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10 junho 2021

A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO

No segundo tópico, falaremos a respeito da importância do presbitério na Igreja primitiva e nos dias atuais. Veremos a definição grega da palavra presbitério, a atuação do presbitério na Igreja Primitiva e a necessidade de valorização do presbitério nos dias atuais.

1. Significado do termo. A palavra “presbitério” (gr. presbyterion), tanto no Sinédrio judaico (Lc 22.66; At 22.5), quanto na Igreja Cristã (1 Tm 4.14) era usada para se referir a um grupo de homens mais velhos, dignos, sábios e experientes. O Sinédrio judaico era a suprema corte judaica, formada por sacerdotes anciãos e escribas. Os anciãos que faziam parte do Sinédrio eram líderes comunitários muito respeitados, que eram indicados para representar os israelitas na corte ao lado dos escribas e sacerdotes. Eram semelhantes ao corpo de jurados que acontece hoje nos tribunais. Porém, naquela época os anciãos não eram qualquer pessoa, escolhida aleatoriamente como acontece nos jurados. Os anciãos precisavam ser pessoas idôneas, notáveis e respeitadas na sociedade. 

2. A atuação do presbitério.  Não sabemos ao certo quando surgiu o presbitério na Igreja Primitiva. Mas, conforme vimos no tópico anterior, ele estava presente nas Igrejas de Jerusalém, Antioquia, Listra e Icônio, nos relatos de Atos dos apóstolos e participava das discussões e decisões da liderança da Igreja junto com os apóstolos. A atuação do presbitério cristão na Igreja Primitiva se assemelha às dos anciãos de Israel nas comunidades e no Sinédrio. (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18). 

Nas referências bíblicas aos presbíteros no Novo Testamento eles aparecem sempre no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Isso nos leva a deduzir que a função pastoral era exercida por um colegiado de obreiros mais experientes e não por um único líder. 

O presbitério da Igreja Primitiva formava uma espécie de conselho ou assembléia que deliberava junto com os apóstolos, sobre assuntos doutrinários, éticos e administrativos da Igreja. (At 15.2,6,9-11; At 16.4). Eles faziam o papel exercido hoje pelos pastores e evangelistas nas convenções, no caso das Assembléias de Deus. 

Conforme vimos na lição 09, quando tratamos do ministério pastoral, há três tipos de administração eclesiástica: Episcopal, presbiteriana e congregacional. Cada uma delas tem as suas particularidades e o papel do presbítero é diferente em cada uma delas. Já falamos disso na lição 09 e eu vou apenas trazer um pequeno resumo, para compreendermos melhor o assunto: 

a. Presbiteriano. O governo da Igreja é exercido através do presbitério. Os presbíteros se reúnem e tomam as decisões. Nessa forma de governo, o pastor é apenas um líder espiritual, que cuida da oração, ensino da Palavra de Deus e visitas. Este é o modelo das Igrejas Presbiterianas.

b. Episcopal ou assembleiano. O governo da Igreja é exercido através de bispos ou pastores. Nessa forma de governo, os pastores ou bispos são tanto líderes espirituais como administradores da Igreja. Este é o modelo da Assembléia de Deus.

c. Congregacional. O governo da Igreja é exercido pelos membros da Igreja, através de uma equipe ou junta administrativa, escolhida pelos membros. Este é o modelo das Igrejas Batistas. 


Segundo o Pr. Isael de Araújo, em seu livro Dicionário Movimento Pentecostal, publicado pela CPAD, inicialmente as Assembléias de Deus adotaram um sistema de governo eclesiástico intermediário, semelhante ao presbiteriano. Não admitiam hierarquia, nem um episcopado formal. Entendiam que a função de bispo e pastor era a mesma e o cargo de presbítero era o de um auxiliar do pastor. Entretanto, em algumas regiões, o presbítero exercia um cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Estabeleceram, então, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).

O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial, que é responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. 

