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22 janeiro 2022

O NOVO TESTAMENTO


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 04: A estrutura da Bíblia)

No tópico anterior fizemos uma exposição panorâmica do Antigo Testamento, falando sobre os seus livros, canonicidade e algumas particularidades. Neste terceiro tópico faremos o mesmo com o Novo Testamento. 

O Novo Testamento representa o cumprimento e a explicação do Antigo Testamento. Muitas coisas que eram incompreensíveis no antigo pacto se tornam claras no Novo Testamento. Os tipos, figuras alegorias e profecias se tornam claras com o registro do Novo Testamento. 

Diferente do Antigo Testamento, que demorou mais de mil anos para ser escrito, o Novo Testamento demorou menos de um século. Os apóstolos do Senhor e pessoas ligadas a eles como Marcos e Lucas, foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever os registros do ministério terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, a descida do Espírito Santo, as doutrinas da Igreja Cristã e as revelações das últimas coisas que em breve irão acontecer. 

1. Os livros do Novo Testamento. Os livros do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, também não estão classificados na ordem em que foram escritos, nem na ordem em que os fatos aconteceram. Foram classificados por assuntos, divididos em quatro grupos: Evangelho, História, Epístolas e Revelação. 

a. Evangelhos. São os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Estes livros registram o ministério terreno do Senhor Jesus. Encontramos nestes livros, a genealogia de Jesus Cristo, os registros do anúncio do nascimento de Jesus pelo Anjo Gabriel, as circunstâncias do nascimento de Jesus, os seus discursos, os milagres, a sua prisão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu. Os livros de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de "Evangelhos Sinóticos" devido à semelhança dos relatos. Já o Evangelho segundo João, destoa um pouco, pois dá ênfase ao ministério de Jesus na vida adulta e aponta para a sua divindade.  

b. Histórico. Temos apenas um livro histórico no Novo Testamento, que é o livro de Atos dos Apóstolos, que foi escrito por Lucas, o 'médico amado', historiador, companheiro de ministério do apóstolo Paulo. Este livro relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos, após a sua ressurreição e a sua ascensão ao Céu. Em seguida, relata o início da história da Igreja Primitiva, com a descida do Espírito Santo. Nos 12 capítulos iniciais, temos o protagonismo de Pedro e João, como principais líderes da Igreja. No capítulo 9 temos a conversão de Saulo de Tarso, e a partir do capítulo 13, a ênfase recai sobre ele e o trabalho missionário de Paulo e Barnabé, terminando com a sua prisão de Paulo no templo, em Jerusalém.

c. Epístolas. As Epístolas foram livros escritos pelos apóstolos a Igrejas específicas, outras à Igreja em geral e algumas foram escritas a uma pessoa em particular. Nas Epístolas temos a sistematização das doutrinas cristãs para a Igreja em todas as épocas. Entre as Epístolas temos dois tipos:

1. Epístolas Paulinas. São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. Entre as Epístolas Paulinas ainda há também outras denominações que os teólogos colocam, de acordo com o assunto ou a circunstância em que foram escritas:

  • Cartas escatológicas: São as que dão maior ênfase aos assuntos relacionados às últimas coisas: 1 e 2 Tessalonicenses.

  • Cartas soteriológicas: São as que falam mais sobre a doutrina da salvação: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas.

  • Cartas da prisão: São as que foram escritas durante a prisão do apóstolo Paulo: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.

  • Cartas pastorais: São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo a um pastor, com orientações ministeriais: 1 e 2 Timóteo e Tito. (2 Timóteo também é considerada epístola da prisão, pois foi redigida na prisão).

2. Epístolas Gerais. São as Epístolas escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham destinatário específico. Neste grupo estão: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que autoria de Hebreus é desconhecida. 

d) Revelação. Neste grupo consta apenas o livro do Apocalipse, que traz as revelações de Jesus ao apóstolo João, quando este se encontrava exilado na Ilha de Patmos. O livro contém o prefácio de João e a aparição de Jesus ressuscitado ao velho apóstolo. Depois, contém sete cartas de Jesus aos líderes de sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Sardes, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia. Depois, uma série de revelações sobre os juízos de Deus sobre a humanidade na Grande Tribulação, as visões do Milênio, a Nova Jerusalém, o Juízo Final e a eternidade. 

