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25 janeiro 2022

A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA


Comentário do 1° tópico da lição 5: Como ler as Escrituras)


Nos primeiros anos de escola, assim que o aluno aprende a ler, logo em seguida são passadas narrativas para ele ler. Após a leitura vem os exercícios de interpretação do texto lido, para desenvolver a sua capacidade de interpretação de texto. Isto acontece porque não basta ler um texto, é preciso entender o que se leu. Com a Bíblia não é diferente. Além de lê-la, precisamos também compreender aquilo que lemos. Entretanto, não é uma tarefa tão simples. Interpretar um texto que foi escrito em nossa própria língua, em nosso país, em uma época próxima à que vivemos pode ser relativamente fácil. Mas, no caso da Bíblia, devido às nossas limitações, por causa da nossa natureza pecaminosa e por causa das particularidades da Bíblia, necessitamos de ferramentas que nos auxiliem na interpretação dos textos bíblicos.


1. A importância da exegese. A palavra "exegese" vem de dois termos gregos "ex" (fora) e "agein" (guiar). Significa, portanto, literalmente "guiar para fora". A junção destes dois termos deu origem à palavra exegese, que significa extrair de um texto o seu sentido ou intenção original. Em relação à Bíblia, o papel da exegese é buscar o significado e a intenção originais do texto bíblico e trazê-los ao leitor atual. Para se fazer uma exegese do texto bíblico, o leitor deve esvaziar-se completamente das suas ideologias e convicções pessoais e deixar que o texto fale por si mesmo. 


É muito importante que o intérprete da Bíblia, ao fazer a exegese do texto tenha em mãos um dicionário de língua portuguesa, um dicionário bíblico, uma concordância bíblica, um dicionário de palavras-chaves em hebraico e grego e mais de uma versão da Bíblia. Isso, certamente ajudará na compreensão e busca do sentido original dos textos bíblicos. Eu recomendo a Bíblia de Estudo Palavra-Chave, publicada pela CPAD, e a Concordância Bíblica de Stong. Ao contrário da exegese, existe outra ferramenta chamada "eisegese", que faz o oposto. Na eisegese, o intérprete traz as próprias teorias e convicções para dentro do texto bíblico e procura justificá-las usando a Bíblia, querendo fazê-la dizer aquilo que ela não diz. 


2. As limitações dos leitores. Todos nós, sem exceção alguma, somos limitados em vários aspectos. A primeira limitação que temos ao ler a Bíblia é a própria língua portuguesa. Na tradução da Bíblia para a nossa língua, feita por João Ferreira de Almeida e seus colaboradores, pois, ele morreu antes de concluída, foi usada uma linguagem culta, com características do português de Portugal. Naquela época, não se usavam pronomes de tratamento e muitas palavras surgiram depois, ou foram perdendo o seu sentido original. Muitos de nós temos dificuldade para entender a língua portuguesa, conjugar corretamente os seus verbos, usar a acentuação e pontuação adequados, entender as colocações pronominais, etc. Isso dificulta o entendimento do texto bíblico, mesmo em português. Vou citar três exemplos, que ilustram bem esta situação: 


Exemplo 1: 

Certa vez um presbítero, muito sério, por quem tenho muita consideração, leu o texto de João 4.26, da seguinte maneira: "Jesus disse-lhe: Eu sou eu, que falo contigo." Em seguida, começou a pregar, com a seguinte indagação: Será que eu posso dizer: eu sou eu? Eu não sou nada! Mas, Jesus,pode dizer: Eu sou eu! 

Embora ele estivesse correto em dizer que não somos nada, o texto que ele havia lido não diz "Eu sou eu". A mulher samaritana havia dito a Jesus, no versículo anterior: 

– Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo." 

Jesus, então lhe respondeu: 

– Eu o sou, eu que falo contigo. 

O pregador subtraiu do texto o pronome oblíquo "O" e provavelmente não compreendeu o que ele significa. Este pronome substitui a palavra Messias. Em uma linguagem mais atualizada seria:

– Eu sou o Messias, eu que estou falando com você.


Exemplo 2. 

