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05 novembro 2020

Lição 6: A teologia de Elifaz: Só os pecadores sofrem?


Data: 08 de Novembro de 2020.

TEXTO ÁUREO

 

“Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo” (Jó 4.7,8). (ARC).


Nota sobre o texto áureo:

A palavra "jamais" usada neste texto pela versão Almeida Revista e Corrigida traz certa confusão, pois, está em desacordo com o contexto dos discursos de Elifaz. Veja a tradução da Nova Versão Internacional, que me parece mais adequada:

“Lembra-te: acaso, já pereceu algum inocente? E onde foram os retos destruídos?

Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniquidade e semeiam o mal, isso mesmo eles segam.” (Jó 4.7,8 NVI).



VERDADE PRÁTICA


“Embora transcendente, Deus tem prazer em se relacionar com o homem terreno.” [imanência]


[A transcendência de Deus é um atributo que o torna infinitamente superior a todos os seres que Ele criou e a imanência significa que Ele está acessível e se relaciona com os seres criados]. 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jó 4.1-8; 15.1-4; 22.1-5.


Jó 4


1 — Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

2 — Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras?

3 — Eis que ensinaste a muitos e esforçaste as mãos fracas.

4 — As tuas palavras levantaram os que tropeçavam, e os joelhos desfalecentes fortificaste.

5 — Mas agora a ti te vem, e te enfadas; e, tocando-te a ti, te perturbas.

6 — Porventura, não era o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança, a sinceridade dos teus caminhos?

7 — Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?

8 — Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo.

 

Jó 15

1 — Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

2 — Porventura, dará o sábio, em resposta, ciência de vento? E encherá o seu ventre de vento oriental,

3 — arguindo com palavras que de nada servem e com razões que de nada aproveitam?

4 — E tu tens feito vão o temor e diminuis os rogos diante de Deus.


Jó 22

1 — Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:

2 — Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso.

3 — Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro algum em que tu faças perfeitos os teus caminhos?

4 — Ou te repreende pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo?

5 — Porventura, não é grande a tua malícia; e sem termo, as tuas iniquidades?

 

HINOS SUGERIDOS: 31, 75 e 105 da Harpa Cristã.


INTRODUÇÃO


Relembrando a Lição anterior:


Estudamos na lição passada, O lamento de Jó e discorremos sobre os seguintes pontos: 


  • O início da parte poética do Livro de Jó, que começa no capítulo 3 e vai até ao capítulo 42 e versículo 6. 

  • No auge do seu sofrimento, Jó exprime de forma poética um profundo lamento, extravasando os seus sentimentos;

  • Jó, em profunda angústia, desejou a morte como uma forma de escapar dos sofrimentos terríveis a que foi submetido. Porém, jamais falou em suicídio, ou tentou fazê-lo. Ele desejou que Deus, o autor da vida tivesse evitado o seu nascimento.

  • As três perguntas do lamento de Jó: Por que nasci? Por que não nasci morto? Por que continuo vivo? 

  • O lamento de Jó representa as pessoas que estão em situações de desespero e  não veem nenhuma saída.


Lição 06: A teologia de Elifaz: só os pecadores sofrem? 


Resumo da lição:


  • A partir desta lição, veremos as teorias que os amigos de Jó começam a fazer acerca das calamidades que Jó estava sofrendo.

  • O eixo da teologia de Elifaz é a chamada justiça retributiva. 

  • No primeiro tópico temos a lei da semeadura e colheita: o ser humano colhe o que planta. 

  • O segundo tópico apresenta que a teoria de Elifaz representa a tradição religiosa da época e as palavras de Jó representavam a quebra dessa tradição. 

  • O terceiro tópico faz um paralelo entre um Deus transcendente e o homem finito. Segundo a teologia de Elifaz, Deus não se importaria com as queixas humanas, pois Ele está muito acima do homem. 