É importante destacar que a Assembléia de Deus é uma denominação plural, cujo modelo de administração varia muito de um ministério para outro, ou de um estado para outro. Até no mesmo estado, muda de um campo eclesiástico para outro, onde os pastores de campo são presidentes. Por exemplo, no campo do Belenzinho, na Grande São Paulo, presidido pelo Pr. José Wellington, tem diferenças funcionais em relação a outros campos do interior, onde há outros presidentes. Estas diferenças, no entanto, não são doutrinárias, apenas administrativas. 

O presbítero deve seguir as diretrizes da denominação que ele faz parte, para não gerar conflitos. Exceto se as normas da sua denominação contrariarem as doutrinas bíblicas. Nesse caso, o obreiro deve ficar sempre ao lado da Palavra de Deus. 


3. A valorização do presbitério. Paulo disse que “os presbíteros que presidem devem ser estimados e dignos de duplicada honra” (1Tm 5.17). Algumas versões traduzem a palavra “presidem” neste texto, por “governam”. Isso mostra que os presbíteros eram os administradores das Igrejas. Infelizmente, muitos ministérios não valorizam o papel do presbitério da Igreja. Eu já ouvi pessoas dizerem que presbítero não é pastor, é apenas “dirigente” da congregação. Ora, se o obreiro lidera a congregação, sendo o responsável por doutrinar, visitar, cuidar e proteger o rebanho, como dizer que não é pastor? Alguns chegam ao cúmulo de falar que a pessoa é um “presbítero com ação pastoral!” Ora, todo presbítero tem ação pastoral! A Bíblia recomenda aos presbíteros e bispos que “pastoreiem” ou “apascentem” o rebanho de Deus.

Esta subestimação do presbitério é proposital, por parte de pessoas que se acham donos da Igreja e não querem que ninguém interfira nas suas sanhas autoritárias: Quem manda aqui sou eu! O pastor aqui sou eu! Quem não estiver satisfeito pode sair e coisas do tipo. Mas, o modelo bíblico de administrar a Igreja nunca foi assim. 


Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS: 
(ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, pp.715,16).

LIÇÕES BÍBLICAS. CPAD, 2° Trimestre de 2021.

ENSINADOR CRISTÃO. CPAD, 2° Trimestre de 2021.


09 junho 2021

A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS


Neste primeiro tópico da lição, falaremos a respeito da escolha dos presbíteros na Igreja do primeiro século. Veremos os conceitos das palavras presbítero, bispo, ancião e pastor. Enfocaremos também os aspectos funcionais e as qualificações exigidas para o exercício deste importante ministério. 

1. Significado da função. No grego, a palavra para presbítero é “presbyteros”. Esta palavra deriva da raiz “presby”, que significa literalmente “uma pessoa mais velha”. Evidentemente, não se refere apenas à questão da idade e sim à experiência e idoneidade. Algumas versões da Bíblia traduzem esta palavra por “ancião”. 

A palavra “bispo”, por sua vez, é a tradução do termo grego “episkopos”. Esta palavra não se refere ao episcopado monárquico existente na Igreja Romana, que se desenvolveu somente no século II. O bispo no Novo Testamento era um supervisor ou inspetor da Igreja local. Paulo usa as palavras "presbyteros" e “episkopos” para se referir ao mesmo cargo, como em Tito 1.5-9. Isso demonstra que “presbyteros” e “episkopos” são sinônimos. Já a palavra pastor no grego é “poimen” e significa um guia, um condutor, alguém que alimenta, cuida e protege o rebanho, como vimos na lição 09, quando estudamos sobre o ministério pastoral. 

2. A liderança local. Nos primeiros anos da Igreja Cristã, logo após o Pentecostes, não vemos referências a presbíteros ou bispos, somente aos apóstolos, que exerciam a liderança da Igreja. Com o crescimento rápido da Igreja, houve murmuração dos gentios, por causa da acepção que os crentes judeus estavam fazendo em relação às viúvas não judias. Então foi criado o cargo de diácono (gr. diakonos), para cuidar da assistência aos necessitados. Este será o tema da nossa próxima lição.

Somente depois da conversão de Saulo, temos menção aos "anciãos" da Igreja de Jerusalém, que receberam a coleta das contribuições da Igreja de Antioquia, para ajudar aos necessitados da Judéia, por causa da fome que aconteceu nos dias do imperador Cláudio, que fora predita pelo profeta Ágabo. (At 11.30).

