30 novembro 2023

PRINCIPAIS DESAFIOS DA JANELA 10/40

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 10: O DESAFIO DA JANELA 10/40)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos dos principais desafios da janela 10/40. O primeiro deles são as necessidades humanas dessa região. É nessa região que ficam as principais megalópoles do mundo e um grande número de vítimas de epidemias, terremotos e guerras. O segundo desafio é a grande perseguição e hostilidade ao Cristianismo. Este tema será abordado com mais abrangência na próxima lição, mas não podemos falar da Janela 10/40 sem mencionar a perseguição aos cristãos. 


1- A necessidade humana.  Além de concentrar a grande maioria dos povos não alcançados pelo Evangelho no mundo, como vimos no tópico anterior, a Janela 10/40 concentra também as maiores necessidades humanas. O comentarista apresenta aqui as três grandes necessidades humanas dessa região: as maiores cidades do mundo com mais de um milhão de habitantes; bilhões de pessoas com doenças graves, vítimas de guerras e de calamidades; e bilhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, em miséria extrema. 


As grandes cidades normalmente têm vários problemas, como desemprego, violência, desigualdades sociais, trânsito congestionado, menores abandonados, moradores de rua, poluição, problemas de saneamento básico, etc. Isso porque, em geral, as grandes cidades crescem rápido e desordenadamente, por conta das imigrações. Nas megalópoles, que são as cidades com mais de um milhão de pessoas, a tendência é que estes problemas se agravem. No caso dessa região, por conter países muito pobres, guerras tribais, terremotos, maremotos e ditaduras, a situação se torna caótica principalmente para os mais pobres. 


Devido aos problemas de desnutrição, falta de saneamento básico, contaminações e sistema de saúde precário, as doenças graves se multiplicam, principalmente nos países do Norte da África. Doenças como cólera, sarampo, febre amarela, hepatite, dengue, lepra, malária, antraz, meningite, AIDS e outras levam milhões de pessoas à morte, principalmente crianças. 


Na Ásia também, principalmente na China, já surgiram várias epidemias como a gripe asiática (1957), a gripe de Hong Kong (1968), a gripe aviária (1997), o vírus da SARS (2003) e, recentemente, a Covid-19, que se tornou pandemia e levou milhões de pessoas à morte no mundo todo. Muitas dessas doenças surgem, principalmente, por causa das alimentações exóticas, da China e da Índia. O civet asiático de palma, por exemplo, é um mamífero selvagem, cuja carne é vendida nos mercados do sul da China e foi o grande responsável pela transmissão do vírus do SARS para os seres humanos. Muitos desses animais são infectados por morcegos e contaminam os humanos que comem as suas carnes.


Nessa região costuma acontecer muitos terremotos e maremotos que deixam milhares de mortos, desabrigados e países inteiros em estado de calamidade, como foi o caso do Tsunami ocorrido no Oceano Índico em 2004, que causou grande destruição nos países da Ásia e África e a morte de 227.898 pessoas. Além desse grande número de mortos, ficou também o rastro de destruição por toda parte e um número muito grande de órfãos e viúvas. 


Outro problema gravíssimo dessa região são os conflitos tribais e guerras civis, que deixam muitos mortos, mutilados, órfãos e viúvas. No continente africano, estes conflitos estão relacionados à colonização e independência do continente  e são de ordem étnica, territorial e religiosa. Há também os golpes de estado e constantes conflitos políticos. O Sudão, por exemplo, tem uma história marcada por muitos conflitos e guerras civis. A primeira guerra civil, que ocorreu entre 1955 e 1972 deixou um saldo de meio milhão de mortos.


Todos estes problemas citados acima, causam outra calamidade que é a extrema pobreza, que por sua vez, desencadeia outros problemas graves como a fome, desnutrição, doenças, analfabetismo e altos índices de mortalidade, em todas as faixas etárias. Nos países africanos, em razão da falta de serviços médicos e precariedade dos serviços públicos, a expectativa de vida é muito baixa, a média é 49 anos. 


