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09 maio 2024

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais) 

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, descreveremos as três principais armas do crente: A primeira delas é a Palavra de Deus, a espada do Espírito. Jesus venceu o inimigo usando a Palavra de Deus. A segunda arma do crente é a oração. Jesus teve completa vitória, porque sempre viveu em oração. A terceira arma do crente é o jejum, uma arma espiritual que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus. Jesus venceu o inimigo, estando em jejum e oração, por quarenta dias. 

1. A Palavra de Deus. A Palavra de Deus é uma poderosa arma de defesa e de ataque para o cristão. Na relação de armas que fazem parte da armadura do cristão, o apóstolo Paulo citou a Palavra de Deus, como a espada do Espírito (Ef 6.17). O escritor da Epístola aos Hebreus também falou que a Palavra de Deus é mais penetrante do que espada de dois gumes, pois penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas e é apta para discernir os pensamentos e intenções dos corações (Hb 4.12). 

A Palavra de Deus é o fundamento seguro para as nossas vidas. No final do Sermão do Monte, o Senhor Jesus comparou a Palavra de Deus ao alicerce de uma casa edificada sobre a rocha: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a Rocha. (Mt 7.24,25). Quem edifica a sua vida sobre a Palavra de Deus, não será abalado pelas tempestades e crises desta vida. 

Há muitos textos na Bíblia que falam da importância da Palavra de Deus. Mas, certamente, o Salmo 119 é o que mais a enaltece. Em todos os seus 176 versos, há uma referência à Palavra de Deus, usando termos diferentes como lei, estatutos, juízos, testemunhos, palavra, caminhos, mandamentos, preceitos, etc. Segue abaixo, algumas informações importantes do Salmo 119 sobre a Palavra de Deus:  

A Palavra de Deus purifica os nossos caminhos (Sl 119.9); nos dá condições de não pecar contra Deus (Sl 119.11); alegra o coração de quem se lembra dela (119.16); vivifica os corações (119.25); fortalece a alma (119.28); traz salvação (119.41); produz a piedade de Deus (119.58); consola o aflito (119.76); veio do céu e permanece no céu (119.89); é lâmpada e luz para o nosso caminho (119.105); nos sustenta (119.116); ordena os nossos passos (119.133); é muito pura (119.140); é a verdade desde o princípio (119.160); nos dá entendimento (119.169); etc. 

No Novo Testamento também, a importância da Palavra de Deus é destacada. Jesus falou que a Palavra de Deus testifica dele (Jo 5.39). Depois, na oração sacerdotal, Ele disse que a Palavra de Deus é a Verdade e nos santifica (Jo 17.17). Falou também que a Palavra de Deus é infalível e jamais passará (Mt 24.35). O apóstolo Paulo falou que é através da Palavra de Deus que vem a fé (Rm 10.17). Pedro escreveu que a Palavra de Deus é o leite racional não falsificado, que promove o crescimento espiritual dos novos crentes (1 Pe 2.2). Portanto, a Palavra de Deus é indispensável na jornada do cristão neste mundo. 

2. A oração. A segunda arma espiritual do cristão, não menos importante, é a oração. No Salmo 51.17, durante a sua confissão e arrependimento, Davi disse: “De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz.”  O próprio Deus, recomendou ao profeta Jeremias: “Clama a mim e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.” (Jr 33.3).

A oração é uma prática inerente à vida cristã. Considerando que Deus é um ser pessoal e que se comunica com o seu povo, não é possível haver relacionamento com Deus se não houver oração. Por isso, Jesus não disse aos seus discípulos "se orardes" e sim "quando orardes". Ele partiu do pressuposto de que a oração faz parte da vida cristã. 

Em muitas religiões, a oração é simplesmente a repetição de um texto previamente elaborado, que teria poderes em si mesmo, para proteção, fechamento do corpo, prosperidade, livramentos, etc. Em outras religiões, há a figura do intermediário, que seria alguém a quem o fiel dirige as suas orações, para que este faça a intercessão diante de Deus ou de outras divindades pagãs. 

Entretanto, do ponto de vista bíblico, a oração é um diálogo ou uma conversa entre o crente e Deus. Na oração, o crente abre o seu coração diante de Deus, lançando sobre Ele as suas petições, intercessões e agradecimentos e aguarda a resposta de Deus, em tempo oportuno, de acordo com a Sua soberana vontade. 

