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29 setembro 2020

Lição 1: O Livro de Jó


 


Data: 04 de Outubro de 2020


TEXTO ÁUREO

 

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11).


VERDADE PRÁTICA


“O livro de Jó não é apenas uma preciosidade da literatura universal, mas, sobretudo, uma poderosa resposta de Deus para as grandes questões da vida.”


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.16; Ezequiel 14.14,19,20; Tiago 5.11.


2 Timóteo 3

16 — Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,


Ezequiel 14

14 — ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová.

19 — Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais;

20 — ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.

 

Tiago 5

11 — Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.

 

HINOS SUGERIDOS: 157, 163 e 289 da Harpa Cristã.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Graças a Deus, iniciamos mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Esta revista, na verdade, seria estudada no terceiro trimestre de 2020. Mas, devido à pandemia, não ficou pronta a tempo e nós estudamos a lição do 3º trimestre de 1993.

Teremos um trimestre bíblico, onde estudaremos um livro da Bíblia. Desta feita, estudaremos o Livro de Jó. O tema da revista é: A fragilidade humana e a soberania divina — O sofrimento e a restauração de Jó.

O comentarista é o renomado Pastor José Gonçalves, escritor, conferencista, comentarista de lições bíblicas, membro da Comissão de Apologética da CGADB e líder da Assembléia de Deus em Água Branca - PI.

Durante este trimestre, com base na história de Jó, nos discursos dos seus “amigos”, nos discursos de Jó e nas perguntas e respostas de Deus, iremos nos aprofundar nas seguintes questões: 


  1. Por que sofre o justo? 

  2. Se Deus é justo e amoroso por que permite que um justo sofra tanto?

  3. Somente os pecadores sofrem? 

  4. Se alguém está sofrendo, isso é punição pelo próprio pecado? 

  5. Os justos não passam por tribulações?

  6. Todos os sofrimentos são correções divinas?


Estas e outras indagações estão presentes em nossas vidas na atualidade. Além disso, muitos pregadores, de forma equivocada, fazem as afirmações insensíveis e equivocadas dos “amigos” Jó, quando alguém está doente ou passando por tribulações. Influenciados pela famigerada teologia da prosperidade, pela confissão positiva e pelo determinismo, muitos pregam por aí que os justos não sofrem e se estão sofrendo é por falta de fé ou porque pecaram.


INTRODUÇÃO  À LIÇÃO 01 


A lição um é uma introdução ou uma visão panorâmica do Livro de Jó. Estudaremos nesta lição sobre as questões de autoria, data provável da composição do livro, as características literárias, o propósito do livro, os personagens, os discursos dos amigos de Jó, os discursos de Jó e as perguntas e respostas de Deus, para as principais questões existenciais. . 

É muito importante que o leitor da Bíblia, ao ler o livro de Jó, saiba interpretá-lo corretamente, situando-o no devido contexto histórico e considerando que os “amigos” de Jó tinham uma visão equivocada sobre Deus. Portanto, o que eles disseram em seus discursos não pode ser normativo para nós e não deve ser entendido como verdade teológica. O próprio Deus afirmou que, o que eles falaram não é correto. 

“Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” (Jó 42.7).


I. AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ. O livro de Jó tem sido alvo de muitas polêmicas. Há pessoas que dizem que Jó não foi um personagem real, mas, apenas uma ficção. Entretanto, além do livro de Jó contar a história dele, citando nomes, lugares e povos, há citações em outras partes da Bíblia, mencionando Jó, como uma pessoa real, como no Livro de Ezequiel e na Epístola de Tiago (Ez 14.15; Tiago 5.11)


1. O autor de Jó. O livro de Jó é um dos poucos, que não constam o nome do autor, nem sequer evidências de quem o escreveu. Porém, a tradição judaica e muitos estudiosos atribuem a autoria a Moisés, considerando que algumas palavras usadas no livro de Jó estão presentes no pentateuco e também, o fato de Uz ficar na região de Midiã, de onde era o sogro de Moisés e onde ele vivera por quarenta anos. Há ainda os que atribuem a autoria a Salomão ou a outros sábios que aparecem em Provérbios, mas, é pouco provável. 

2. A pessoa histórica de Jó. O seu nome é a transliteração da palavra hebraica "yob" que significa “perseguido” ou “odiado”. Não temos informações sobre a pessoa de Jó ou a sua ascendência. Alguns estudiosos afirmam que Jó seria descendente de Naor, irmão de Abraão, baseando-se no fato de que há 30 referências ao nome Shaddai (Todo Poderoso) no Livro de Jó. Este era o nome pelo qual, Deus se revelou a Abraão. 

O livro afirma apenas que ele vivia “na terra de Uz” e que era “maior que todos do Oriente”. Temos registros sobre a pessoa de Jó em Ezequiel e Tiago, destacando, respectivamente,  a sua justiça e a sua paciência. 

3. A terra de Jó. O Livro de Jó menciona apenas que “havia um homem na terra de Uz”. Segundo a introdução ao Livro de Jó, da Bíblia de Estudo Palavra Chave (CPAD), Uz ficava próximo a Midiã, região Sul da Arábia, onde vivia o sogro de Moisés. 

4. A época de Jó. Os costumes e estilo de vida narrados no Livro de Jó são os mesmos do período patriarcal, entre 2000 e 1800 a.C. Não há nenhuma referência à Lei ou ao sacerdócio levítico. Há a referência de Jó oferecendo sacrifício pelos filhos e as filhas sendo co-herdeiras, o que não era permitido na Lei. Portanto, tudo leva a crer que Jó viveu em uma época próxima à de Abraão. O tempo de vida de Jó, 140 anos, também corrobora esta hipótese. 


II. ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ

O livro de Jó apresenta uma estrutura literária de prosa-poesia-prosa e usa bastante metáforas e paralelismos. 


1. Prosa e poesia. Prosa é um discurso direto em parágrafos. Poesia, por sua vez, é um gênero literário organizado em versos que formam estrofes.

O livro de Jó apresenta três partes principais, nessa ordem: prosa, poesia e prosa. A primeira parte do texto (prólogo) e o final (epílogo) estão compilados em prosa e o texto intermediário em poesia. 


2. Organização. O livro está assim dividido: 

a. Prólogo: A apresentação de Jó, a acusação de satanás, o desafio de Deus, os ataques do inimigo, a reação negativa da esposa e a visita dos amigos de Jó.

b. Diálogo entre Jó e os amigos: O clamor de desespero de Jó; três discursos de Elifaz, Bidalde, Zofar; quatro discursos de Eliú e as respectivas réplicas de Jó; os questionamentos de Deus a Jó.

c. Epílogo: A humilhação de Jó perante Deus e a sua restauração. Após ouvir os questionamentos de Deus, Jó se humilha diante de Deus e em seguida ora pelos seus amigos. Deus restaura a sua saúde e lhe concede em dobro, tudo o que antes ele possuía.


3. Abundância de figuras de linguagens. O livro de Jó usa várias figuras de linguagens para fortalecer as idéias expressadas, como vento, nuvem, sombra, etc. Na poesia, traz o estilo da poesia hebraica, que consiste em paralelismo, que é a rima de idéias, seja por sinônimos ou por contrastes. A nossa poesia rima os sons das últimas sílabas dos versos. 


III. NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ

O ponto principal do Livro de Jó é o sofrimento de um justo inocente e como Jó reage nesta situação. Três perguntas de natureza teológica e filosóficas são levantadas neste livro:


1. Por que os justos sofrem? Esta pergunta continua sendo discutida nos meios teológicos e filosóficos. Há muitas teorias equivocadas sobre esta pergunta: 

a. Os adeptos da teologia da prosperidade. Preferem negar esta realidade, dizendo que o justo não pode sofrer. Segundo dizem, se a pessoa está sofrendo é porque está em pecado ou não tem fé o suficiente para “exigir” ou “determinar" que o sofrimento cesse. Ora, isso é uma afronta às pessoas justas e tementes a Deus que sofrem provações, perseguições e dissabores. O fim do nosso sofrimento não está prometido para esta vida.

b. Os ateus. Questionam a existência, a soberania e a bondade de Deus, alegando que se Deus existe e é soberano e bom, não poderia deixar os justos sofrerem. Eles não compreendem que o sofrimento humano não é culpa de Deus. Deus não fez o homem para viver assim. O sofrimento é consequência do afastamento do homem de Deus. Deus respeita o livre arbítrio que Ele concedeu ao ser humano. Mas, Ele promete que um dia, todo sofrimento findará para aqueles que nEle creram e esperaram.

c. Os calvinistas. Estes afirmam que todo sofrimento é a vontade de Deus. Segundo dizem, tudo o que acontece no mundo, sem exceção é porque Deus quis e determinou que fosse assim. Eles não concordam que há a vontade e permissão de Deus. 


2. Existe bondade desinteressada? A teoria de satanás, apresentada no início do Livro de Jó, é que toda religiosidade está baseada na barganha. Ou seja, se Deus conceder benefícios, a pessoa se mantém fiel. Caso contrário, a pessoa blasfema e abandona a Deus. Infelizmente, muitas pessoas são, de fato, assim. Existem pessoas que são crentes até o dia em que Deus resolver contrariá-lo ou tirar algo que a pessoa ama. Por isso, Jesus afirmou que aquele que quiser segui-lo, deve primeiro negar a si mesmo. Jesus também afirmou que aquele que amar pai, mãe, esposa, filhos, etc. mais do que a Ele, não é digno dEle. Qualquer pessoa que se diz cristã e barganha com Deus, não conheceu o Evangelho ainda. 


3. Pode o homem compreender Deus? Um dos atributos de Deus é a sua Transcendência. Significa que Ele é infinitamente superior a nós e ao que nós podemos compreender. Nós podemos compreender Deus até ao ponto em que Ele se revelar. Paulo diz que Deus usa as coisas loucas para confundir as sábias; as que não são, para confundir as que são.Tudo isso, para que ninguém se glorie perante Ele. “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” (1 Coríntios 2.16).

Deus fez várias perguntas misteriosas sobre a natureza e Jó não sabia o que responder. Muitas daquelas perguntas, a ciência descobriu milênios depois e outras, ainda estão tentando descobrir. 


CONCLUSÃO


Esta lição foi apenas uma introdução, com informações básicas sobre a autoria, data da composição e gênero literário do livro; sobre a pessoa, origem, época e região do patriarca Jó;  e estrutura e organização do livro de Jó.

Nas próximas lições veremos em detalhes, o drama de Jó, as acusações dos seus amigos, as respostas de Deus e a restauração de Jó. 



Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério do Belém, Congregação Monte Horebe
São Carlos - SP.

Referências:
Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.767.
Bíblia de Estudo Plenitude. SP: Sociedade Bíblica do Brasil 2001.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. RJ: CPAD, 2015.





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