Mesmo em países mais ricos como a China, há a questão da desigualdade social e trabalhos em regimes análogos à escravidão. Se por um lado, a economia chinesa cresceu e muitos enriqueceram, há também regiões pobres e grupos étnicos como os uigures, em Xinjiang, e os tibetanos, que foram o lado perdedor da história. Além disso, há a questão da agressão ao meio ambiente e violação dos direitos humanos. As informações vindas daquele país e replicadas por parte da imprensa ocidental, que é simpatizante ao regime, também não são confiáveis, pois o país é uma ditadura comunista há décadas, onde não há imprensa livre. Quem ousar criticar o governo pode desaparecer misteriosamente. 


2- O desafio da perseguição. O tema da perseguição será estudado de forma mais aprofundada na próxima lição. Mas não podemos falar da janela 10/40 sem mencionar a grande perseguição aos cristãos que ocorre nessa região do mundo. É exatamente nessa região onde ocorrem os maiores índices de perseguição ao Cristianismo, das mais variadas formas. 


Nessa região, apenas 2% são cristãos. A maioria tem que manter a sua fé em segredo pois correm risco de serem presos, torturados e mortos. Em muitos países, a perseguição é direta e violenta, com ataques a Igrejas e casas dos cristãos, sequestros, assassinatos e violência sexual. Há até casos de grupos islâmicos radicais que culpam os cristãos pelo advento da COVID-19, dizendo que o vírus foi espalhado pelos “infiéis” que invadiram o país deles. Isso acaba provocando mais ódio aos cristãos, como aconteceu nos dias do imperador romano Nero, que colocou a culpa nos cristãos pelo grande incêndio que atingiu a cidade de Roma. 


Há também a perseguição por meio de leis que criminalizam o Cristianismo, considerando o discurso dos cristãos prejudicial aos regimes totalitários. Em outros casos, embora a lei do país não condene a fé cristã, os cristãos são discriminados e sofrem perseguição dos governos, da sociedade e até das famílias, que são de outras religiões. 


Esse tipo de perseguição acontecia muito com os evangélicos no Brasil, por parte dos católicos. Embora a Lei brasileira garantisse a liberdade religiosa, mesmo antes de 1988, os padres incitavam a população a não alugar casas para os protestantes e não negociar com eles. Não aceitavam nem o sepultamento de protestantes em seus cemitérios e usavam os meios de comunicação para difamá-los. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 94-107. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2192.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/condicoes-vida-povo-africano.htm

https://exame.com/mundo/enviado-da-onu-cita-trabalhos-forcados-e-possiveis-casos-de-escravidao-na-china/

28 novembro 2023

UMA BATALHA ESPIRITUAL CHAMADA DE JANELA 10/40

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 10: O DESAFIO DA JANELA 10/40)

Ev. WELIANO PIRES

Neste primeiro tópico, falaremos da batalha espiritual que é a Janela 10/40. Com base no texto de Efésios 6.14, veremos que nesta batalha devemos usar armas espirituais, pois a luta não é contra a carne e o sangue e sim, contra os principados e potestades espirituais. Por último, falaremos do enfrentamento da batalha espiritual da Janela 10/40, trazendo os detalhes geográficos, econômicos, sociais e religiosos dessa região. 

1- Uma verdadeira batalha espiritual. A Igreja do Senhor está no meio do campo de batalha neste mundo. No texto da nossa leitura bíblica em classe, vemos o apóstolo Paulo recomendando os efésios a se fortalecerem no Senhor e tomar toda a armadura de Deus, para estarem firmes contra as astutas ciladas do diabo. 

A Palavra de Deus nos alerta que a nossa luta não é contra o homem, mas contra os principados e potestades nas regiões celestiais (Ef 6.12). A obra missionária é uma grande batalha espiritual, pois o inimigo luta para que ela não aconteça, porque ele quer que as pessoas pereçam sem Jesus. Ele sabe que se o Evangelho for pregado, muitas vidas serão resgatadas do pecado. 

O diabo é o arquiinimigo de Deus e, portanto, ele odeia o povo de Deus. Além disso, ele é um inimigo perigosíssimo, pois é mentiroso e pai da mentira. O seu modo de agir é caracterizado pela falsidade, sutileza e toda sorte de engano. 

