27 julho 2019

O grande legado de um homem de Deus


Moisés, o servo do SENHOR, morreu ali, em Moabe, como o Senhor dissera.
O SENHOR o sepultou em Moabe, no vale que fica diante de Bete-Peor, mas, até hoje ninguém sabe onde está localizado seu túmulo.
Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu; todavia, nem os seus olhos nem o seu vigor tinham se enfraquecido.
Os israelitas choraram Moisés nas campinas de Moabe durante trinta dias, até passar o período de pranto e luto.
Ora, Josué, filho de Num, estava cheio do Espírito de sabedoria, porque Moisés tinha imposto as suas mãos sobre ele. De modo que os israelitas lhe obedeceram e fizeram o que o Senhor tinha ordenado a Moisés.
Em Israel nunca mais se levantou profeta como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face, e que fez todos aqueles sinais e maravilhas que o Senhor o tinha enviado para fazer no Egito, contra o faraó, contra todos os seus servos e contra toda a sua terra.
Pois, ninguém jamais mostrou tamanho poder como Moisés, nem executou os feitos temíveis que Moisés realizou aos olhos de todo o Israel.”
(Deuteronômio 34.5-12)


Moisés nasceu no Egito, em um período muito difícil para Israel. Ele era da descendência de Levi, o terceiro filho de Jacó. Era filho de um casal chamado Anrão e Joquebede.
Na ocasião do seu nascimento, o seu povo era escravo no Egito. Como estavam aumentando muito, o rei do Egito deu ordem para que as parteiras matassem os meninos que nascessem e deixassem viver apenas as meninas. Porém, as parteiras temeram a Deus e desobedeceram à ordem absurda do rei. O rei, então, muito enfurecido, ordenou aos soldados que jogassem as crianças do sexo masculino no rio ao nascerem.
Quando Moisés nasceu, a sua mãe o escondeu por três meses, para evitar que fosse morto. Mas, como não podia mais escondê-lo, colocou-o em uma arca, vedou-a com betume para não entrar água e colocou-o no Rio. A sua irmã Miriam, que era uma adolescente, ficou olhando de longe, para ver o que iria acontecer.
A filha de Faraó foi banhar-se no rio e ouviu o choro da criança. Pediu à sua serva que abrisse a arca, para ver o que tinha dentro e deparou-se com um lindo bebê. Nesse momento, a irmã de Moisés se apresentou e perguntou se a princesa gostaria que ela encontrasse uma mulher para amamentar e criar o menino para ela. Imediatamente, ela disse que sim e a jovem foi chamar a mãe do menino, que o criou com todo amor.
Depois que cresceu, Moisés resolveu visitar o seu povo nos campos de trabalhos forçados em que eram oprimidos. Lá, viu um egípcio espancando um dos seus parentes. Furioso com aquela covardia, Moisés matou o agressor e escondeu o corpo na areia.
No dia seguinte, Moisés retornou ao acampamento e viu dois israelitas brigando. Tentou apartar a briga, argumentando que eles não deveriam brigar, pois eram irmãos. O agressor respondeu a Moisés:
- Ora, quem te colocou como juiz entre nós? Estás querendo me matar, como fizeste ontem com o egípcio?
O caso chegou ao rei do Egito e Moisés teve que fugir, para não ser morto.
Nesta fuga, Moisés foi até à terra de Midiã. Casou-se por lá e passou a cuidar das ovelhas do seu sogro. Viveu quarenta anos nessa terra.
Certo dia, quando cuidava das ovelhas, subiu a um monte e percebeu que uma sarça queimava, mas, não era consumida pelo fogo. Achando estranho aquele fenômeno, Moisés resolveu se aproximar e ver o que estava acontecendo.
Do meio do fogo, ouviu uma voz que lhe dizia:
- Moisés, Moisés! Não te chegues para cá! Tire as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que estás pisado é terra santa.
- Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Tenho visto a aflição do meu povo no Egito e resolvi livrá-los.
Neste diálogo, Deus ordenou que Moisés retornasse ao Egito e falasse com Faraó, para que libertasse o povo de Israel da escravidão. Evidentemente, Moisés temeu e sentiu-se incapaz de realizar tão difícil tarefa. Mas, Deus insistiu que ele teria que ir, na companhia de Aarão seu irmão e eles foram.
Chegando ao Egito, Moisés foi rever os seus parentes e contou-lhes tudo, sobre o plano de libertação que Deus lhe delegara.
