18 abril 2024

CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 03: O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, veremos que o Céu é o alvo de todo cristão. Mostraremos as definições da palavra Céu, no Antigo e no Novo Testamento. Depois, falaremos do Céu conforme o ensino do apóstolo Paulo, que foi arrebatado ao terceiro Céu e viu coisas inefáveis que, segundo ele, não é lícito mencioná-las aos seres humanos. Por último, veremos Céu é o nosso alvo e depois de salvos não pertencemos mais a este mundo.


1- Definindo céu. Há muita curiosidade e também muita especulação sobre o Céu. Muitas pessoas contam supostas visões que tiveram sobre o Céu, mas seguem as suas próprias fantasias de como imaginam ser o Céu. No Livro de Apoio, o comentarista descreve o pensamento da teologia judaica antiga, que afirmava existir sete Céus, sendo o último, a morada de Deus. 

Para nós, o que interessa saber é o que a Bíblia ensina sobre o Céu. O texto hebraico do Antigo Testamento usa a palavra shamayim, traduzida por Céu, firmamento, ou Céus. O Novo Testamento, por sua vez, usa a palavra grega ouranós, com o mesmo sentido. Estas palavras se referem a locais distintos, que podem ser determinados pelo respectivo contexto. 


Conforme o comentarista nos descreveu, as palavras shamayim e ouranós, são usadas na Bíblia para se referir a três lugares:

1. O Céu atmosférico. (Dt 11.11,17). É o Céu que contemplamos a olho nu, por onde circulam os pássaros e onde estão as nuvens.

2. O universo ou firmamento dos Céus (Gn 1.14; Hb 1.10). Refere-se ao Céu cósmico, onde estão os planetas, cometas, satélites e galáxias, que só podem ser vistos por telescópios. 

3. A morada de Deus (Is 63.15; Mt 7.11,21). Este Céu está muito além da atmosfera e do Céu cósmico. Trata-se do mundo espiritual. Não está acessível aos olhos humanos, nem mesmo através dos mais sofisticados aparelhos.

2- O céu conforme o ensino de Paulo. O ensino do apóstolo Paulo sobre o Céu não é o mesmo dos rabinos judaicos, dos quais ele fazia parte, antes da sua conversão a Cristo. Paulo falou sobre o Céu em vários textos das suas epístolas, com base nas revelações que ele recebeu do Senhor Jesus. A perspectiva de Paulo sobre o Céu não está relacionada apenas a um lugar, mas ao fato de estarmos com Cristo. Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse: “Mas a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. (Fp 3.20). Na mesma Epístola, no capítulo 1, no versículo 21, Paulo diz: “...tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.”

No texto de 2 Coríntios 12, Paulo faz menção a um homem em terceira pessoa, referindo-se a si próprio, que foi arrebatado em espírito ao “terceiro céu” ou o Paraíso de Deus, e viu coisas inefáveis que, segundo ele, não é lícito falar aos seres humanos. O terceiro Céu (Gr. Trito ouranós) (2 Co 2.9) é uma referência ao Paraíso, que é o lugar intermediário para onde vão os que morreram em Cristo, que aguardam a ressurreição. Não é ainda o estado eterno do cristão, que será a Nova Jerusalém (Ap 22.3), como veremos no próximo tópico. 

Se há um terceiro Céu, como disse Paulo, evidentemente, há também o segundo Céu. Não está claro na Bíblia qual seria este segundo Céu. Segundo a explicação do Pr. Ciro Sanches Zibordi, podemos conjecturar que este Céu seria as regiões celestiais, onde o diabo e os seus anjos atuam (Ef 6.12). E o primeiro céu, qual seria? É o Céu que podemos ver, ou seja, o céu atmosférico, conforme vimos no subtópico anterior. 


3- O alvo do cristão. O Céu representa o fim da carreira do cristão. É a nossa linha de chegada, no final desta maratona que estamos correndo neste mundo. A partir do momento em que nascemos de novo, como vimos na primeira lição, não pertencemos mais a este mundo. Passamos a viver aqui como peregrinos e forasteiros, em direção ao nosso eterno lar. Neste sentido, o apóstolo Paulo escreveu aos colossenses: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” (Cl 3.1).