No tema batalha espiritual precisamos tomar cuidado para não cairmos no erro de pensar que há um dualismo entre Deus e o diabo, como se fosse duas forças equivalentes que disputam para ver quem vai vencer. Isso não tem nenhum fundamento bíblico. Deus é soberano sobre o Universo e tem o domínio de tudo. O inimigo já está derrotado e não há possibilidade alguma dele vencer a batalha. 

Há muitos equívocos em relação ao diabo, inclusive no meio evangélico, que deixam as pessoas mais vulneráveis aos seus ataques. Não podemos fazer como alguns neopentecostais que acham que basta "amarrar o diabo" ou fazer algumas declarações que ele foge. O diabo é astuto e, muitas vezes, se disfarça de anjo de luz (2 Co 11.14). Por outro lado, não podemos atribuir ao diabo poderes que ele não tem. Ele é criatura, é maligno e é perigoso. Entretanto, ele não pode ser colocado no mesmo patamar de Deus. O inimigo só pode agir se Deus permitir. 

2- Nessa batalha devemos usar armas espirituais. Se a nossa batalha é espiritual, como vimos acima, as armas que devemos usar nesta batalha também são armas espirituais. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas são poderosas em Deus, para a destruição das fortalezas”. (2 Co 10.4). 

Escrevendo aos Efésios, Paulo usa a simbologia da armadura do soldado romano, para descrever a armadura do cristão. O apóstolo recomenda que o cristão deve tomar “toda a armadura de Deus” e não apenas uma parte dela. A armadura de Deus é completa e tem as armas de defesa e ataque. 

A primeira recomendação é para que o crente se revista do poder de Deus. Nenhum cristão consegue vencer o inimigo com a própria inteligência, influência política, oratória, experiência, etc. Se não estiver revestido do poder do Espírito Santo, será facilmente derrotado pelo inimigo. 

Depois, do revestimento do poder de Deus, o apóstolo recomenda o revestimento das armas espirituais que são: 

a) O cinto da verdade. O soldado romano usava um cinturão de couro que prendia a sua roupa ao corpo durante a luta, evitando que a sua espada caísse, ou que o seu corpo ficasse sem a proteção. Este cinto representa a verdade de Cristo e a integridade do caráter do cristão.

b) A couraça da justiça. Era uma vestimenta de couro que protegia os órgãos vitais do soldado durante o combate. Representa a Justiça de Cristo que nos é atribuída por Deus e também a vida santa que o Espírito Santo produz em nós.

c) O escudo da fé. O escudo era uma arma de defesa, feita de couro e madeira, com a qual, o soldado se protegia de flechas inflamadas, lançadas contra ele. Representa a confiança inabalável em Deus. Quem confia plenamente em Deus não se abate com as investidas do inimigo.  

d) Os pés calçados da preparação do Evangelho da paz. O soldado romano usava uma bota com cravas, para dar estabilidade e evitar que ele escorregasse. O Evangelho de Cristo, nos traz a paz com Deus, pois somos reconciliados com Ele mediante a fé em Cristo. Isto nos proporciona firmeza e impede que caiamos nos enganos do diabo. 

e) A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. As lutas naqueles tempos eram travadas na espada cara a cara. O soldado precisa ter habilidade tanto para se defender com a espada, quanto para atacar. Qualquer vacilo, seria fatal. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, é uma arma indispensável ao Cristão, pois serve para se defender dos ataques do inimigo e também para atacar o pecado. Jesus usou a Palavra de Deus para vencer as investidas do inimigo no deserto (Mt 4.1-11). A Palavra de Deus é uma arma muito poderosa, mas é preciso saber manejá-la bem (12 Tm 2.15)

Por último, o apóstolo recomenda o cristão a “buscar a Deus com toda a oração e súplica no Espírito, em todo o tempo.(Ef 6.18). Para vencer a batalha espiritual é indispensável o cristão manter-se em vigilância, oração e perseverança. Estas coisas precisam caminhar juntas, uma não exclui a necessidade das outras. Há crentes que oram muito, mas não vigiam e não perseveram em oração. Por isso, são vencidos. 