Antes de orarmos, devemos sempre lembrar que Deus é Senhor e nós somos servos. Portanto, toda e qualquer oração deve começar com submissão, adoração e agradecimentos a Deus. Não pode haver qualquer espécie de exigência, pois servo não tem esse direito. Devemos orar a Deus, sempre respeitando a sua soberania. 

A Igreja Primitiva perseverava em oração, por isso, era uma Igreja poderosa que obteve muitas vitórias. Eles oraram antes de escolher Matias como apóstolo. Perseveraram na oração até serem revestidos de poder, no Dia de Pentecostes. Oraram agradecendo a Deus até pelas perseguições. Durante a prisão Pedro, a Igreja fez contínua oração por ele, até que ele foi liberto pelo Anjo do Senhor. A Igreja de Antioquia também estava em oração, quando o Espírito Santo chamou Barnabé e Saulo para a obra missionária. Depois, Paulo e Silas também oraram na prisão em Filipos e foram libertos milagrosamente.

Ao longo da história da Igreja também tivemos inúmeros homens e mulheres de Deus que tiveram profunda comunhão com Deus através da oração. Os heróis da fé revolucionaram o mundo com a pregação do Evangelho e milagres. Mas, por trás destes feitos havia piedosos servos de Deus em constante oração. John Knox costumava passar noites em oração clamando a Deus dizendo: “Dá-me a Escócia, senão eu morro!.” Deus atendeu a sua oração e lhe deu a Escócia. 

Muitas mulheres de Deus ao longo da história da Igreja, também mantiveram profunda comunhão com Deus na oração. Em Pernambuco, no ano de 1942, a irmã Albertina Bezerra Barreto, membro da Assembleia de Deus, no bairro de Casa Amarela, em Recife, é um exemplo histórico de oração. A sua filha Zuleide não andava nem falava.  Os médicos disseram que ela não passaria dos oito anos de vida. A sua mãe, no entanto, reuniu sete irmãs em sua casa para orar por esta causa. Durante o período de oração, ela recebeu uma profecia de que a filha seria curada. A menina recebeu a cura e viveu até aos 49 anos. Este acontecimento deu origem ao Círculo de Oração em nossas Igrejas. 

3. O jejum. A terceira arma espiritual do cristão é o jejum. O Jejum e a oração são atos de disciplina, autonegação e humilhação, que demonstram total dependência de Deus. Tanto o jejum como as orações estão presentes em várias religiões. O jejum serve a propósitos ritualísticos, ascéticos, religiosos, místicos e até políticos, de acordo com a motivação e a crença de cada um. 

No Judaísmo, anualmente acontece o chamado Yom Kippur (Dia da expiação), que é um dia  dedicado à contrição, às orações e ao jejum, como demonstração de arrependimento e expiação, em busca do perdão divino. Neste dia os fiéis fazem jejum absoluto e abstém-se de comer, beber, usar calçados de couro, lavar o corpo, passar cremes e desodorantes, de usar eletrodomésticos e de relações sexuais.  

No Islamismo, exige-se o jejum durante o período do Ramadã ou Ramadão. Este período é um mês sagrado para os muçulmanos. Eles fazem jejum diariamente entre o nascer e o pôr do sol. Segundo a tradição islâmica, o profeta Maomé teria recebido revelações divinas nesse período, no século VII d.C. Os muçulmanos praticam o jejum absoluto do nascer ao pôr do sol, em busca da purificação do corpo e da mente. 

Os católicos romanos também praticam o jejum todos os anos, durante os períodos da Quaresma, que são os quarenta dias que antecedem a Páscoa e a ressurreição de Jesus Cristo, e no período do Advento, que é o início  do chamado ano litúrgico, que inicia-se 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Para os católicos estes períodos não são de festas, mas de ‘alegria moderada e preparação para receber Jesus.’ Os jejuns católicos são parciais e consistem em fazer apenas uma refeição durante o dia e não ingerir coisas proibidas, como carnes e bebidas. 

O jejum bíblico, no entanto, é diferente dos que são praticados em outras religiões, como vimos acima. Para o cristão, o jejum não é uma forma de penitência e autojustificação, como acontece em outras religiões. Na Bíblia, o jejum sempre aparece junto com a oração e está relacionado à humilhação e à confissão de pecados (Dt 9.18; Jn 3.5); e à

lamentação por alguma calamidade, ou derrota em uma batalha (Jz 20.26; Ne 1.4; Et 4.3). 

