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17 setembro 2022

3⁰ Domingo de Setembro: Dia da Escola Dominical

 

Na Inglaterra, numa média cidade
No período pós revolução industrial
Crianças expostas à criminalidade
Devido à ociosidade dominical.

Esta cidade era bastante procurada 
Devido as indústrias de tecelagem
Até às crianças eram empregadas
E aos domingos ficavam na vadiagem

No dia de folga, sem lazer ou ocupação
Ficavam nas ruas na criminalidade
Robert Raikes, um jornalista cristão 
Resolveu mudar esta triste realidade 

Conhecia o sistema penitenciário
E pretendia os presos regenerar 
Era um jornalista cristão visionário 
Teve uma ideia e resolveu implantar.

Criou uma escola multidisciplinar
Funcionando em período integral 
Para a mente das crianças ocupar
No período da folga dominical.

O trabalho de Raikes deu resultado 
Reduziu os índices de criminalidade
O modelo se expandiu e foi adotado
Por pessoas de outras comunidades.

No Brasil, a primeira Escola Dominical
Foi em Petrópolis, no Rio de Janeiro
Robert e Sara, um abnegado casal
Foram os missionários pioneiros

Na Assembleia de Deus chegou também
Com apenas dois meses de fundação 
A primeira aula foi na cidade de Belém
No bairro Outeiro, na casa de um irmão.

Anos depois, o Jornal Boa Semente
Publicava os estudos dominicais
Era um suplemento para os crentes
Este foi o embrião das revistas atuais 

Em mil novecentos e trinta foram criadas
As primeiras lições bíblicas oficiais
Por missionários suecos comentadas 
Samuel Nystron, Kastberg e outros mais.

Com a criação da Casa Publicadora
A Escola Dominical foi modernizada 
Tornando-se a principal propagadora
Das doutrinas bíblicas sistematizadas. 

Escritores, teólogos e professores 
Trouxeram importantes contribuições 
Elaborando projetos promissores
E também os comentários das lições. 

Antonio Gilberto, indubitavelmente 
Foi o maior estusiasta deste ensino 
Treinando professores e superintendentes
Cumpriu fielmente o seu chamado divino.

Desde a infância vou à Escola Dominical 
Nela, a Palavra de Deus aprendi a amar 
Hoje sou professor desta escola sem igual 
O que aprendi, aos outros vou ensinar. 


Weliano Pires

Presbítero da Assembleia de Deus em São Carlos-SP e professor da Escola Dominical há 22 anos ininterruptos. 

22 março 2022

A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 4


Parte 4 - O padrão ético e moral. 

Diferente das escolas seculares, que não ensinam moralidade, pois entendem que isso é relativo, um dos principais objetivos da Escola Dominical é ensinar aos seus alunos a ética cristã. Quando falamos de ética e moral, parecem termos sinônimos, devido estarem relacionados. De fato, são muito parecidos, mas há diferença entre eles.  


A palavra ética vem do grego “ethos”, que significa costumes ou hábitos. Já a palavra moral tem origem no latim “mos”, que significa “normas” ou “regras”. A ética se refere aos princípios e valores que orientam a conduta de uma pessoa. A moral, por sua vez, é a prática dessa conduta ética. Não são a mesma coisa, porém, estão relacionadas. Em termos práticos, a ética seria a teoria e a moral a prática. Por exemplo, a ética de um certo grupo diz que ele deve ser verdadeiro. A moral seria os membros deste grupo não mentirem. 


Existem pelo menos três categorias de ética, com as suas respectivas subcategorias: Humanista, naturalista e religiosa. 

a) A ética humanista. Tem o ser humano como o centro de tudo. Dentro desta perspectiva, tudo aquilo que trouxer ‘benefício’ à sociedade deve ser aceito. Dentro desta ética estão o existencialismo, o utilitarismo e o hedonismo. 

b) Ética naturalística. Fundamenta-se nas leis da natureza e considera que tudo aquilo que é natural é bom. 

c) Ética religiosa. Tem como fundamento aquilo que a religião acredita ser moralmente correto, de acordo com os princípios da divindade que acredita. 