Em uma reportagem, apareceu a história de um certo "pastor", que supostamente teve uma revelação para que tivesse filho com uma mulher casada, da Igreja que ele era pastor. Para justificar esta abominação, ele usou o texto de Oséias 3.1 e leu-o da seguinte forma: "...Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e ADULTERA como o SENHOR ama os filhos de Israel…". Ele leu o texto, suprimindo o acento agudo e transformou o adjetivo "adúltera" no verbo adultera e entendeu que Deus havia mandado adulterar. O próprio repórter pediu para ver o texto e o questionou: 

– Mas tem um acento aqui, pastor! Aqui está dizendo “adúltera” e não “adultera.” 


Exemplo 3

Muitas pessoas lêem o texto de Romanos 12.13a: "Comunicai com os santos nas suas necessidades…" e concluem que devemos contar aos santos as nossas dificuldades. Mas não é isso que o texto diz. Comunicar neste texto tem o sentido de tomar parte ou ajudar, como está na Nova Versão Almeida: "Ajudem a suprir as necessidades dos santos." O pronome possessivo "suas" no texto, também se refere às necessidades dos outros e não às nossas próprias. 

Outra grande limitação nossa é compreender o sentido original dos textos bíblicos pois, eles foram escritos em outros idiomas, em outras culturas e em épocas muito distantes da que vivemos, como veremos a seguir. Claro que eu não estou sugerindo que todos os leitores da Bíblia sejam especialistas em hebraico, grego, arqueologia e cultura judaica, grega e romana. Estou apenas apontando a nossa limitação neste sentido. 


3. A natureza das Escrituras. Nas lições anteriores vimos algumas particularidades da Bíblia e as circunstâncias em que se deu a sua composição. A Bíblia foi escrita em hebraico, grego e alguns alguns trechos em aramaico. Estes três idiomas são muito diferentes do português. Além disso, a época em que a Bíblia foi escrita está muito distante de nós. Mesmo se estudarmos estes idiomas, ainda encontraremos dificuldades. O hebraico antigo e o aramaico não existem mais. O grego Koiné, também não é o mesmo grego que se fala atualmente. 

Há também os fatores culturais que são muito diferentes da nossa cultura. A Bíblia foi escrita na cultura oriental de milênios atrás. Mesmo se olharmos para Israel e para as nações citadas na Bíblia que ainda existem, são completamente diferentes dos tempos bíblicos. Portanto, é necessário considerar os aspectos culturais, gramaticais, filosóficos, religiosos e geográficos dos tempos bíblicos, para interpretarmos corretamente um texto bíblico. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

REVISED. Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

STEIN. Robert H. Guia básico para a interpretação da Bíblia. 1 Ed. 1999. Editora CPAD. pág. 15.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 617.    

SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.    

ARTHUR, Walkington. A inspiração divina da Bíblia. Editora Monergismo. 1ª edição, 2013.      


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Pb. Weliano Pires


12 janeiro 2022

O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 3: a inerrância da Bíblia)


O Espírito Santo é o autor das Escrituras Sagradas, pois, Ele inspirou os escritores a escrever, guiando-os em cada palavra e em todo o conteúdo das Escrituras, conforme vimos na lição passada. Entretanto, não faria sentido haver este trabalho divino na produção do texto sagrado, se não houvesse também a preservação destes escritos, para eles chegassem a nós. Quando falamos de inspiração, inerrância e infalibilidade da Bíblia, isso se aplica aos manuscritos originais da Bíblia. As cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus, desde que correspondam fielmente aos textos originais.

Estudaremos neste tópico sobre chamados os manuscritos autógrafos e os manuscritos apógrafos da Bíblia, estabelecendo a diferença entre eles. Depois falaremos dos livros apócrifos e pseudepígrafos e sobre alguns acréscimos colocados em alguns livros do Antigo Testamento. Estabeleceremos também a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante. 