Os ensinamentos de Jesus sobre o jejum são poucos. Não há uma ordem, nem mesmo um pedido para os seus discípulos jejuarem. Os discípulos de João e os fariseus, chegaram a questionar a Jesus, por que os seus discípulos não jejuavam: “Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos?” (Mc 2.18). Jesus respondeu que os filhos das bodas não podem jejuar enquanto o esposo estiver com eles. Mas, quando lhes for tirado o esposo, então jejuarão. 

O fato de Jesus não ter ordenado o jejum aos seus discípulos não significa que Ele não aprova o jejum ou que ele não precisa ser praticado. Jesus não apenas falou sobre o jejum, como também o praticou. Quando falou sobre o jejum, Jesus não disse “se jejuardes”, Ele disse “quando jejuardes”. Ele partiu do pressuposto de que os seus discípulos jejuariam. Segundo o ensino de Jesus, o jejum deve ser uma prática pessoal, voluntária e discreta, entre o discípulo e Deus: “Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará.” (Mt 6.17,18). 

O valor do jejum não está na frequência com que se faz. O jejum cristão pode ser feito por tristeza pelo pecado, para estreitar a comunhão com Deus, ou buscar uma direção divina diante de alguma situação. Não pode ser praticado com motivações carnais e egoístas, ou para fazer barganha com Deus e tentar forçá-lo a fazer alguma coisa. Também não é uma forma masoquista de punir o próprio corpo, ou alguma forma de ascetismo, que defende a abstinência de alimentos ou prazeres para o desenvolvimento espiritual. O jejum cristão é uma abstinência voluntária de alimentos por um período, com o objetivo de aumentar o autocontrole e sujeitar o nosso corpo ao espírito, para nos dedicar às coisas espirituais. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 39, 2º Trimestre de 2024.

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 163-166.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1607, 2191,2192

Comentário Bíblico Beacon. RIO DE JANEIRO, CPAD, Vol. 8, 2006, p.459.

06 maio 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 6 - AS NOSSAS ARMAS ESPIRITUAIS


Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada estudamos sobre os três grandes inimigos do cristão, que são: o diabo, a carne e o mundo. Falamos sobre a identidade destes três terríveis inimigos do cristão durante a sua jornada para o Céu e como vencê-los. 


No primeiro tópico, falamos do primeiro grande inimigo do cristão, que é o diabo. Vimos que o diabo é um ser real. A Bíblia descreve o diabo como um querubim que se rebelou contra Deus e foi expulso do Céu. A Bíblia nos apresenta também alguns nomes para identificar o diabo, como serpente, dragão, maligno, tentador, acusador e outros, que revelam a sua natureza má, cruel e destruidora. 


No segundo tópico, falamos do segundo inimigo do cristão, que é a carne. Falamos do conceito bíblico de carne, apresentando os quatro conceitos diferentes para carne: a carne literal de homens e animais, o corpo humano, a fragilidade humana e natureza pecaminosa. Falamos também da carne na perspectiva do Novo Testamento, trazendo o significado dos termos gregos gregos sarx e soma, que significam, respectivamente, a carne como natureza pecaminosa e a carne como o corpo humano. Por último, falamos da  perspectiva doutrinária da palavra carne, que é uma referência à natureza humana depois da queda de Adão.


No terceiro tópico, falamos do terceiro grande inimigo do cristão que é o mundo. Falamos das perspectivas bíblicas da palavra mundo, apresentando as cinco conotações para mundo: a terra, as nações, a raça humana, o universo e os que se opõem a Deus. Depois, com base no texto de 1 João 2.15, falamos dos três níveis de vícios infames que são: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Por último, vimos que para vencer o mundo e os seus vícios infames, precisamos andar no Espírito, viver em Cristo e fazer a vontade do Pai. 


LIÇÃO 6 - AS NOSSAS ARMAS ESPIRITUAIS


INTRODUÇÃO 


Nesta lição estudaremos as três principais armas espirituais do crente para vencer as batalhas espirituais. Os nossos inimigos não são as pessoas e, portanto, as nossas armas não carnais. Tomaremos como base o exemplo de Jesus e estudaremos as três armas espirituais que Ele usou contra Satanás no deserto: a Palavra de Deus, a oração e o jejum. 