Assim está dividido o Novo Testamento, totalizando 27 livros canônicos, que são chamados pelos próprios apóstolos de Escrituras e de Palavra do Espírito Santo, que foram divinamente inspiradas. (1 Co 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). 

2. Canonicidade do Novo Testamento. Logo nos primeiros anos do Cristianismo, surgiram falsos ensinos, propagados por falsos profetas e falsos mestres, com conteúdos gnósticos, judaizantes e outros. Isso já havia sido alertado pelo Senhor Jesus  (Mt 7.15; Mc 13.22) e depois por Paulo, Pedro, Judas e João. No final do primeiro século todos os 27 livros do Novo Testamento já haviam sido escritos. A autoridade deles não era questionada e eram tidos como de grande valia para as Igrejas. Entretanto, não havia ainda uma relação dos livros considerados inspirados por Deus, como já acontecia com os livros do Antigo Testamento. 

Através dos escritos dos pais da igreja, como Clemente de Roma, Inácio, Policarpo e Papias sabemos que os Evangelhos e os escritos do apóstolo Paulo eram considerados como Escritura. Policarpo e Clemente de Alexandria, também fazem menção em seus escritos, aos evangelhos de Mateus e de Lucas. Isso nos leva a crer que por volta da metade do século II, já havia uma coletânea dos quatro evangelhos, que eram lidos e reconhecidos nas Igrejas como Escrituras Sagradas. 

Somente em 145 d.C. um heresiarca chamado Marcion ou Marcião, publicou a primeira lista de livros que ele considerava sagrados: 10 cartas de Paulo, excluindo as chamadas cartas pastorais, e uma versão adulterada do evangelho de Lucas, segundo ele, livre das influências vétero-testamentárias e judaizantes. Marcion acreditava que havia dois deuses: O Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento.  O Deus do Antigo Testamento seria “um deus justo e iracundo”, que, “irado”, preparou a crucificação de Cristo. 

A partir desta lista de Marcião, a Igreja viu a necessidade de definir os livros considerados inspirados por Deus e iniciaram-se as discussões. No final do século II, nos escritos de Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria é possível perceber um cânon em formação, que incluía os quatro Evangelhos, Atos dos Apóstolos, 13 cartas de Paulo, 1 Pedro, 1 João e o Apocalipse. 

Somente no final do Século IV é que o processo de reconhecimento do Cânon chegou ao fim. Por meio da 39º Carta Pascal de Atanásio, foram declarados canônicos os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Essa definição foi aceita pela igreja do Ocidente nos sínodos de Hipona Régia, em 393 e de Cartago, em 397 d.C.

Os critérios de avaliação de canonicidade dos livros no Novo Testamento foram semelhantes aos que foram utilizados em relação ao Antigo Testamento. Foram estabelecidos os seguintes critérios para o reconhecimento destes livros como Palavra de Deus: 

  • O Testemunho Interno do Espírito Santo;

  • Origem Apostólica ou de alguém muito próximo aos apóstolos;

  • O Conteúdo dos Livros em relação ao restante das Escrituras;

  • As Evidências Internas do restante do Novo Testamento.

3. Particularidades do Novo testamento. Os escritos do Novo Testamento foram escritos aproximadamente nesta ordem: 

  • A Epístola de Tiago, entre os  anos de 49 d.C; 

  • As Epístolas de Paulo Gálatas, entre 49 d.C; 

  • 1 Tessalonicenses, por volta de 51 d.C.; 

  • 2 Tessalonicenses, entre 51 e 52 d.C.; 

  • Aos Coríntios, aproximadamente 55 d.C.;

  • Aos Romanos, entre 55 e 57 d.C. 

  • Depois disso, foram escritos os Evangelhos Sinóticos Mateus, Marcos e Lucas, entre 60 e 70 d.C. Uns dizem que Mateus foi o primeiro e Marcos, o segundo. Outros dizem que Marcos foi escrito primeiro. 