1. Os manuscritos autógrafos. São aqueles que foram escritos diretamente pelo escritor que recebeu a inspiração do Espírito Santo, ou por seu escrevente. Na Epístola a Filemon, Paulo indica que ele próprio havia escrito o texto: “Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.” (Fm 1.19). No final da Epístola aos Romanos, no entanto, apesar da Epístola ter sido identificada no prefácio como sendo do apóstolo Paulo, o seu escrevente Técio diz que ele a redigiu: Eu, Tércio, que redigi esta carta, saúdo vocês no Senhor. (Rm 16.22). Temos, portanto, dois exemplos de manuscritos autógrafos, um escrito pelo próprio escritor inspirado pelo Espírito Santo e outro escrito por seu escrevente. 

Estes manuscritos originais são absolutamente isentos de erros ou falhas, como vimos no tópico anterior. Entretanto, estes manuscritos originais, escritos diretamente pelos escritores inspirados e ou seus escreventes, não existem mais. O que temos hoje são cópias feitas diretamente destes manuscritos, como veremos a seguir.

2. Os manuscritos apógrafos. São manuscritos que foram copiados diretamente dos manuscritos autógrafos, ou seja, os copistas leram o manuscrito original e o copiaram manualmente, pois, não havia impressão. Na atualidade existem cerca de 25.000 manuscritos apógrafos. Segundo o pastor Esequias Soares escreveu na Declaração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil, estão incluídas nesse número as cópias em aramaico, árabe, copta, siríaco, armênio, gótico, etiópico, eslavônios, anglo-saxônicos e outras. Os copistas judeus eram muito rigorosos quanto a isso. Se errassem em um mínimo detalhe, inutilizavam a cópia imediatamente e começavam outra, para preservar a exatidão do texto sagrado. Devido às guerras, perseguições e cativeiros que passaram, os judeus faziam várias cópias dos textos sagrados e mantinham as cópias mais novas, a fim de preservá-las. Segundo Norman Geisler, na obra Resposta aos Céticos, “os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história.” Segundo Geisler, “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”.

Os críticos da Bíblia e teólogos liberais, tentam desacreditar a inerrância da Bíblia, argumentando que os manuscritos originais não existem mais. Entretanto, eles ignoram a rigidez do trabalho feito no campo da crítica textual, que é a ciência que procura reconstruir um texto original por meio de uma análise cuidadosa e um exame dos manuscritos que possuímos agora. Esta análise é feita em todos os documentos da antiguidade, que chegaram a nós através de cópias manuscritas. 

Com relação aos textos bíblicos, tanto do Antigo como do Novo Testamento, pode-se afirmar que chegaram até nós com o maior índice de confiabilidade. Para se ter uma idéia da confiabilidade dos manuscritos apógrafos da Bíblia, em mais de 95% dos casos, os originais podem ser reconstruídos com uma certeza prática. Nas poucas divergências que há entre as cópias, que a crítica textual não tem sido capaz de determinar com toda a certeza a redação original, nenhum ensino essencial da fé cristã é afetado.

No caso do Novo Testamento, existem cerca de 5.800 manuscritos gregos, além de cópias em outros idiomas. Outro fator importante é que as primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais. para efeitos de comparação, na maioria dos livros antigos da humanidade, existem de dez a vinte manuscritos, que surgiram com distância aproximada de mil anos após a escrita do original. Mas, ninguém questiona a autenticidade destes documentos. 

3. Os apócrifos e pseudepígrafos. São livros que, embora tenham sido incluídos na em algumas versões da Bíblia, não são inspirados pelo Espírito Santo. Alguns podem servir como fontes históricas e culturais judaicas, entretanto, não servem como instrução para a Igreja, pois contém doutrinas e práticas contrárias às Escrituras, como oração pelos mortos e salvação pelas obras. Há diferenças entre livros apócrifos e pseudepígrafos. 

a) Apocrifos. A palavra apócrifo vem do grego ‘apokryphos', que inicialmente significava “escondido”, “oculto” ou “misterioso". Ela aparece na Bíblia, por exemplo em Mc 4.22: “Porque nada há encoberto [apókriphos] que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.” Aparece também em Colossenses 2.3: “Em quem estão escondidos [Apókriphos] todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Nos primórdios da Igreja, a palavra era usada para se referir a qualquer obra, da qual se desconhecia o autor. Por último passou a significar qualquer obra espúria e herética. 

