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02 março 2022

OS PROFETAS MAIORES


(Comentário do 1º tópico da Lição 10: As profecias despertam e trazem esperança). 

O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus, por inspiração, revelação, ou visão para transmiti-la ao povo. O primeiro a ser chamado de profeta na Bíblia foi Abraão (Gn 20.7). No Novo Testamento descobrimos que o primeiro profeta foi Enoque, o sétimo depois de Adão, que viveu muito antes de Abraão (Jd 14). 

1- Os profetas e a profecia. Segundo o Dicionário Vine, publicado pela CPAD, a palavra grega usada para profecia é ‘propheteia’, que significa “descrição antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, quer do presente ou futuro.” (Gn 20.7; Ap 1.19 ). Os profetas no Antigo Testamento não eram adivinhos, ou apenas pessoas que previam o futuro, como muitos imaginam. O ministério profético consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. 

Em hebraico há três palavras usadas para se referir a profeta:

a. Nabi. Alguém que proclama uma mensagem recebida; um porta voz, mensageiro, ou anunciador. Esta palavra aparece mais de 300  vezes no Antigo Testamento. A palavra aparece também na forma feminina para se referir a Mirian, Hulda, Noadias e à esposa do Profeta Isaías. 

b. Chozeh. Significa uma pessoa que tem visões. É traduzida como vidente. Nos dias do profeta Samuel, os profetas eram chamados de “Chozeh” (vidente) e eram consultados, para saber a vontade de Deus, antes de tomar decisões.  

c. Roeh. Também significa vidente, com o sentido de alguém que faz previsões sobre o futuro.


Estas três palavras aparecem em 1 Crônicas 29.29: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente (roeh), e nas crônicas do profeta (nabi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente” (Chozen).


No antigo Testamento havia três tipos de profetas: 

a. Profetas literários ou canônicos. São os que deixaram as suas profecias escritas. 

b. Profetas não literários. São os que profetizaram, mas não escreveram, ou os seus escritos se perderam.

c. Profetas cúlticos. São aqueles cujas profecias estavam ligadas ao culto. (2 Cr 29.21-24). Em alguns salmos aparece esta categoria de profeta. 


O nosso estudo nesta lição se refere apenas aos profetas literários, denominados “profetas maiores” e “profetas menores”. Os profetas em Israel no período da monarquia eram pessoas que tinham acesso ao palácio e eram requisitados nas mais diversas situações para transmitir a Palavra de Deus. Em casos de reis ímpios, muitos deles foram perseguidos, presos e até mortos, quando a mensagem de Deus em sua boca denunciava e condenava as ações dos reis. 


2 - Os profetas Isaías e Jeremias. 

a. Isaías. O profeta Isaías, filho de Amós, profetizou no reino do Sul, durante quatro reinados: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1). O Seu nome significa “Salvação de Yahweh”. O seu livro contém 66 capítulos e o tema central é salvação. Isaías profetizou por cerca de 60 anos, entre os anos 740 e 680 a.C. Durante este período, houve dois acontecimentos marcantes: o Reino do Norte foi levado para o cativeiro da Assíria em 722 a.C. e Senaqueribe invadiu Judá em 701 a.C., fazendo duras ameaças ao rei Ezequias.

O alcance profético de Isaías é muito vasto. Isaías profetizou bem antes do cativeiro babilônico e profetizou sobre a queda da Babilônia e sobre o futuro de outros reinos do Oriente Médio. Profetizou também sobre o retorno dos Judeus do cativeiro, citando o imperador persa Ciro, cem anos antes do seu nascimento.

Isaías é chamado de profeta messiânico, pois, foi o que mais falou sobre a vinda  do Messias, sobre o seu nascimento virginal, os seus sofrimentos (Is 7.14); a sua descendência de Davi (11.1); os seus sofrimentos (53.4-9); e seu ministério de libertação (61).

b. Jeremias. O profeta Jeremias era sacerdote de Anatote e filho de Hilquias. Foi chamado por Deus, ainda muito jovem, para ser profeta, em 626 a.C. Profetizou no Reino do Sul, durante os reinados de Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, nos dias que antecederam o cativeiro e durante o cativeiro. Sofonias e Habacuque foram seus contemporâneos no início do ministério e Daniel no final.

O ministério durou cerca de quarenta anos. O seu nome significa “Yahweh estabelece”. É conhecido como o “profeta das lágrimas”, devido às suas lamentações pela dor do seu povo. Jeremias teve poucos amigos e enfrentou muitas lutas com falsos profetas, que entregavam mensagens de prosperidade, quando Deus falava de julgamento. Assim como Isaías, o ministério profético de Jeremias também foi muito abrangente, com profecias para várias nações. Jeremias também profetizou o retorno do cativeiro (Jr 50.19,20), a vinda do Messias como um renovo de Justiça (Jr 33.15) e escreveu o Livro de Lamentações descrevendo os horrores sofridos pelos judeus, quando os exércitos da Babilônia invadiram Jerusalém. São cinco poemas, onde os quatro primeiros são de tristeza e lamento e o quinto é uma oração com confissão de pecados e pedido de libertação e renovo.