Com muita tristeza, presenciamos em muitos púlpitos nos dias atuais, mensagens voltadas unicamente a esta vida. Fala-se muito em vitórias, prosperidades, curas, autoajuda, autoafirmação, sucesso no casamento e muitas outras coisas voltadas a nossa existência terrena. As músicas que se cantam atualmente em nossas igrejas, em sua grande maioria, seguem esta tendência. Os hinos da Harpa Cristã, Cantor Cristão e outros hinários evangélicos do passado, falavam muito do Céu. Falavam também da nossa vida aqui como um período temporário de lutas e aflições, que nós deveríamos suportar com paciência, pois o nosso alvo é o Céu. Voltemos urgente a pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo, que consiste na Salvação dos pecadores, para levá-los ao Céu e não conceder-lhes vida confortável neste mundo. 


REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 37, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.636

Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.199,200

15 abril 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: O CÉU – O DESTINO DO CRISTÃO


Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada, estudamos a analogia da porta estreita e da porta larga, usada por Jesus, para se referir, respectivamente, à vida com Cristo e à vida segundo o curso deste mundo.

No primeiro tópico falamos sobre os dois tipos de porta e caminho: o estreito e apertado, e o largo e espaçoso. Vimos que a porta estreita e o caminho apertado ilustram a maneira de viver do cristão e que a porta larga e o caminho apertado apontam para uma vida sem compromisso com Deus. 

No segundo tópico, vimos por que é difícil entrar pela porta estreita. A porta está aberta a todos, mas tem muitas dificuldades e se torna difícil entrar por ela.  Por outro lado, vimos que a ponta larga é atraente e oferece facilidades e oportunidades de prazer neste mundo. Entrar pela porta estreita e seguir pelo caminho apertado não é algo que pode ser realizado pelo homem natural. 

No terceiro tópico, falamos de três condições para entrar pela porta e pelo caminho estreito, com base na pregação de João Batista que são: o arrependimento dos pecados, a confissão de pecados e a produção de frutos de arrependimento. No registro de Lucas sobre a pregação de João Batista, ele registra exemplos destes frutos: misericórdia, honestidade e respeito às autoridades e às leis.


LIÇÃO 03: O CÉU – O DESTINO DO CRISTÃO


INTRODUÇÃO 


Nesta lição estudaremos sobre o ponto de chegada, ou o final da nossa corrida neste mundo, que é o Céu. Depois de passar por uma vida de lutas e tribulações, vivendo neste mundo como peregrinos e forasteiros neste mundo, finalmente chegaremos ao nosso lar eterno, que é o Céu. Muitas pessoas, até mesmo algumas que se dizem cristãs, tentam negar a existência do Céu, ou que nós vamos para lá. Mas, o próprio Jesus prometeu aos seus discípulos que iria para o Pai e voltaria para buscá-los, para que eles estivessem onde Ele estiver (Jo 14.2-3).


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, veremos que o Céu é o alvo de todo cristão. Mostraremos as definições da palavra Céu, no Antigo e no Novo Testamento, mostrando os diferentes tipos de locais aplicados à palavra Céu na Bíblia. Depois, falaremos do Céu conforme o ensino do apóstolo Paulo, que foi arrebatado ao terceiro Céu e viu coisas inefáveis que, segundo ele, não é lícito mencioná-las aos seres humanos. Por último, veremos Céu é o nosso alvo e depois de salvos não pertencemos mais a este mundo.

No segundo tópico, falaremos da descrição do Céu conforme o Livro do Apocalipse. Discorremos sobre o Novo Céu e a Nova Terra. João viu um Novo Céu e uma Nova Terra, pois o primeiro Céu e a primeira terra haviam passado e o mar já não existia. Falaremos também da linda cidade que João viu, que será a nossa nova morada. João descreveu a beleza desta cidade e disse que ali não haverá mais morte, tristezas nem dores. A Nova Jerusalém será o nosso eterno lar. 

No terceiro tópico, falaremos do Céu como o fim da jornada cristã. Veremos que, no final desta jornada, nós estaremos onde Deus habita e o veremos face a face, como Ele é. Na sequência, veremos que as lágrimas cessarão ali, pois o Senhor enxugará dos nossos olhos toda lágrima e todos os males e sofrimentos deste mundo cessarão. Por último, falaremos do Céu como o nosso eterno descanso, não no sentido de passar a eternidade entediados e sem nenhuma atividade. No Céu haverá adoração, serviços e aprendizagem plena. Será um lugar de descanso das nossas fadigas e tribulações. 



REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 37, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.636

Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.199,200

12 abril 2024

ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU

(Comentário do 3º tópico da Lição 02: A escolha entre a porta estreita e a porta larga). 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, veremos três condições para entrar pela porta e pelo caminho estreito, com base na pregação de João Batista que são: o arrependimento dos pecados, a confissão de pecados e a produção de frutos de arrependimento. No registro de Lucas sobre a pregação de João Batista, ele registra exemplos destes frutos: misericórdia, honestidade e respeito às autoridades e às leis.


1. Arrependimento de pecados. A base da mensagem pregada por João Batista, no deserto da Judéia, era o arrependimento dos pecados. João começou a pregar dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus”. (Mt 3.1). O arrependimento aparece também logo no início da mensagem pregada por Jesus. Quando Ele iniciou o seu ministério, logo após o seu batismo no Rio Jordão, começou a pregar dizendo: "O tempo está cumprido, o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho". (Mc 1.15). 


Da mesma forma, o apóstolo Pedro, após o seu longo discurso, no Dia de Pentecostes, ao ser indagado pela multidão sobre o que deveriam fazer, ele prontamente respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.38). Em outro discurso, após a cura do coxo na porta do templo, Pedro repetiu a mesma mensagem de arrependimento: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (At 3.19). A base da mensagem do Reino de Deus, portanto, está no arrependimento dos pecados e retorno para Deus.


Muitas pessoas não sabem o que é arrependimento. Pensam que apenas o fato de confessar que errou e pedir perdão significa que se arrependeu. É comum, quando assassinos são presos, os jornalistas perguntarem se estão arrependidos. Os mais cruéis dizem que não e que fariam tudo de novo. Mas há os fingidos, que choram e se dizem arrependidos. Entretanto, se fossem soltos naquele momento, continuariam fazendo a mesma coisa ou até pior.


Muitos confundem arrependimento com remorso. Mas são coisas diferentes. O remorso acontece quando a pessoa pratica algo errado e teme as consequências dos seus atos, mas se pudesse faria tudo de novo. O arrependimento acontece quando a pessoa é convencida pelo Es

pírito Santo e passa a pensar e agir diferente, por convicção. A palavra grega traduzida por arrependimento é "metanoia". O verbo é  “metanoeo”. Esta palavra é formada de dois vocábulos gregos: "meta" (que vai além, depois, ou mudança) e "nous" (pensamento). Portanto, metanoia significa literalmente "mudança de pensamento". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus. 


2. Confissão de pecados. A confissão nacional dos pecados em Israel fazia parte do Dia da Expiação (Yom Kippur): “E confessará o seu pecado que cometeu; pela sua culpa, fará plena restituição, segundo a soma total, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e a dará àquele contra quem se fez culpado.” (Nm 5.7). Havia também a confissão pessoal dos pecados, como no caso de Davi, que orou a Deus, confessando o seu pecado e pediu perdão (Sl 51). Os profetas também, ao intercederem pelo povo faziam a confissão dos pecados, como no caso de Neemias: “...E faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti, também e a casa de meu pai pecamos”.  (Ne 1.6b). Daniel também orou confessando os seus pecados e os do povo: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel…” (Dn 9.20a). 


No Novo Testamento vemos que, após João Batista pregar a mensagem de arrependimento, as pessoas iam ter com ele para serem batizados e confessavam os seus pecados: “Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mt 3.5,6). O batismo, em si, não tem nenhum poder salvífico. Ele deve estar acompanhado do arrependimento e confissão dos pecados. 


É importante esclarecer que confessar pecados significa admitir a culpa e não contar os pecados a um sacerdote, ou torná-los públicos. No grego a palavra confessar é “omologomen”. Esta palavra deriva de “omos” (a mesma coisa) e “lego” (dizer). Portanto, significa “dizer a mesma coisa que outra pessoa”, ou “admitir que uma acusação é verdadeira”. A Igreja Católica ensina a prática da confissão dos pecados aos sacerdotes, como condição para obter o perdão. Seguindo esta tradição, muitas Igrejas evangélicas também ensinam que o crente deve confessar publicamente os seus pecados ao pastor e até à Igreja. 


