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02 dezembro 2021

AS TRÊS VIRTUDES NA IGREJA DE TESSALÔNICA: FÉ, AMOR E ESPERANÇA.

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 10: Paulo e seu amor pela Igreja).

Neste terceiro e último tópico, o nosso comentarista elenca três virtudes visíveis na igreja em Tessalônica: fé, amor e esperança. O ser humano nascido de novo, possui várias virtudes que são produzidas pelo Espírito Santo. Em Gálatas 5. 22, o apóstolo Paulo lista nove virtudes que compõem o fruto do Espírito Santo: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 

Entretanto, estas três virtudes elencadas aqui são características inerentes ao cristão. Sem elas não há cristianismo. Elas aparecem juntas e interligadas nos escritos de Paulo, mostrando-nos que há uma relação intrínseca entre as três. 

1.   As três virtudes teologais (1 Ts 1.3). Paulo expõe aqui uma tríade favorita das virtudes cristãs, que são elevadas como características eternas do homem redimido: “Lembrando-nos, sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (1 Ts 1.3). Esta tríade de virtudes provém do próprio Deus. Por isso são chamadas de "Virtudes teologais". Após citar a relação de dona espirituais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, Paulo discorreu sobre a suprema excelência do amor e concluiu citando estas três virtudes teologais, mostrando a interligação entre elas e a superioridade do amor: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”. (1 Co 13.13). Essa tríade aparece também em I Ts 1.3; 5.8 e Cl.1.4,5.

2.   A virtude da fé. A fé é descrita na Epístola aos Hebreus, capítulo 11, como "O firme fundamento das coisas que não se esperam e prova das que não se vêem". A fé, por conseguinte, é a confiança inabalável de que aquilo que Deus prometeu irá acontecer. É prova cabal de que aquilo que não vemos, mas, foi mencionado pela Palavra de Deus, é real. Neste capítulo, denominado por "galeria dos heróis da fé", encontramos vários exemplos de homens e mulheres de Deus que fizeram várias proezas, pela fé e outros que sofreram e até morreram pela fé. Então, a fé é operante. 

3.   A virtude do amor. Conforme mencionamos no tópico anterior, o amor não consiste em palavras e sim, em ações a favor do próximo. Paulo falou sobre o "trabalho do amor" dos tessalonicenses (1 Ts 1.3). Isso significa que o trabalho daqueles irmãos era motivado pelo amor a Deus e ao próximo. Onde há amor, não há espaço para soberba, competições, egoísmo, exibicionismo ou inveja. Estas atitudes mesquinhas são incompatíveis com o amor. Paulo falando sobre o amor, disse que ele não busca os próprios interesses. 

É claro que a tendência natural de cada um de nós é pensar somente em si mesmo sem ter preocupação com o próximo. Sem a ação do Espírito Santo, a nossa natureza carnal impede que amemos os outros. É isso que fé e amor estão intrinsecamente ligados, como vimos no tópico anterior. Que. Não tem fé em Deus é incapaz de amar de verdade. 

4. A virtude da esperança. A terceira virtude desta tríade mencionada por Paulo é a esperança.  A esperança é uma “irmã gêmea” da fé, pois é a fé que nos dá certeza de que aquilo que esperamos tem fundamento. Por exemplo, pela fé nós acreditamos que Jesus virá buscar a sua Igreja e, por isso, esperamos a sua vinda. Quem não acredita na vinda de Jesus, não a espera e vive neste mundo, como se Cristo nunca fosse voltar. 

As pessoas que não servem a Deus dizem que "a esperança é a última que morre". Mas, os que temem a Deus e crêem em sua Palavra dizem que a nossa esperança morreu, mas ressuscitou e em breve voltará. É esta esperança que nos mantém de pé e nos encoraja a enfrentar as lutas e tribulações deste mundo. A nossa esperança não está neste mundo. Paulo disse que "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (1 Co 15.19). 


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 33-34; 168; 

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 213.   

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 168. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 1685,1686 e 1759.