Quando falaram a Faraó, este se mostrou endurecido e não quis libertar o povo. Foi preciso Deus mandar dez pragas sobre o Egito, mostrando o seu grande poder: as águas se transformaram em sangue, vieram enxames de moscas, piolhos, gafanhotos, rãs, saraivas, úlceras nas pessoas, doenças e morte de animais, trevas e a morte de todos os primogênitos do Egito. Nenhuma destas pragas atingiu o povo de Israel.
Depois da última praga, Faraó resolveu libertar o povo. Os egípcios, apressados para que os israelitas deixassem o Egito, deram tudo o que eles pediram. Saíram do Egito neste dia, seiscentos mil israelitas, sem contar as mulheres e crianças.
Deus endureceu o coração do Faraó e este resolveu perseguir os israelitas. Chegando em frente ao Mar Vermelho, o povo de Israel se desesperou, pois, havia montanhas dos dois lados, Faraó e o seu exército vinham atrás e o mar estava à frente. Mas, Deus ordenou que Moisés estendesse a vara sobre o mar e este se abriu.
Israel passou pelo meio do mar em terra seca. Deus dificultou a passagem dos egípcios, arrancando-lhe as rodas dos carros. Quando Israel terminou de atravessar, o mar se fechou, sob as ordens de Moisés, e os egípcios morreram afogados.
Durante quarenta anos, Deus permitiu que o povo de Israel peregrinasse no deserto, sob a liderança de Moisés. Houve muita murmuração por parte deles e Deus fez grandes milagres. Nesse período, Deus lhes enviou, diariamente, uma comida chamada Maná; transformou águas amargas em água doce; mandou codornizes; fez brotar água da rocha para eles beberem; e guiou-os, de dia com uma coluna de nuvem e de noite com uma coluna de fogo, para protegê-los, respectivamente do calor e do frio do deserto.
Devido à rebeldia, ingratidão e constantes murmurações daquela geração que saíra do Egito, Deus determinou que eles não entrariam na terra prometida, com exceção de Josué e Calebe, que permaneceram fiéis ao Senhor. Até Moisés, devido à sua solidariedade ao povo e por ter desobedecido à voz de Deus, quando este mandou que falasse à rocha para que vertesse água e Moisés bateu na rocha, também não entrou na terra prometida.
Entretanto, a história de Moisés termina de forma emocionante. Deus avisou-lhe que ele não entraria na terra prometida e escolheu Josué como seu sucessor. Mas, Deus levou Moisés ao monte Nebo para ver a terra prometida. Após vê-la, Moisés morreu e foi sepultado pelo próprio Deus, na terra de Moabe. Até hoje, ninguém sabe onde ele foi sepultado.
Moisés não deixou herança para os seus sucessores. Morreu no deserto. Mas, deixou um legado de fé, trabalho, amor, mansidão, liderança e fidelidade ao Senhor. O texto bíblico diz que “nunca mais se levantou em Israel, profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera cara a cara.” Isto significa que Moisés tinha uma proximidade muito grande com Deus. Moisés foi usado por Deus, para fazer grandes milagres. O seu corpo nunca perdeu o vigor, mesmo aos cento e vinte anos, quando morreu.
Quando nós morremos, podemos deixar herança ou legado. A herança são os bens materiais, que deixamos para os nossos descendentes. Logo elas passarão para as mãos de outros e se acabarão. Legalmente, o legado é uma herança deixada para alguém, através de um testamento. Mas, simbolicamente, o legado é o nosso exemplo de vida. O nosso legado será aquilo, pelo que seremos lembrados, após a nossa partida.
O que as pessoas dirão de nós, após a nossa partida? Seremos um exemplo a ser imitado? Normalmente em velórios, diante da comoção, as pessoas costumam elogiar o falecido e falam até coisas que não são verdadeiras. Mas, entre os conhecidos, a verdade prevalece. Todos se lembrarão daquilo que nós representamos para eles.

Esforcemo-nos para deixar um bom exemplo de vida para a nossa posteridade.

Pb. Weliano Pires





10 julho 2019

O Sacerdócio Levítico e o Ministério Cristão

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: 

- Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.  Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço.  Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.” (Atos 6.1-4)


Muitos evangélicos, especificamente pastores, confundem o Ministério Cristão com o Sacerdócio Levítico e, por conta disso, há muita confusão e problemas desnecessários, nas administrações de Igrejas.

