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23 maio 2024

O PERIGO DO PECADO NÃO CONFESSADO

(Comentário do 2º tópico da Lição 08: Confessando e abandonando o pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos  do perigo do pecado não confessado. Falaremos dos males dos pecados não confessados. O pecado sempre terá graves consequências, tanto para quem o comete, como para outras pessoas. Falaremos também do pecado de Adão e Eva,  que trouxe consequências, não apenas para eles, mas para toda a raça humana. Por último, falaremos das consequências dos pecados de Davi, que cometeu pecados gravíssimos e, mesmo sendo perdoado por Deus, as consequências vieram sobre a sua família. 

1. Os males dos pecados não confessados. O texto de Provérbios 28.13, que está em nosso texto áureo e foi citado aqui pelo comentarista, diz o seguinte: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13). Concluímos, por este texto bíblico, que a confissão dos pecados é uma condição para se alcançar a misericórdia e o perdão de Deus. 

Alguém pode alegar que, pelo fato do texto estar no Livro de Provérbios, não é normativo para a Igreja, pois estamos na Nova Aliança. Entretanto, este ensino é ratificado pelo apóstolo João, no Novo Testamento, quando ele diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” A palavra “se” neste texto é uma conjunção subordinativa condicional, que “indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal”. 

A falta de confissão dos pecados, impede o perdão de Deus e leva o ser humano a viver uma vida dupla, de aparências e de mentira, fazendo transparecer para os que o cercam, um estilo de vida que não corresponde à realidade. Evidentemente, isso o leva à morte espiritual, pois o pecado não perdoado faz divisão entre o ser humano e Deus (Is 59.2). Veremos nos dois subtópicos a seguir, dois exemplos de pecados não confessados e as suas respectivas consequências. 

2. As consequências do pecado de Adão e Eva. Antes de falar das consequências do pecado, é importante esclarecer o que é pecado. A principal palavra traduzida por pecado na Bíblia é “chata’th” em hebraico e o seu correspondente grego, “Hamartia”. Ambas significam literalmente “errar o alvo”. Há outras palavras traduzidas por iniquidade, injustiça, ilegalidade, insubordinação à autoridade de Deus e falta de integridade, que também são referências a vários tipos de pecado. 

Em resumo, o pecado é a transgressão da Lei de Deus, não a Lei Mosaica, como querem os judaizantes, pois não estamos mais debaixo da Lei. O que é normativo para a Igreja, na atual dispensação são os ensinos de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. Aquilo que está no Antigo Testamento e continuou sendo mandamento para o cristão na Nova Aliança, foi ratificado no Novo Testamento, como por exemplo, as proibições da idolatria, homicídio, adultério, mentira, furto, falso testemunho, etc. 

Quando falamos de pecado, precisamos ter em mente que ele contaminou toda a raça humana, sem exceção, (Rm 3.23). É importante saber também que todo pecado tem consequências e a principal delas é a morte espiritual, ou a separação imediata de Deus, pois Ele é absolutamente Santo e não pode conviver com o pecado. O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos disse que “... o salário do pecado é a morte…”.  Portanto, ninguém pense que pode pecar livremente e não será punido, nem sofrerá as consequências. 

O primeiro casal, Adão e Eva, vivia feliz no Jardim do Éden, tendo de tudo, principalmente a visitação diária de Deus. Eles receberam a advertência de Deus de que no dia em que comessem do fruto proibido, certamente morreriam. Entretanto, preferiram dar ouvidos à voz do inimigo que, distorcendo a Palavra de Deus, disse que não era bem assim, e que eles não morreriam. 

Depois que desobedeceram a Deus, imediatamente perceberam que estavam nus e foram confrontados por Deus. Diante do questionamento de Deus, ambos procuraram desculpas e não assumiram a culpa, ou seja, não confessaram o seu pecado. Adão, colocou a culpa mulher diretamente e, indiretamente, culpou a Deus: “a mulher que deste, me enganou e eu comi.” Eva, por sua vez, culpou a serpente: “A serpente me enganou e eu comi”. Nenhum dos dois disse: “Pequei, me perdoe!”

Conforme colocou o comentarista, eles colheram amargas consequências do seu pecado, não apenas para si, mas também para a sua posteridade. A primeira delas veio sobre os seus corpos, que tiveram a sua condição alterada e passaram a adoecer e envelhecer. A segunda é que eles passaram a ser mortais. A morte física veio não apenas para eles, mas também para as futuras gerações. Por último, a corrupção da natureza humana, que originou a maldade e diversas tensões no gênero humano. Eles mesmos experimentaram a dor de ter um filho assassinado pelo próprio irmão. 

3. As consequências do pecado de Davi. Davi era o filho mais novo dos oito filhos de Jessé, o belemita, que era filho  de Obede e neto de Rute e Boaz (Rt 4.18-21). Sendo ainda um adolescente ruivo e destemido, Davi era o responsável por pastorear as ovelhas do seu pai nas montanhas de Belém de Judá. Este moço tinha habilidade no manuseio da funda, uma espécie de estilingue que os antigos usavam como arma arremessando pedras. 