15 agosto 2021

LIÇÃO 08: NAAMÃ É CURADO DA LEPRA


TEXTO ÁUREO:

Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se, como a carne de um menino, e ficou purificado.” (2 Rs 5.14)


VERDADE PRÁTICA:

"Deus não opera milagres necessariamente segundo nossas expectativas. Ele faz da forma e no momento que lhe apraz."


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jo 4.46-54 

A fé no que Jesus diz é suficiente para gerar cura

Terça – Mt 10.8 

Jesus deu autoridade aos discípulos para curar em seu nome

Quarta – Tg 5.14,15 

A oração feita com fé é capaz de curar e libertar o pecador

Quinta – Jó 5.8,9 

Os milagres que Deus realiza são inimagináveis

Sexta – At 20.33,34 

Um exemplo contra a cobiça

Sábado – Sl 103.3 

O Senhor tem poder para curar doenças e perdoar pecados


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 5.1-10,14,25-27


1- E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso.

2- E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã

3- E disse esta à sua senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.

4- Então, entrou Naamã e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel

5- Então, disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes.

6- E levou a carta ao rei de Israel. dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra.

7- E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.

8- Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel

9- Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou na porta da casa de Eliseu.

10- Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado.

14- Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se, como a carne de um menino, e ficou purificado.

25- Então, ele entrou e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.

26- Porém ele lhe disse: Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?

27- Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve.


HINOS SUGERIDOS: 156, 192, 453 da Harpa Cristã


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Esta lição nos impressiona pela forma de Deus operar seus milagres. Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas turvas do Rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e obediência. Naamã precisava entender que a cura jamais viria pela ação humana ou por meios naturais. Ela viria, sim, milagrosamente pela graça e pelo poder de Deus. Converse com seus alunos sobre a importância da humildade e da obediência diante da urgência de um milagre. A grandeza, o orgulho e a desobediência não levam a coisa alguma “um grande homem…, porém leproso” (v.1). Naamã obedeceu às orientações do servo do Senhor e foi completamente curado (v.14).


OBJETIVO GERAL:

  • Revelar que Deus deseja curar e salvar a todos.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


  • Relatar a busca de Naamã por sua cura;
  • Salientar o orgulho e a falta de fé de Naamã;
  • Identificar a ambição de Geazi.


INTRODUÇÃO


A cura da lepra de Naamã nos revela que os métodos de Deus nem sempre são fáceis de compreender. Naamã, o comandante do exército da Síria, precisou exercitar sua obediência e fé, pois tal ato era demasiadamente humilhante para um homem de sua posição. Porém, ao deixar de lado o orgulho e cumprir a rigor o que Eliseu lhe dissera, Naamã alcançou a cura.


Ponto Central: O Senhor trabalha por meios inimagináveis.


1- NAAMĀ, O CHEFE DO EXÉRCITO SÍRIO


1. Naamã, um comandante honrado. Naamã era um ministro do alto escalão do governo da Síria, cuja capital era Damasco. A Síria havia atacado Israel várias vezes (1 Rs 11.25; 20.1,22; 22.31). Naamã era um comandante admirado e respeitado por todos devido às suas muitas vitórias em batalhas. Mas era leproso; e essa doença afetava sua integridade e o deixava vulnerável.


2. A escrava, uma testemunha de Deus. Em uma de suas incursões de guerra contra Israel, Naamã fez uma menina de escrava (2 Rs 5.2). Esta passou a morar na sua casa e, vendo o sofrimento do seu senhor, sugeriu à esposa de Naamã que fosse falar com o profeta Eliseu (2 Rs 5.3). A escrava se tornou uma agente de Deus na casa de Naamã, ainda que na condição de serva. Não importa onde estejamos e nem as nossas condições, sempre haverá uma oportunidade para falarmos de Deus às pessoas.


3. A caravana de Naamã. Naamã acreditou na palavra da escrava e foi até o seu rei a fim de lhe contar o que ela lhe dissera. O rei sírio preparou uma carta ao rei de Israel, recomendando a cura de seu comandante, bem como enviou presentes (2 Rs 5.5). O rei de Israel, ao saber do que se tratava a visita de Naamã, ficou atemorizado e rasgou as suas vestes, pois acreditava ser essa visita, um pretexto do rei sírio para atacá-lo (2 Rs 5.7).