TÓPICOS DA LIÇÃO

No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente. Falaremos dos mais variados tipos de armas mencionados na Bíblia: espada, funda, lança, capacete, escudo, etc. Entretanto, estas não são as armas do cristão, pois a nossa luta é espiritual e as armas também o são. Na sequência, falaremos das estratégias do principal inimigo das nossas almas, que é o diabo. Não podemos subestimar a sua força e devemos conhecer as suas estratégias. Por último, veremos que o diabo é o chefe das forças do mal e o seu reino é organizado. A sua principal artimanha é o engano, pois ele se transfigura até em um anjo de luz. 


No segundo tópico, descreveremos as três principais armas do crente: A primeira delas é a Palavra de Deus, a espada do Espírito. Esta arma serve para defesa e ataque. Jesus venceu o inimigo usando a Palavra de Deus. A segunda arma do crente é a oração. O apóstolo Paulo nos recomendou a orar em todo tempo. A terceira arma do crente é o jejum. Na Bíblia, o jejum sempre aparece junto com a oração. É uma arma espiritual que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus. 


No terceiro tópico, falaremos de Jesus como o nosso maior modelo, no uso destas três armas espirituais. Veremos que Jesus, ao ser tentado pelo inimigo, venceu-o com a Palavra de Deus e ordenou que ele fosse embora. Na Sinagoga de Nazaré, Jesus leu as Escrituras e aplicou a profecia a Si. Na sequência, veremos que Jesus usou também a arma da oração. Ele passava noites em oração. O Mestre orou antes de escolher os seus apóstolos, orou pelos seus algozes e em muitas outras ocasiões. Por último, veremos que Jesus também praticava o jejum e espera que nós também o pratiquemos. Quando foi tentado pelo diabo, Ele estava em jejum havia quarenta dias. 


REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 39, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1607, 2191,2192

Comentário Bíblico Beacon. RIO DE JANEIRO, CPAD, Vol. 8, 2006, p.459.

05 janeiro 2023

O AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 02: O avivamento no Antigo Testamento)

Este terceiro e último tópico é uma continuidade do tópico anterior, onde falamos a respeito da relação entre o avivamento e o ensino bíblico. A Palavra de Deus é o nosso parâmetro em todas as ações e doutrinas da Igreja. É ela que estabelece o padrão das manifestações espirituais, que devem ser com ordem e decência (I Co 14.40). O verdadeiro avivamento não consiste em emocionalismo e atitudes bizarras. Falaremos também neste tópico, sobre o cuidado que devemos ter com o formalismo. Se por um lado é preciso ter cuidado com as meninices e bizarrices nas manifestações espirituais, no outro extremo está o formalismo, que é o apego exagerado às regras, tentando limitar ou controlar a atuação do Espírito Santo (I Ts 5.19,20). 


1- A Palavra de Deus corrige. Muitas pessoas, do meio pentecostal e neopentecostal, pensam que não deve haver nenhum limite ou organização nos cultos. Estas pessoas agem por impulsos e emoções e dizem que é o Espírito Santo que está mandando. Nesta perspectiva, fazem todo tipo de bizarrice e bagunça durante os cultos: correm, rodopiam, pulam, fazem aviãozinho, sapateiam e caem; interrompem as pregações para profetizar; várias pessoas profetizam ao mesmo tempo, sem ninguém entender nada; falam em línguas o tempo todo, inclusive durante a pregação sem que haja interpretação; e não se preocupam se há pessoas não evangélicas no culto, nem com o barulho ensurdecedor. Chamam isso de “reteté de Jeová” e, quem ousar discordar destas práticas, é tido como frio, geladeira e até blasfemo. Um fato comum nesse meio é que, normalmente, estas pessoas não gostam de cultos de ensino, Escola Dominical e cursos teológicos. Também são insubmissos à liderança da Igreja e, quando são contrariados, abrem outra Igreja para concorrer e até proferem maldições contra os que lhe opõem.


Eu fui criado em um ambiente pentecostal e sempre fui da Assembléia de Deus. Sou de um tempo em que a Assembléia de Deus era conhecida por ser uma Igreja que orava e buscava os dons espirituais. Todos os nossos cultos começavam com um período de oração e ninguém levantava, antes do pastor tocar o sininho e dizer amém. Havia, no mínimo, um culto de oração por semana e as vigílias eram frequentes. Batismo no Espírito Santo, salvação de almas e demônios sendo expulsos eram coisas rotineiras em nossos cultos. Havia também profundo respeito e reverência pelas coisas de Deus, principalmente pelos pastores. Ninguém da Igreja ousava afrontar um pastor e desobedecer às suas ordens, mesmo quando eram exageradas e sem fundamento bíblico. 