Não há nenhum fundamento bíblico para isso. Na Nova Aliança não existem sacerdotes ou mediadores entre Deus e os homens, além de Jesus (1Tm 2.5). Devemos confessar os nossos pecados a Deus, se pecarmos contra Ele e aos irmãos que ofendemos. Ou seja, se eu pecar somente contra Deus, devo pedir perdão somente a Ele. Se pecar contra a minha esposa, devo pedir perdão a ela. Caso ofenda a algum irmão, devo procurá-lo pessoalmente, reconhecer o meu pecado e pedir-lhe perdão. Falaremos mais sobre este assunto na lição 08, quando estudaremos o tema “confessando e abandonando o pecado.”


3. Produzindo frutos de arrependimento. Alguns dos fariseus e dos saduceus, vendo que João batizava, também pegaram a fila para o batismo. Mas João os repreendeu dizendo: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.7). No  registro de Lucas sobre a pregação de João Batista, ele registra exemplos destes frutos. 


A multidão o interrogou sobre o que deveriam fazer para produzir tais frutos. João, então, recomendou a misericórdia para com os necessitados: “Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira.” (Lc 3.11). Os publicanos, que eram cobras de impostos e eram odiados por cobrarem mais do que era devido, também perguntaram o que deveriam fazer. João lhes recomendou a honestidade: “Não peçais mais do que o que vos está ordenado.”(Lc 3.13). Por último, os soldados, indagaram a João o que lhes seria recomendado fazer e ele lhes recomendou o respeito às autoridades e às leis: “A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.” (Lc 3.14). 


Com este ensino de João Batista, aprendemos que o problema não está em nossa profissão e sim na forma como a executamos. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, dizem que um cristão não pode ser policial ou político. Proíbem os seus membros de fazerem parte das forças armadas e até de votar. Mas a Bíblia não proíbe isso. O cristão pode ser um policial, desde que seja cumpridor das leis. Pode também ser um político, mas tem que ser honesto e honrar o Nome do Senhor em tudo o que fizer. Claro que há profissões que são incompatíveis com o Evangelho, como por exemplo, ser proprietário de bares, casas de prostituições e cassinos, que levam as pessoas à destruição. 

REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus — Atos. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61

Dicionário Bíblico Baker.  Rio de Janeiro: CPAD, 1ª Ed. 2023, p.400.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1576

11 abril 2024

POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 02: A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA) 

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos por que é difícil entrar pela porta estreita. A porta está aberta a todos que quiserem entrar, mas tem muitas dificuldades e se torna difícil, principalmente por causa da natureza pecaminosa do ser humano. Entretanto, esta porta conduz-nos à Vida eterna. Por outro lado, a ponta larga oferece facilidades e oportunidades de prazer neste mundo, mas conduz os que por ela entrarem à perdição eterna. 


1. Uma porta aberta, porém, difícil. Diferente do que ensinam os calvinistas, a porta da salvação está aberta a todos os que quiserem entrar por ela. Em muitos textos bíblicos encontramos convites de Jesus aos pecadores para virem a Ele (Mt 11.28; Lc 9.23; Ap 3.20). Jesus deseja que todos sejam salvos: “Quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2.4). 


Hoje esta porta encontra-se aberta a todos os que quiserem entrar por ela, mas em breve, ela se fechará. A porta estreita encontra-se aberta e acessível a todos atualmente. Entretanto, é difícil entrar por esta porta, porque há dificuldades e impedimentos para entrar por ela. Em Mateus 16.24, Jesus colocou algumas condições para aqueles que desejam segui-lo: autonegação (negue-se a si mesmo), fazer escolhas certas, mesmo que sejam dolorosas (tomar a sua cruz) e seguir a Ele. Estas coisas não são fáceis para o ser humano. Isso só se torna possível com o novo nascimento, que é obra do Espírito Santo. 


Além da renúncia à própria natureza, outra coisa que torna a entrada pela porta estreita difícil é a chamada contra cultura. O mundo em que vivemos jaz no maligno e, portanto, anda na contramão dos valores cristãos e se opõe a eles. O Evangelho de Cristo é considerado ofensivo aos ouvidos da sociedade pós-moderna que não apenas vive  sem Deus, mas é contra Deus. 