SÍNTESE DO TÓPICO I

O Senhor está pronto para curar. basta que o busquemos e que depositemos nossa confiança e fé nEle.


SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO


A verdadeira aula é um diálogo entre o professor e os alunos; o ideal seria que toda aula fosse como a resposta de uma pergunta dos alunos. Não é bom que somente o professor crie e fale, mas que ouça o aluno falar por sua vez. Não é aconselhável transformar a aula num simples monólogo do professor para uma plateia de ouvintes receptivos e inertes, com o falso pressuposto, mais ou menos generalizado, de que a obrigação do aluno é ouvir, calar e reter.


O verdadeiro ensino não consiste apenas na transferência de conhecimentos de uma cabeça para outra. Ensinar é fazer pensar, é estimular para a identificação e resolução de problemas; é ajudar a criar novos hábitos de pensamento e de ação. O professor deve ser um comunicador dialogal e não um transmissor unilateral de informações.


II – O MERGULHO NO RIO JORDÃO


1. Eliseu não se impressionou com a pompa. Ao saber sobre o que estava acontecendo e o porquê de o rei de Israel ter rasgado as suas vestes, Eliseu disse: “Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.” (2 Rs 5.8b). Então o comandante Naamã foi até a casa de Eliseu. Porém, ele não o recebeu, mas mandou um mensageiro com as instruções do que ele haveria de fazer para ser curado (2 Rs 5.10).


2. A decepção e a cura de Naamã. O comandante sírio esperava que o profeta o recebesse com honras e que lhe tocasse com as mãos, mas a ordem foi de mergulhar sete vezes no rio Jordão. A decepção de Naamã foi evidente (2 Rs 5.11.12). Foi preciso a intervenção de seus empregados para que a ordem fosse cumprida. Contrariado, o comandante mergulhou sete vezes no rio Jordão e sua pele ficou como a de uma criança; ele estava purificado de sua lepra (2 Rs 5.14)


3. Deus ainda opera milagres e não misticismos. O número sete, que Eliseu usou, representa a perfeição de Deus na simbologia hebraica. Entretanto, o episódio em 2 Reis 5 é o único que relata o uso desse número pelo profeta. Tal fato não nos dá o direito de usar uma forma de numerologia em nossos cultos ou campanhas intermináveis. Podemos e devemos invocar as bênçãos de Deus, pois esperamos o seu agir milagroso. Onde Ele age não é preciso numerologia ou superstição, pois o poder de Deus está acima de tudo isso. E mesmo que não haja um milagre visível, Ele está agindo, pois a fé é confiar nEle mesmo quando as coisas não acontecem do nosso jeito (Hb 11.13) Não por acaso, Jesus disse que “muitos Leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc 4.27).


SÍNTESE DO TÓPICO II

Para ser alcançado pelo milagre divino é necessário abandonar o orgulho e a falta de fé


SUBSÍDIO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO


Deus cura Naamã (2 Rs 5.8-14) 


Os detalhes descrevem o cenário externo que, entretanto, era apenas incidental em relação ao milagre da cura que Deus realizou através de Eliseu. Ele representava um outro episódio significativo no ministério de Eliseu, e tinha o propósito de demonstrar que só o Senhor é Deus, e que os deuses de outras nações nada representavam. O rio Abana (12), atual Barada, começa nas montanhas do Líbano e corre através de Damasco, e torna possível a existência dessa cidade por causa do oásis formado em seu percurso. O rio Farpar (ou Farfar) não foi identificado tão facilmente como o Abana. É possível que a Bíblia se refira a um rio que começa nas montanhas do Líbano e corre cerca de 16 quilômetros em direção à região sudoeste de Damasco e que, nesse caso, seria chamado de rio de Damasco. Outra sugestão é que o rio Farpar seja uma referência a um afluente do Barada, o Nahr Taura.