I. OS PECADORES NO CONTEXTO DA TEOLOGIA RETRIBUTIVA


1. Quem foi Elifaz. A Bíblia fala de duas pessoas com o nome de Elifaz, cujo nome significa “Deus é forte” ou “Deus é a sua força”. A primeira citação do nome Elifaz, refere-se ao filho de Esaú com Ada, uma de suas mulheres (Gn 36.4,10, 11-16). Este foi o pai dos edomitas. O segundo personagem chamado Elifaz é o amigo de Jó, que é chamado de “o temanita”. Não se trata da mesma pessoa, pois, como já vimos em lições anteriores, Jó viveu na época dos patriarcas, próximo à época de Abraão, que era o avô de Esaú. Logo, não deve ter sido contemporâneo  de um filho de Esaú, que era bisneto de Abraão. 

Temã, a terra de Elifaz, pertencia ao território tribal dos edomitas. Temã era um neto de Esaú, que dera o seu nome a uma região da Iduméia do Sul, que era famosa pela sabedoria. 


2. A teologia de Elifaz. Em seu primeiro discurso, nos capítulos 4 e 5, Elifaz defende a chamada teologia retributiva, segundo a qual, todo sofrimento é uma punição ao pecador e, portanto, os justos não sofrem. É a chamada lei da causa e do efeito. Embora a lei da semeadura e da colheita esteja na Bíblia, isso não é uma regra geral. O apóstolo Paulo disse que “Tudo o que homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). O ser humano, realmente, colhe aqui que planta, mas, não apenas isso. Nós colhemos também o que outras pessoas plantam. Sofremos as consequências das ações de outras pessoas e do Diabo. Além disso, somos submetidos às provações de Deus. Então, Elifaz tem razão quando diz que “...os que lavram iniquidade e semeiam o mal colhem isso mesmo”. (Jó 4.7b). Porém, ele erra quando diz que somente os pecadores sofrem ou que todos os que sofrem é porque pecaram.


3. A queixa de Jó. Evidentemente, Jó se contrapôs às afirmações de Elifaz. O caso de Jó não se enquadrava  na teoria de Elifaz, pois, Jó era um homem justo e, mesmo assim, estava em profundo sofrimento. Jó apelou para Deus, desejando abrir um canal de diálogo com o Todo Poderoso, para que Ele ouvisse as suas queixas. Esta é, sem dúvidas, a melhor atitude a  ser tomada, quando somos incompreendidos e acusados injustamente. Deus é o nosso juiz. 


4. A teoria do carma. A teoria de Elifaz se assemelha ao carma das religiões orientais, presente também no Espiritismo. Segundo estas religiões, o ser humano sofre, para pagar os seus erros em “vidas passadas”. Nessa teologia, não há espaço para Graça de Deus, pois, entendem que todos devem pagar pelos próprios erros, inevitavelmente. Ora, se o sofrimento fosse punição por pecados cometidos, Jesus teria sido o pior dos pecadores.

Infelizmente, esse tipo de discurso tem sido pregado até em Igrejas evangélicas, por pessoas que desconhecem a Palavra de Deus. Há pessoas que pregam que se alguém está sofrendo é porque está em pecado e Deus “está pesando a mão”. 


II. OS PECADORES NO CONTEXTO DA TRADIÇÃO RELIGIOSA


1. Uma teologia engessada pela tradição. O segundo do discurso de Elifaz se apóia na tradição religiosa (Jó 15.1-35). Elifaz acusa Jó de atentar contra a tradição religiosa vigente naquela época, que afirmava que os bons prosperam e os maus sofrem. 

Infelizmente, em nossos dias também, muitas pessoas se apegam cegamente aos dogmas de uma religião, negando a realidade ou acusando pessoas de não terem fé ou de estarem em pecado, por estarem sofrendo. Em vez de avaliarem os seus dogmas à luz da Palavra de Deus, tiram textos bíblicos do contexto, para tentarem justificar as suas teorias. Precisamos ler a Bíblia sem as lentes da nossa denominação. 

2. Jó representava uma ameaça à tradição. Em vez de questionar a falácia dos seus dogmas, Elifaz questiona a sabedoria e o conhecimento de Jó. Elifaz responde à pergunta que ele mesmo levantou, concluindo que, na verdade, Jó não é mais sábio do que eles: “Que sabes tu, que nós não saibamos? Que entendes, que não haja em nós? Também há entre nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai”. (Jó 15.10).

