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20 novembro 2021

O DISCIPULADO E A MISSÃO INTEGRAL DE PREGAR E ENSINAR


Infelizmente, nos dias atuais, muitos papéis estão invertidos e não há a preocupação de discipular os novos convertidos de forma eficaz. Vemos evangelistas dirigindo Igrejas e pastores e presbíteros fazendo trabalhos itinerantes. Pelos padrões bíblicos, presbíteros e pastores devem pastorear uma Igreja plantada por um missionário ou evangelista. Os bispos, ou pastores regionais devem supervisionar os trabalhos em uma determinada região. O discipulado foi reduzido a uma classe com poucas pessoas, com algumas aulas preparatórias para o batismo. Isso é importante, mas o discipulado vai muito além destas ações. É preciso haver um acompanhamento, orientação e integração dos novos crentes. 


1.   A pregação: o ponto de partida. Não existe outra maneira da Igreja se expandir, que não seja a proclamação do Evangelho de Cristo. Não podemos substituir a pregação do Evangelho por outros atrativos, para trazer as pessoas à Igreja. O Evangelho puro e bíblico, proclamado no poder do Espírito Santo, é poderoso para levar as pessoas ao arrependimento. O Evangelho consiste em mostrar a pecaminosidade do ser humano e o Único Salvador, capaz de resgatá-lo, que Jesus Cristo, o Filho de Deus. Não podemos chamar de Evangelho filosofias humanas, autoajuda, motivação, prosperidade, triunfalismo e outras coisas que se pregam na atualidade. Não podemos jamais modificar a mensagem do Evangelho para torná-la atrativa, pois isso seria falsificar a Palavra de Deus e pregar “outro evangelho”. Escrevendo aos Gálatas, Paulo disse que “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). Então, o ponto de partida para a Igreja buscar os perdidos é pregar o Evangelho de Cristo, sob a direção e poder do Espírito Santo. 


2. O Ensino: “fazer discípulos”.  Após a pregação do Evangelho, quando a pessoa se decide por Cristo, o passo seguinte é a integração dos novos crentes ao corpo de Cristo, mediante as primeiras instruções, acompanhamento, orientação, oração, comunhão e exemplo. Não pode existir discipulado sem o evangelismo e o evangelismo sem o discipulado fica incompleto. Seria como plantar uma semente e esperar que ela cresça sozinha, sem regar e sem cuidar dela. 

Logo após a descida do Espírito Santo, Pedro pregou uma mensagem poderosa e ao final, a multidão impactada com a mensagem que acabara de ouvir, chegou-se aos apóstolos e perguntou: 

- Que faremos, varões irmãos? (At 2.37).

Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu: 

- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38).

Imagine agora, uma Igreja que contava com cento e vinte pessoas, receber três mil novos crentes em um único dia, saltando para quase cinco mil nos dias seguintes! Eram pessoas que desconheciam totalmente os ensinos de Jesus e imaginavam que a seita dos nazarenos ou o caminho, como eram conhecidos os discípulos, seria apenas mais uma vertente do Judaísmo. O desafio era enorme e os apóstolos começaram a ensinar diariamente ao povo, aquilo que aprenderam de Jesus. Posteriormente, Saulo se converteu e tornou-se o grande discipulador e doutrinador da Igreja Cristã, como vimos no tópico anterior. 

É importante destacar que o discipulado é trabalho de todos os crentes e não apenas dos pastores e professores da Classe de Discipulado. Todos os cristãos têm a obrigação de recepcionar os novos crentes e instruí-los na fé cristã, principalmente com o seu exemplo de fé e conduta.  Segundo David Cornfield: “Discipulado é uma relação comprometida pessoal onde um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se dEle e assim, reproduzirem o caráter cristão.” 


 3.   Pregação e ensino. O discipulado, como vimos, consiste nas primeiras instruções e acompanhamento aos novos convertidos. Entretanto, o novo crente não pode permanecer nesta condição a vida inteira. Precisa aprender, crescer e amadurecer, para também ensinar a outras pessoas. Por isso há a necessidade do ensino sistemático da Palavra de Deus na Igreja. Os locais mais adequados para se fazer isso é nos cultos de ensino, na Escola Dominical e nas escolas teológicas. É indispensável ao crente, frequentar os cultos de ensino, onde o pastor da Igreja faz a exposição da Palavra de Deus, com um tempo maior e após um período de oração. Igualmente, é imprescindível que toda a Igreja frequente a Escola Dominical, onde é ensinado sistematicamente a Palavra de Deus, com uma excelente metodologia, com tema, atividades, dinâmicas em classes e perguntas e respostas, em um ambiente propício para o ensino. Eu sou apaixonado pela Escola Dominical e a frequento desde a minha infância. Há 21 anos ininterruptos, sou professor e aprendo a cada aula que preparo, lendo comentários, pesquisando e assistindo vídeo- aulas. Aprendo também  com outros colegas, quando não sou o professor titular. 

