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09 junho 2021

A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS


Neste primeiro tópico da lição, falaremos a respeito da escolha dos presbíteros na Igreja do primeiro século. Veremos os conceitos das palavras presbítero, bispo, ancião e pastor. Enfocaremos também os aspectos funcionais e as qualificações exigidas para o exercício deste importante ministério. 

1. Significado da função. No grego, a palavra para presbítero é “presbyteros”. Esta palavra deriva da raiz “presby”, que significa literalmente “uma pessoa mais velha”. Evidentemente, não se refere apenas à questão da idade e sim à experiência e idoneidade. Algumas versões da Bíblia traduzem esta palavra por “ancião”. 

A palavra “bispo”, por sua vez, é a tradução do termo grego “episkopos”. Esta palavra não se refere ao episcopado monárquico existente na Igreja Romana, que se desenvolveu somente no século II. O bispo no Novo Testamento era um supervisor ou inspetor da Igreja local. Paulo usa as palavras "presbyteros" e “episkopos” para se referir ao mesmo cargo, como em Tito 1.5-9. Isso demonstra que “presbyteros” e “episkopos” são sinônimos. Já a palavra pastor no grego é “poimen” e significa um guia, um condutor, alguém que alimenta, cuida e protege o rebanho, como vimos na lição 09, quando estudamos sobre o ministério pastoral. 

2. A liderança local. Nos primeiros anos da Igreja Cristã, logo após o Pentecostes, não vemos referências a presbíteros ou bispos, somente aos apóstolos, que exerciam a liderança da Igreja. Com o crescimento rápido da Igreja, houve murmuração dos gentios, por causa da acepção que os crentes judeus estavam fazendo em relação às viúvas não judias. Então foi criado o cargo de diácono (gr. diakonos), para cuidar da assistência aos necessitados. Este será o tema da nossa próxima lição.

Somente depois da conversão de Saulo, temos menção aos "anciãos" da Igreja de Jerusalém, que receberam a coleta das contribuições da Igreja de Antioquia, para ajudar aos necessitados da Judéia, por causa da fome que aconteceu nos dias do imperador Cláudio, que fora predita pelo profeta Ágabo. (At 11.30).

Em Atos 14.23 há o relato de uma eleição de anciãos (presbyteros) nas Igrejas de Antioquia, Listra e Icônio. Depois, no capítulo 15 de Atos, quando aconteceu o primeiro concílio da Igreja de Jerusalém, para discutir se os cristãos deveriam guardar a lei, são mencionados os “anciãos” (presbyteros), junto com os apóstolos. (At 15.6). Em Atos 20.17, na iminência da prisão de Paulo em Jerusalém, ele reuniu os “anciãos” de Éfeso em Mileto e lhes fez um discurso emocionado, em tom de despedida. Ainda no capítulo 20 de Atos, no versículo 28, Paulo se refere a eles como “bispos” (episkopos) e diz que “o  Espírito Santo os constituiu para apascentarem a Igreja de Deus”, deixando evidente o trabalho pastoral dos bispos e presbíteros e a equivalência das duas funções. 

O apóstolo Pedro também deu orientações aos presbíteros, referindo-se a si mesmo como presbítero e disse para que eles “apascentassem” ou “pastoreassem” o rebanho de Deus. (1 Pe 5.1.2). Mais uma vez, fica evidente que os presbíteros exerciam a função pastoral nas Igrejas do Novo Testamento. Nas Epístolas a Timóteo e a Tito, Paulo falou dos presbíteros como líderes da Igreja local. (1 Tm 3); 1 Tm 5.17; Tt 1.5).

3. As qualificações. Na Lição 09, quando falamos sobre o ministério pastoral, destacamos as qualificações exigidas para os bispos e presbíteros, como requisitos para o pastorado, pois entendemos que são equivalentes. As qualificações exigidas para os bispos e presbíteros estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero e em 1 Timóteo 3.1-7 para bispo. Uma lista complementa a outra, pois, os termos são sinônimos. 


Segue abaixo, as qualificações exigidas para os presbíteros / bispos / pastores (Tt 1.6-8; 1 Tm 3.1-7), já citadas na lição 09: 


a. Irrepreensibilidade. Deve ser íntegro em todos os aspectos. Paulo falou para Timóteo “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar”. (2 Tm 2.15). 

b. Vida conjugal ajustada. O casamento do bispo, presbítero ou pastor deve seguir o modelo bíblico e ser exemplo para a Igreja. Por isso deve ser heterossexual, monogâmico e vitalício. Não se pode admitir líderes na Igreja divorciados, polígamos, ou que tenham um casamento de fachada. 

c. Vigilância. A vigilância consiste em estar atento para não ser apanhado de surpresa. Deve fechar todas as brechas e vigiar para não cair em tentação e não escandalizar a Igreja. 

d. Sobriedade. Ser sóbrio significa ter equilíbrio, moderação e domínio próprio. Não pode perder as estribeiras e agir precipitadamente. 

e. Honestidade. A honestidade consiste em integridade, veracidade e franqueza e  na ausência de mentiras, trapaças, roubos, etc. O presbítero, bispo ou pastor tem a obrigação de ser honesto em tudo o que faz e fala. 

f. Aptidão para o ensino. É atribuição dos líderes, alimentar a Igreja com o ensino da Palavra de Deus e defendê-la dos falsos ensinos. Portanto, é indispensável que esteja preparado para ensinar. 

g. Abstinência de vinho. O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como a insensatez, agressividade e descontrole. Por isso, o consumo de bebidas alcoólicas é incompatível com o ministério pastoral. 

h. Não violento (ou espancador). Jesus nos recomenda que aprendamos com Ele, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Pedro também recomenda que devemos responder com mansidão aos que se opõem (1 Pe 3.15). O pastor deve ser firme em seus ensinos e na defesa da verdade. Mas, não pode ser violento, mal educado e agressivo. 

i. Não contencioso. Paulo disse a Timóteo que “ao servo do Senhor não convém contender” (2 Tm 2.24). O pastor além de ser um servo do Senhor, é um exemplo para a Igreja e não pode viver em contendas, pois, isso é carnalidade. 

j. Não avarento. A avareza é tão grave que Paulo diz que o avarento é idólatra. (Ef 5.5). Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1 Tm 6.10). O avarento rouba, mata, aplica golpes e abre mão de qualquer princípio, por dinheiro. Por isso, é incompatível com o ministério pastoral.

l. Bom governante da própria casa. O pastor deve ter uma conduta exemplar para com a sua família. Paulo, escrevendo a Timóteo, disse que "aquele que não governa bem a sua casa não terá cuidado da Igreja de Deus." Um pastor, que a própria família não o respeita, não tem a menor condição de pastorear uma Igreja. 

m. Não neófito. Esta palavra “neófito” vem de duas palavras gregas: "neo" (novo) e “fide” (fé) e significa novo na fé, ou inexperiente. O tempo de crente é importante, pois existem coisas que só se aprende com a experiência. Um pastor inexperiente pode se precipitar e tomar decisões equivocadas. 

n. De bom testemunho para com os de fora. Os cristãos são observados pelas pessoas de fora da Igreja e o pastor mais ainda. Por isso é importante que o pastor tenha uma boa reputação no bairro e na cidade onde mora. 


Seria muito bom se todas as Igrejas da atualidade atentassem para os conselhos do apóstolo Paulo, antes de separarem obreiros. Certamente, não teríamos tantos obreiros imaturos e despreparados. 


Pb. Weliano Pires


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