Sempre que houver confronto entre a Palavra de Deus e a tradição religiosa, devemos ficar com a Palavra de Deus. Ela é o único manual de fé e prática do cristão. (Sola Scriptura!). Não é porque a maioria defende uma teoria que ela está correta.  


3. A defesa de Jó. Jó chama os seus amigos de “consoladores molestos” (Jó 16.2). De fato, eles eram péssimos consoladores. Em vez de consolar, acusavam e torturavam psicologicamente àquele que já estava sofrendo horrores. Jó reclamou, mas, não blasfemou contra Deus. As suas palavras devem ser lidas de forma poética e não literal. Jó não estava, de forma alguma, desprezando as coisas sagradas. Ele apelava para um defensor celeste: “O meu intercessor é meu amigo, quando diante de Deus correm lágrimas dos meus olhos.” (Jó 16:20). Assim, de forma profética, Jó prenuncia a vinda de um advogado justo, que é Jesus Cristo. (1 Jo 2.1).


III. OS PECADORES DIANTE DE UM DEUS INFINITO

Em seu terceiro discurso, no capítulo 22, Elifaz apela a transcendência de Deus para atacar Jó. 

1. A transcendência de Deus. A transcendência é o conjunto de atributos de Deus, que o torna infinitamente superior a tudo o que Ele criou. A transcendência de Deus é bíblica. De fato, Deus está infinitamente acima de nós, em todos os aspectos. Ele é Onipotente, Onipresente, Onisciente, Eterno, e Autoexistente. Nós sequer conseguimos compreender a dimensão destes atributos. Elifaz não estava errado ao defender a transcendência de Deus. Ele errou ao ignorar  a imanência de Deus. (Is 57.15)

2. A imanência de Deus. Quando falamos da imanência de Deus, estamos afirmando que Ele está acessível às suas criaturas e se interessa por seus problemas. Deus jamais abandonou a criação à própria sorte. 


CONCLUSÃO


Não há dúvidas, de que há a lei da semeadura e colheita. A Bíblia mostra que aquilo que o homem semear, irá colher. Porém, não podemos nos esquecer da Graça de Deus, que é o favor imerecido, que nos dá aquilo que não merecemos. 

Em meio às lutas, sofrimentos e dificuldades, Deus está conosco. Ele não nos trata segundo os nossos pecados, pois, conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. Deus é longânimo, misericordioso, compassivo e bom. 

Precisamos tomar cuidado ao avaliarmos as causas dos sofrimentos. 

Nem sempre o sofrimento na vida de uma pessoa é uma punição ou consequência de pecado. Pode ser uma provação para nos ensinar e nos fazer amadurecer espiritualmente.


Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério do Belém

São Carlos - SP.

REFERÊNCIAS:
Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020.
CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.55

20 outubro 2020

Lição 4: O drama de Jó

Créditos da foto: Sermão Online (sermao.com.br)

Data: 25 de Outubro de 2020

TEXTO ÁUREO:

“E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 2.21).

VERDADE PRÁTICA:

“A despeito das grandes provações que se abatem em nossa vida, à luz do exemplo de Jó, devemos permanecer fiéis ao Senhor.”

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 1.13-22; 2.6-8.

Jó 1

13 — E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,

14 — que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;

15 — e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.

16 — Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.

17 — Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.

18 — Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,

19 — eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.

20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,

21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

22 — Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Jó 2

6 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida.

7 — Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto do cabeça.

8 — E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.

HINOS SUGERIDOS: 153, 342 e 440 da Harpa Cristã.

COMENTÁRIO

RELEMBRANDO A LIÇÃO ANTERIOR

Vimos na lição passada:

  • A existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade;
  • Satanás não é autoexistente e as suas ações não são autônomas. Ele não é soberano e não conhece o futuro;
  • As obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação;
  • O “ocaso” ou a derrota do Diabo. A partir do capítulo 3 do Livro de Jó, Satanás não é mais mencionado. O Livro mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó. 


RESUMO DA LIÇÃO 04:

  • A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;
  • A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;
  • A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.