Os livros apócrifos do Antigo Testamento são compostos de 14 ou 15 livros que são geralmente encontrados nos manuscritos da Versão grega do Antigo Testamento (LXX). Nos primeiros séculos da Igreja, como ainda não havia uma definição sobre os livros canônicos, os cristãos acabaram aceitando estes livros. Isso permaneceu até o ano 400 d.C. quando Jerônimo desclassificou tais livros, por entender que não estavam de acordo com os demais livros da Bíblia. Após a Reforma Protestante, no Concílio de Trento (1546-1548), a Igreja Católica descartou a classificação de Jerônimo e passou a incluir sete livros na Bíblia e alguns acréscimos: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruc e acréscimos aos livros de Ester e Daniel. A Igreja Católica classifica estes livros como deuterocanônicos (segundo cânon).

No caso do Novo Testamento também surgiram evangelhos e cartas apócrifas, antes da definição do cânon. Entretanto estes escritos nunca foram incluídos nas versões do Novo Testamento, nem considerados canônicos. 


As Igrejas Protestantes rejeitam os livros apócrifos pelas seguintes razões:

  • Eles nunca fizeram parte do cânon judaico, pois os judeus nunca os consideram sagrados;

  • Nunca foram aceitos por Jesus ou pelos escritores do Novo Testamento, como Palavra de Deus;

  • A maior parte dos pais da Igreja, antes do século IV rejeitava a sua canonicidade;

  • Nenhum concílio da Igreja Cristã anterior ao século IV os considerou canônicos; 

  • Jerônimo, grande estudioso das Escrituras e tradutor da versão latina, após estudos e análise minuciosa os rejeitou; 

  • Até teólogos católicos, durante a Reforma Protestante, rejeitaram a inclusão dos apócrifos na Bíblia.

b) Pseudepígrafos. Esta palavra é a junção de dois vocábulos gregos: pseudo (falso) epígrafe (escrito). Significa, portanto, falsos escritos. São literaturas espúrias e hereges, produzidas por autores anônimos e hereges que, na tentativa de dar credibilidade a estes escritos, atribuíam falsamente a sua autoria a alguns dos apóstolos ou pais da Igreja. Os pseudepígrafos nunca foram recepcionados pelas comunidades judaica e cristã. Há um número muito grande de pseudepígrafos, que são classificados em: Evangelho, atos epístolas, apocalipses, testamentos e outros tipos de literatura. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

BÍBLIA DE ESTUDO APOLOGÉTICA. 1 Ed. 2000. ICP- Instituto Cristão de Pesquisas.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 66-67.    

GEISLER, Norman L. e BROOKS, Ronald M. Respostas aos céticos: saiba como responder questionamentos sobre a fé cristã. 1 Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. 

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 155-157.    

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 29.    

SPROUL, R. C. Posso Crer na Bíblia. Editora FIEL. 1 Ed. 2012.


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Pb. Weliano Pires

08 janeiro 2022

Lição 03: A Inerrância da Bíblia


Data: 16 de Janeiro de 2022


TEXTO ÁUREO:

“Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem , nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5.18)


VERDADE PRÁTICA:

“A doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum denomina-se “Inerrância das Escrituras”. Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível.”


Hinos Sugeridos: 140, 173, 557 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jo 10.35: A Palavra de Deus não pode ser anulada

Terça – Sl 119.160:  As Escrituras Sagradas atestam a verdade divina

Quarta – Jo 14.17: O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível

Quinta – Jo 17.17:  A Palavra de Deus é a verdade que santifica

Sexta – Mt 5.17,18:  A Palavra de Deus possui suprema autoridade na vida do cristão

Sábado – Sl 12.6: A Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Mateus 5.17-21; Hebreus 10.15-17

 

Mateus 5

17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.

18 – Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

19 – Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.

20 – Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

21 – Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.


Hebreus 10

15 – E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:

16 – Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:

17 – E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades


PLANO DE AULA


INTRODUÇÃO

A mensagem da Bíblia não contém erros. A Palavra de Deus é incorruptível e, por isso, plenamente confiável. Logo, nesta lição temos o objetivo de mostrar que a Bíblia é verdade em tudo o que diz. Quem põe seus ensinamentos em prática atesta a promessa da bem-aventurança, pois está em paz com Deus e consigo mesmo. A Bíblia, portanto, é toda a verdade de Deus de que o ser humano precisa.


APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO


A) Objetivos da Lição:

I) Informar que a Bíblia é isenta de qualquer tipo de erro;

II) Explicar que o Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível;

III) Constatar que a Bíblia é a verdade de Deus.


B) Motivação: A Bíblia é como uma bússola que nos aponta para o destino que almejamos chegar. Sem ela é possível tomar outro rumo, escolher falsos caminhos e pegar outra jornada. A Bíblia é a verdade para quem deseja chegar ao céu.


C) Sugestão de Método: Você pode introduzir a aula desta semana apresentando imagens de pessoas que fizeram trilhas e se perderam no caminho. Isso pode ser apresentado por meio de reportagens ou sites. A ideia é mostrar a consequência de usar uma fonte mentirosa que pode nos levar a um caminho perigoso. Nosso propósito é constatar que, diferentemente dos caminhos movediços, a Bíblia nos proporciona um caminho seguro.


CONCLUSÃO DA LIÇÃO


A) Aplicação: Aplique a lição desta semana conclamando aos alunos a viverem a verdade segura da Bíblia. A melhor maneira de experimentar a verdade da Bíblia é praticando-a. Daí vem a verdadeira felicidade do crente.


SUBSÍDIO AO PROFESSOR


A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.


B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

l) O texto “Significados dos Termos” aprofunda o primeiro tópico, a respeito do conceito de Inerrância da Bíblia;

2) O texto “Buscando pelo ouro das Escrituras” traz uma oportunidade de aplicação do terceiro tópico para o professor e a professora, mostrando o quanto vale a pena buscar o sublime valor da Bíblia, a inerrante e infalível Palavra de Deus.


INTRODUÇÃO


Infalibilidade e Inerrância são vocábulos que apontam a veracidade das Escrituras. Indicam que a Bíblia Sagrada não falha e não erra. Significa afirmar que ela é a verdade em tudo o que diz, tanto em questões espirituais quanto históricas e científicas (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Nesta lição, veremos a Inerrância, a preservação e a verdade da Palavra de Deus.


Palavra-Chave: Inerrância.


I – O QUE É INERRÂNCIA DA BÍBLIA


l. O conceito de Inerrância bíblica. A Inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma. Desse modo, a Escritura é isenta de erros nos aspectos doutrinários, espirituais, históricos, culturais, científicos e em todos os demais temas. O argumento é irrefutável: Deus não pode errar, e, como a Bíblia é divinamente inspirada, ela não pode conter erros. Assim sendo, a Inerrância, a infalibilidade e a inspiração estão entrelaçadas. Nesse sentido, nossa declaração de Fé professa que “a Bíblia é a nossa única fonte de autoridade, a inerrante, infalível, completa e inspirada Palavra de Deus.” (SI 19.7; Jo 10.35).

2. A Bíblia reivindica a sua inerrância. O termo inerrância não aparece na Bíblia, mas a ideia está presente nas páginas do texto sagrado. No livro de Provérbios está escrito que “toda palavra de Deus é pura” (Pv 30.5); O salmista afirma que “a palavra do Senhor é provada” (SI 18.30); Samuel assegura que “o caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor, refinada” (2 Sm 22.31). Cristo atestou a inerrância ao afirmar que “nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18); o Senhor igualmente ratificou que “a Escritura não pode ser anulada.” (Jo 10.35); e que a “Palavra é a verdade” (Jo 17.17) – Essas declarações indicam que a Bíblia é plenamente confiável, sem nenhuma falsidade ou equívoco.

3. A infalibilidade e a inerrância da Bíblia. O vocábulo “infalível” indica o “que não pode, nem consegue falhar”. Em relação à Bíblia, significa que as suas palavras hão de se cumprir cabalmente (Is 55.11). Por causa da etimologia, os termos “inerrância” e “ infalibilidade” são por vezes confundidos como sinônimos. Não obstante, outros afirmam que a Bíblia é somente infalível quanto à sua mensagem salvífica, e não a consideram como inerrante. Por isso, preferimos o uso de ambos os termos, isto é, cremos e ensinamos que a Bíblia é infalível (incapaz de falhar), e é igualmente inerrante (livre de erro). Negar essas verdades é desacreditar de sua autoridade e inspiração divina (Jd 1.3 ,4). 