[…] O registro da cura de Naamã representa um cativante relato da ‘cura do leproso. Existe aqui um retrato notável sobre: (1) A grandeza que não leva a coisa alguma – um grande homem… porém leproso, 1; (2) O testemunho da fé de uma escrava, 2-4; (3) Um pedido inesperado e humilde, 9-11; (4) Alternativas mais atraentes, 12; (5) A obediência e a cura completa, 13,14″ (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.349).


III – GEAZI É ACOMETIDO DA LEPRA


1. A rejeição dos presentes. Após a sua cura física e sentimental, Naamã estava disposto a voltar a Eliseu, a fim de lhe presentear (2 Rs 5.15). A Bíblia não deixa claro se esse presente foi o mesmo enviado pelo rei sírio anteriormente; pode ser que o primeiro presente tenha ficado com o rei de Israel. Porém se for o mesmo, a quantia era composta de trezentos e cinquenta quilos de prata, e uns setenta quilos de ouro, e dez mudas de roupas finas; um valor muito grande para ser rejeitado. Mas, mesmo assim, Eliseu rejeitou o presente (2 Rs 5.16).


2. Homens de Deus não se deixam vender. A atitude de Eliseu ao recusar o presente de Naamã revela um comportamento de quem não vende a si mesmo ou as bênçãos de Deus (2 Rs 5.16). Tanto Elias quanto Eliseu eram honestos consigo mesmos e com Deus.


3. Por ganância, Geazi é acometido da lepra. Depois de visitar Eliseu, Naamã partiu para a Síria. Quando Naamã iniciava sua viagem, Geazi, cheio de ganância em seu coração, foi até ele e, mentindo, se apoderou dos presentes oferecidos a Eliseu (2 Rs 5.21-24). Tal atitude nos revela o caráter distorcido de Geazi. Visando o bem material ele mentiu ao comandante sírio, traiu Eliseu e desonrou a Deus. Por isso, o jovem foi acometido de lepra e saiu diante do profeta, “branco como a neve” (2 Rs 5.27).


CONHEÇA MAIS...


“Os que experimentam em sua própria vida o poder da graça divina são os mais capacitados para falar deste assunto. Naamã também se mostra agradecido ao profeta Eliseu, que rejeitou toda a recompensa, não porque cresse que seria ilícita ou porque já teria recebido presentes de outros, mas para mostrar aos sírios que os servos do Deus de Israel consideram as riquezas do mundo com santo desprezo.” 

Para saber mais leia: Comentário Bíblico Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 302.


SÍNTESE DO TÓPICO III

É inadmissível que os servos de Deus negociem milagres e curas do Senhor por presentes ou favores humanos.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


O pecado de Geazi foi um pecado complicado.


1. O amor ao dinheiro, aquela raiz de todos os males, estava na base do pecado. Seu senhor desprezou os tesouros de Naamã, mas ele os cobiçou (v.20). Seu coração estava guardado nas bagagens de Naamã e Geazi devia correr atrás dele para pegá-lo. Multidões, por cobiçarem as riquezas do mundo, se traspassaram a si mesmos com muitas dores.


2. Ele censurou a seu senhor por recusar presente de Naamã, condenou-o como tolo por não receber ouro quando podia tê-lo feito, cobiçou e invejou a sua bondade e generosidade a esse estrangeiro, embora fosse para o bem da alma dele. Resumindo, ele se achou mais sábio do que o seu senhor.


3. Quando Naamã, como uma pessoa de maneiras polidas, desceu de sua carruagem para encontrá-lo (v.21), Geazi lhe disse uma mentira deliberada, que o seu senhor o enviara até ele, e assim recebeu, para si mesmo, aquele presente que Naamã pretendia dar ao seu senhor.


4. Ele abusou de seu senhor, e de maneira vil o representou diante de Naamã como alguém que tinha se arrependido de sua generosidade, que era inconstante como quem não sabe o que quer, que dizia e voltava atrás, que não fazia uma coisa honrável, mas que logo devia desfazer novamente. A sua história dos dois filhos dos profetas era tão tola quanto falsa. Se ele tivesse implorado uma oferta para os dois jovens estudantes, com certeza menos do que um talento de prata seria o bastante.