3- Enfrentando a batalha espiritual da Janela 10/40. A expressão “Janela 10/40” teve origem com Luis Bush, durante a 2ª Conferência de Lausanne, realizada em Manila, nas Filipinas, em julho de 1989. A primeira conferência de Lausanne foi realizada em Lausanne, na Suíça, em julho de 1974, com o tema: “Que a terra ouça a voz de Deus”. Este evento ficou conhecido como “Pacto de Lausanne”. Esta conferência surgiu como uma resposta a uma iniciativa do evangelista americano Billy Graham, de unir os evangélicos do mundo inteiro em torno da evangelização mundial.

Na segunda conferência, realizada em Manila, nas Filipinas, foram reforçados os compromissos do Pacto de Lausanne e foram lançadas estatísticas sobre os povos não alcançados. Neste contexto, foi criada a expressão Janela 10/40, para se referir a um retângulo formado por duas linhas paralelas no Mapa Mundi, entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, sendo a primeira 10º e a segunda 40º acima da Linha do Equador. Esta região compreende desde o Oeste da África, quase todos os países da Ásia, Oriente Médio e parte da Europa. 

Esta região anteriormente era conhecida pelos missiólogos como “cinturão da resistência”. Nesta região estão incluídos 62 países, onde vivem cerca de 4 bilhões de pessoas e 95% delas não foram alcançadas pelo Evangelho. É nessa região que se concentram também as três maiores religiões não cristãs do planeta: Islamismo, Budismo e Hinduísmo. A região também é bastante marcada pela extrema pobreza, prostituição, calamidades, vitimas de guerras, doenças e outros desafios que veremos no próximo tópico. 

Os países situados na Janela 10/40 são os seguintes: 

Na Ásia: Afeganistão, Bangladesh, Barein, Butão, Camboja, China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Filipinas, Índia, Japão, Laos, Malásia, Maldivas, Mongólia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan (Formosa) e Vietnã;   

Na África: Benin, Burkina, Cabo Verde, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal;  

No Oriente Médio: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Palestina, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Síria, Sudão, Tunísia e Turquia; 

Na Eurásia: Cazaquistão, Turcomênia e Tadjiquistão;  

Na Europa: Albânia, Chipre, Gibraltar e Grécia.

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 94-107.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2192.
Janela 10/40: Um Grande Desafio:

Conferências globais de Missões sob uma perspectiva histórica:

27 novembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: O DESAFIO DA JANELA 10/40


Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada, estudamos o tema: A Igreja e o sustento missionário. Tomando como base o texto de Filipenses 4.10-20, estudamos sobre a responsabilidade da Igreja local no sustento dos missionários que ela envia. 


No primeiro tópico, falamos sobre a Igreja de Filipos e o sustento missionário. Discorremos sobre o relacionamento do apóstolo Paulo com a Igreja de Filipos na questão das ofertas que esta Igreja enviou voluntariamente a ele. Vimos também que é um privilégio para a Igreja, participar do sustento missionário. Por último, falamos das esferas envolvidas no sustento missionário.


No segundo tópico, falamos dos princípios básicos acerca do sustento missionário. Vimos que a Igreja deve avaliar o custo do sustento financeiro, antes de enviar missionários. Apresentamos alguns princípios básicos sobre o sustento dos missionários. Por último, vimos que o apoio financeiro da Igreja aos missionários deve ser fiel e permanente. 


No terceiro tópico, aprendemos a investir na obra missionária. Fizemos uma comparação entre a Igreja de Filipos  e a Igreja de Corinto, em relação às contribuições. Depois falamos da consciência de nosso dever, para com o sustento dos missionários. Por último, falamos de pessoas que financiaram a obra de Deus ao longo da história.


LIÇÃO 10: OS DESAFIOS DA JANELA 10/40


INTRODUÇÃO


Na lição desta semana estudaremos sobre um tema muito importante em missões transculturais, que são os desafios da chamada Janela 10/40. Conheceremos nesta lição o significado da expressão “Janela 10/40”. Veremos também quando, por quem e onde esta expressão foi usada pela primeira vez.


Esta região era conhecida anteriormente pelos missiólogos, como “cinturão da resistência”, devido ao antissemitismo e resistência destes povos ao Cristianismo. À luz do texto de Efésios 6.10-20, podemos concluir que esta região representa uma grande batalha espiritual, que só pode ser enfrentada com armas espirituais. 