No caso dos obreiros, principalmente os pastores e professores, é muito importante que façam cursos teológicos para aprimorar o seu conhecimento. Também é fundamental ler bons livros, sendo criterioso quanto à editora, o autor e  assunto. Quem não senta para aprender não pode se levantar para ensinar.


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Pb. Weliano Pires


02 junho 2021

O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

Imagem do Prof. Robson Santos

Neste segundo tópico, falaremos a respeito do ensino bíblico na Igreja primitiva. Antes de subir ao Céu, Jesus deu ordem aos seus apóstolos para que ensinassem todas as nações a guardarem todas as coisas que Ele mandou. (Mt 28.19,20). Este ensino começa na evangelização, passa pelo discipulado e continua no crescimento espiritual do crente. 

1. Uma ordem de Jesus. Durante o seu ministério terreno, Jesus ensinou a Sua Doutrina aos seus discípulos, proferindo longos sermões e usando os mais variados métodos de ensino, seja através de parábolas, perguntas, etc. Antes de subir ao Céu, Ele deu várias instruções aos discípulos, entre elas a de ensinar a Sua Palavra. Jesus disse que lhes enviaria o Espírito Santo e Ele os faria lembrar de tudo o que Ele havia ensinado. O Espírito Santo capacita o crente com o dom ministerial de mestre para ensinar a Igreja. Mas, isso não o dispensa do estudo bíblico. Paulo, escrevendo a Timóteo disse: "persiste em ler e exortar." Infelizmente, muitos obreiros ainda acham que basta abrir a Bíblia, ler um texto aleatoriamente e ensinar, sem conhecer nada do que leu. Antes de levantar para ensinar, é preciso sentar para aprender e saber de quem está aprendendo. 

2. A doutrina dos apóstolos. Lemos em At 2.42 que a Igreja perseverava "na Doutrina dos Apóstolos".  Isso é uma referência ao conjunto de ensinos ministrados por Jesus, que os apóstolos transmitiram à Igreja. A Igreja do primeiro século cresceu muito rápido e eles só tinham o Antigo Testamento. Então, se fazia necessário que os apóstolos transmitissem os ensinos de Jesus, oralmente ou por epístolas. Apolo, por exemplo, era um fervoroso pregador, poderoso nas Escrituras do Antigo Testamento, que ensinava sobre Jesus, mas, conhecia apenas o batismo de João. Foi necessário o casal de missionários, Priscila e Áquila lhe ensinarem com mais exatidão o Evangelho de Cristo. (At 18.18-24).

3. Ensinamento persistente. Nos primeiros dias da Igreja, os apóstolos, especialmente Pedro, foram os primeiros mestres da Igreja Cristã. Eles não eram doutores, pois, eram pessoas simples e não haviam estudado nas escolas rabínicas. Entretanto, eles aprenderam por três anos com o Mestre por excelência, Jesus Cristo.

Após a ascensão de Jesus, eles foram revestidos do poder do Espírito Santo e ensinavam a Palavra de Deus com sabedoria e autoridade irresistíveis. Os discursos inflamados de Pedro e Estevão, foram verdadeiros tratados teológicos, expondo as Escrituras com maestria, de Abraão até Cristo. Depois, com a conversão de Saulo, este passou a ser o principal mestre das Igrejas do Novo Testamento. Paulo era um doutor na Igreja de Antioquia, Depois, foi enviado para a obra missionária. Ele fundou várias Igrejas, em sua primeira viagem missionária. Depois, voltava por elas, instruindo os irmãos, sobre a sã doutrina. Paulo escreveu treze epístolas com profundo conteúdo doutrinário, principalmente, a Epístola aos Romanos. 


Com o evangelismo, a Igreja cresce em número. Isso é muito importante, como vimos na lição sobre o ministério de evangelista. Mas, se não houver o ensino da Palavra de Deus, os crentes continuam imaturos. São presas fáceis do adversário e podem até se desviar. No próximo tópico falaremos mais sobre a importância do dom ministerial de mestre. 


Pb. Weliano Pires

01 junho 2021

JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA



Neste primeiro tópico falaremos a respeito das características de Jesus como o Mestre por excelência. Jesus é o Mestre da Galiléia, o Mestre Divino e o Mestre da humildade. Como em todos os outros dons ministeriais, Jesus é o nosso modelo perfeito e no dom ministerial de mestre, Jesus é o mestre por excelência. 

1. O mestre da Galileia. Jesus é o Mestre da Galiléia, pois, embora fosse judeu, nascido em Belém da Judéia, Ele cresceu em Nazaré, uma pequena cidade da Galiléia. Depois que iniciou o seu Ministério terreno, Jesus estabeleceu-se em Cafarnaum, cidade que ficava na região do Mar da Galiléia (Mt 9.1). Por isso, Ele sempre foi chamado de Nazareno e Galileu. Foi também na Galiléia, na cidade de Caná, que Jesus realizou o seu primeiro milagre, transformando água em vinho  (Jo 2.1-11). 