Os profetas Isaías e Jeremias, não apenas profetizaram os julgamentos de Deus, mas anunciaram também o despertamento e a esperança. Isto nos mostra que Deus age com rigor contra os pecadores impenitentes, mas é misericordioso e compassivo e oferece esperança aos que se arrependem. 


3- Os profetas Ezequiel e Daniel. Os profetas Ezequiel e Daniel profetizaram durante o cativeiro babilônico, no exílio. Ezequiel era um sacerdote, que foi levado para o cativeiro e Daniel era um jovem membro da alta nobreza de Judá, provavelmente pertencente à família real. 

a. Ezequiel. O seu nome significa "sustentado por Deus". Era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado para a Babilônia por Nabucodonosor em 597 a.C. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado. A sua mensagem consistia em avisar ao povo da necessidade de arrependimento para a restauração e libertação do cativeiro.  Ezequiel teve várias visões de Deus, sobre a situação de Israel no cativeiro e no futuro, como a famosa visão do vale de ossos secos, descrita no capítulo 37. Era chamado por Deus de "Filho do homem", uma referência à sua identificação com o seu povo. Ezequiel profetizou a restauração de Israel (Ez 34.1-39.29); a vinda do Messias como pastor e rei Ez 34.23,24); e como fonte de águas vivas (Ez 47.1,2).

b. Daniel. O seu nome significa "Deus é meu juiz". Era um jovem que fazia parte dos nobres de Judá e foi levado para a Babilônia, a fim de ser ensinado na cultura e ciência dos caldeus, para servir ao Palácio de Nabucodonosor. Logo que chegou à Babilônia, Daniel se notabilizou por sua fé em Deus e conduta diferenciada, abatendo-se de qualquer contaminação no exílio. Foi usado por Deus na interpretação dos sonhos de Nabucodonosor e na leitura e interpretação da Escritura que apareceu na parede de Belsazar. 

Foi um dos três principais ministros do rei Dario e, por inveja dos seus companheiros, foi lançado na cova dos leões. Mas Deus o livrou da morte. Daniel estudou as profecias de Jeremias e entendeu que o cativeiro duraria 70 anos (Jr 25.11,12; 29.10). Ele, então, resolveu orar, reconhecendo o pecado do povo e pedindo misericórdia ao Senhor, com súplicas e jejuns. O Senhor respondeu a oração de Daniel e enviou o seu anjo para trazer-lhe as respostas. O inimigo se opôs ao anjo, tentando impedi-lo de responder ao profeta. Daniel continuou orando por 21 dias e Deus enviou o arcanjo Miguel para pelejar contra o inimigo e trazer a resposta a Daniel. Deus mostrou em visão a Daniel, as coisas que iriam acontecer, os impérios mundiais que iriam surgir, a vinda do Messias e fatos relacionados à Grande Tribulação e ao Milênio. O Livro de Daniel é considerado por estudiosos das profecias como “O Apocalipse do Antigo Testamento”. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 2780; 2984; 3197-3199; 3367-3368.    

SWIM, Roy E. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pág. 500.

ESCOBAR, Juan Carlos. Profetas e Visionários. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, pp.23,27).       



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Pb. Weliano Pires


05 setembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: O REINADO DE EZEQUIAS

Na lição passada estudamos sobre o cativeiro do Reino do Norte e o seu triste fim, sendo levados para a Assíria e, os poucos que ficaram, sendo misturados a outros povos, perdendo completamente a sua identidade nacional e religiosa. A partir do cativeiro, o Reino do Norte deixou de existir e os registros dos livros dos Reis voltaram para o Reino do Sul. O último reinado do Sul que estudamos foi Joás, que começou bem, mas depois da morte do seu tutor, o sacerdote Joiada, ele se entregou à idolatria e foi morto pelos seus servos. O reinado de Amazias Depois de Joás, tivemos o reinado de Amazias, seu filho. Amazias também iniciou bem o seu reinado e matou os assassinos do seu pai, porém, não matou os filhos deles, pois a Lei de Moisés proibia essa prática que era comum na época. Depois, Amazias venceu os edomitas e se fortaleceu no reino. Entretanto, quando voltou da guerra contra os edomitas, Amazias trouxe os ídolos deles, ajoelhou-se diante destes ídolos e lhes queimou incenso. Por causa dessa idolatria, Deus usou um profeta para repreendê-lo, mas ele não deu ouvidos. Depois disso, Amazias procurou acordo com Jeoás, rei de Israel, mas ele não quis e iniciaram uma guerra, na qual Amazias foi derrotado e preso. Após a morte de Jeoás, Amazias ainda viveu quinze anos. A insatisfação do povo contra ele era grande. Houve uma conspiração contra ele e ele fugiu. Mas, foi morto em Laquis, na fronteira com os filisteus.