A ética cristã está nesta última categoria. Os princípios e práticas do que é certo e errado no Cristianismo estão baseados nas Escrituras Sagradas, que é o padrão de Deus. Este padrão permanece inalterado (Mt 24.35) e não podem jamais ser relativizados, revogados ou adaptados aos interesses humanos. Portanto, o que norteia o padrão de conduta do cristão é a Palavra de Deus e a Escola Dominical tem o dever de ser uma agência proclamadora e multiplicadora dos princípios da Palavra de Deus. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 356.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pág. 627-628.


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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 3


Parte 3 - A prática pedagógica. 

A palavra Pedagogia origina-se de dois vocábulos gregos: "paidós'' (criança) e "agogé" (condução). A junção destes dois termos, "paidagogos", era usada para designar um escravo da confiança do patrão, que era responsável por conduzir os seus filhos a um professor. 


A pedagogia começou a se desenvolver no século XIX e é a ciência do ensino. Antigamente, o curso de preparação para o magistério, que é um curso de nível médio, habilitava o professor para as séries iniciais do Ensino Fundamental, que era chamado de Ensino primário. Hoje é necessário ter licenciatura em pedagogia, que é um curso de nível superior.


Dentre os temas relacionados à educação, que são estudados na pedagogia destaca-se os seguintes: aprendizado de conhecimentos, métodos e sistemas pedagógicos, dificuldades de aprendizado, didáticas e práticas pedagógicas, conteúdos educacionais, o aluno no processo educativo e o papel do professor no processo educacional. 


Diferente do que muitos imaginam, uma boa pedagogia não é formada apenas por professores. As práticas pedagógicas envolvem: gestão escolar, professores, alunos, metodologia, material didático, avaliação e a relação professor-aluno. Portanto, não basta ter bons professores para que haja eficiência no ensino e na  aprendizagem. É preciso haver investimentos nas instalações, um bom currículo, preparação de professores, boa gestão e comprometimento de todos. 


No contexto da Escola Dominical, não é diferente. Infelizmente, em nossas Igrejas, não temos boas práticas pedagógicas, salvo raras exceções. Na gestão da Escola Dominical e preparação de professores, estamos muito aquém do ideal. Em muitas das nossas Igrejas, a Escola Dominical é tratada como algo secundário, que pode ser cancelada por qualquer motivo.


Muitos pastores sequer participam dela regularmente. Não há os investimentos mínimos necessários para o seu funcionamento. Os professores são voluntários, pois a Igreja, evidentemente, não tem condições de assalariá-los. Entretanto, muitos precisam bancar até o material que usam nas aulas. Na maioria das nossas Igrejas não há a preocupação de se construir salas, comprar lousas, data show, livros e outros equipamentos para se usar nas aulas. Em contrapartida, gasta-se um absurdo com cantores e pregadores, que muitas vezes distorcem a Bíblia para inflar os egos e arrecadar dinheiro.


Também não há investimentos na preparação de professores. Os cursos de aperfeiçoamento para professores, Seminários de Escola Dominical e Congressos são coisas raras que não chegam às periferias do Brasil. Muitos pastores ainda tem a ideia de que basta ser obreiro para ser um professor da Escola Dominical. Eu já conheci pastores e presbíteros que eram bons obreiros, mas não tinham nenhum preparo para ser professor. Entretanto, por serem obreiros eram colocados na função. Muitos deles davam aulas como se estivessem pregando. Outros apenas contavam histórias e testemunhos, sem nenhuma relação com o assunto da lição. 


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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 2


Parte 2: O currículo adotado

A palavra currículo vem do vocábulo latino "curriculum", que significa "pista de corrida". "Curriculum" era uma trilha com orientações para os corredores até chegarem ao seu objetivo final. A palavra passou a ser usada na educação, em sentido figurado, pois se refere à trajetória a ser percorrida pelo educando durante os seus estudos.