I. TRAGÉDIA DE NATUREZA ECONÔMICA

Jó era considerado “o maior de todos do Oriente”, conforme vimos nas lições anteriores. Neste tópico, o comentarista apresenta as dimensões do patrimônio econômico de Jó e como Satanás o destruiu impiedosamente. 

1. O sucesso na esfera comercial. O Livro de Jó é considerado o mais antigo da Bíblia. Portanto, ao ler este livro e outros da Bíblia, precisamos levar em consideração o contexto da época, para entender. Jó possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. No período patriarcal, época em que Jó viveu, a lã das ovelhas era muito usada na produção de tecidos. Os camelos, bois e jumentos eram usados no transporte de carga e de pessoas. Sendo assim, com esta quantidade de animais, podemos concluir que Jó era um grande empreendedor, que pode ser comparado aos grandes empresários da atualidade. 

2. O sucesso na esfera do campo. A economia daquela época era movimentada, na sua maior parte, pela agricultura e pecuária. Com esta quantidade de animais e com muitos empregados, Jó era um grande empreendedor da agropecuária, para os padrões da época. Hoje, com o agronegócio, o patrimônio de Jó parece pequeno. Mas, é preciso ler o texto com a visão daquela época. Para ter tantos animais e tanta gente a seu serviço, Jó necessitava de uma grande extensão de terra.

3. O ataque do Diabo na esfera comercial. O inimigo atingiu em um único dia, todas as fontes de renda de Jó. Através de um fogo que caiu do céu, as ovelhas foram queimadas; os bois e jumentas foram levadas pelos sabeus; e os camelos foram levados pelos caldeus. Sendo assim, de repente, todo o patrimônio de Jó na área comercial estava destruído: a produção de lã e o transporte de cargas e pessoas se tornara impossível, sem os animais e os empregados. 

4. O ataque do Diabo na esfera do campo. Com a destruição dos animais e dos empregados, a produção agropecuária de Jó  também foi inviabilizada. A falência econômica de Jó foi generalizada. Mas, mesmo assim, ele manteve a sua fidelidade a Deus. É preciso ter muito equilíbrio e fé em Deus para não sucumbir em uma situação dessa.

O comentarista faz uma ponderação neste ponto. O inimigo pode ser o responsável pela destruição do patrimônio de alguém, como foi o caso de Jó. Mas, não podemos atribuir todo tipo de problemas econômicos a ele. Existem crises econômicas globais e nacionais, que afetam a economia como um todo, ou apenas alguns setores. Há também os casos de má administração dos negócios. Tem pessoas que não sabem a administrar as suas finanças e, quando quebram, colocam a culpa no Diabo ou em Deus.

II. TRAGÉDIA DE NATUREZA FAMILIAR

Além de perder todo o seu patrimônio de forma rápida e inesperada, Jó também perdeu também a sua família. 

1. Filhos. Num único momento, todos os dez filhos de Jó foram mortos, em um desastre aparentemente natural. Estavam todos reunidos em um banquete, na casa do filho primogênito, quando de repente, veio um vento e derrubou a casa sobre eles e os matou, sobrando apenas um dos servos, para dar a notícia a Jó. (Jó 1.18.19). Se é uma tragédia para um pai sepultar um filho, imagine sepultar dez filhos de uma vez!  

2. Esposa. Em um momento de tragédia, o que se espera é receber o apoio emocional de familiares e amigos. Entretanto, o que Jó recebeu da sua esposa foi a sugestão infame para amaldiçoar a Deus e morrer. (Jó 2.9). 

Alguns tentam minimizar esta frase da mulher de Jó, insinuando que ela estaria sendo irônica, dizendo que Jó estava envolvido demais com a sua fé, enquanto as tragédias se abatiam ao seu redor e que ele deveria deixar de lutar e morrer em paz. 

Outros ainda dizem que ela estaria, na verdade, pedindo para Jó aceitar a morte com naturalidade. Mas, não é isso que o texto diz. 

Entretanto, a resposta enérgica de Jó mostra claramente, que ela estava pedindo para Jó blasfemar contra Deus e morrer. A reação da mulher de Jó às tragédias é a mesma dos adeptos da teologia da prosperidade, que acreditam que aqueles que servem a Deus não podem sofrer. 