5. Havia o perigo de ele desviar Naamã daquela santa religião à qual acabara de aderir, e diminuir a boa opinião que tinha a respeito dela. Ele poderia então dizer, como os inimigos de Paulo insinuaram a respeito dele (2 Co 12.16,17), que, embora o próprio Eliseu não tivesse sido um peso, ainda sendo astuto, ele o apanhou com fraude, enviando aquele que o cobrava” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.566).


CONCLUSÃO


A cura de Naamã nos mostra que Deus está disposto a perdoar e salvar a todos, independentemente de posição social ou nacionalidade. E, apesar de muitas vezes não compreendermos, o Senhor opera maravilhas de formas diferenciadas (2 Rs 5.11.12). Naamã, a princípio, não havia entendido o caminho para a cura, mas assim que a recebeu, reconheceu o Senhor como único e verdadeiro Deus.


QUESTIONÁRIO


1. Quem era Naamã? 

Naamã era comandante dos exércitos da Síria.


2. Que importância teve a menina escrava na cura de Naamã? 

Ela se tornou uma agente de Deus na casa de Naamã, ainda que na condição de serva.


3. O que Naamã esperava do profeta Eliseu? 

Esperava que o profeta o recebesse com honras e que lhe tocasse com as mãos, mas a ordem foi de mergulhar sete vezes no rio Jordão.


4. Quais curas Naamã recebeu? 

Foi curado da lepra e do orgulho.


5. O que aprendemos com a cura de Naamã? 

A cura de Naamã nos mostra que Deus está disposto a perdoar e salvar a todos, independentemente de posição social ou nacionalidade.


20 abril 2021

O DOM DA FÉ (1 Co 12.9a)



A fé é algo concedido por Deus ao ser humano. O ser humano foi criado por Deus como um ser crédulo. Todos os seres humanos têm a fé natural. O agricultor planta, crendo que a chuva virá para regar a terra e que a terra dará o crescimento à sua plantação. O investidor investe o seu dinheiro crendo que haverá rendimentos para ganhar dinheiro. O pescador joga o seu anzol crendo que os peixes virão pegar a sua isca. Então, aquele argumento bobo dos ateus, de que só acreditam naquilo que vêem, é uma falácia que eles só aplicam à Bíblia e a Deus. Nas outras coisas da vida, há inúmeras coisas em que eles acreditam, sem ver e nenhuma prova. 

O que é fé? Existe mais de um tipo de fé? Quais são os exemplos bíblicos de fé? É sobre isso que vamos falar neste tópico. 

1. O que significa fé? Não é fácil definir a palavra fé. Isto porque o sentido de fé é muito amplo e todas as pessoas crêem em alguma coisa, até mesmo os ateus. 

Muitas pessoas confundem fé com confissão positiva ou pensamento positivo. Nessa perspectiva, acreditam que ter fé é ficar repetindo palavras positivas, ou pensando em coisas positivas que gostariam que acontecessem. 

A palavra fé em hebraico é “emunah”; em grego, “pistis”; e em latim é “fide”. Significa: confiança, convicção, persuasão, fidelidade. Do ponto de vista bíblico, a melhor definição que temos de fé na Bíblia está em Hebreus 11.1: “É o firme fundamento (certeza) daquilo que se espera e a prova (convicção) daquilo que não se vê.” A fé é um requisito indispensável para o relacionamento com Deus. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6).

A fé foi um dos pilares da Reforma Protestante: Sola Fide. É um princípio que afirma que a salvação é somente pela fé em Cristo e não por obras, merecimento ou sacrifícios humanos. Este princípio se baseia em Romanos 1.17 que diz: “O justo viverá da fé.” E em Efésios 2.8: “Pela graça sois salvos, por meio da fé.”