Em todo sistema educacional há um currículo a ser ensinado. O professor não pode chegar na sala de aula e ensinar aquilo que tiver vontade, embora alguns atualmente queiram fazer isso, fazendo política partidária e militância anti-cristã. Há um currículo elaborado previamente, que deve ser ensinado pelo professor aos seus alunos. 


Com a Escola Dominical não é diferente. Temos o nosso livro texto que é a Bíblia Sagrada e temos as revistas para todas as faixas etárias, que formam o currículo para os alunos da Escola Dominical. Todo o currículo produzido pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) é submetido à Consultoria doutrinária e teológica da casa, que hoje está sob a liderança do Pr. Elienai Cabral, e ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), para avaliar se está de acordo com a ortodoxia bíblica. 


O saudoso pastor Antonio Gilberto estabelece as seguintes considerações sobre o currículo da Escola Dominical:

(1) Deve abranger os principais assuntos bíblicos necessários ao conhecimento e à experiência do crente; 

(2) Deve ser devidamente dosado, visando ao desenvolvimento de uma vida cristã ideal e uma personalidade cristã que em tudo honre a Cristo, perante a Igreja e o mundo; 

(3) Deve ser um currículo graduado, mas também, ao mesmo tempo inter-relacionado, por ser a vida cristã um todo indivisível.


Embora seja semelhante aos currículos das escolas seculares, o currículo da Escola Dominical tem algumas diferenças. Segundo o Pr. Claudionor de Andrade, o currículo da Escola Dominical precisa ser bíblico (ter a Bíblia como livro texto), evangélico (apresentar Jesus como o único Salvador, através do seu sacrifício na Cruz), profético (Proclamar contra o pecado e conduzir as pessoas a Deus) e devocional (levar o aluno à comunhão com Deus). Nenhum pensamento filosófico, científico, ou mesmo teológico pode estar acima ou no mesmo nível da Palavra de Deus em um currículo evangélico. 


A CPAD, de fato, produz um currículo bíblico, evangélico, profético e devocional, conforme vimos no ponto anterior. Entretanto, na minha opinião como professor da Escola Dominical há 21 anos, formado no magistério, a divisão de classes levando em conta apenas a faixa etária não é a mais adequada. Neste modelo podemos ter pessoas na classe de adultos, que têm graus de instrução e teológico absurdamente distantes.


Da mesma forma, nas classes de jovens, juvenis, adolescentes e juniores, podemos ter também jovens e adolescentes na mesma sala, talvez com com o mesmo grau de instrução secular, porém com experiências na fé muito distantes. Um jovem filho de crentes, nascido e criado na Igreja, é muito diferente de um jovem, cujos pais não servem a Deus, que não teve nenhuma convivência na Igreja, chegou há menos de um ano e não conhece nada da Bíblia. 


Outro problema que eu vejo no currículo é que não há uma formação continuada e avaliações periódicas. Isso acontece apenas nas classes de discipulado, primários, juniores e adolescentes. Nas classes de juvenis, jovens e adultos, não há uma continuidade de estudos de acordo com o tempo de permanência do aluno. Recentemente, eu publiquei aqui uma análise sobre os currículos e metodologia de ensino da Escola Dominical em nossas Igrejas. Evidentemente, não é uma análise técnica pois, não sou especialista no assunto. É apenas o meu ponto de vista como professor, baseado na minha experiência e observação.


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CETADEB – Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil. pág. 13-15.

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Pb. Weliano Pires


A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 1


A Educação formal e o surgimento da Escola Dominical 


A Educação formal


A educação formal e metódica como a conhecemos hoje é algo recente. Na antiguidade, os pais ensinavam oralmente, os seus valores aos filhos e o índice de analfabetismo era altíssimo. O povo de Israel recebeu de Deus a incumbência de ensinar aos seus filhos a Lei de Senhor e contar-lhes aquilo que Deus fez, libertando-os da escravidão para a terra prometida.

