritas. 

b. Profetas não literários. São os que profetizaram, mas não escreveram, ou os seus escritos se perderam.

c. Profetas cúlticos. São aqueles cujas profecias estavam ligadas ao culto. (2 Cr 29.21-24). Em alguns salmos aparece esta categoria de profeta. 


O nosso estudo nesta lição se refere apenas aos profetas literários, denominados “profetas maiores” e “profetas menores”. Os profetas em Israel no período da monarquia eram pessoas que tinham acesso ao palácio e eram requisitados nas mais diversas situações para transmitir a Palavra de Deus. Em casos de reis ímpios, muitos deles foram perseguidos, presos e até mortos, quando a mensagem de Deus em sua boca denunciava e condenava as ações dos reis. 


2 - Os profetas Isaías e Jeremias. 

a. Isaías. O profeta Isaías, filho de Amós, profetizou no reino do Sul, durante quatro reinados: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1). O Seu nome significa “Salvação de Yahweh”. O seu livro contém 66 capítulos e o tema central é salvação. Isaías profetizou por cerca de 60 anos, entre os anos 740 e 680 a.C. Durante este período, houve dois acontecimentos marcantes: o Reino do Norte foi levado para o cativeiro da Assíria em 722 a.C. e Senaqueribe invadiu Judá em 701 a.C., fazendo duras ameaças ao rei Ezequias.

O alcance profético de Isaías é muito vasto. Isaías profetizou bem antes do cativeiro babilônico e profetizou sobre a queda da Babilônia e sobre o futuro de outros reinos do Oriente Médio. Profetizou também sobre o retorno dos Judeus do cativeiro, citando o imperador persa Ciro, cem anos antes do seu nascimento.

Isaías é chamado de profeta messiânico, pois, foi o que mais falou sobre a vinda  do Messias, sobre o seu nascimento virginal, os seus sofrimentos (Is 7.14); a sua descendência de Davi (11.1); os seus sofrimentos (53.4-9); e seu ministério de libertação (61).

b. Jeremias. O profeta Jeremias era sacerdote de Anatote e filho de Hilquias. Foi chamado por Deus, ainda muito jovem, para ser profeta, em 626 a.C. Profetizou no Reino do Sul, durante os reinados de Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, nos dias que antecederam o cativeiro e durante o cativeiro. Sofonias e Habacuque foram seus contemporâneos no início do ministério e Daniel no final.

O ministério durou cerca de quarenta anos. O seu nome significa “Yahweh estabelece”. É conhecido como o “profeta das lágrimas”, devido às suas lamentações pela dor do seu povo. Jeremias teve poucos amigos e enfrentou muitas lutas com falsos profetas, que entregavam mensagens de prosperidade, quando Deus falava de julgamento. Assim como Isaías, o ministério profético de Jeremias também foi muito abrangente, com profecias para várias nações. Jeremias também profetizou o retorno do cativeiro (Jr 50.19,20), a vinda do Messias como um renovo de Justiça (Jr 33.15) e escreveu o Livro de Lamentações descrevendo os horrores sofridos pelos judeus, quando os exércitos da Babilônia invadiram Jerusalém. São cinco poemas, onde os quatro primeiros são de tristeza e lamento e o quinto é uma oração com confissão de pecados e pedido de libertação e renovo.


Os profetas Isaías e Jeremias, não apenas profetizaram os julgamentos de Deus, mas anunciaram também o despertamento e a esperança. Isto nos mostra que Deus age com rigor contra os pecadores impenitentes, mas é misericordioso e compassivo e oferece esperança aos que se arrependem. 


