Neste tópico, vamos estudar um pouco da história do apóstolo mais relevante do Cristianismo. Embora não tenha feito parte do Colégio apostólico e não tenha andado com Jesus em seu ministério terreno, Saulo teve um encontro com o Senhor no caminho de Damasco e foi chamado para ser apóstolo. Fez três viagens missionárias pelo mundo e escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento.
1. Saulo e sua conversão. Saulo era um judeu da diáspora, da tribo de Benjamim (Fp 3.5), nascido em Tarso da Cilícia (At 22.3). O seu nome Saulo é uma variação do nome Saul, primeiro rei de Israel, que também era da tribo de Benjamim. Diferente do que muitos acreditam, o seu nome não foi mudado de Saulo para Paulo. Saulo era o seu nome hebraico e Paulo era o seu nome romano.
Saulo nasceu no Judaísmo e foi enviado a Jerusalém para estudar a Lei, com um dos rabinos fariseus mais respeitados da sua época: Gamaliel. (At 22.3). Tornou-se mestre da lei, do partido dos fariseus e um ferrenho perseguidor dos cristãos. (At 81-3; Fp 3.5).
A sua conversão se deu, quando ia de Jerusalém a Damasco, de posse de autorização do Sumo Sacerdote, para prender os cristãos que encontrasse. Chegando próximo a Damasco, um resplendor de luz o cercou. Ele caiu e, sem ver mais nada, ouviu uma voz que lhe dizia:
- Saulo, Saulo, por que me persegues?
Era o Senhor Jesus, que se identificou e encaminhou-o a Damasco, pois lá, lhe seria dito o que deveria fazer. O Senhor encaminhou ao seu encontro um discípulo chamado Ananias, que orou por ele, para que recuperasse a vista e fosse cheio do Espírito Santo. Em seguida, levantou-se e foi batizado.
2. Um homem preparado para servir. Logo após a sua conversão, Saulo começou a pregar em Damasco, disputando com os judeus e convencendo-os publicamente de que Jesus era o Filho de Deus. A partir daí, passou a ser perseguido pelos judeus que decidiram matá-lo.
Os discípulos o desceram dentro de um cesto pelo muro da cidade e o conduziram a Jerusalém. Mas, chegando lá, todos fugiam dele, não acreditando que ele tivesse se convertido. Barnabé o acolheu e contou aos discípulos como Saulo havia se convertido. Saulo ficou alguns dias em Jerusalém pregando ousadamente a Palavra de Deus. Mas, logo veio a perseguição e ele foi para Tarso, sua terra natal.
Com a chegada do Evangelho a Antioquia, muitas pessoas se converteram. Barnabé, então, partiu para Tarso e trouxe Saulo para ajudar no discipulado dos novos convertidos, tornando-se um dos mestres daquela Igreja. (At 11.25). Em Antioquia, quando estavam em uma reunião de oração, o Espírito Santo ordenou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. (At 13.1-3).
A partir daí, o Livro de Atos dá todo protagonismo às três viagens missionárias do apóstolo Paulo e seus companheiros: Barnabé, Silas, Timóteo e outros. Paulo tornou-se o grande missionário dos gentios, fundando inúmeras igrejas em toda a Ásia menor, Grécia, Macedônia e, provavelmente, na Espanha.
Paulo foi preso em Jerusalém e, como era cidadão romano, apelou para ser julgado por César, em Roma. Inicialmente, ficou em prisão domiciliar por dois anos em Roma, onde recebia pessoas e pregava o Evangelho. (At 28.30,31). Depois de algum tempo, foi preso novamente e decapitado fora da cidade.
3. “O menor dos apóstolos”. Paulo não esteve com Jesus em seu ministério terreno. Mas, viu Jesus ressuscitado e recebeu o Evangelho diretamente do Senhor ((Gl 1.6-24; 1Co 11.23), seja por inspiração para escrever as epístolas, ou por revelação direta. (2 Co 12.1-4).
Paulo, conforme vimos no ponto anterior, era extremamente preparado. Falava fluentemente quatro idiomas: hebraico, aramaico, grego e latim. Era mestre da Lei e conhecia profundamente o Antigo Testamento e a cultura judaica. Isso facilitava a evangelização dos judeus. Conhecia profundamente a cultura e filosofia grega, e era cidadão romano. Isso facilitava o seu trânsito em todo o império romano e entre os intelectuais gregos, para pregar o Evangelho.
Ele também teve um encontro pessoal com Jesus. Recebeu do próprio Jesus os ensinos que deveria trazer às Igrejas e foi chamado por Ele para ser apóstolo. O colégio apostólico também reconhecia o seu apostolado (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16). Mas, as credenciais do seu apostolado eram as Igrejas que ele fundou e a sua identificação com Cristo nas perseguições.
Entretanto, Paulo se considerava o menor dos apóstolos, por ter sido um perseguidor da Igreja. (1Co 15.8,9). Que isso sirva de exemplo aos que acham que são alguma coisa porque tem um cargo Igreja. Esquecem que no Reino de Deus, o maior é o que serve. Alguém já disse que “ministério é serviço e não ser visto”.
Pb. Weliano Pires
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