Para se ter uma ideia, até o século XVII a educação em geral ficava restrita aos círculos familiares e religiosos e não a cargo do estado. Não havia escolas e poucas pessoas tinham acesso aos estudos. No Brasil, somente em 1549,  o padre Manoel da Nóbrega iniciou a educação formal para ensinar a religião católica aos índios e ensinava a ler e escrever. Em 1759, o Marquês do Pombal expulsou os jesuítas do país e a educação, então, tornou-se estatal. Entretanto não havia professores qualificados. Pessoas que tinham um pouco de instrução eram admitidas como professores. 


O surgimento da Escola Dominical


Neste contexto da ausência de escolas públicas e um índice altíssimo de analfabetismo, foi que surgiu a Escola Dominical, em 20 de julho de 1780 na cidade de Gloucester, na Inglaterra. O jornalista Robert Raikes. Nessa época, as crianças trabalhavam 12 horas por dia nas fábricas e o único dia livre era o domingo. Raikes ficou incomodado ao ver o comportamento agressivo daquelas crianças nas ruas e decidiu criar uma escola que funcionasse aos domingos, para ensinar àquelas crianças os princípios cristãos, morais e cívicos. O trabalho deu grandes resultados e em pouco tempo havia sete escolas com trinta alunos em média. Após doze anos não havia mais nenhum criminoso para ser julgado naquela cidade.  


A Escola Dominical no Brasil e na Assembléia de Deus


No Brasil a Escola Bíblica Dominical surgiu em 1855, em Petrópolis (RJ), com o casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, que ao chegarem ao Brasil instalaram uma escola para ensinar a Palavra de Deus às crianças da região. Na Assembleia de Deus, no ano de 1911, dois meses após a fundação da denominação em Belém-PA, foi realizada a primeira Escola Bíblica Dominical, na casa do irmão José Batista de Carvalho. Somente em 1930 é que foi lançada a primeira revista de Lições Bíblicas para adultos, com comentários dos missionários Samuel Nystron e Nils Kastberg, bem antes da fundação da CPAD. Depois, no ano de 1943 foi lançada a primeira revista para crianças. 


A contribuição do Pr. Antonio Gilberto à Escola Dominical


Não há dúvidas de que o grande idealizador, modernizador e motivador da Escola Dominical nas Assembléias de Deus no Brasil foi o saudoso pastor e educador Antônio Gilberto da Silva. No ano de 1974, ele criou na CPAD o Departamento de Escola Dominical, que depois passou a se chamar Setor de Educação Cristã. Foi ele o criador do CAPED (Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola Dominical) e do primeiro Plano de Revistas da Escola Dominical para Assembléias de Deus, que elaborou revistas exclusivas para cada faixa etária. Escreveu também o best seller Manual da Escola Dominical, que é uma referência para professores e superintendentes da Escola Dominical. 


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Pb. Weliano Pires


20 novembro 2021

O DISCIPULADO E A MISSÃO INTEGRAL DE PREGAR E ENSINAR


Infelizmente, nos dias atuais, muitos papéis estão invertidos e não há a preocupação de discipular os novos convertidos de forma eficaz. Vemos evangelistas dirigindo Igrejas e pastores e presbíteros fazendo trabalhos itinerantes. Pelos padrões bíblicos, presbíteros e pastores devem pastorear uma Igreja plantada por um missionário ou evangelista. Os bispos, ou pastores regionais devem supervisionar os trabalhos em uma determinada região. O discipulado foi reduzido a uma classe com poucas pessoas, com algumas aulas preparatórias para o batismo. Isso é importante, mas o discipulado vai muito além destas ações. É preciso haver um acompanhamento, orientação e integração dos novos crentes. 