3. O fato. O comentarista compara os ventos fortes que destruíram a família de Jó com os ventos que destroem as famílias da atualidade, através do divórcio, drogas, degradação familiar, etc. É verdade, que estas coisas vem destruindo as famílias, porém, os ventos que destruíram a família de Jó foi algo sobrenatural, permitido por Deus, para mostrar a fidelidade dele ao inimigo. Conforme vimos na lição 2, Jó era um um homem piedoso e dedicado à família.

III. TRAGÉDIA DE NATUREZA FÍSICA E PSICOLÓGICA

Após as perdas do patrimônio e da família, abateu-se sobre Jó uma tragédia que atingiu-lhe a saúde física e psicológica. 

1. O Diabo toca na saúde de Jó. Mesmo após destruir todo o patrimônio e a família de Jó, o inimigo viu o seu plano de fazê-lo blasfemar contra Deus, fracassar. Mas, ele não desistiu e insistiu na sua acusação inicial, de que Jó servia a Deus por interesse. Então, sugeriu a Deus, que se fosse permitido tocar na saúde de Jó, ele blasfemaria. Deus permitiu, advertindo-o de que apenas a vida deveria ser poupada. 

2. Saúde física. O texto de Jó 2.6,7 registra que "Satanás feriu a Jó com uma chaga maligna, desde a cabeça até a planta do pé". Eram feridas terríveis, acompanhadas de pus, que provocavam coceiras por todo o corpo, e fizeram Jó usar um caco de telha de barro para se coçar. 

O local para onde Jó foi, o monte de cinzas, também era deplorável. Segundo estudiosos, tratava-se de um depósito de lixo, onde doentes mentais e pessoas rejeitadas pela sociedade pediam esmolas aos que passavam. Havia também nesse local, cães e aves de rapina que disputavam comida. 

3. Saúde mental. Evidentemente, diante de tantas perdas, traumas e sofrimentos, a saúde mental de Jó também foi abalada. Qualquer pessoa, por muito menos, desenvolveria um estado de depressão profunda, síndrome do pânico e outras doenças psicológicas. No capítulo 3, ele faz um profundo lamento, amaldiçoando o dia do seu nascimento.

CONCLUSÃO

Com esta lição aprendemos que o cristão não está imune aos sofrimentos e às perdas de qualquer natureza nesta vida. Deus nunca prometeu ausência de sofrimentos nesta vida. Jesus disse que "no mundo teríamos aflições" (Jo 16.33). Mas, Ele prometeu-nos a sua companhia (MT 28.20). 

Jó, mesmo sendo fiel a Deus, perdeu o seu patrimônio, a sua família e foi submetido aos mais dolorosos sofrimentos físicos e psicológicos. Mas, ele manteve a sua integridade e fidelidade a Deus. Que possamos seguir o seu exemplo e nos mantermos fiéis a Deus em qualquer circunstância da nossa vida. 


Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP. 


REFERÊNCIAS:

Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.30 
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.10.
ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.85.


13 outubro 2020

Lição 3: Jó e a realidade de Satanás




Data: 18 de Outubro de 2020

TEXTO ÁUREO:


“E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6).


VERDADE PRÁTICA:


“Segundo as Escrituras, Satanás é um ser real, portador de personalidade e só o venceremos com as armas espirituais.”


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Jó 1.6-12; 2.4,5.

 

Jó 1

6 — E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.

7 — Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.

8 — E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.

9 — Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde?

10 — Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra.

11 — Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face!

12 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.


Jó 2

4 — Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.

5 — Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!


HINOS SUGERIDOS: 212, 224 e 225 da Harpa Cristã.


RECORDANDO A LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada estudamos:


  • Os aspectos do caráter irretocável de Jó: Jó era um homem íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. Vimos o que significa cada uma destas virtudes.

  • A sabedoria e a prosperidade de Jó. Jó era um conselheiro sábio. Mas, a sua sabedoria consistia no “ser” e não no “ter”, apesar dele ser muito rico. Jó era não apenas rico, ele era também próspero. 

  • A vida piedosa de Jó. Jó era um homem que tinha um elevado padrão moral e uma vida dedicada à família e consagrada a Deus. 