O reinado de Uzias ou Azarias Após a conspiração contra Amazias, o povo tomou o seu filho Uzias, que também é chamado de Azarias e o proclamaram como rei aos 16 anos. Iniciou o seu reinado bem e se esforçou para buscar ao Senhor. Uzias Venceu os filisteus e outros inimigos. Depois reforçou os muros de Jerusalém e se impôs contra os vizinhos. Era um rei muito inteligente e é considerado o segundo mais sábio depois de Salomão. Uzias cavou poços e incentivou a agricultura, o que rendeu prosperidade a Israel. Também inventou armas de defesa e equipou bem o seu exército. Entretanto, quando se viu fortalecido, tornou-se orgulhoso, entrou no templo e quis queimar incenso. Foi repreendido pelo sumo sacerdote, mas o ignorou e ficou leproso pelo resto da vida. O reinado Jotão Quando Uzias se tornou leproso, foi considerado imundo e não pôde continuar no reino. Então, o seu filho Jotão se tornou co-regente e foi proclamado rei após a morte do pai. Jotão reinou dezesseis anos e foi um bom rei. Venceu os amonitas e fez reformas importantes no templo e nos muros de Jerusalém e edificou cidades, bosques e castelos nas montanhas de Judá. Após a sua morte, Acaz, seu filho reinou em seu lugar. O reinado de Acaz Acaz foi um rei terrivelmente ímpio, que fez imagens de Baal para adorar e queimou os seus filhos em sacrifício a Moloque, no Vale de Hinom (2 Cr 28.2,3). Por isso, durante o seu reinado, Peca, rei de Israel, se aliou ao rei da Síria para guerrear contra ele. Não conseguiram tomar-lhe o reino, porém, fizeram grandes estragos e levaram muitos prisioneiros (2 Cr 28.5). Os estragos só pararam, porque Deus teve misericórdia e usou o profeta Obede, para advertir o rei de Israel. Além do Reino do Norte e do rei da Síria, ainda se levantaram os filisteus contra Judá e lhe tomaram parte do seu território. Desesperado, Acaz buscou o apoio do rei da Assíria, mandando para ele os tesouros da Casa do Senhor, em troca de apoio militar. Entretanto, o rei da Assíria, além de não o ajudar, ainda lhe impôs pesados tributos. O reinado de Ezequias Após a morte de Acaz, o seu filho Ezequias reinou em seu lugar. A conduta de Ezequias foi completamente oposta à de seu pai, tanto que em nosso texto áureo diz que ele foi considerado o melhor rei de Judá (2 Rs 18.5). Ezequias começou a reinar aos vinte e cinco anos e reinou vinte e nove anos no Reino do Sul. Logo no primeiro ano de governo, ele reabriu as portas do Templo que o seu pai havia fechado e fez uma reforma geral. Em seguida, trouxe de volta os sacerdotes e levitas e os convocou à santificação. No primeiro tópico falaremos sobre o justo reinado de Ezequias. Destacaremos a ampla reforma religiosa promovida por Ezequias, a purificação dos lugares sagrados e a volta da adoração nacional ao Deus de Israel. Ezequias mandou celebrar a Páscoa e convocou o povo a adoração. O resultado disso foi um grande avivamento entre o povo. Quando retornaram do Templo, eles destruíram todos os ídolos e altares de deuses pagãos. No segundo tópico falaremos a respeito da invasão de Senaqueribe, rei da Assíria. O temido império da Assíria estava em expansão por toda a região, dominando povos e se impondo pelo terror e crueldade aos povos dominados. Agora, haviam invadido Jerusalém e fizeram duras ameaças e afrontas, não apenas a Ezequias, mas também ao Deus de Israel. Diante das ameaças e afrontas, Ezequias não respondeu nada, mas rasgou as suas vestes, vestiu-se de saco e entrou no Templo para orar. Em seguida, mandou consultar o profeta Isaías, para saber o que fazer. No terceiro e último tópico, falaremos a respeito da oração de Ezequias e a resposta de Deus. O rei da Assíria, além de ameaçar e afrontar Ezequias e ao próprio Deus, mandou escrever cartas em hebraico para que o povo entendesse, exigindo que Judá se rendesse. Ezequias pegou as cartas com as afrontas e as apresentou diante de Deus. Deus usou o profeta Isaías para responder e confortar Ezequias, dizendo que faria com que Senaqueribe ouvisse um grande barulho e retornasse à sua terra, pois, Deus iria derrotá-lo na própria terra dele e assim aconteceu. Um anjo do Senhor feriu cento e oitenta e cinco mil soldados assírios e os próprios filhos de Senaqueribe o mataram.

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Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...