Sempre fui pentecostal e, como tal, sempre participei de cultos de oração, círculo de oração e fui batizado no Espírito Santo em uma vigília, aos 12 anos de idade. Já vi muitas manifestações do Espírito Santo em nossos cultos, como as citadas acima. Entretanto, o que eu não via em nosso meio era o chamado “reteté”. Na Assembléia de Deus de antigamente, não havia ninguém pulando, rodopiando, caindo no chão, profetizando várias pessoas ao mesmo tempo e outras coisas que vemos atualmente. 


Uma coisa interessante que eu quero destacar aqui, é que durante todo o tempo que pertenço à Assembléia de Deus, tenho observado que os crentes mais sérios que eu conheço, que tem vida de oração e temor a Deus, não fazem estas coisas. Em contrapartida, os crentes mais carnais e tribulosos que eu conheço gostam dessas coisas e vivem no meio desses movimentos do reteté. 


O meu primeiro pastor, por exemplo, hoje tem 83 anos de vida e, por causa de problemas de saúde, está impossibilitado de pastorear Igrejas. Ele nasceu no Evangelho e foi criado na Igreja Batista. Depois de adulto, ele creu na doutrina pentecostal e mudou-se para a Assembléia de Deus, há mais de 50 anos. Sempre foi um homem de oração e um missionário nato. Mesmo com poucos recursos e, sem ajuda do ministério, abriu vários trabalhos no interior de Pernambuco, onde eu nasci e cresci. Fundou, inclusive, a Assembléia de Deus na minha cidade natal e os meus pais se converteram através da pregação dele. Era dedicado à oração, fazia vigílias nas fazendas, falava em línguas e tinha revelações de Deus. Mas nunca vi ele com reteté, pula-pula, aviãozinho e coisas desse tipo. Da mesma forma, muitos pastores como o saudoso Pr. José Leôncio da Silva, presidente da Assembleia de Deus pernambucana, Pr. José Wellington, presidente do Ministério do Belém, Pr. Antonio Gilberto, o maior e doutrinador da Assembleia de Deus, e muitas mulheres de Deus dedicadas ao Círculo de Oração, que eu conheci, nunca os vi fazendo esse tipo de coisa. 


Quando vamos para a Bíblia, também não vemos nenhum registro desse tipo de manifestação. No Dia de Pentecostes, todos foram cheios do Espírito Santo e “falavam em línguas e profetizavam” (At 2.4). Em Samaria, na casa de Cornélio e em Éfeso, há também relatos de manifestação do Espírito Santo e o texto bíblico diz apenas que eles falavam em línguas e profetizavam (At 8.17; 10.44-46; 11.15; 19.6. Não há relatos de outros comportamentos que chamam de reteté atualmente. 


A Igreja de Corinto era uma Igreja onde havia muitas manifestações dos dons espirituais. Paulo, no início da primeira Epístola aos Coríntios, disse: "De maneira que nenhum dom vos falta…". (I Co 1.7). Entretanto, era uma Igreja carnal, que tinha em seu meio várias atitudes abomináveis como partidarismo, incesto, litígio entre irmãos, acepção de pessoas até no momento da Ceia, ostentação de dons espirituais, etc. Foi a esta Igreja que Paulo dedicou dois capítulos inteiros da primeira Epístola, para ensinar sobre os dons espirituais, os capítulos 12 e 14. No meio destes dois capítulos, Paulo dedicou o capítulo 13, para falar do amor. Faz parte do mesmo assunto pois, o texto bíblico original não possuía capítulos. 


No ensino de Paulo sobre os dons espirituais, ele citou nove dons que, para efeitos didáticos, são divididos em três categorias: 

  1. Dons de revelação: Palavra da sabedoria, Palavra da ciência ou do conhecimento, Discernimento de espíritos. 

  2. Dons de poder: Dons de curar, Dom da fé e Operação de maravilhas. 

  3. Dons de Elocução: Profecia, Variedade de línguas e interpretação. 


Depois de citar estes dons e fazer uma analogia entre os dons espirituais e fazendo uma analogia com o corpo humano, onde há uma diversidade de membros que trabalham em unidade pelo funcionamento do corpo, o apóstolo apóstolo falou: Buscai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente". (1 Co 12.31). Este caminho mais excelente é o amor, que ele o coloca acima dos dons (1 Co 13.1-3). 