  • Depois destas Epístolas, foram escritos os Evangelhos de Mateus e Marcos. 

  • Entre 60 e 62 d.C. foram escritos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. 

  • A primeira Epístola de Pedro foi escrita entre os anos 60 e 68 d.C. 

  • 1 Timóteo e Tito foram escritas entre 62 e 64 d.C.; Atos dos apóstolos, escrito aproximadamente em 63 d.C.; 

  • 2 Timóteo entre 64 e 68 d.C.; 2 Pedro, entre 65 e 67 d.C.; 

  • A Epístola de Judas, entre 65 e 69 d.C.; 

  • A Epístola aos Hebreus, 67 d.C.; 

  • O Evangelho de João, escrito entre 85 e 90 d.C.; 

  • 1 João, entre 85 e 95 d.C.; 

  • 2 e 3 João em 90 d.C.

  • Por último, o livro do Apocalipse, escrito entre 94 e 96 d.C.

O idioma usado na escrita do Novo Testamento foi o grego koiné, dialeto grego que era a língua comum de todo o mundo do Mediterrâneo no primeiro século da era cristã. O koiné não era a linguagem dos intelectuais gregos. Era a língua do trabalhador, do camponês, do vendedor e da dona de casa. Nenhum estudioso da atualidade estudaria o grego koiné, se não fosse ele o idioma do Novo Testamento. Deus quis que a sua Palavra fosse compreendida por todos e, por isso, escolheu a linguagem mais popular de todo império romano. Há também algumas expressões no Novo Testamento que foram escritas em aramaico: Talita cumi “Menina, levan­ta -te” (Mc 5.41); Aba Pai, “Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34).  


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 22-23.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 636.    

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.  

Biblioteca Bíblica: bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/08/o-canon-do-novo-testamento.html. Acesso em 21/01/2022. 

CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas): cacp.org.br/marcionismo-moderno Acesso em 21/01/2021. 

Estilo Adoração: estiloadoracao.com/cartas-de-paulo


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Pb. Weliano Pires

20 janeiro 2022

O ANTIGO TESTAMENTO


(Comentário do 2⁰ tópico da lição 04: A estrutura da Bíblia)

O conteúdo da Bíblia hebraica é o mesmo do nosso Antigo Testamento, entretanto a ordem e a quantidade de livros são diferentes. As Escrituras hebraicas também estão organizadas por assunto, assim como a nossa. 


1. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento em nossa Bíblia não segue a ordem cronológica dos fatos, ou da data em que foram escritos. Estão classificados por assuntos, na mesma ordem da versão grega, chamada de Septuaginta. Os nomes dos livros também são a transliteração dos que contam nesta versão. Entretanto, a nossa Bíblia não incluiu os livros apócrifos, presentes na Septuaginta, pois eles nunca fizeram parte do Cânon Judaico. Os livros do Antigo Testamento na nossa Bíblia estão classificados em cinco grupos: 


a. Pentateuco. A palavra Pentateuco é a junção de dois termos gregos: "penta" (cinco) e "teucos" (vasilhas). É uma referência aos estojos onde se guardavam os rolos de papiro ou de pergaminho, utilizados como material de escrita, para protegê-los da deterioração. O Pentateuco é composto pelos cinco livros da Lei, escritos por Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O Pentateuco conta a história da criação, a tentação e queda do primeiro casal, o dilúvio, os patriarcas, a escravidão dos Hebreus no Egito, a libertação liderada por Moisés, a jornada de 40 anos no deserto, terminando com a morte de Moisés.


b) Históricos. O grupo dos livros históricos é formado por 12 livros: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Estes livros contam a história de Israel, desde a morte de Moisés, começando na chamada de Josué, passando pelo período dos juízes, instituição da monarquia, divisão do reino, cativeiro do Reino do Norte, cativeiro do Reino do Sul e retorno do cativeiro do Reino do Sul. 


c. Poéticos. Este grupo é composto por cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Estes livros registram os cânticos, as poesias e os provérbios Israel. O livro de Jó, embora pareça histórico, pois registra a história do patriarca Jó, foi escrito no estilo literário mashal, o mesmo de Provérbios. 


d) Proféticos. São os livros que registram as profecias do Antigo Testamento. Este grupo está dividido em duas categorias: profetas maiores e profetas menores. Esta denominação não está relacionada à importância do profeta e sim à extensão do livro. 