A palavra Galiléia, vem do termo hebraico "galil" que significa círculo ou anel. A Galiléia era uma região que incluía um círculo de cidades, que ficavam ao redor do Mar da Galiléia que era, na verdade, um grande lago. A região da Galiléia, inicialmente, fazia parte das terras das tribos de Zebulom e Issacar. Mas, muitos cananeus permaneceram na região desde a época de Josué. (Jz 1.30-33; 4.2). Posteriormente, Salomão doou 20 cidades dessa região ao Rei de Tiro  (1 Rs 9.11). Por isso, nos dias do profeta Isaías já era conhecida como "Galiléia dos gentios" (Is 9.1).

Nos dias de Jesus, a Galiléia foi incorporada à tetrarquia de Herodes Antipas e muitos judeus passaram a habitar na região, numa tentativa de recolonização. Entretanto, eles viam os galileus com desprezo. As principais cidades da Galiléia eram: Nazaré, Cafarnaum e Tiberíades. 

Jesus, era chamado Galileu, por ter crescido em Nazaré e viver em Cafarnaum, na idade adulta. Ele não frequentou as escolas dos rabinos judaicos, tanto que os judeus se admiravam da sua sabedoria e diziam: 

- Como sabe este letras, sem as ter aprendido? (Jo 7.15). 

Jesus ensinava e as multidões o seguiam para ouvi-lo. Ele era verdadeiro e justo. Falava com sabedoria e autoridade. Não era como os hipócritas escribas e fariseus, que ensinavam de um jeito e procediam de outro. A pedagogia de Jesus era perfeita. Os discursos dele não eram diferentes da sua conduta. No livro de apoio ao trimestre, o Pr. Elinaldo Renovato de Lima destaca alguns aspectos da metodologia de ensino de Jesus:

  • Ele Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
  • Conhecia profundamente os seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21) e reconhecia o que havia de bom neles (Jo 1.47)
  • Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6);
  • Usava o método de ensino adequado à ocasião e ao tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc.).

2. O mestre divino. Jesus não era um sábio qualquer, como alguns filósofos querem denominá-lo, colocando-o no mesmo patamar de Confúcio, Buda, Sócrates e outros. Jesus é Deus e, portanto, possui o atributo divino da onisciência. Ele conhece o passado, o presente e o futuro; conhece todos os mistérios e sonda as mentes e corações.

A sabedoria de Jesus não é deste mundo. Ele apanha os sábios em suas próprias astúcias. Muitas vezes, os escribas e fariseus usaram de astúcia para tentar incriminá-lo, mas, eram envergonhados. Jesus não caía em suas ciladas. Quando trouxeram a mulher adúltera perante Jesus, os fariseus disseram que Moisés havia dito que ela deveria ser apedrejada e perguntaram o que Jesus tinha a dizer. Conhecendo a astúcia deles, Jesus não contrariou a Lei e respondeu: 

- Aquele entre vós, que não tiver pecado, atire a primeira pedra. 

A consciência pesou e ninguém se atreveu a atirar pedra na mulher. Saíram um a um, começando pelos mais velhos. 

Em outra ocasião, os mestres da Lei incomodados com a atitude de Jesus ao expulsar os mercadores do templo, perguntaram-lhe com que autoridade Ele fizera aquilo. Jesus sabendo que eles queriam apanhá-lo em alguma falha para incriminá-lo, respondeu: 

- Eu também lhes farei uma pergunta: o batismo de João era do Céu, ou dos homens? 

Eles ficaram intrigados com a pergunta e arrazoaram entre si, dizendo: 

- Se dissermos que era do Céu, ele perguntará porque nós não cremos  e se dissermos que era dos homens, o povo nos apedrejará, pois todos consideravam João como um grande profeta. 

Então, decidiram responder que não sabiam e Jesus disse que também não lhes diria com que autoridade fizera aquilo. 

3. O mestre da humildade. Mesmo sendo Deus e Senhor, Jesus fez-se servo. Ele esvaziou-se da Sua Glória e veio a este mundo padecer pelos pecadores. Jesus nunca quis ser grande ou aparecer. Ele é o maior exemplo de humildade que o mundo já conheceu. Jesus se aproximava de pessoas desprezadas, como publicanos, samaritanos, galileus, leprosos, mulheres, etc. 

Jesus disse para aprendermos dEle, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Todo mestre que aprendeu com Jesus, não se considera superior aos seus ouvintes, fala a linguagem deles e usa o método de ensino de acordo com o seu público. A humildade é uma das principais características do Cristão. Humildade é o senso de insignificância moral em si mesmo, dependência de Deus e preocupação altruísta; total ausência de arrogância e petulância. Humilde é aquele que quer ser, exatamente como Deus quer que ele seja, nem mais, nem menos.


Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...