No capítulo 14 de 1 Coríntios, Paulo retoma o assunto dos dons espirituais, falando como eles devem ser usados no culto. O apóstolo inicia dizendo que os crentes devem buscar todos os dons, mas, principalmente o de profetizar, pois quem fala em línguas fala apenas a Deus e edifica apenas o próprio espírito. Mas quem profetiza fala aos seres humanos para a edificação, exortação e consolação. Na sequência, ele traz as orientações sobre falar em línguas e profetizar durante o culto. É importante esclarecer que falar em línguas aqui é o dom de variedade de línguas e não o glorificar a Deus em línguas que é dado a todos os que são batizados no Espírito Santo. Paulo ensina que o dom de variedade de línguas só deve ser usado no culto se houver para interpretar. Se não houver, a pessoa deve se calar, ou falar consigo mesmo e com. Deus (I Co 14.27,28). Depois, ele fala sobre a profecia e dizem que todos podem profetizar. Mas isso deve ser feito, um após o outro para que todos aprendam e a Igreja deve julgar (I Co 14.29-31). O apóstolo cita também os elementos que devem compor um culto genuinamente pentecostal: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). Em seguida ele fala da postura das mulheres no culto, que refletia a cultura da época, enfatizando a submissão das mulheres aos maridos. Por último conclui dizendo que o uso dos dons espirituais deve ser feito com ordem e decência (1 Co 14.40).


2- Cuidado com o formalismo. Se de um lado temos a falta de decência e ordem no movimento chamado “reteté”, que desvirtuam o genuíno mover do Espírito, contrariando as orientações bíblicas, temos no outro extremo, o formalismo que também é extremamente prejudicial. Mas, o que é formalismo? Não seria correto observar regras, preceitos e uma boa liturgia nos cultos? Por que o formalismo é prejudicial à espiritualidade da Igreja? 


Formalismo, segundo o dicionário Priberam, é a observação rigorosa das formalidades ou praxes; é o sistema filosófico que só considera a matéria no relativo à forma. O formalismo é também um termo usado, dentro do vocabulário da ética, para descrever o forte apego às regras externas, métodos, preceitos e formalidades, em detrimento da essência. 


Segundo o pastor Claudionor de Andrade, “o formalismo pode ser definido como a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua essência, que é a comunhão plena com o Deus Único e Verdadeiro.”. É também chamado de liturgismo e ritualismo. Os fariseus eram extremamente formalistas, pois supervalorizavam as aparências, as tradições e o ritualismo. Isso foi duramente condenado por Jesus, no capítulo 23 de Mateus.  


É importante esclarecer que não há nada de errado em observar os estatutos de uma Igreja, manter as boas tradições e seguir uma boa liturgia, respeitando os princípios exarados no Novo Testamento para o culto cristão, conforme falamos no subtópico anterior: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).  Isto não tem nada a ver com formalismo e sim com ordem e decência. O problema é quando a observância a regras, estatutos e formas litúrgicas, se coloca acima da direção do Espírito Santo, querendo limitar, impedir ou controlar as suas ações. Jesus comparou o Espírito Santo ao vento e disse “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz. Mas, não sabeis de onde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. (Jo 3.8). 


No Livro de apoio, o Pr. Eliminado Renovato diz: “No que diz respeito à busca do avivamento, é interessante não deixar que o formalismo frio, seco e sem graça impeça a busca da presença gloriosa do Espírito Santo, que é expressa por demonstrações equilibradas de adoração a Deus, num ambiente onde pode haver manifestações espirituais, tais como línguas estranhas, interpretação, curas divinas, libertação de oprimidos, unção de enfermos, salvação de almas, tudo de forma sobrenatural.” Nós pentecostais temos regras, estatutos e práticas litúrgicas. Entretanto, os nossos cultos são dirigidos pelo Espírito Santo e Ele é soberano para mudar qualquer uma destas coisas. O Espírito Santo não faz jamais, é contrariar a Palavra de Deus, pois Ele é Deus, foi Ele mesmo que a inspirou e vela por ela para cumpri-la. (Jr 1.12).


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pág. 269.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 492.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 806.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento. Editora CPAD. 1ª edição: 2014. pág. 125-129.