A fé tem duas dimensões: a capacidade de realizar proezas em Nome do Senhor e a capacidade de suportar aflições e até mesmo a morte por amor a Deus. Muitas pessoas se enganam ao pensar na fé apenas como a capacidade de realizar algo milagroso. No capítulo 11 da Epístola aos Hebreus temos vários exemplos de pessoas que realizaram grandes coisas pela fé. Mas, no mesmo capítulo temos os exemplos de outros que pela fé foram perseguidos, andaram errantes pelos desertos, foram serrados ao meio, mortos ao fio da espada, etc. Eram homens, dos quais o mundo não era digno. Igualmente, no livro Heróis da Fé, escrito pelo missionário Orlando Boyer, publicado pela CPAD, temos as histórias de vários servos de Deus que pregaram e realizaram milagres. Mas, muitos deles foram presos, perseguidos e sofreram bastante. 

Há pelo menos tipos de fé: a fé salvífica; a fé como doutrina; a fé como virtude do Fruto Espírito (fidelidade); a fé como dom espiritual, que é a que estamos estudando neste tópico. 

2. A fé como dom. A fé como um dom espiritual é a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para realizar coisas que transcendem à vida natural (1 Co 12.9). É uma confiança extraordinária em Deus, para realizar milagres em uma determinada situação caótica ou desesperadora, onde os meios humanos se tornam inúteis. Não é simplesmente crer em Deus ou acreditar em milagres. Esta é uma fé milagrosa, para realizar coisas sobrenaturais em determinadas situações. Alguns estudiosos dizem que esta é a fé a que Paulo se referiu no capítulo 13 de 1 aos Coríntios, quando disse “ainda que eu tivesse tamanha fé, ao ponto de transportar os montes…”.

Segundo o saudoso pastor e escritor Estêvam Ângelo de Souza, em seu livro Nos domínios do Espírito, publicado pela CPAD, a operação do dom da fé tem semelhanças com o dom de operação de milagres. A diferença é que no dom da fé, o efeito nem sempre é instantâneo, enquanto na operação de milagres o efeito imediato.

3. Exemplos bíblicos do dom da fé. 

a. Abraão (Gn 22). No Monte Moriá, prestes a sacrificar o seu único filho Isaque, Abraão creu que Deus poderia até mesmo ressuscitar o seu filho, sem nunca ter ouvido falar de ressurreição. 

b. Moisés (Êx 14.13,14). Diante do Mar Vermelho, tendo montes dos dois lados e Faraó com o seu exército atrás. Moisés acalmou o povo, crendo no milagre de Deus.

Pb. Weliano Pires



18 fevereiro 2013

Os erros doutrinários da teologia da prosperidade.

Introdução


O ‘movimento de fé’, ‘confissão positiva’ ou ‘teologia da prosperidade’, como é mais conhecido, é um movimento extremamente pernicioso e falacioso, que distorce as Sagradas Escrituras, prometendo para as pessoas, coisas que a Bíblia nunca prometeu e, consequentemente levando-as à decepção. Infelizmente, este movimento tem ganhado cada vez mais espaço no meio evangélico, por pessoas bem intencionadas, mas, ingênuas e por espertalhões, que vêem nisso uma oportunidade de arrancar dinheiro dos incautos.

O movimento teve origem com Essek William Kenyon, um pastor dos EUA. Kenyon se converteu aos 17 anos, em uma Igreja Metodista. Depois de alguns anos, afastou-se da Igreja, tornando-se agnóstico. Após casar-se, passou a congregar em uma Igreja Batista, sendo ordenado pastor em 1894. Depois, teve programas de televisão e atuou como evangelista itinerante. Ao estudar na Faculdade Emerson de Oratória, deparou-se com o novo pensamento do hipnotizador e curandeiro, Finéias Park Hust Quimby (1806-1866), um conhecido guru da seita Ciência da Mente ou Ciência Cristã, que fora fundada por Mary Baker Eddy. Kenyon foi profundamente influenciado por esses ensinos, que negam a existência do pecado e das doenças.

As idéias de Kenyon foram abraçadas e divulgadas pelo pastor americano Keneth Hagin, o qual nasceu com problemas do coração, ficando inválido por quinze anos. Após ser curado pelo Senhor, passou a afirmar que o crente não pode ficar doente.

No Brasil, o movimento teve início com as chamadas Igrejas Neopentecostais, no início da década de 70. Os principais expositores dessas doutrinas foram Edir Macedo e R. R. Soares. Entretanto, há muitas outras Igrejas pentecostais e neopentecostais que seguem essas doutrinas.