1.   A pregação: o ponto de partida. Não existe outra maneira da Igreja se expandir, que não seja a proclamação do Evangelho de Cristo. Não podemos substituir a pregação do Evangelho por outros atrativos, para trazer as pessoas à Igreja. O Evangelho puro e bíblico, proclamado no poder do Espírito Santo, é poderoso para levar as pessoas ao arrependimento. O Evangelho consiste em mostrar a pecaminosidade do ser humano e o Único Salvador, capaz de resgatá-lo, que Jesus Cristo, o Filho de Deus. Não podemos chamar de Evangelho filosofias humanas, autoajuda, motivação, prosperidade, triunfalismo e outras coisas que se pregam na atualidade. Não podemos jamais modificar a mensagem do Evangelho para torná-la atrativa, pois isso seria falsificar a Palavra de Deus e pregar “outro evangelho”. Escrevendo aos Gálatas, Paulo disse que “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). Então, o ponto de partida para a Igreja buscar os perdidos é pregar o Evangelho de Cristo, sob a direção e poder do Espírito Santo. 


2. O Ensino: “fazer discípulos”.  Após a pregação do Evangelho, quando a pessoa se decide por Cristo, o passo seguinte é a integração dos novos crentes ao corpo de Cristo, mediante as primeiras instruções, acompanhamento, orientação, oração, comunhão e exemplo. Não pode existir discipulado sem o evangelismo e o evangelismo sem o discipulado fica incompleto. Seria como plantar uma semente e esperar que ela cresça sozinha, sem regar e sem cuidar dela. 

Logo após a descida do Espírito Santo, Pedro pregou uma mensagem poderosa e ao final, a multidão impactada com a mensagem que acabara de ouvir, chegou-se aos apóstolos e perguntou: 

- Que faremos, varões irmãos? (At 2.37).

Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu: 

- Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38).

Imagine agora, uma Igreja que contava com cento e vinte pessoas, receber três mil novos crentes em um único dia, saltando para quase cinco mil nos dias seguintes! Eram pessoas que desconheciam totalmente os ensinos de Jesus e imaginavam que a seita dos nazarenos ou o caminho, como eram conhecidos os discípulos, seria apenas mais uma vertente do Judaísmo. O desafio era enorme e os apóstolos começaram a ensinar diariamente ao povo, aquilo que aprenderam de Jesus. Posteriormente, Saulo se converteu e tornou-se o grande discipulador e doutrinador da Igreja Cristã, como vimos no tópico anterior. 

É importante destacar que o discipulado é trabalho de todos os crentes e não apenas dos pastores e professores da Classe de Discipulado. Todos os cristãos têm a obrigação de recepcionar os novos crentes e instruí-los na fé cristã, principalmente com o seu exemplo de fé e conduta.  Segundo David Cornfield: “Discipulado é uma relação comprometida pessoal onde um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se dEle e assim, reproduzirem o caráter cristão.” 


 3.   Pregação e ensino. O discipulado, como vimos, consiste nas primeiras instruções e acompanhamento aos novos convertidos. Entretanto, o novo crente não pode permanecer nesta condição a vida inteira. Precisa aprender, crescer e amadurecer, para também ensinar a outras pessoas. Por isso há a necessidade do ensino sistemático da Palavra de Deus na Igreja. Os locais mais adequados para se fazer isso é nos cultos de ensino, na Escola Dominical e nas escolas teológicas. É indispensável ao crente, frequentar os cultos de ensino, onde o pastor da Igreja faz a exposição da Palavra de Deus, com um tempo maior e após um período de oração. Igualmente, é imprescindível que toda a Igreja frequente a Escola Dominical, onde é ensinado sistematicamente a Palavra de Deus, com uma excelente metodologia, com tema, atividades, dinâmicas em classes e perguntas e respostas, em um ambiente propício para o ensino. Eu sou apaixonado pela Escola Dominical e a frequento desde a minha infância. Há 21 anos ininterruptos, sou professor e aprendo a cada aula que preparo, lendo comentários, pesquisando e assistindo vídeo- aulas. Aprendo também  com outros colegas, quando não sou o professor titular. 

