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07 janeiro 2022

O ESPÍRITO SANTO E A BÍBLIA


(Comentário do 3º tópico da lição 2: A inspiração divina da Bíblia).


Neste tópico falaremos a respeito da ação do Espírito Santo na Bíblia. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos textos que mostram claramente a inspiração divina da Bíblia. Conforme já falamos, o Espírito Santo guiou os escritores em todo o processo de escrita da Bíblia. Tantos as palavras, como todo o conteúdo das Escrituras. Inspiração verbal plenária, como vimos no tópico 1.  Mas a ação do Espírito Santo não se limitou à produção dos textos bíblicos. Ele testifica de Cristo e atua também na aplicação da Palavra de Deus, no coração daqueles que a lêem e ouvem, convencendo-os do pecado, da justiça e do juízo.  (Jo 15.26; 16.8-11).


1. A inspiração do Antigo Testamento. Em vários textos da Bíblia é afirmado que aquelas palavras são Palavras do Senhor, mandamentos do Senhor, ou são usadas as expressões “assim diz o Senhor”, “veio a Palavra do Senhor” e outras similares. Quando são citados textos bíblicos de outros escritores, são mencionados em várias ocasiões como palavras que o Senhor falou por intermédio dos profetas ou de outros escritores sagrados. Vários textos do Antigo Testamento chamam a Lei de Moisés e a Palavra dos profetas como a Lei do Senhor ou Palavra de Deus: 1 Rs 22.8-16; Ne 8; SI 119; Jr 25.1-13. 

No Antigo Testamento, quando um profeta falava em Nome de Deus, a sua palavra era considerada como a Palavra de Deus. Quem não o obedecesse estava se rebelando contra o próprio Deus e seria punido. “Então, disse Samuel a Saul: Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o Senhor , teu Deus, te ordenou; porque, agora, o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o Senhor que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.” (1 Sm 13.13,14). 


No Novo Testamento também, Jesus e os apóstolos, quando se referiam às Escrituras usavam os seguintes termos: 

a. Mandamento de Deus: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” (Mt 15.6). Aqui Jesus se refere à Lei mosaica como “mandamento de Deus”, fazendo um contraste com a tradição dos fariseus.

b. Palavra de Deus: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz…”. (Hb 4.12)

c. Oráculos de Deus: “Se alguém falar, fale de acordo com os oráculos de Deus” (1 Pe 4.11). A palavra “oráculo” (Gr. logion) era uma referência às declarações sobrenaturais reais dadas por um espírito através de um meio humano. Então, em relação ao Antigo Testamento  significa que ele foi inspirado por Deus.

d. Palavras que Deus ou o Espírito Santo falou. Mesmo em casos em que no texto do Antigo Testamento, as referidas palavras não tenham sido ditas diretamente por Deus, é dito que o Espírito Santo falou: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” (Hb 3:7,8). Este texto é uma citação do Salmo 95.7,8: “Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá e como no dia da tentação no deserto.” Observe que o texto do Salmo 95 não é uma fala direta de Deus. O salmista está falando na terceira pessoa “a sua voz” e não “a minha voz”

2. A inspiração do Novo Testamento. Os judeus crêem na inspiração divina do Antigo Testamento e o consideram como a Palavra de Deus. Entretanto, rejeitam os escritos do Novo Testamento. Mas, encontramos as mesmas reivindicações de inspiração divina no Novo Testamento. O próprio Jesus prometeu aos discípulos que enviaria o Espírito Santo, para os fazer lembrar de tudo o que Ele lhes havia ensinado: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo 14.26). No Livro de Atos, vemos o cumprimento desta promessa no dia de Pentecostes. Além de guiar os apóstolos, o Espírito Santo lhes revelou os mistérios de Deus e os inspirou para que escrevessem o Novo Testamento. (1 Co 2.10). Em outros textos, o apóstolo Paulo diz que recebeu o Evangelho do Senhor Jesus e entregou às Igrejas (1 Co 11.23; Gl 1.12). Escrevendo aos romanos, Paulo afirma que aquilo que ele escreve é o “Evangelho de Deus”: “Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada; Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.” (Rm 15.15,16). Depois, escrevendo aos Coríntios, Paulo afirma aquilo que ele escreveu era “mandamento do Senhor": “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Co 14.37). O apóstolo Pedro falou sobre as epístolas Paulinas e as considerou igual às “outras Escrituras” (as do Antigo Testamento): “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” (2 Pe 3.16,17). 

3. A obra da regeneração e a iluminação. Conforme já vimos até aqui, o Espírito Santo é o autor da Bíblia. Foi Ele quem escolheu, inspirou e guiou os escritores para escreverem a Palavra de Deus. Mas a ação do Espírito Santo na Bíblia não se limita à revelação e à inspiração. Ele atua também no processo da Salvação. O Espírito Santo capacita os seus servos para proclamarem a Palavra de Deus com sabedoria e poder. Por outro lado, Ele age no interior dos ouvintes e leitores da Bíblia, iluminando-os para que compreendam o que ouvem e produz neles a fé regeneradora. O apóstolo Paulo escreveu aos romanos, falando sobre os que são enviados para pregar o Evangelho e sobre os que ouvem, declarou: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17). A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, no capítulo que fala do Espírito Santo, declara que Ele “possui o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher”. Em seguida, define a regeneração como “a transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus, como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário” 

A regeneração na Bíblia é chamada também de Novo Nascimento (Jo 3.3-6; 1 Pe 1.23). Falando sobre este processo, o apóstolo Paulo diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5.17-19). É importante destacar que os três aspectos da salvação (justificação, regeneração e santificação) são obras realizadas por Deus, mediante a fé em Cristo. Nenhum ser humano tem qualquer mérito diante Deus, que possa lhe proporcionar a justificação (cancelamento da sentença de condenação pelo pecado). Igualmente, nenhum ser humano consegue, sem ação do Espírito Santo, regenerar-se ou nascer de novo. Da mesma sorte, o ser humano não é capaz de operar a santificação. À medida que nos entregamos a Deus, o Espírito Santo nos santifica, afastando-nos do pecado e nos aproximando de Deus. 

REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    

GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. 2 Ed. 2008. págs. 186-187.    

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pág. 54.    

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 64. 


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Pb. Weliano Pires


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