 

Vejamos os principais ensinos desse movimento e a respectiva refutação bíblica:

1) O Crente não pode ser pobre. Keneth Hagin afirmava que Jesus era ‘milionário’ e que nós, como ‘filhos de Deus’ não podemos ser pobres.

A Bíblia ensina o contrário. Vejamos: “Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". (Lucas 9.58); “Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso, satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois, o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.” (I Tm 6.8-10).

 

2) O Crente não pode ficar doente. Segundo os teólogos da prosperidade, Jesus já ‘levou’ todas as nossas enfermidades, baseando-se em Isaías 53.4. Afirmam que toda doença provém do diabo e quem está doente não tem fé ou está em pecado.

A Bíblia e a história mostram muitos homens de Deus que adoeceram. Vejamos:

a) Timóteo: “Não continue a beber somente água; tome também um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas frequentes enfermidades.” (I Tm 5.23);

b) Paulo: “como sabem, foi por causa de uma doença que lhes preguei o evangelho pela primeira vez. (Gálatas 4.13).

 

3) O crente não deve ‘pedir’, deve ‘determinar ’. De forma arrogante, o movimento afirma que o crente deve dar ordens a Deus, ‘determinar’, ‘exigir’ e ‘não aceitar’ o sofrimento e as doenças.

A Bíblia ensina que nós devemos pedir “Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. (Mt 7.7); Suplicar: “com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos.” Pedir segundo a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1 João 5.14)

 

4) Orar mais de uma vez por uma causa ‘é falta de fé’, pois, ‘Deus não rejeita’ nenhuma oração dos crentes. Afirmam que o crente deve orar por um problema uma única vez e ‘ordenar’ que seja resolvido.

A Bíblia afirma que Daniel orou vinte e um dias por uma causa. (Dn 10.2-4); Moisés orou a Deus por três vezes, pedindo para entrar na terra prometida e Deus lhe disse: “Não me fale mais nesse assunto!”; Jesus orou três vezes no Getsêmani, pedindo a mesma coisa. (Mt. 26.44); Paulo orou para que o Senhor lhe retirasse o espinho da carne e recebeu 'não' como resposta.

 

5) As nossas palavras tem poder. Segundo este movimento, a palavra do crente ‘tem poder” e tudo o que declararmos de bem ou de mal, se cumpre.

Mais uma vez eles inventam. Isso é antropocentrismo (o homem como o centro de tudo). As nossas palavras não têm poder algum. Quem tem poder é a Palavra de Deus. “Como o pardal que voa em fuga, e a andorinha que esvoaça veloz, assim a maldição sem motivo justo, não pega.” (Pv 26.2/NVI). As nossas palavras têm influência, mas não possuem poder sobre a vida de ninguém. Elas podem gerar consequências, se alguém nelas acreditar e viver em função do que foi dito. Se alguém me amaldiçoar, de nada valerá, pois, Deus já me abençoou. Balaão tentou amaldiçoar Israel. Deus ordenou que ele os abençoasse. Porém, ele aconselhou a Balaque para que colocasse o pecado diante de Israel, para que eles tropeçassem. Portanto quem amaldiçoa o homem é o pecado e não as palavras que alguém pronuncia.


Conclusão 

Nós somos servos de Deus. Ele é Senhor e faz tudo o que Ele quiser. O crente não pode jamais ordenar que Deus ou os anjos façam coisa alguma. Recentemente, ouvi um herege desses afirmando que ‘profetizou’ que na rua dele, todos seriam salvos. Ora, em lugar algum da Bíblia encontramos isso! Jesus nos mandou pregar o Evangelho e não ‘profetizar’ que alguém será salvo, como se fosse uma mágica. E, ele nunca disse que todos seriam salvos. Se você foi amaldiçoado por alguém no passado e aceitou a Cristo como Salvador, não se preocupe, pois, toda maldição foi quebrada na Cruz! “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. “ (Rm. 8.1). 


Deus te abençoe,

 

Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

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