Davi aparece pela primeira vez na narrativa bíblica, no capítulo 16, de 1 Samuel, durante o reinado de Saul, quando Deus rejeitou a Saul e ordenou que Samuel fosse à casa de Jessé e ungisse um dos seus filhos como rei de Israel. Samuel relutou, pois temia que Saul o matasse por estar ungindo outra pessoa como rei. Mas Deus lhe deu a estratégia, mandando-o convidar Jessé e os seus filhos para um sacrifício ao Senhor. 

Jessé fez passar os seus sete filhos adultos perante Samuel e Deus não escolheu nenhum deles. Indagado se não tinha mais filhos, Jessé respondeu que ainda tinha o menor, que estava no campo com as ovelhas. Samuel mandou chamá-lo e disse que não se assentaria para comer, antes que ele chegasse. Quando Davi chegou, Deus ordenou que Samuel o ungisse como rei. 

Desde a sua escolha até ele assumir o trono, passaram-se cerca de dez anos. Ele venceu o gigante Golias, um valente filisteu que desafiou o exército de Israel por quarenta dias. Foi ovacionado por todo o Israel, mas isso provou a inveja de Saul que passou a persegui-lo pelo resto da sua vida. 

Davi passou pela escola de Deus nas perseguições, lutas, humilhações e fugas por desertos e cavernas. Ele aprendeu a ser dependente de Deus e, neste período, ele compôs muitos salmos, nas suas angústias e aflições. 

Não restam dúvidas de que Davi foi um homem temente a Deus, desde a sua infância. Era um adorador, poeta e habilidoso tocador de harpa, que temia a Deus e louvava ao Senhor com alegria. Setenta e três dos  Salmos da Bíblia atribuídos a ele. O próprio Deus deu testemunho de Davi, dizendo que era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22). 

Como rei de Israel, Davi foi um homem de Deus. Davi nunca adorou outros deuses e sempre consultava a Deus, antes de tomar decisões importantes no reino. Desejou construir um templo para o Senhor, mas Deus não permitiu. Ele derrotou muitos inimigos do povo de Deus, conquistou Jerusalém e a estabeleceu como a capital do seu reino. Entretanto, isso não significa que Davi foi perfeito e não cometeu erros. 

Quando já estava consolidado no reino de Israel, sendo muito amado pelo seu povo, Davi, cometeu adultério com Batseba, esposa de Urias, um dos soldados mais fiéis do seu exército, e ainda orquestrou o assassinato dele, de forma covarde por meio de Joabe, que o colocou na frente da batalha dele propósito para que fosse morto. 

Depois que Urias foi morto, Davi casou-se com a viúva e calou-se, como se nada de errado tivesse acontecido. Passaram-se dois anos e Deus enviou o profeta Natã para confrontá-lo através de uma parábola. Sem saber que o personagem da parábola era ele próprio, Davi levantou-se irado e proclamou a sentença: 

– Digno de morte é o homem que fez tal coisa! 

O Profeta, então respondeu:

– Este homem és tu, ó rei. 

Após ser confrontado por Deus, Davi confessou o seu pecado e não culpou ninguém por ele, como fizeram Adão e Eva. Entretanto, conforme está escrito em 2 Samuel 12.11,12, Davi iria colher as consequências amargas do seu pecado e dos crimes covardes contra o seu soldado Urias: “Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol.”

Depois disto, o seu filho Amnom estuprou a irmã Tamar e depois foi morto por outro filho de Davi chamado Absalão. Absalão fugiu e passou dois anos no exílio. Quando voltou, usurpou o trono do pai e acabou sendo assassinado por Joabe. Quando Davi envelheceu, na sua sucessão, Adonias, o quarto filho, nascido em Hebrom e filho de Hagite (2 Sm 3.4), usurpou o trono e se declarou rei (1 Rs 1.3), mas acabou sendo morto por ordem de Salomão. 

REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

DIANA, Daniela. Conjunções Subordinativas. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conjuncoes-subordinativas/. Acesso em: 23 mai. 2024




22 maio 2024

A CONFISSÃO DE PECADO

(Comentário do 1º tópico da Lição 08: Confessando e abandonando o pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da definição bíblica de confissão. Veremos os significados da palavra hebraica yadah, e das palavras gregas homologeo e eksomologéo, traduzidas por confessar. Na sequência, veremos que a confissão bíblica de pecados traz a ideia de reconhecimento e confissão, para obter o devido perdão. Por último, falaremos do símbolo da confissão de pecados. Com o ato da confissão, a pessoa reconhece que pecou e que, portanto, é indigna de estar na presença de Deus.


1. Definição. O comentarista, que é professor de hebraico e grego, apresentou-nos os significados das palavras que foram traduzidas por confessar em nossas Bíblias. No texto hebraico do Antigo Testamento, a palavra yadah aparece 900 vezes, com o sentido de tomar conhecimento, saber ou reconhecer. O significado desta palavra varia de acordo com o contexto. Literalmente, a palavra significa “usar a mão” ou “lançar algo fora com a mão”. Tem também o sentido de adorar (com as mãos estendidas”, ou “lamentar (torcendo as mãos)”. 