Veremos ainda os países que fazem parte desta região, os desafios que eles representam para a evangelização mundial e apontaremos algumas estratégias que podem ser usadas para lhes anunciar o Evangelho. 


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falaremos da batalha espiritual que é a Janela 10/40. Com base no texto de Efésios 6.14, veremos que nesta batalha devemos usar armas espirituais, pois a luta não é contra a carne e o sangue e sim, contra os principados e potestades espirituais. Por último, falaremos do enfrentamento da batalha espiritual da Janela 10/40, trazendo os detalhes geográficos, econômicos, sociais e religiosos dessa região. 


No segundo tópico, falaremos dos principais desafios da janela 10/40. O primeiro deles são as necessidades humanas dessa região. É nessa região que ficam as principais megalópoles do mundo e um grande número de vítimas de epidemias, terremotos e guerras. O segundo desafio é a grande perseguição e hostilidade ao Cristianismo. Este tema será abordado com mais abrangência na próxima lição, mas não podemos falar da Janela 10/40 sem mencionar a perseguição aos cristãos. 


No terceiro tópico, falaremos de três estratégias importantes para alcançar os países da Janela 10/40. A primeira delas, evidentemente, é a oração, pois trata-se de uma batalha espiritual. A segunda  estratégia é por meio de ações sociais, devido a imensa pobreza e miséria que está presente nestes países. A terceira é a ação médico-missionária. Devido às diversas calamidades dessa região, abrem-se muitas portas para os profissionais da saúde, que podem se tornar missionários fazedores de tendas, como estudamos na lição passada. 

 

REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 94-107.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 41.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2192.

24 novembro 2023

APRENDENDO A INVESTIR NA OBRA MISSIONÁRIA

(Comentário do 3° tópico da Lição 09: A Igreja e o sustento missionário). 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, aprenderemos a investir na obra missionária. Faremos uma comparação entre a Igreja de Filipos e a Igreja de Corinto, em relação às contribuições. Depois falaremos da consciência do nosso dever, para com o sustento dos missionários. Por último, falaremos de pessoas que financiaram a obra de Deus, no ministério terreno de Jesus e na história da Igreja. 


1- Igreja de Filipos x Igreja de Corinto. Filipos foi a primeira cidade da Europa a ser evangelizada pelo apóstolo Paulo. Como vimos no primeiro tópico, a Igreja de Filipos começou na casa de Lídia, uma vendedora de púrpura. O apóstolo Paulo passou pouco tempo ali, pois foi preso com Silas e, depois de serem libertos milagrosamente da prisão, foram expulsos da cidade. 


A Igreja de Filipos era muito amorosa com o apóstolo Paulo e, sem que ele pedisse, lhe enviaram ofertas e o defenderam quando ele foi preso (Fp 1.7). Era uma Igreja espiritual e generosa. Vemos na Epístola que Paulo enviou aos Filipenses, com apenas quatro capítulos, que o tom do apóstolo ali é de alegria, elogio e agradecimento. Não vemos críticas ou repreensões. Há apenas advertências, para terem cuidado com os falsos obreiros e os judaizantes (Fp 3.2,3). 


Corinto, tanto a cidade como a Igreja, eram muito diferentes de Filipos. A cidade de Corinto era a capital da província romana da Acaia. Era uma cidade rica e muito depravada, tanto na idolatria como na imoralidade. A depravação era tão grande que o termo corintianizar era usado para se referir à prática da imoralidade sexual.


Por volta do ano 50 d.C., o apóstolo Paulo passou um ano e meio em Corinto e estabeleceu uma Igreja ali (At 18.1-11). Em 55 d.C., Paulo se encontrava em Éfeso e recebeu algumas notícias sobre Corinto, dando conta de vários problemas seríssimos naquela Igreja. Apesar de ser muito dedicada à busca dos dons espirituais, a Igreja de Corinto era carnal e tinha em seu meio, várias práticas abomináveis como o partidarismo, a imoralidade sexual, as disputas judiciais entre os irmãos e havia disputas até no momento da Ceia do Senhor. 