Diante da experiência ministerial de alguns líderes evangélicos, eu sou apenas um menino, pois, mesmo sendo presbítero há onze anos, eu nunca dirigi uma Igreja, embora já tenha auxiliado a vários pastores e atuo como professor da Escola Bíblica Dominical há dezenove anos.

O fato é que o atual modelo de administração eclesiástica, especificamente o assembleiano do qual faço parte, está falido e muito distante dos parâmetros da Igreja Primitiva.

Ora, o Sacerdócio da Antiga Aliança não é o modelo de liderança para a Igreja. Há muitas diferenças entre ambos e eu gostaria de colocar as principais abaixo:

1) Os sacerdotes eram mediadores entre Deus e a Congregação de Israel. Os sacerdotes, especificamente o Sumo sacerdote, eram tipos de Cristo e, como tal, faziam o papel de mediadores entre o povo de Israel e Deus. Os ministros do Novo Testamento não exercem este ofício.

2) Os sacerdotes exerciam papel de juízes. Os sacerdotes, especificamente no período teocrático, como nos casos de Eli e Samuel, exerciam o papel de juízes da Nação, não apenas em questões religiosas, mas, em questões civis e criminais. Este também não é papel dos ministros da Nova Aliança, pois, isso é papel do estado.

3) O sacerdócio da Antiga Aliança era hereditário e automático. Todos os filhos de Aarão eram naturalmente sacerdotes e o filho mais velho era o sucessor automático do Sumo sacerdote. Na Nova Aliança não existe isso. Os ministros são chamados individualmente por Deus, sem critérios genealógicos.

4) O sumo sacerdote era o administrador do Templo e os sacerdotes os seus auxiliares. Não podiam ter outras atividades além do sacerdócio e não tinham herança em Israel. As demais tribos os sustentavam através dos dízimos e ofertas. Estas contribuições eram semelhantes aos impostos nos dias de hoje.


Isto posto, faço agora algumas considerações sobre os ministros da Nova Aliança, à luz dos escritos do Novo Testamento:

1) Os Ministros do Evangelho no Novo Testamento não são considerados mediadores entre Deus e os homens. Este papel é exercido por Jesus (1 Tm 2.5). O ministro do Novo Testamento é um servo da Igreja.

2) Os pastores do Novo Testamento não são juízes de questões civis e criminais. As questões que os pastores tratavam eram teológicas e referentes à doutrina ou ao pecado.

3) Os pastores do Novo Testamento não eram administradores de Igrejas. Este papel era exercido pelos diáconos. Em Atos 6, na instituição dos diáconos, Pedro deixa claro que não é razoável que os pastores deixem a pregação do Evangelho e a oração, para cuidar de assistência social. Lamentavelmente, hoje vemos pastores, que deveriam estar pregando o Evangelho, visitando doentes e orando, sendo secretário, tesoureiro, cuidando de construção, sendo deputados e uma série de atividades que nada tem a ver com a função de pastor no Novo Testamento.

4) Os Ministros do Novo Testamento não são donos ou dominadores da Igreja. Pedro falou que os Presbíteros devem apascentar o rebanho de Deus, não como dominadores, mas, servindo de exemplo ao rebanho.

5) Os Ministros do Novo Testamento não são intocáveis ou inquestionáveis. A ideia de líderes mundiais que não podem ser questionados nem dar satisfação dos seus atos a ninguém, não está no Novo Testamento. Paulo repreendeu a Pedro em Antioquia, quando este se afastou dos gentios para não 'se queimar com os judeus'. Pedro também teve que se explicar para a Igreja em Jerusalém, após ter batizado Cornélio e comido em sua casa.


Para concluir, eu acho que as Igrejas precisam urgentemente, restabelecer o modelo do Novo Testamento, onde os pastores cuidavam da parte espiritual, orando, ensinando e evangelizando; e a parte administrativa e assistencial era feita pelo diaconato.


É preciso urgentemente acabar com as capitanias hereditárias, nepotismo eclesiástico, ditaduras, estrelismo e politicagens convencionais. Isto é incompatível com a pureza e simplicidade do Evangelho.


Que Deus nos guarde!


Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...