No caso dos obreiros, principalmente os pastores e professores, é muito importante que façam cursos teológicos para aprimorar o seu conhecimento. Também é fundamental ler bons livros, sendo criterioso quanto à editora, o autor e  assunto. Quem não senta para aprender não pode se levantar para ensinar.


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Pb. Weliano Pires


23 agosto 2019

A leitura bíblica substitui a necessidade do estudo teológico?

Vejo algumas pessoas que reverberam contra o estudo teológico, alegando que este faz o crente esfriar na fé ou afasta-o de Deus. Segundo dizem, bastaria ao crente ler a Bíblia, sem a necessidade de estudar teologia ou consultar dicionários teológicos. Mas, será que ler a Bíblia sozinho é suficiente para entendê-la?

Uma coisa não exclui a outra. A leitura devocional da Bíblia, em oração, é indispensável para aproximação entre o crente e Deus. Entretanto, o estudo teológico é fundamental para o crente entender o que está lendo na Bíblia.

Eu fui criado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Ainda na minha adolescência, li a Bíblia inteira por duas vezes, do Gênesis ao Apocalipse e sempre li textos aleatórios. Mas, apenas lendo, não entendia muito, pois, a Bíblia foi escrita em um continente totalmente diferente do nosso, em épocas muito distantes, em culturas muito diferentes e em idiomas que eu desconheço.

Sendo aluno da Escola Bíblica Dominical, estudei muitos comentários escritos por teólogos sérios e piedosos. Estes estudos me ajudaram a entender muita coisa na Bíblia. Tornei-me professor da Escola Dominical há 19 anos e senti a necessidade de fazer um curso teológico para aprofundar o conhecimento bíblico e assim, melhorar as minhas aulas. Fiz apenas o curso médio. Descobri que sabia muito pouco e ainda tenho muito o que aprender. Estes estudos nunca me afastaram de Deus ou da Bíblia. Ao contrário, me aproximam cada vez mais.

O problema não está no estudo teológico. Está na arrogância de algumas pessoas que acham que porque estudaram um pouco, sabem tudo. Estas pessoas, se permanecessem na ignorância, também teriam problema, pois, criariam doutrinas estranhas, baseadas em interpretações equivocadas da Bíblia.

Dizer que basta ler a Bíblia, sem buscar o conhecimento teológico, equivale a dizer que não é preciso estudar medicina ou consultar médicos, basta ler a bula dos remédios e se automedicar.

Não fosse o estudo teológico, nem Bíblia em português nós teríamos para ler. Provavelmente estaríamos adorando imagens de esculturas, fazendo procissões, pagando indulgências e comprando supostas relíquias.

Pense nisso!

Pb. Weliano Pires

27 janeiro 2019

O esvaziamento dos cultos de ensino nas Assembleias de Deus

Os cultos de ensino ou de doutrina são uma característica das Assembleias de Deus no Brasil, desde a sua fundação. No início da denominação, não havia cursos teológicos. Por isso, um dos cultos da semana era destinado ao ensino da Palavra de Deus. No culto de ensino, iniciava-se com um período maior de oração, cantava-se um ou dois hinos e durante uma hora ou mais, o pastor trazia um estudo bíblico para a Igreja.

Dois meses após a fundação da Assembléia de Deus, foi realizada a primeira aula da Escola Dominical em Belém-PA e em 1930 foi lançada a Revista Lições Bíblicas pela CPAD. Foram criadas também as Escolas Bíblicas de Obreiros (EBO) para ensinar sistematicamente a Palavra de Deus aos obreiros.
Estes trabalhos de ensino sempre foram muito bem frequentados. Era uma exigência para os candidatos ao ministério, a participação nos cultos de ensino e na Escola Dominical.