3- Os profetas Ezequiel e Daniel. Os profetas Ezequiel e Daniel profetizaram durante o cativeiro babilônico, no exílio. Ezequiel era um sacerdote, que foi levado para o cativeiro e Daniel era um jovem membro da alta nobreza de Judá, provavelmente pertencente à família real. 

a. Ezequiel. O seu nome significa "sustentado por Deus". Era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado para a Babilônia por Nabucodonosor em 597 a.C. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado. A sua mensagem consistia em avisar ao povo da necessidade de arrependimento para a restauração e libertação do cativeiro.  Ezequiel teve várias visões de Deus, sobre a situação de Israel no cativeiro e no futuro, como a famosa visão do vale de ossos secos, descrita no capítulo 37. Era chamado por Deus de "Filho do homem", uma referência à sua identificação com o seu povo. Ezequiel profetizou a restauração de Israel (Ez 34.1-39.29); a vinda do Messias como pastor e rei Ez 34.23,24); e como fonte de águas vivas (Ez 47.1,2).

b. Daniel. O seu nome significa "Deus é meu juiz". Era um jovem que fazia parte dos nobres de Judá e foi levado para a Babilônia, a fim de ser ensinado na cultura e ciência dos caldeus, para servir ao Palácio de Nabucodonosor. Logo que chegou à Babilônia, Daniel se notabilizou por sua fé em Deus e conduta diferenciada, abatendo-se de qualquer contaminação no exílio. Foi usado por Deus na interpretação dos sonhos de Nabucodonosor e na leitura e interpretação da Escritura que apareceu na parede de Belsazar. 

Foi um dos três principais ministros do rei Dario e, por inveja dos seus companheiros, foi lançado na cova dos leões. Mas Deus o livrou da morte. Daniel estudou as profecias de Jeremias e entendeu que o cativeiro duraria 70 anos (Jr 25.11,12; 29.10). Ele, então, resolveu orar, reconhecendo o pecado do povo e pedindo misericórdia ao Senhor, com súplicas e jejuns. O Senhor respondeu a oração de Daniel e enviou o seu anjo para trazer-lhe as respostas. O inimigo se opôs ao anjo, tentando impedi-lo de responder ao profeta. Daniel continuou orando por 21 dias e Deus enviou o arcanjo Miguel para pelejar contra o inimigo e trazer a resposta a Daniel. Deus mostrou em visão a Daniel, as coisas que iriam acontecer, os impérios mundiais que iriam surgir, a vinda do Messias e fatos relacionados à Grande Tribulação e ao Milênio. O Livro de Daniel é considerado por estudiosos das profecias como “O Apocalipse do Antigo Testamento”. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 2780; 2984; 3197-3199; 3367-3368.    

SWIM, Roy E. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pág. 500.

ESCOBAR, Juan Carlos. Profetas e Visionários. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, pp.23,27).       



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Pb. Weliano Pires


05 fevereiro 2022

A BÍBLIA E A PRUDÊNCIA PARA A VIDA



(Comentário do 3⁰ tópico da LIÇÃO 6: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA)


Decisões e ações precipitadas, são a causa de muitos problemas. Casar com uma pessoa, fazer um negócio, mudar de cidade, trocar de emprego, fazer um empréstimo ou financiamento, sair da Igreja, etc., são coisas que muitas pessoas fazem sem pensar. Mas estas e outras decisões trazem consequências, muitas vezes irreversíveis para a vida toda. Por isso é necessário pensar antes de tomar decisões, avaliando sempre as consequências dos nossos atos. A Bíblia nos traz inúmeras recomendações neste sentido principalmente no Livro de Provérbios. 


1. O conceito de prudência. No Antigo Testamento, a prudência na Bíblia é usada em dois sentidos: 

a. No sentido positivo. É usada a palavra hebraica "arum", para se referir a uma pessoa sensata, prudente e cautelosa, que não reage às ofensas (Pv 12.16); não ostenta o próprio conhecimento (Pv 12.23); procura entender os seus caminhos (Pv 14.8); pensa cautelosamente antes de agir (Pv 14.15); e, por ter cautela, percebe os perigos à sua volta e evita-os (Pv 22.3).

b. No sentido negativo. A mesma palavra hebraica "arum" é usada para se referir à astúcia e sagacidade de uma pessoa, para enganar e levar outros à ruína. A Bíblia usa está palavra para descrever a serpente no Jardim do Éden: "Ora a serpente era a mais astuta [arum] de todos os animais do campo…" (Gn 3.1); também no Salmo 83, Asafe usa esta palavra para se referir às artimanhas dos inimigos de Israel: "Tomaram astuto conselho contra o teu povo” (Sl 83.3).