Introdução à Lição 3


Estudaremos nesta lição, a existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade, mas, que não é autoexistente. As suas ações não são autônomas. Satanás não é soberano e não conhece o futuro. 

No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação. Porém, o Diabo não saiu vencedor nesta luta. O Livro de Jó mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó.


I. O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS


A palavra Satanás significa “adversário”. Segundo o teólogo Myer Pearlman, essa palavra descreve a intenção persistente do Diabo em obstruir os propósitos de Deus. No grego, foi usada a palavra “diabolos”, que significa “acusador”.


1. Um ser espiritual. O Livro de Jó nos traz muitas informações sobre a natureza de Satanás. A expressão “filhos de Deus” usada no versículo 6 do capítulo 1, refere-se aos anjos e diz que “Satanás veio também, entre eles.” Os anjos são seres espirituais, assexuados, criados por Deus, antes da criação do seres humanos. O Livro de Ezequiel capítulo 28, versículos 14 e 15, referindo-se a Satanás, antes da sua queda diz que ele “querubim ungido” perfeito em seus caminhos e que estava rodeado de pedras preciosas, até ao dia em que se achou iniquidade nele. O profeta Isaías, no capítulo 14, a partir do versículo 12 também fala de Satanás antes da queda e porque ele caiu. O  texto diz que ele quis ser semelhante ao Altíssimo e construir a sua morada acima das estrelas. Mas, foi expulso do céu. Então, Satanás é um ser angelical da classe dos querubins, que pecou e foi expulso do Céu. 


2. Um ser criado. Como todos os anjos, Satanás é um ser criado por Deus. Os anjos são seres poderosos, mas, não são autoexistentes, não possuem autonomia e não devem ser adorados. Infelizmente, no meio pentecostal e neopentecostal há pessoas que valorizam os anjos mais do que ao próprio Jesus. Se falamos que Jesus está conosco, a reação de alguns crentes é normal. Mas, quando alguém diz que tem um anjo na congregação, tem gente que falta ser arrebatado.

Satanás como ser criado não pode lutar contra Deus, como se fosse igual a Ele. Há pessoas que pregam um dualismo entre o bem e o mal, como se houvesse uma luta entre dois reinos. Ora, Deus é soberano e tem o controle de tudo. O inimigo só pode agir até onde Deus permitir.


3. Um ser dotado de personalidade. Para ser considerado pessoa é preciso que haja três características: sentimento, vontade e intelecto. Satanás possui estas três e, por isso, ele é um ser espiritual dotado de personalidade. Ele possui conhecimento e capacidade de argumentar. Além disso, ele é perspicaz e ardiloso, com grande capacidade para enganar e iludir os incautos. Não devemos temer ao Diabo, mas, não podemos brincar com ele. 


II. O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS


1. Dor e sofrimento. No prólogo do Livro de Jó, podemos ver que Satanás é capaz de provocar dor e sofrimento no ser humano, sem nenhuma razão, única e exclusivamente, para atingir os seus intentos malignos. (Jó 1.12; 2.6). Ele destruiu impiedosamente, o patrimônio, os filhos e a saúde de Jó, causando-lhe profunda dor emocional e física. 

As maldades que acontecem no mundo tem origem nele. Jesus disse que ele foi homicida desde o princípio e que é mentiroso e pai da mentira. (Jo 8.44). O apóstolo Pedro disse que “o diabo anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.” (1 Pe 5.8).


2. Acusar. Como mostramos no tópico 1, Satanás é o adversário. Mas, além de ser adversário e causador de grandes desgraças e sofrimentos, ele é também o acusador dos santos. Ele acusou a Jó diante de Deus de praticar uma religiosidade interesseira (Jó 1.10,11); Acusou o sumo sacerdote Josué (Zc 31); Quis cirandar com Pedro (Lc 10.31,32); e em Ap 12.10 a Bíblia mostra o Diabo acusando os santos de dia e de noite.  