No final do diálogo de Jesus com Nicodemos, Ele disse: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” (Jo 3.20). Atualmente, as pessoas aborrecem não apenas a Luz que é Jesus, mas aborrecem também todo aquele que prega a luz. A tolerância religiosa e harmonia inter-religiosa, que é tão falada hoje em dia, não se aplica ao Cristianismo.  Os cristãos são vistos como fundamentalistas e comparados aos terroristas muçulmanos. Em países de maioria islâmica, ser cristão consiste em um risco permanente de morte. 


2. As oportunidades da porta larga são atraentes. Do ponto de vista desta vida, a porta larga e o caminho espaçoso são atraentes e vantajosos. O salmista Asafe observou o estilo de vida dos ímpios e quase se desviou (Sl 73.2-16). O salmista viu que os ímpios prosperavam e passou a invejá-los. 


Na porta larga não há cobranças ou exigências. Antigamente, mesmo para as pessoas que não serviam a Deus, existiam alguns padrões morais que a sociedade exigia, principalmente para as mulheres. No caso dos homens, havia uma tolerância maior. Mas algumas práticas não eram bem vistas e os homens evitavam fazê-las publicamente. 


As pessoas que usavam drogas, praticavam o adultério, o homossexualismo, a prostituição e outras coisas, que são condenadas na Bíblia, faziam estas coisas às escondidas. Ter um filho ou parente que fosse usuário de drogas ou que foi preso, era vergonhoso. Hoje, tem mulheres que namoram com criminosos sabendo o que eles fazem e vão aos presídios fazer visitas íntimas. 


Atualmente, estas coisas são praticadas abertamente e até incentivadas. Quem pratica estas coisas é visto como pessoas de mente aberta. As mulheres andam seminuas, sentam-se em bares para consumir bebidas alcoólicas e falam palavrões como se fosse algo natural. As drogas são consumidas publicamente e quem não usa ou critica o uso é considerado careta ou antiquado. 


3. As razões das exigências. Entrar pela porta estreita e seguir pelo caminho apertado não é algo que pode ser realizado pelo homem natural. Antes é preciso ouvir a voz do Espírito Santo e crer em Jesus. A partir daí, acontece uma transformação na mente do ser humano e ele passa a ter a mente de Cristo. 


É nesse sentido que o apóstolo Paulo diz: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram e tudo se fez novo”. (2Co 5.17). Somente a partir do momento em que a pessoa tem consciência de que é um pecador e arrepende-se dos seus pecados, é que ela é capacitada pelo Espírito Santo a viver uma nova vida e andar na contramão do mundo. Falaremos mais sobre isto no próximo tópico. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus — Atos. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61
Dicionário Bíblico Baker.  Rio de Janeiro: CPAD, 1ª Ed. 2023, p.400.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1576

09 abril 2024

PORTAS E CAMINHOS

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 02: A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico falaremos sobre os dois tipos de porta e caminho: o estreito e apertado, e o largo e espaçoso. Veremos que a porta estreita e o caminho apertado ilustram a maneira de viver do cristão, que vai na contramão deste mundo. A porta larga e o caminho apertado, por sua vez, apontam para uma vida sem compromisso com Deus, com a aprovação do mundo.


1. A porta estreita. Em seus ensinos, Jesus usava muitas figuras que faziam parte do cotidiano dos seus ouvintes, como o semeador e a semente, os pescadores e os peixes, o pastor e as ovelhas, e muitas outras. No capítulo 7 de Mateus, que é o assunto do nosso estudo, Jesus usou as figuras da porta e do caminho, para falar, respectivamente, da entrada na vida cristã e do estilo de vida do cristão neste mundo. 


As cidades antigas eram cercadas por muros de grande espessura para evitar invasões de inimigos. Para o acesso dos moradores da cidade havia a porta de entrada. Não havia saídas de emergência como hoje e todos entravam e saíam pelo mesmo local. Na vida espiritual, existem apenas duas portas: uma que conduz à vida eterna e outra que conduz à perdição eterna. 


A porta que conduz à salvação é Jesus (Jo 10.9). Jesus não é uma das portas ou uma das opções para se chegar ao Céu. Ele é a única porta de entrada do Céu. A ideia de que todos os caminhos levam a Deus e todas as religiões são boas, não tem apoio nas Escrituras. 