No Novo Testamento, a prudência é usada em sentido positivo, em referência à sensatez e sabedoria no agir (Mt 7.24); na cautela diante dos perigos (Mt 10.16) Na vigilância de um servo que aguarda a volta do seu senhor (Mt 24.45; Mt 25). Também é usada em sentido negativo, como presunção ou arrogância (Rm 11.25; 12.16). Em resumo, ser prudente é pensar bem antes de agir e fazer boas escolhas, para evitar consequências trágicas para si e para os outros. 


2. A prudência dos justos. Na profecia sobre o nascimento de João Batista, Lucas usa a palavra grega "phonesis",  para se referir ao modo de sentir e pensar: "...para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência [phonesis] dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto." (Lc 1.17). A ideia aqui é que a pregação de João Batista iria convencer os pecadores a pensar e agir corretamente, de acordo com os padrões de Deus. O Evangelho de Cristo produz renovação no entendimento das pessoas e, consequentemente, transformação dos seus atos (Rm 12.2). Por esta razão, devemos sempre pregar as verdades bíblicas ao povo. Se encontrar terreno fértil, a semente brotará e crescerá. 


3. Os benefícios da prudência. Conforme já dissemos anteriormente, quando a Bíblia proíbe alguma coisa é porque, em última análise, aquilo seria prejudicial à própria pessoa ou ao próximo. O contrário também é verdadeiro. Aquilo que a Bíblia recomenda, faz bem a nós mesmos e aos nossos semelhantes. A prudência é recomendada pela Bíblia e traz muitos benefícios aos que a praticam. 

3.1. Alguns benefícios de uma pessoa prudente, apresentados no Livro de Provérbios: 

a. Humildade para não exibir conhecimento (Pv 12.23). A pessoa prudente não é exibida e não se vangloria do próprio conhecimento. 

b. Não se precipita por afrontas (Pv 13.16). O prudente encobre as afrontas e não perde a serenidade. Isso o livra de brigas desnecessárias. 

c. Não é manipulado ou mal influenciado (Pv 14.15). O prudente não se deixa levar por palavras e presta atenção nas ações, para não ser manipulado. 

d. Boa reputação e alta posição (Pv 14.35). Os governantes sérios preferem pessoas prudentes em funções estratégicas, para não arrumar confusões desnecessárias. 

e. Aprendizado e a correção (Pv 15.5). Uma pessoa prudente tem humildade para receber instruções e repreensões. Com isso, aprende mais e não erra. 

f. Livramento de perigos (Pv 22.3). Uma pessoa prudente, através de soluções antecipadas, consegue escapar de muitos perigos. 

3.2. Nos Evangelhos também, o Senhor Jesus enfatizou as coisas importantes na vida de uma pessoa prudente:

a. Tem segurança diante das tempestades da vida (Mt 7-24). Conforme já vimos, a pessoa que ouve e pratica a Palavra de Deus prudente é comparada a quem constrói a sua casa em um fundamento sólido.

b. Procede com retidão e cumpre seus deveres com fidelidade (Mt 24.45). Jesus comparou os servos vigilantes com um servo prudente que faz tudo certo enquanto aguarda a volta do seu senhor, o qual será colocado como administrador dos  bens do patrão. 

c. Cuida da sua vida espiritual e mantém acesa a chama do Espírito (Mt 25.4). Jesus também comparou os seus servos vigilantes às virgens prudentes que aguardaram a vinda do noivo, tendo azeite reserva para manter as suas lâmpadas acesas, em uma possível demora do noivo. O azeite representa a presença do Espírito Santo na vida do crente.


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2606.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 537-538.    

LOPES, Hernandes Dias. Provérbios, Manual de sabedoria para a vida. Editora Hagnos. pág. 252-253. 

LOPES, Hernandes Dias. EFÉSIOS: Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pág. 28.    



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Pb. Welian Pires


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