SINOPSE I

A Bíblia é totalmente inspirada por Deus e está isenta de qualquer erro e, por isso, é a nossa autoridade final de fé e prática.


AUXÍLIO TEOLÓGICO


Significados dos Termos […] 

Inerrância: Trata-se de um conceito estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente […]. Traz a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais). […]. O conceito de infalibilidade volta-se ao conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus […]. A inerrância ocupa-se mais especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação.

Embora em muitas composições teológicas os dois termos sejam usados intercambiavelmente, infalibilidade é o termo mais abrangente. Quem crê na Bíblia inerrante também crê na Bíblia infalível. […] Jesus, como os judeus da época do Antigo Testamento, creem que a fidedignidade das Escrituras não abrangia apenas seus ensinamentos mais importantes, mas também detalhes mais insignificantes […] (Mt 5.18). Essa perspectiva foi reiterada pelo apóstolo Paulo (At 24.14; 2 Tm 3.16). Desse modo, a autoridade de Jesus e de Paulo apoia a crença em tudo o que a Escritura assevera. Espera-se daqueles que chamam Jesus de Senhor aceitarem seus ensinamentos, que tenham as Escrituras em alta conta, como Jesus as tinha. 

(COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995 , pp.63,67-68).


II – O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS


1. Os manuscritos autógrafos. Os manuscritos originais são chamados de autógrafos. São os textos com a grafia de próprio punho do autor bíblico ou de seu escrevente (Fm 1.19; Rm 16.22). Neles foram primeiramente registradas as palavras inspiradas pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Cremos que a inerrância das Escrituras pertence a esses documentos, e que as cópias fiéis desses manuscritos preservaram a exatidão dos originais. O Espírito Santo providencialmente manteve a revelação divina incorruptível (Jo 14.17; 16.13,14). Fora dessa compreensão, a Bíblia não seria fonte de autoridade (Jo 5 -3 9 ; G1 3.8-22).

2. Os manuscritos apógrafos. As cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos. Atualmente, existem cerca de 25.000 cópias dos manuscritos bíblicos, a maioria deles em hebraico, grego e latim. Os escribas judeus transcreveram os originais do Antigo Testamento com precisão milimétrica. E as inúmeras cópias dos manuscritos do Novo Testamento também afiançam a credibilidade desses escritos. Nessa perspectiva, cremos que o ato da inspiração aconteceu uma só vez na redação primária da Palavra de Deus (os autógrafos), mas a qualidade dessa inspiração foi preservada pelo Espírito Santo nas cópias dos originais (os apógrafos). Assim sendo, a versão da Bíblia fidedigna aos originais, não deixou de manter a exatidão do real significado das palavras inspiradas por Deus (Mt 5.18; 2 4 .35).

3. Os apócrifos e pseudepígrafos. Nossa Declaração de Fé assegura que os manuscritos apócrifos (“escondidos”), tais com o, Tobias, Judite, Macabeus, Baruque, e outros, apresentam meros anacronismos, doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras, a exemplo da oração pelos mortos. Os pseudepígrafos “falsos escritos", dentre eles, a Assunção de Moisés e o Apocalipse de Pedro, foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos. Na Bíblia dos judeus, atestada por Jesus como a “Lei, Profetas e Escritos” (Lc 24 .4 4 ) não faziam parte os livros apócrifos, nem os pseudepígrafos. Por essa razão eles não integram o cânon bíblico protestante. Dessa forma, não reconhecemos a autoridade desses livros por não serem inspirados pelo Espírito Santo.


SINOPSE II

O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível, bem como a exatidão das palavras originalmente inspiradas por Deus.