Quando falou da porta que conduz à vida eterna, Jesus falou que ela é estreita. O adjetivo grego traduzido por estreita é “stenês”, que significa “apertado”, onde só passa uma pessoa por vez e não cabe bagagens. Isto significa que para entrar pela porta estreita, precisamos renunciar à velha natureza e deixar a vida de pecado. 


Jesus, de fato, recebe a qualquer um que crer nele e recebê-lo como Salvador, independente do estilo da vida de pecado que a pessoa levava antes de conhecê-lo. Costumamos dizer para pessoas que ainda não conhecem a Cristo: Venha como está. Isto é correto, pois Jesus não veio chamar os justos e sim, os pecadores. Entretanto, a pessoa vem como está, mas não pode permanecer como quiser. “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lc 9.23).


2. O caminho apertado. O Caminho é usado na Bíblia, tanto em sentido literal como em sentido figurado. Em sentido literal, caminho é uma referência a uma estrada, uma trilha, etc. O Antigo Testamento também a palavra caminho para se referir aos processos da natureza, como o caminho do relâmpago e do trovão (Jó 28.26); o trabalho da formiga (Pv 6.6); ou aos comportamentos de animais como a águia e a cobra (Pv 30.19). Em sentido figurado, a palavra é usada para se referir ao curso de vida do ser humano (Jó 3.23), ou à sua conduta moral: o caminho dos justos e o caminho dos ímpios (Sl 1).


Neste ensino de Jesus, o caminho é uma referência ao estilo de vida. Jesus disse que o caminho que conduz à vida é apertado. Conforme explicou o comentarista, a palavra grega traduzida por apertado é thlíbō, que tem o sentido prensar ou espremer, como se faz com as uvas. Em sentido figurado, a palavra  thlíbō é usada com o sentido de aborrecer, afligir ou angustiar. Portanto, quando Jesus diz que o caminho é apertado, significa que para seguir a Jesus, precisamos aborrecer, afligir e angustiar a nossa própria natureza e viver o estilo de vida proposto por Jesus. 


O ensino de que seguir a Cristo é sinônimo de uma vida de vitórias e sucessos neste mundo, não tem apoio nos ensinos de Jesus. Ele chamou os seus discípulos para deixarem tudo e segui-lo, e disse que no mundo eles teriam aflições e seriam odiados por todos por causa do Seu Nome (Mt 10.22; Jo 16.33). Falou também que chegaria o tempo aqueles em que os matassem, o fariam achando que estariam prestando um serviço a Deus (Jo 16.2). Na mesma direção, o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo e disse: “Todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus, padecerão perseguições.” (2Tm 3.12). 


Além das lutas e perseguições, o caminho que conduz à vida eterna é apertado, porque os ensinos de Cristo são contrários aos valores deste mundo e à nossa própria natureza humana, que foi corrompida pelo pecado. Não é próprio do ser humano amar os inimigos, abençoar os que lhe maldizem, orar pelos que lhe perseguem, ajuntar tesouros no Céu e outros preceitos expostos por Jesus no Sermão do Monte. 


3. Porta larga e caminho espaçoso. A porta larga e o caminho espaçoso são o oposto da porta estreita e do caminho apertado. Simbolizam a vida sem compromisso com Deus e de acordo com os padrões deste mundo, que jaz no maligno. 


A primeira característica da porta larga é que não há nenhuma exigência para entrar por ela. Basta ignorar Deus e já estará entrando pela porta larga. Também não é preciso renunciar a nada, é só seguir os próprios pensamentos.


Para prosseguir no caminho largo, também não há perseguições, pois ele é muito popular. No caminho largo, as pessoas seguem a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, ignorando os princípios bíblicos, criando os seus próprios critérios e vivendo como se Deus não existisse. 


O primeiro casal, Adão e Eva, seguindo a sugestão do diabo, fizeram esta escolha e as consequências foram terríveis para eles e para toda a humanidade. Na atualidade também, a maioria das pessoas escolhem o caminho largo, ignoram as exigências de Deus e, em busca de uma suposta felicidade, caminham a passos largos para o abismo. Este caminho parece sedutor, mas ele conduz à perdição.


REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus — Atos. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61
Dicionário Bíblico Baker.  Rio de Janeiro: CPAD, 1ª Ed. 2023, p.400.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1576

CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 03: O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO)   Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, veremos que o Céu é o alvo de to...