Em Atos 14.23 há o relato de uma eleição de anciãos (presbyteros) nas Igrejas de Antioquia, Listra e Icônio. Depois, no capítulo 15 de Atos, quando aconteceu o primeiro concílio da Igreja de Jerusalém, para discutir se os cristãos deveriam guardar a lei, são mencionados os “anciãos” (presbyteros), junto com os apóstolos. (At 15.6). Em Atos 20.17, na iminência da prisão de Paulo em Jerusalém, ele reuniu os “anciãos” de Éfeso em Mileto e lhes fez um discurso emocionado, em tom de despedida. Ainda no capítulo 20 de Atos, no versículo 28, Paulo se refere a eles como “bispos” (episkopos) e diz que “o  Espírito Santo os constituiu para apascentarem a Igreja de Deus”, deixando evidente o trabalho pastoral dos bispos e presbíteros e a equivalência das duas funções. 

O apóstolo Pedro também deu orientações aos presbíteros, referindo-se a si mesmo como presbítero e disse para que eles “apascentassem” ou “pastoreassem” o rebanho de Deus. (1 Pe 5.1.2). Mais uma vez, fica evidente que os presbíteros exerciam a função pastoral nas Igrejas do Novo Testamento. Nas Epístolas a Timóteo e a Tito, Paulo falou dos presbíteros como líderes da Igreja local. (1 Tm 3); 1 Tm 5.17; Tt 1.5).

3. As qualificações. Na Lição 09, quando falamos sobre o ministério pastoral, destacamos as qualificações exigidas para os bispos e presbíteros, como requisitos para o pastorado, pois entendemos que são equivalentes. As qualificações exigidas para os bispos e presbíteros estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero e em 1 Timóteo 3.1-7 para bispo. Uma lista complementa a outra, pois, os termos são sinônimos. 


Segue abaixo, as qualificações exigidas para os presbíteros / bispos / pastores (Tt 1.6-8; 1 Tm 3.1-7), já citadas na lição 09: 


a. Irrepreensibilidade. Deve ser íntegro em todos os aspectos. Paulo falou para Timóteo “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar”. (2 Tm 2.15). 

b. Vida conjugal ajustada. O casamento do bispo, presbítero ou pastor deve seguir o modelo bíblico e ser exemplo para a Igreja. Por isso deve ser heterossexual, monogâmico e vitalício. Não se pode admitir líderes na Igreja divorciados, polígamos, ou que tenham um casamento de fachada. 

c. Vigilância. A vigilância consiste em estar atento para não ser apanhado de surpresa. Deve fechar todas as brechas e vigiar para não cair em tentação e não escandalizar a Igreja. 

d. Sobriedade. Ser sóbrio significa ter equilíbrio, moderação e domínio próprio. Não pode perder as estribeiras e agir precipitadamente. 

e. Honestidade. A honestidade consiste em integridade, veracidade e franqueza e  na ausência de mentiras, trapaças, roubos, etc. O presbítero, bispo ou pastor tem a obrigação de ser honesto em tudo o que faz e fala. 

f. Aptidão para o ensino. É atribuição dos líderes, alimentar a Igreja com o ensino da Palavra de Deus e defendê-la dos falsos ensinos. Portanto, é indispensável que esteja preparado para ensinar. 

g. Abstinência de vinho. O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como a insensatez, agressividade e descontrole. Por isso, o consumo de bebidas alcoólicas é incompatível com o ministério pastoral. 

h. Não violento (ou espancador). Jesus nos recomenda que aprendamos com Ele, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Pedro também recomenda que devemos responder com mansidão aos que se opõem (1 Pe 3.15). O pastor deve ser firme em seus ensinos e na defesa da verdade. Mas, não pode ser violento, mal educado e agressivo. 

i. Não contencioso. Paulo disse a Timóteo que “ao servo do Senhor não convém contender” (2 Tm 2.24). O pastor além de ser um servo do Senhor, é um exemplo para a Igreja e não pode viver em contendas, pois, isso é carnalidade. 