III – A VERDADE NAS ESCRITURAS

1. A Bíblia é a verdade plena. O termo “verdade”, do hebraico ‘emeth’, significa o que é “confiável” e “correto”. O vocábulo grego ‘aletheia’ tem o sentido de “real” e “fidedigno”. Nas Escrituras corresponde à realidade exata dos fatos em concordância com o pensamento de Deus. A Bíblia ensina que Deus é a verdade (Jo 14.6; Rm 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo 17.17) – O escritor aos Hebreus declara que “é impossível que Deus minta” (Hb 6.18). Paulo ratifica que Deus “não pode mentir” (Tt 1.2). Em vista disso, cremos que a Palavra de Deus possui autoridade (Mt 5.17,18); e deve ser obedecida acima de qualquer autoridade humana (Mt 15.3-6). Assim, esses textos servem de base para a afirmação: “o que a Bíblia diz é o que Deus diz”.

2. A verdade espiritual e moral. Nossa Declaração de Fé afirma que a Bíblia nos revela o conhecimento completo de Deus, não sendo necessário nenhuma nova revelação para a nossa salvação e cresceu em tempo espiritual (Dt 4.2; Pv 30.5,6). Antônio Gilberto ensinou que tudo o que Deus requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber, quanto à sua redenção, está revelado na Bíblia. Igualmente, a ética oral se fundamenta na revelação divina. Os padrões bíblicos para o nosso viver não podem sofrer mudanças. Aquilo que a Palavra de Deus diz ser pecado, permanece sendo pecado. Por isso, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 24.35). Assim, enfatizamos que a Bíblia é a inerrante verdade tanto espiritual quanto moral.

3. A verdade histórica e científica. Cremos que a Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda (Sl 12.6; 19.8). John Wesley escreveu que “se houver um erro, pode haver mil. E, se existir alguma falsidade, então a Bíblia não é o livro da verdade de Deus.” Por conseguinte, a Escritura não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenômenos da ciência. Significa que Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21). Assim sendo, endossam os que a Bíblia Sagrada é a verdade inspirada de Deus, inerrante em sua totalidade, isenta de toda a falsidade, fraude ou engano.


SINOPSE III

Deus é a verdade e, sua Palavra, é a sua extensão. Tudo o que a Bíblia ensina tanto na teologia, história ou ciência é a verdade.


AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ


Buscando pelo ouro das Escrituras


Nenhuma meta seria mais elevada do que ir pelo ‘ouro’ das Escrituras. A Bíblia muitas vezes se refere a si como ouro ou pedras preciosas, como o rubi, a fim de frisar o sublime valor do seu conteúdo. Por exemplo, Davi escreveu: “Os juízes do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim , do que muito ouro fino” (Sl 19.9,10). O Salmos 119, aquele que exalta a Palavra de Deus em quase todos os seus 176 versículos, inclui esta declaração pelo salmista: “Melhor é para mim a lei da tua boca do que inúmeras riquezas em ouro ou prata” (Sl 119.72). No mesmo […] [texto], o salmista escreveu que “ele ama os mandamentos de Deus ‘mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino”. Como estudante da Palavra, os professores cristãos devem garimpar o ouro da Escritura, cavando ‘filões’ nas profundezas da Bíblia e peneirando as verdades das Escrituras para si mesmos. Exploração diária das riquezas da Palavra enriquece a vida dando mais capacidade para os professores cristãos guiarem outros nas mesmas explorações. 

(GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.307).


CONCLUSÃO


Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração, inerrância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade em tudo o que diz.


VOCABULÁRIO

Anacronismo: Erro de cronologia (ou datas) relativo a fatos ou pessoas.

Espúrios: Não genuíno, hipotético, simulado.


Q U E S T I O N Á R I O 

1. O que é inerrância? 

A inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma.


2. Mencione textos bíblicos em que a ideia de inerrância esteja presente.

Jo 10.35; Jo 17.17.


3. O que são os manuscritos autógrafos? 

Os manuscritos originais são chamados de autógrafos. São os textos com a grafia de próprio punho do autor bíblico ou de seu escrevente (Fm 1.19; Rm 16.22).


4. O que são os manuscritos apógrafos? 

As cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos.


5, Por que a Bíblia não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenômenos da ciência? 

Porque Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21).


VENCENDO OS DIAS MAUS

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