Em outros textos do Antigo Testamento, a palavra Yadah tem o sentido de “confessar ou reconhecer os pecados cometidos”, como aparece no Salmo 32.5: “Confessei-te (yadah) o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei (yadah) ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” Ou ainda, em Provérbios 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa (yadah) e deixa, alcançará misericórdia.” Neste sentido, yadah significa o reconhecimento de que pecamos contra o Senhor e a disposição para abandonar esta prática. 


O Novo Testamento usa a palavra grega homologeo, que é formada por “homou” (junto de pessoas reunidas) e “lógos” (discurso, fala). Esta palavra é usada 25 vezes no Novo Testamento e significa reconhecer abertamente, concordar totalmente, prometer ou  admitir a culpa. O termo grego homologeo deu origem à palavra portuguesa homologar, que significa reconhecer oficialmente. 


O Novo Testamento usa também a palavra eksomologéo, que aparece dez vezes nos escritos neotestamentários e significa reconhecer, concordar totalmente, prometer, dar graças e louvar. No texto de Mateus 3.6, quando João Batista estava  batizando, Mateus usa a palavra eksomologéo, com o sentido de confessar: “E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando [eksomologéo] os seus pecados.” A mesma palavra aparece também duas vezes no texto de Mateus 11.25, com o sentido de reconhecer a honra do Pai: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças [eksomologéo] te dou [eksomologeo], ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” 


2. A confissão bíblica de pecado. A confissão de pecados é condição indispensável para que o pecado seja perdoado. A confissão nacional dos pecados em Israel fazia parte do Dia da Expiação (Yom Kippur): “E confessará o seu pecado que cometeu; pela sua culpa, fará plena restituição, segundo a soma total, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e a dará àquele contra quem se fez culpado.” (Nm 5.7). 


Havia também a confissão pessoal dos pecados, como no caso de Davi, que orou a Deus, confessando o seu pecado e pediu perdão (Sl 51). Os profetas também, ao intercederem pelo povo faziam a confissão dos pecados, como no caso de Neemias: “...E faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti, também e a casa de meu pai pecamos”.  (Ne 1.6b). O profeta Daniel também orou confessando os seus pecados e os do povo: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel…” (Dn 9.20a). 


No Novo Testamento também vemos que, após João Batista pregar a mensagem de arrependimento, as pessoas iam ter com ele para serem batizados e confessavam os seus pecados: “Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mt 3.5,6). O batismo, em si, não tem nenhum poder salvífico. Ele deve estar acompanhado do arrependimento e da confissão dos pecados. 


É importante esclarecer que confessar pecados significa admitir a culpa e não contar os pecados a um sacerdote, ou torná-los públicos. A Igreja Católica ensina a prática da confissão dos pecados aos sacerdotes, como condição para se obter o perdão. Seguindo esta tradição, muitas Igrejas evangélicas também ensinam que o crente deve confessar publicamente os seus pecados ao pastor e até à Igreja. Nesta perspectiva, um homem ou mulher que, num momento de fraqueza, tiveram desejos impuros por alguém, contar isso publicamente em detalhes seria escandaloso! Mas era exatamente isso que acontecia antigamente. 


Não há nenhum fundamento bíblico para isso, pois, na Nova Aliança não existem sacerdotes ou mediadores entre Deus e os homens, além de Jesus (1Tm 2.5). Devemos confessar os nossos pecados a Deus, se pecarmos contra Ele e aos irmãos a quem ofendemos. Portanto, se eu pecar somente contra Deus, devo pedir perdão somente a Ele. Se pecar contra a minha esposa, devo pedir perdão a ela. Caso ofenda a algum irmão, devo procurá-lo pessoalmente, reconhecer o meu pecado e pedir-lhe perdão. Antigamente, os crentes eram obrigados a irem à frente e tornar público o seu pecado, por mais vergonhoso que fosse o ato cometido.


3. O símbolo da confissão de pecado. A confissão dos pecados cometidos não pode ser apenas da boca para fora, ou um indicativo de remorso. É preciso confessar (reconhecer) o pecado e estar disposto a abandonar a prática. Em sua confissão, o pecador arrependido reconhece perante Deus que pecou, sente-se indigno de estar em sua presença e implora o seu perdão. 


Tanto o arrependimento como a confissão dos pecados só se tornam possíveis, mediante a ação poderosa do Espírito Santo em nosso interior. É Ele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Nenhum ser humano, por si mesmo, iria reconhecer que é pecador e pedir o perdão de Deus. Entretanto, o Espírito Santo nos convence, mas não decide por nós, como dizem os calvinistas. A decisão de reconhecer o pecado, buscar o perdão de Deus e não voltar a praticar aquele ato é do ser humano. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

 H3034 - yadah | DoSenhor - Dicionário Bíblico Hebraico e Grego

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed.

RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, pág. 2196.

IDEM, pág. 2322. 



A ESPERANÇA CRISTÃ COMO ÂNCORA DA ALMA

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