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Ev. Weliano Pires


11 janeiro 2022

O QUE É INERRÂNCIA DA BÍBLIA

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 3: a inerrância da Bíblia)

Neste primeiro tópico, falaremos sobre as definições dos termos inerrância e infalibilidade. Apesar de parecerem sinônimos, dada a relação que há entre ambos, há diferenças entre eles. Muitos até consideram redundância, afirmarmos que a Bíblia é inspirada, inerrante e infalível. De fato, se cremos que a Bíblia foi inspirada por Deus, isso deveria ser suficiente para acreditarmos que ela não pode conter erros ou falhas, uma vez que, Deus, o Seu autor, não pode cometer erros ou falhas. A necessidade de reafirmarmos que a Bíblia é inspirada por Deus, inerrante e infalível, se dá devido à insistência de alguns, em afirmar que é possível crermos em um livro que é infalível em suas profecias, mas que contém erros  históricos e científicos ou contradições. 


1. O conceito de Inerrância bíblica. A definição de inerrância é, segundo a etimologia da palavra, aquilo que é incapaz de errar, ou de estar errado. Em relação à Bíblia, quando afirmamos que ela é inerrante, significa que ela não falha, não erra e é a verdade em tudo quanto afirma. Nos textos bíblicos originais não há qualquer erro, seja histórico, geográfico, doutrinário, espiritual, moral ou científico. Também não há qualquer contradição nos textos bíblicos. A razão para isso é óbvia, pois, como já foi dito, o autor da Bíblia é Deus e Ele não erra e não falha. 


2. A Bíblia reivindica a sua inerrância. Diferente da palavra inspiração, que aparece explicitamente na Bíblia, a palavra inerrância não consta nos textos sagrados. Entretanto, a ideia de que a Palavra de Deus é absolutamente verdadeira e não contém erros, está presente em vários textos bíblicos:  

a. A Palavra de Deus é pura e provada. Significa que ela é sem mistura e aquilo que foi inspirado por Deus, não foi adulterado pelos escritores sagrados na transcrição: 

"Toda palavra de Deus é pura. Escudo para os que nele confiam. Não acrescente nada às suas palavras, para que ele não o repreenda, e você seja achado mentiroso." (Pv 30.5,6). "A palavra do Senhor é provada” (SI 18.30).

b. A Palavra de Deus é perfeita. Uma coisa perfeita é aquilo que não possui defeitos, erros ou falhas. “O caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor, refinada” (2 Sm 22.31).  "A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices." (Sl 19.7)

c. A Palavra de Deus é a Verdade. Na oração de Jesus pelos discípulos, Ele afirmou que a Palavra de Deus é a Verdade. Ele não disse que ela contém algumas verdades, ou que é parcialmente verdadeira. Algo que é a Verdade, evidentemente, não pode conter nenhum erro: "Santifica-os na Verdade. A tua Palavra é a Verdade" (Jo 17.17).

d. A Palavra de Deus é inalterável e não falha. Jesus, no Sermão do Monte, afirmou que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Essa afirmação de Jesus mostra claramente a infalibilidade das Escrituras. Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego  o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. A palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus, como é descrita pelos autores da Bíblia, não tem erro nenhum, até mesmo em seus mínimos detalhes e é totalmente digna de confiança.  


3. A infalibilidade e a inerrância da Bíblia. Conforme vimos acima, a Bíblia é inerrante porque é totalmente isenta de erros. Mas ela é também infalível. Isso significa que as suas palavras se cumprem integralmente. As profecias bíblicas vem se cumprindo com riqueza de detalhes, como vimos na lição 1, quando falamos das evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus. 


A infalibilidade das Escrituras também é reivindicada pela própria Bíblia. O profeta Isaías, usado por Deus, disse que a Palavra de Deus não volta vazia, mas, cumpre aquilo para o qual foi destinada: "Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei". (Is 55.11). Deus falou também ao profeta Jeremias, que "Ele vela por Sua Palavra para cumpri-la". (Jr 1.12). O Senhor Jesus também falou: "Passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar". (Mt 24.35). 


Na história da Igreja, dois acontecimentos marcaram as discussões sobre a infalibilidade e a inerrância das Escrituras: 

O primeiro deles foi a Declaração sobre as Escrituras na Aliança de Lausanne, em 1974. Esta declaração afirmou que "a Bíblia é inerrante em tudo o que afirma." Esta declaração, no entanto, deu margem para alguns teólogos dizerem que 'tem coisas que estão na Bíblia, mas não foram afirmadas por ela' e, portanto, não são inerrantes. 