Infelizmente, nos últimos anos, esta realidade vem mudando. Tanto os cultos de ensino como a Escola Dominical estão cada vez mais vazias. Em muitos lugares, até mesmo obreiros não frequentam os cultos de ensino e Escola Dominical. Como consequência, temos cada vez mais, crentes raquíticos, sem firmeza espiritual e que abraçam ventos de doutrinas e inovações teológicas.

A meu ver, algumas razões contribuem para este esvaziamento:

1. Deturpação da mensagem do Evangelho. Em muitos púlpitos não se prega mais o Verdadeiro Evangelho de Cristo. Com o objetivo de ser politicamente correto e não espantar o povo, muitos pregadores pregam 'outros evangelhos", como a teologia da prosperidade, a confissão positiva, o triunfalismo, etc. Isso, evidentemente, traz para a Igreja, pessoas com outros interesses, que não é renunciar tudo e seguir a Cristo e sim, obter vantagens pessoais. Esse tipo de pessoa não se interessa em conhecer a palavra de Deus, porque esta contrasta os seus interesses escusos.

2. Pessoas com "comichão nos ouvidos". Existem pessoas que estão sempre em busca de novidades e revelações. Estas pessoas acham o ensino bíblico antiquado e procuram 'coisas novas'. Andam de campanha em campanha, buscando 'profetadas' e 'revelamentos'.

3. Despreparo para o ensino bíblico. Se por um lado, muitos crentes não se interessam em aprender a Palavra de Deus, por outro lado, muitos pastores e professores de Escola Dominical, não tem a mínima condição de ensinar, pois, também não aprenderam. A Bíblia diz que os bispos e presbíteros devem estar "aptos para ensinar". Mas, há pastores e professores que nunca leram a Bíblia toda e não se preparam para ensinar. No tempo destinado ao ensino da Palavra de Deus contam histórias e falam coisas indevidas.

4. Uso de linguagem inadequada. Há pessoas que até possuem conhecimento bíblico para ensinar, mas, usam linguagem vulgar e grosseira, que machuca os ouvintes. Ninguém gosta de ouvir pessoas que são grosseiras no falar e inconvenientes. Já vi muitos casos de pessoas que arrumaram confusão, por causa de palavras e exemplos usados durante a pregação. Púlpito não é lugar para indiretas, zombarias, ou piadas.

5. Extrapolação do horário. Via de regra, os cultos na Assembleia de Deus devem terminar às 21:00. Com os avisos, às vezes passam alguns minutos. Mas, alguns pastores quando estão pregando, esquecem do horário, principalmente, nos cultos de ensino, onde o tempo destinado à mensagem deve ser maior, por se tratar de ensino e ser necessário uma exposição mais abrangente. Ora, se precisam de mais tempo para ensinar, deveriam cantar menos, aproveitar mais o tempo e não extrapolar o horário do final culto. Já vi pastores estenderem a mensagem até às 21:40. Ora, se para de pregar às 21:40 ou mais e ainda vai dar avisos e orar, o culto vai terminar próximo das 22:00. Alguns irmãos moram longe, dependem de ônibus ou vão a pé e no dia seguinte, precisam acordar cedo. Sendo assim, preferem não ir ao culto a sair antes do término.

Conclusão

Precisamos ensinar a Palavra de Deus à Igreja e trazer de volta os crentes aos nossos cultos de ensino e Escola Dominical. Para isso, precisamos nos preparar para ensinar, ser prudentes no falar e fazer bom uso do tempo. Um bom livro de homilética pode nos ajudar. 

Pense nisso!

Pb. Weliano Pires

20 dezembro 2016

A importância do Professor da Escola Dominical


A Escola Dominical é a mais importante escola teológica. Ela possui currículos direcionados a todas as faixas etárias: berçário, primários, juniores, adolescentes, juvenis, jovens e adultos. Cada revista traz uma linguagem específica para a classe a que se destina, com o objetivo de facilitar o entendimento do tema proposto.