  • Profetas maiores. Composto por cinco livros: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel;

  • Profetas menores. Composto por doze livros: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.


2. As Escrituras hebraicas. Conforme já foi dito, embora o conteúdo das Escrituras Hebraicas seja o mesmo do Antigo Testamento que conta em nossas Bíblias, a organização, nomes dos livros e quantidade são diferentes. O Cânon hebraico é formado por três partes, denominadas pela sigla TANAK, que são as iniciais de cada uma destas partes: Torah (Lei), Neviim (Profetas) e Ketubim (Escritos). A Tanak é formada por vinte e quatro livros: A Torah possui cinco livros, o Neviim oito e o Ketubim, onze.

a. Torah (Lei) Esta palavra no hebraico significa “instrução”, ou “ensinamento”. O texto da torah corresponde exatamente ao texto do Pentateuco. Entretanto, os títulos dos livros são diferentes. O nosso Pentateuco segue os títulos gregos da Septuaginta. A Torah judaica, no entanto, usa a primeira palavra de cada livro, como título. Por exemplo, a primeira palavra do livro do Gênesis, em hebraico é Bereshit (no princípio) e este é o título do livro. O título do Êxodo é Shemot (nomes), que é a primeira palavra do livro em hebraico. Levítico é Vayicrá (e chamou) Números é Bamidbar (No deserto) e Deuteronômio é Devarim (Palavras), que também correspondem às respectivas primeiras palavras de cada livro. 

b. Nebiim (Profetas). Deriva da palavra Nabi (Profeta) com o plural (im). Esta parte do cânon judaico é formada de dois subgrupos: profetas anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e o livro dos doze, que contém os textos dos doze profetas menores da nossa Bíblia: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias). 

c. Ketubim (Escritos): Esta seção reúne os livros de Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras (Esdras-Neemias) e Crônicas. 


2. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Alguns critérios foram usados para reconhecer os livros canônicos do Antigo Testamento: 

  • O livro é autorizado – afirma vir da parte de Deus?

  • É profético – foi escrito por um servo de Deus?

  • É digno de confiança – fala a verdade acerca de Deus, do homem, etc.?

  • É dinâmico – possui o poder de Deus que transforma vidas?

  • É aceito pelo povo de Deus, para o qual foi originalmente escrito? 

  • É reconhecido como vindo de Deus? 

Em resumo, os requisitos necessários para um livro ser reconhecido como canônico seriam a inspiração divina, reconhecimento do povo de Deus e preservação pelo povo de Deus, como colocou o nosso comentarista. 


3. Particularidades do Antigo Testamento. O Antigo Testamento levou mais de mil anos para ser concluído. Os livros mais antigos foram escritos por Moisés, o legislador e libertador de Israel. O livro de Jó é considerado o mais antigo e é de autoria incerta. A tradição judaica diz que foi Moisés. Mas outros atribuem a Eliú, a Salomão e ao próprio Jó. O último livro a ser escrito foi o Malaquias, concluindo a inspiração do Antigo Testamento. 


O idioma usado na escrita do Antigo Testamento foi o hebraico, com alguns trechos em aramaico, um dialeto, que segundo a tradição judaica veio de Arã, filho de Sem e neto de Noé.  Este idioma deu origem à língua árabe. Após o cativeiro babilônico, o aramaico tornou-se a língua comum na região da Palestina. O hebraico antigo, usado nos primeiros livros do Antigo Testamento não possuía vogais. Era formado de 22 consoantes. 


Os primeiros materiais usados para escrever os textos bíblicos foram pedras, tábuas de barro, madeira, papiro e, por último, o pergaminho.