j. Não avarento. A avareza é tão grave que Paulo diz que o avarento é idólatra. (Ef 5.5). Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1 Tm 6.10). O avarento rouba, mata, aplica golpes e abre mão de qualquer princípio, por dinheiro. Por isso, é incompatível com o ministério pastoral.

l. Bom governante da própria casa. O pastor deve ter uma conduta exemplar para com a sua família. Paulo, escrevendo a Timóteo, disse que "aquele que não governa bem a sua casa não terá cuidado da Igreja de Deus." Um pastor, que a própria família não o respeita, não tem a menor condição de pastorear uma Igreja. 

m. Não neófito. Esta palavra “neófito” vem de duas palavras gregas: "neo" (novo) e “fide” (fé) e significa novo na fé, ou inexperiente. O tempo de crente é importante, pois existem coisas que só se aprende com a experiência. Um pastor inexperiente pode se precipitar e tomar decisões equivocadas. 

n. De bom testemunho para com os de fora. Os cristãos são observados pelas pessoas de fora da Igreja e o pastor mais ainda. Por isso é importante que o pastor tenha uma boa reputação no bairro e na cidade onde mora. 


Seria muito bom se todas as Igrejas da atualidade atentassem para os conselhos do apóstolo Paulo, antes de separarem obreiros. Certamente, não teríamos tantos obreiros imaturos e despreparados. 


Pb. Weliano Pires


05 junho 2021

Lição 11: O Presbítero, Bispo ou Ancião


Data: 13 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).


VERDADE PRÁTICA

“O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.”


HINOS SUGERIDOS: 151, 344, 516.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Tt 1.5 - O estabelecimento dos Presbíteros

Terça - Tg 5.14 - Homens espirituais

Quarta - 1Tm 4.14 - A ação do presbitério

Quinta - 1Pe 5.1,2 - Presbíteros apascentadores

Sexta - 1Pe 5.3 - Como exemplo do rebanho

Sábado - Tt 1.5,7 - Bispo — Outro nome para presbítero


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4.


Tito 1

5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:

6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.

7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;


1 Pedro 5

1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:

2 - apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;

3 - nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.

4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR

 

A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso, é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor. 


OBJETIVOS: 

  • Conceituar o termo e a função do presbítero.

  • Valorizar o ministério do presbítero.

  • Apontar os deveres dos presbíteros.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero, reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios.


Conclua afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região. Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua igreja local.


COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO


Palavra Chave: 

Presbítero: Ancião; Pessoa madura na fé.


No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.


I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS


1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, “pessoa mais velha”. Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).

2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.

3. As qualificações. No Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.


SINOPSE DO TÓPICO (I)

O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskolos) e de pastor (do gr. poimēn). Logo, a sua função é pastoral.


II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO

1. Significado do termo. “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de “presbitério” (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).

2. A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).

3. A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Fundamentado na Palavra de Deus desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.


III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO


1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.

2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.

3. Ungir os enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Apascentar a igreja de Cristo, liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero.


CONCLUSÃO


Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.


VOCABULÁRIO


Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar reciprocamente.

Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo.

Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.


Q U E S T I O N Á R I O  


1. Segundo a lição, o que é um presbítero?

É um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local.


2. Qual o significado do termo “presbitério”?

“Presbitério” vem do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã. O termo designa o conjunto de presbíteros que administram uma igreja local.


3. Relacione os deveres dos presbíteros.

Apascentar a igreja, liderar a igreja local e ungir os enfermos.


4. Quais as duas esferas principais de atuação da liderança da igreja local?

O governo e o ensino.


5. Qual é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para ser presbítero?

Ensinar e governar com equidade e seriedade.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico


As qualificações dos Presbíteros (1.6-9)


As qualificações no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado como um candidato ao presbitério [...].


Paulo parece estar usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e ‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e indistintos (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.704,05).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Histórico Pentecostal


PRESBÍTEROS


As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.


[...] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).


[...] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, pp.715,16).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


O Presbítero, Bispo ou Ancião


Ao longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.


No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo.


O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).


O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo.


Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de Deus no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho — a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.


Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.


É importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no “Dicionário do Movimento Pentecostal” (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de Deus da América é diametralmente oposto ao da brasileira.


VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...