O pastor que quiser ter uma Igreja, teologicamente saudável e com crentes maduros, deve priorizar a Escola Dominical, investindo tempo, preparo e recursos didáticos e financeiros. Entretanto, para que tenhamos uma boa escola, o mais importante, obviamente, é que tenhamos bons professores.

Abaixo, listo alguns requisitos básicos, para que alguém se torne um bom professor da Escola Bíblica Dominical:

1. Chamada de Deus (Ef 4.11). Como acontece com outros ministérios na Igreja, para se exercer o ministério do ensino também é preciso ter chamada de Deus. Se Deus não chamou alguém para ensinar, não adianta insistir que não dará certo.

 2. Preparo teológico. Ninguém consegue dar uma boa aula, se não dominar o assunto que vai abordar. O ideal seria que os nossos professores tivessem, no mínimo, o curso básico em teologia. Mas, como nem sempre isto é possível, devido às dificuldades de algumas Igrejas, é indispensável que conheça as doutrinas fundamentais do Cristianismo.

3) Preparo da aula. Ninguém consegue dar uma boa aula de improviso, mesmo que conheça um pouco do assunto. É preciso estudar bem a lição, identificando as possíveis dúvidas dos alunos e preparar as respectivas respostas. No preparo de uma aula, o professor deve preencher os seguintes requisitos:

a) Tema: Assunto que será abordado
b) Objetivo: Aquilo que o professor pretende que o aluno aprenda.
c) Atividades: Treinamento prático do conteúdo ensinado (exercícios, perguntas, dinâmicas, etc)
d) Avaliação: Verificação do aprendizado. Deve ser feita no final da aula, para que o professor verifique o aproveitamento do seu aluno.

4) Santidade. Para ser um professor, é indispensável ser IRREPREENSÍVEL. Ninguém leva a sério um ensino que não é praticado por quem o transmite. A ideia do ‘faça o que eu digo, mas, não o que eu faço’, não funciona. O apóstolo Paulo recomendava aos seus liderados que fossem ‘seus imitadores’.

5. Oração. O professor da Escola Dominical precisa orar e pedir que o Espírito Santo fale à Igreja através dele. O ensino bíblico não pode ser apenas transmissão de teoria. Deve ter a sabedoria e o poder de Deus, para que seja eficiente. Tiago falou que “se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, não lança em rosto e ser-lhe-á dada”. (Tg 1.15)

6. Assiduidade e pontualidade. O professor não deve faltar à aula, exceto em casos justificáveis e com aviso prévio à coordenação da Escola. Isso incentiva os alunos a fazerem o mesmo. O professor também deve ser o primeiro a chegar, para orar um pouco e depois recepcionar aos seus alunos.

7) Amor à Escola Dominical e à Palavra de Deus. A Escola Dominical não é lugar para ninguém se promover. Também não é um departamento para se ganhar dinheiro ou ser reconhecido. Aqueles que não ensinarem por amor, não irão muito longe.

8) Responsabilidade e dedicação. O professor é o responsável pelo crescimento e amadurecimento espiritual dos seus alunos. Por isso, deve sempre se perguntar: O que vou ensinar hoje? Estou preparado? Os meus alunos compreendem o que estou ensinando? Se eu faltar, quem me substituirá? Algum aluno parou de frequentar? Por qual motivo? É preciso muito cuidado para não perder a confiança dos alunos.

CONCLUSÃO

Deus continua chamando professores para ensinar a sua Palavra. “A quem enviarei e quem há de ir por nós”? (Is 6.8) Há alguém disposto a obedecer ao seu chamado? Quem estiver disposto, precisa se preparar. “Se é ensinar, haja dedicação ao ensino.” (Rm 12.7 b). Nós temos a nobre missão de ensinar a Igreja a guardar tudo o que o Senhor Jesus nos mandou. (Mt 28.19).

Deus abençoe os nossos professores! 

Pb. Weliano Pires

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...