A primeira tradução do Antigo Testamento para outro idioma foi feita em Alexandria, durante o reinado de Ptolomeu II Filadelfo. Setenta anciãos judeus, em setenta e dois dias, traduziram as Escrituras hebraicas para o grego. Por isso, esta versão da Bíblia é chamada de Septuaginta (LXX). Além dos 39 livros do Antigo Testamento, esta versão incluiu também sete livros apócrifos, que não constam no Cânon Judaico. Depois o Pentateuco Samaritano foi traduzido para o grego e para o aramaico e Jerônimo traduziu o Antigo Testamento para o latim. Esta versão ficou conhecida como Vulgata. 


O Antigo Testamento é uma espécie de introdução ao Plano de Salvação de Deus. Embora seja em sua maioria, dirigido à nação de Israel, o Antigo Testamento nos fornece as bases para entendermos o Novo Testamento. Mostra também o governo de Deus e os seus princípios morais. O Antigo Testamento mostra também a nossa pecaminosidade e incapacidade de nos salvar através da lei. As suas figuras, tipos e profecias apontam para Cristo, o único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade. 


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. págs. 16-18; 19-20.    

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    


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Pb. Weliano Pires


17 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: A ESTRUTURA DA BÍBLIA


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada, falamos sobre a inerrância e infalibilidade da Bíblia. Vimos que a Bíblia Sagrada, por ser inspirada por Deus, que é absolutamente verdadeiro, não pode conter erros ou falhas. A Palavra de Deus é absolutamente verdadeira, incorruptível e plenamente confiável em tudo o que ela diz. 


Falamos sobre a definição teológica da doutrina da inerrância das Escrituras. Vimos que a Bíblia reivindica a sua inerrância. A palavra inerrância não está na Bíblia, mas, a idéia de que a Bíblia é isenta de qualquer tipo de erro está presente em vários textos bíblicos. Falamos também sobre a diferença entre inerrância e infalibilidade. 


Depois, falamos que o Espírito Santo preservou as Escrituras. O Espírito Santo atuou não apenas na inspiração dos textos bíblicos, mas manteve a revelação divina incorruptível. Falamos sobre os manuscritos autógrafos e manuscritos apógrafos, e sobre os livros apócrifos e pseudepígrafos. 


Por último, falamos acerca da Verdade nas Escrituras e que a Bíblia é a verdade plena. Explicamos o significado dos termos hebraico e grego, que foram traduzidos por verdade, respectivamente, emeth e aletheia. Falamos também sobre a verdade moral e espiritual dos textos bíblicos. Por último, falamos das verdades históricas e científicas da Bíblia, ou seja, aquilo que a Bíblia registra, seja do ponto de vista histórico ou científico, é absolutamente verdadeiro. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04

Na lição desta semana, estudaremos a estrutura da Bíblia Sagrada. Veremos como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos. Falaremos resumidamente sobre a  classificação dos livros do Antigo Testamento e em seguida discorreremos sobre a classificação dos livros do Novo Testamento. A organização do texto bíblico por assunto e também as divisões em capítulos e versículos facilitam a localização rápida dos textos e também a sua memorização. 


No primeiro tópico, falaremos sobre a organização geral da Bíblia Sagrada. Traremos neste tópico a definição etimológica do termo “Bíblia”. Depois falaremos sobre o cânon da Bíblia, trazendo a definição etimológica da palavra cânon. Por último, falaremos sobre os dois Testamentos da Bíblia, a definição etimológica da palavra testamento e o uso desta palavra na Bíblia e na Igreja Primitiva. 


No segundo tópico,  falaremos sobre a classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto, como está em nossa Bíblia. Falaremos também sobre a canonicidade do Antigo Testamento. Por último, traremos algumas particularidades e detalhes do Antigo Testamento.


No terceiro e último tópico, falaremos igualmente sobre a classificação por assunto dos livros do Novo Testamento. Depois, discorreremos sobre a canonicidade do Novo Testamento e as provas da sua inspiração divina. Por último, veremos também algumas particularidades do Novo Testamento. 


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VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...