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01 outubro 2021

O MUNDO CULTURAL DE PAULO


Alexandre Magno ou Alexandre, o grande, era um grande estrategista militar e derrotou o império Persa, em 334 a C. Depois conquistou os territórios da Síria e Egito e foi o fundador da cidade de Alexandria. Alexandre foi influenciado pelo grande filósofo grego, Aristóteles. Por isso, os seus ideais eram não apenas dominar os povos pela guerra, mas também espalhar as ideias e a cultura grega por toda parte. Após a morte de Alexandre, em 323 a.C. o seu império foi dividido em três grandes reinos: o Egito, a Síria e a Macedônia. Os seus generais: Selêuco, Lisímaco, Ptolomeu e Cassandro, dividiram o império grego entre si:

Ptolomeu: Governou o Egito, incluindo o Nordeste da África, a Palestina e Arábia.

Cassandro: Governou a Macedônia e toda a Grécia;

Lisímaco: governou parte da Península da Anatólia e da Trácia;

Selêuco: Governou os territórios da Mesopotâmia e Império Persa.

Estas divisões do império enfraqueceram o império grego e possibilitaram o domínio romano. Entretanto, a influência grega foi tão forte e estava tão arraigada pelo mundo, que os romanos a mantiveram. 

Neste contexto, três fatores gregos foram muito importantes na vida do apóstolo Paulo, para a divulgação do Evangelho e expansão do Cristianismo: o idioma universal, a diversidade religiosa e a filosofia grega. 


1. A língua mundial daqueles dias era o grego. Quando nos referimos ao idioma grego, é preciso ter em mente que ele se divide em cinco períodos:

a. Período formativo. Período entre 1500 a.C. até 900 a.C., quando se originaram também os três principais dialetos da língua: o dórico, o eólico e o jônico-ático.

b. Período clássico. De 900 a 330 a.C. Neste período foram escritas as famosas obras literárias, como a Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero e, mais tarde, as obras de Hesíodo, Heródoto e Platão, entre outros. Nesse período iniciou-se o dialeto ático. 

c. Período koinê. Começou a ser usado a partir das conquistas de Alexandre, o grande. A palavra grega koiné vem de Koinonia que significa “comunhão”. Portanto, o grego koiné era a língua comum da população. A versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX), foi traduzida do hebraico para o grego em 250 a. C., no grego koiné. Os escritos do Novo Testamento também foram escritos neste idioma, com exceção do Evangelho de Mateus que foi escrito em aramaico. 

d. Período bizantino. Com a divisão do Império Romano a língua grega foi preservada principalmente em Bizâncio e na Ásia Menor. Nesse período a língua comum passou a ser conhecida como grego bizantino, que é uma continuação do koinê. 

e. Período moderno. A partir da queda do Império Romano oriental, a língua de uso comum nesse período ficou conhecida pelo nome de grego moderno. É o grego falado hoje nas ruas de Atenas. 


Sendo criado e educado em Tarso da Cilícia, Saulo falava e escrevia fluentemente o grego koiné. Como ele era judeu de nascimento, falava também o hebraico e o aramaico, que eram as línguas nativas de Israel, após o cativeiro babilônico. Por ser um cidadão romano, filho de uma família judaica influente, Saulo certamente falava o latim, que era o idioma falado pelos governantes romanos. 

Toda esta variedade de idiomas e fluência do apóstolo Paulo neles, contribuíram significativamente, não apenas na pregação do Evangelho onde ele chegava, mas também para escrever as suas 13 epístolas, que foram escritas no grego koiné. Na atualidade também há uma variedade de línguas e dialetos, que representam um desafio para os missionários e tradutores da Bíblia. 


2. O mundo cultural do apóstolo Paulo. A cultura grega era aberta ao diálogo e à diversidade de ideias. Aliás, a democracia surgiu com os gregos, através do legislador Clístenes.  Antes deles, os reis eram considerados deuses ou representantes deles. Os gregos criaram as cidades-estados, chamadas de "polis". Esta palavra deu origem  à palavra política. 

No campo religioso, havia diversidade religiosa e politeísmo. Os gregos tinham uma infinidade de divindades, uma para cada área: fertilidade, prosperidade, beleza, sabedoria, guerra, etc. Eles acreditavam que no Olimpo, o monte mais alto da Grécia, habitavam vários deuses. Zeus era o líder desses deuses do Olimpo e responsável pelos céus e pela terra. Hera, sua mulher, era a deusa da maternidade. 

Diferente do monoteísmo judaico, onde não se tolerava outros deuses, no politeísmo grego havia a abertura para novas religiões. No Areópago de Atenas, por exemplo, Paulo ficou impressionado com a variedade de altares e deuses pagãos, inclusive, havia um que era dedicado ao "deus desconhecido''.

Essa diversidade religiosa dos gregos, tolerada pelo império romano, facilitou de certa forma, a introdução do Cristianismo por todo o império. Paulo pregava o Evangelho por toda parte aos gentios. A grande perseguição vinha por parte dos Judeus, que viam no Cristianismo, uma seita que ameaçava o Judaísmo. A perseguição e crueldade dos romanos contra os cristãos começou a partir do imperador Nero, que incendiou Roma e colocou a culpa nos cristãos. A partir daí, os cristãos passaram a ser odiados, perseguidos e, brutalmente, torturados e mortos pelo Império romano.

Na atualidade também, embora haja muitas perseguições ao Cristianismo, ainda há liberdade religiosa e diversidade cultural, que favorecem a pregação do Evangelho, principalmente no Brasil. Com sabedoria e estratégias, podemos proclamar o Evangelho aos perdidos. 


3. A influência da filosofia grega. Esta influência politeísta e filosófica greco-romana, no entanto, acabou influenciando o pensamento de muitos cristãos, levando-os a heresias e falsos evangelhos. O gnosticismo, por exemplo, trouxe muitos problemas para as Igrejas, nos dias de Paulo. Este movimento é uma fusão de várias crenças antigas e teve início antes do advento do Cristianismo. A palavra grega “gnosis” significa “conhecimento”. É dela que vem as palavras diagnóstico, prognóstico e outras. O gnosticismo considera o conhecimento como algo necessário para a salvação. São dualistas, pois acreditam que o espírito é essencialmente bom e a matéria essencialmente má. Por esta razão, negavam a humanidade de Cristo. 

Outro movimento que trouxe problemas ao Cristianismo nos dias de Paulo foram os chamados judaizantes, que diziam que os convertidos ao Cristianismo deveriam também guardar a lei e os costumes judaicos para serem salvos. Paulo e Barnabé eram acusados por eles de pregarem contra a Lei. Por isso, foi convocado o primeiro concílio da  Igreja em Jerusalém, para discutir a questão. Ficou decidido pelos apóstolos e anciãos que os Cristão deveriam abster-se de comer sangue, carne sufocada (com o sangue), da prostituição (pecados sexuais) e dos alimentos oferecidos aos ídolos. (Atos 15).

Vemos aqui a necessidade da apologética cristã. Além de pregar o Evangelho aos perdidos  e ensinar as doutrinas bíblicas, a Igreja tem a obrigação de conhecer e lutar contra os falsos ensinos, combatendo-os à luz da palavra de Deus.


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Pb. Weliano Pires


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