3. Tentar. Outro  aspecto da ação do Diabo é tentar os servos de Deus. É preciso destacar que há uma diferença entre tentação e provação. A tentação é a ação do inimigo para fazer com que as pessoas pequem. Tiago diz que Deus não pode ser tentado e a ninguém tenta. (Tg 1.13). A provação, por sua vez, é quando Deus permite que passemos por algum sofrimento ou dificuldade para nos ensinar algo, para nos fazer crescer espiritualmente e nos aproximar dele. 

Nós estamos sendo constantemente observados pelo Diabo e seus anjos. Por isso, ele sabe das nossas fragilidades e nos tenta exatamente onde somos fracos. Por isso, precisamos vigiar e nos fortalecer no Senhor e na força do Seu poder. (Ef. 6.10)


III. O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS


1. Queda e ruína de Satanás. Literalmente, a palavra ocaso refere-se ao pôr do sol, ou ao momento do dia em que o sol não mais aparece no horizonte. Em sentido figurado, o ocaso é a decadência, perda de poder e de influência de alguém. 

O Diabo tentou levar Jó a blasfemar contra Deus. Para isso, causou-lhe os mais dolorosos sofrimentos. Mas, ele não conseguiu o seu intento. O seu plano maligno falhou e a partir do capítulo três de Jó até o final do livro, ele não é mais citado. Não devemos subestimar a ação do Diabo, mas, também não devemos superestimá-lo e colocá-lo como protagonista, pois, maior é Aquele que está em nós. 


2. Jó e o testemunho de Deus. O Livro de Jó tem início com a fidelidade de Jó. Depois, retrata todas agruras que ele sofreu. Mas, termina com a sua vitória avassaladora. Deus deu testemunho da fidelidade de Jó, tanto antes da sua aflição, quando disse ao inimigo que Jó era sincero reto, temente a Deus e se desviava do mal (Jó 1.8; 2.6); quanto no final da sua aflição, quando Deus deu testemunho de Jó aos seus amigos (Jó 42.7,8).

Em todos os momentos, Deus estava com Jó, embora não falasse. Deus trabalha também no silêncio. Ele não promete nos livrar de todas as aflições, mas, promete estar conosco em todos os momentos.


CONCLUSÃO


Não podemos ignorar ou subestimar a realidade das forças do mal no mundo espiritual (Ef 6.10-20). O Diabo e os seus demônios existem e tem grande fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta. Ele anda em derredor, bramando como leão buscando a quem possa tragar. Jesus nos alertou para vigiarmos, pois, o espírito está pronto mas, a carne é fraca. Até Jesus foi tentado pelo inimigo.

Por outro lado, não podemos superestimar o poder de Satanás, achando que ele tem um poder equivalente ao de Deus. Deus é criador, soberano, onipotente, eterno, onipresente e autoexistente. O Diabo é criatura, limitado  e não pode fazer o que quiser. Ele só pode agir até onde Deus permite. 


Pb. Weliano Pires

Igreja Evangélica Assembléia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos -SP.


REFERÊNCIAS: 

REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020. Comentarista: Pr. José Gonçalves. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020.Comentarista: Pr. José Gonçalves. 

BÍBLIA SAGRADA. Versão Almeida Revista e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil: Barueri, 2009.

CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. pp.27-28



28 setembro 2020

A HISTÓRIA DE JÓ: POR QUE SOFRE O JUSTO?

Na terra de Uz, no Oriente
Um homem reto e temente a Deus
Vivia com a esposa e os filhos seus
Este homem era rico e potente
Era respeitado e proeminente.
Desviava-se da maldade
Portava-se com integridade
Pelos seus filhos intercedia
E sacrifícios a Deus oferecia
Pelas suas iniqüidades.

Tinha animais para o servir
Sendo o mais rico do Oriente
Jamais passou por sua mente
O que viria logo a seguir
Dores e aflição iria sentir
No Céu houve uma reunião
Todos os anjos em adoração
Satanás, veio disfarçado
Entre os anjos infiltrado
Contra Jó, fazer acusação

Mas, Deus lhe interrogou:
- De onde é que você veio? 
- Fazendo os meus passeios.
O tentador, de imediato replicou.
- O meu servo Jó, você notou?
Contra o oponente inquiriu.
O Senhor, o diálogo prosseguiu: 
-Comigo, ele sempre andou!
Do mal, ele sempre se afastou.
Alguém como ele, jamais se viu

O diabo ficou inconformado
Com o testemunho que ouviu
De acusar a Jó, ele não desistiu.
Insinuou que Jó era comprado
Por isso não havia blasfemado.
Deus, então, permissão lhe deu
Para tirar tudo o que era seu
Apenas a vida teria que poupar
Em Jó, ele não poderia tocar.
E depressa, o diabo correu. 