O segundo acontecimento foi a Declaração de Chicago, em 1978, do Concílio Internacional de Inerrância Bíblica. Esta declaração foi resposta, de uma convenção com aproximadamente trezentos estudiosos da Bíblia, à Declaração de Lausanne. A resposta da Declaração de Chicago, em resumo, foi a seguinte: “A Escritura na sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro. Negamos que a infalibilidade e inerrância da Bíblia limitam-se aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das ciências”. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. págs. 61, 63,67-68).

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    


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Pb. Weliano Pires


29 dezembro 2021

INTRODUÇÃO A LIÇÃO 1: A AUTORIDADE DA BÍBLIA


Neste primeiro trimestre de 2022, inaugurando o Novo Currículo das Revistas de Escola Dominical, na classe de adultos estudaremos o tema: a Supremacia das Escrituras: a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Estudaremos treze lições dentro da matéria de Bibliologia. Enfatizaremos durante este trimestre a autoridade suprema da Bíblia, como o manual de fé e prática para a Igreja do Senhor. 


Nesta primeira lição, estudaremos sobre a autoridade da Bíblia. Falaremos sobre a origem da Bíblia, sua autenticidade e sobre a mensagem revelada em suas páginas. Vivemos em uma época em que tudo é questionado: a religião, a família, as autoridades, as leis, os valores dos nossos antepassados, etc. Com a Bíblia não é diferente. Os acadêmicos, escritores, jornalistas e até supostos cristãos, questionam a autoridade da Bíblia e a consideram um livro ultrapassado. 


Alguns dizem que a Bíblia foi adulterada e que aquilo que temos hoje em nosso idioma, não corresponde aos manuscritos originais. Outros aceitam a Bíblia apenas como um livro histórico da antiguidade, mas que não deve ditar a nossa conduta nos dias atuais. O fato é que a Bíblia é a inspirada (foi soprada por Deus), inerrante (não contém erros em seu conteúdo), infalível (não falha naquilo que ela prediz), Palavra de Deus. Durante este trimestre, teremos uma lição para cada um destes tópicos. 


A autoridade da Bíblia fundamenta-se em seu autor, que é Deus. Portanto, a Bíblia é a revelação de Deus escrita. A sua autoridade depende total e exclusivamente do próprio Deus e não dos homens. Por isso, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade. As doutrinas, costumes, tradições, liturgia e práticas da Igreja, tem que estarem, obrigatoriamente, embasadas na Bíblia Sagrada. Um dos principais erros do Catolicismo romano é colocar a Bíblia no mesmo patamar da tradição e do magistério da Igreja. Aliás, eles consideram a Bíblia inferior, pois, onde a Bíblia contraria a tradição e o ensino da Igreja eles ficam com os outros dois. 


Sobre a Bíblia Sagrada, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil assim professa:

“Cremos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo para a humanidade […] nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus”.

No primeiro tópico da lição, falaremos sobre a origem da Bíblia. A Bíblia é a revelação escrita que Deus fez de si mesmo à humanidade. Falaremos neste tópico sobre as revelações gerais de Deus, na história, no universo e no próprio ser humano. Falaremos por último sobre a revelação especial, que foi através da pessoa de Cristo e das Escrituras. 


No segundo tópico falaremos sobre a autenticidade da Bíblia. A Bíblia Sagrada autentica-se a si mesma. A sua veracidade pode ser confirmada por evidências internas, através da sua unidade, consistência, ação do Espírito Santo na vida dos seus leitores e através das profecias que já se cumpriram. Por outro lado, a veracidade da Bíblia pode ser confirmada através das evidências externas, que são as confirmações das suas narrativas históricas, pelas descobertas arqueológicas.


No terceiro e último tópico falaremos sobre a mensagem da Bíblia. Destacaremos neste tópico a Supremacia das Escrituras, pois ela é a poderosa Palavra de Deus, a única autoridade infalível em matéria de fé e prática. Por último, falaremos do propósito das Escrituras, que é levar-nos à redenção em Jesus Cristo.


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS

LIÇÕES BÍBLICAS. Revista do Professor. 1° TRIMESTRE DE 2022. RIO DE JANEIRO, CPAD.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. 1ª edição: 2021. RIO DE JANEIRO, CPAD.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus: RIO DE JANEIRO, CPAD.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 1: O VERBO QUE SE TORNOU EM CARNE

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE  Depois de estudar um trimestre muito esclarecedor sobre apologética cristã, teremos neste 2° Trimestre de 2025, ter...