Diferente dos cristãos de Filipos, os coríntios não enviaram contribuições ao apóstolo Paulo, embora ele tenha permanecido um ano e meio ali, ensinando a Palavra de Deus. Enquanto ele estava lá, outras Igrejas lhe enviaram contribuições, mas os coríntios não supriram as necessidades dele: “Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado.” (2 Co 11.8). 


2- Tendo consciência de nosso dever. Apesar da ingratidão e da carnalidade dos coríntios, o apóstolo Paulo não deixou de lhes ensinar sobre a necessidade de contribuir para o sustento dos obreiros do Senhor (1 Co 9.1-6); e também para ajudar aos necessitados da Judéia (1 Co 16.1-3). Da mesma forma que Paulo ensinou aos Filipenses, que as contribuições na obra de Deus são um investimento espiritual (Fp 4.19), ele também ensinou isso aos coríntios (2 Co 9.6-8). 


Quando ofertamos com alegria para a obra do Senhor, não é aos obreiros que estamos ofertando, embora sejam eles que irão usar os recursos. As nossas contribuições são oferecidas a Deus e Ele se compromete a nos recompensar (Ml 3.10-12; 2 Co 9.8; Fp 4.19). Devemos contribuir alegremente, por gratidão a Deus que nos deu tudo e também pelo prazer de ver a obra do Senhor avançar. Se não houvesse contribuições, certamente o Evangelho não teria chegado até nós e iríamos perecer eternamente. 


Infelizmente, em nossos dias, há muitas pessoas dominadas pela avareza que, além de não entregarem os seus dízimos e ofertas na casa do Senhor, ainda combatem esta prática e estimulam os outros a não contribuírem. Há uma avalanche de textos e vídeos na internet dos chamados desigrejados, combatendo as contribuições para a obra do Senhor. 


Estas pessoas combatem também a existência de templos e de pastores. Mas a Bíblia é muito clara quando diz que Jesus deu pastores à Igreja (Ef 4.11; Hb 13.17). Não há como a Igreja cumprir a Grande Comissão do Senhor Jesus, se não houver contribuições. Precisamos nos conscientizar e também conscientizar os outros, do nosso dever de contribuir financeiramente para o funcionamento e crescimento da Igreja do Senhor. 


3- Pessoas financiando a obra divina. Deus sempre levantou pessoas para financiarem a sua obra na terra. Na Antiga Aliança, Deus ordenou ao povo de Israel que trouxessem dízimos e ofertas para o sustento dos sacerdotes e levitas que cuidavam do serviço do tabernáculo e, posteriormente, do templo (Nm 18.1-21; Ml 3.10-12). 


Há muito malabarismo dos inimigos das contribuições, dizendo que os dízimos eram apenas alimentos. Mas isso não é verdade. Vejamos o que a Palavra de Deus sobre isso: Troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local que o Senhor, o seu Deus, tiver escolhido; Com a prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença do Senhor, o seu Deus. E nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas cidades, pois eles não possuem propriedade nem herança próprias.” (Dt 14.25-27).


Evidentemente, a maioria dos dízimos era pago em grãos e animais, pois isso era moeda de troca na época. Entretanto, na atualidade ninguém recebe pelo seu trabalho em ovelhas, vacas ou medidas de trigo e farinha. A Igreja também não paga as suas contas dessa forma. 


Durante o ministério terreno de Jesus também, como apontou o comentarista, Deus levantou algumas mulheres de posses, que sustentavam o ministério dele com os seus bens. Lucas registra que “algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens.” (Lc 8.2,3). 


Jesus e os seus discípulos andavam pelas cidades e aldeias, pregando o Evangelho, ensinando e curando enfermos. Não tinham tempo de trabalhar regularmente para se manterem. Então, Deus tocou no coração destas mulheres para financiarem o seu ministério. 


Atualmente também é assim. Deus continua levantando servos abnegados para contribuírem para o funcionamento e crescimento da obra de Deus na terra. Os que podem contribuir são privilegiados, pois a Palavra de Deus diz que “mais bem aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Se alguém fechar a mão e não quiser contribuir, como disse Mardoqueu a Ester, “socorro virá de outra parte”. A obra de Deus jamais irá parar porque alguém não contribui. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 83-95. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, Ed. 95, p. 40.

MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, págs. 95,96, 99.

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...