Tragédias sobrevieram a Jó:
Um acidente, os seus filhos matou
O fogo, suas ovelhas queimou.
O inimigo lhe feriu sem dó
Até a esposa o deixou só.
- Você ainda vai permanecer?
Deve amaldiçoar e morrer!
- Deus me deu e Deus tirou.
Disse Jó e a Deus adorou.
- Bem e mal tenho que receber.

No Céu, nova reunião aconteceu
Surge o diabo desconfiado
Por Deus, ele foi questionado
Sobre Jó e o que ele sofreu:
- Você viu que Jó não esmoreceu?
O inimigo não se conformou
E nova estratégia tentou:
- Pela saúde, o homem tudo dá
Toque nele e blasfemará.
Deus, então, lhe autorizou.

O diabo, então, a Jó feriu
Com uma doença terrível
Provocando-lhe dor horrível
Como ninguém jamais viu
Grande aflição Jó sentiu
Um caco de telha Jó pegou
Com ele, as feridas raspou.
Em meio ao grande sofrimento.
Jó amaldiçoou seu nascimento.
Mas, contra Deus, não blasfemou 

Os seus "amigos" apareceram
Para com ele se solidarizarem
Por sete dias, sem nada falarem
Por causa da dor emudeceram
Simplesmente, se condoeram.
O primeiro, Elifaz, o temanita
A seguir, Bildade, o suíta
Cada um, vindo de uma região
Vieram estender-lhe a mão
Também Zofar, o naamatita.

Passados sete dias, falaram
Cada um, tinha algo a dizer
Mostrando-lhe o seu parecer
Com as palavras que falaram
Muito insensíveis se mostraram.
Elifaz, por sua vez, acreditava
Que Jó sofria, porque pecava
- O justo sempre vai prosperar!
Dizia Bildade, sem raciocinar
Que mesmo sendo justo, Jó penava.

Zofar, falou sobre o Criador
Disse que Deus é transcendente
Mas, esqueceu que Ele imanente
Deus é muitíssimo superior
Mas, Ele também vê a nossa dor.
Zofar pregou o que diz o deísmo
Baseando-se no seu achismo
Que Deus não age ou intervém
No que às suas criaturas sobrevém
Isso seria puro determinismo.

Por fim, o jovem Eliú apareceu
E também começou a falar
Expondo seu modo de pensar.
Sem titubear, Eliú repreendeu
E aos outros amigos esclareceu
Falou-lhes que o sofrimento
Nem sempre é um julgamento
Por alguma coisa que fizemos
Através dele nós aprendemos
A viver com contentamento.

Após longos pronunciamentos
Deus, enfim, a Jó se manifestou
E muitas perguntas lhe formulou
Fazendo-lhe questionamentos
Sobre a criação e fundamentos
Jó, é claro, não soube responder
Humilhou-se e não quis se atrever
A discutir com o seu criador
Pois, como poderia o pecador,
Questionar a quem tem todo poder?

Jó, então, pelos amigos orou
E Deus, a sua oração ouviu
Na sua situação interviu 
E aquele cativeiro virou
O seu patrimônio duplicou.
Daquela doença foi curado
Por seus amigos foi consolado
Teve filhos, genros e noras
Muito mais que os de outrora
Em tudo, Jó foi abençoado.

Termina assim esta história
Um exemplo de superação
De dor, perdas e grande aflição
Para ficar em nossa memória
Que após a luta, vem a vitória.
Com a vida de Jó aprendemos
Que nesta vida quando sofremos
Não é só por pecado ou punição
Pode ser também uma provação
No final, a vitória teremos.

(Weliano Pires)


VENCENDO OS DIAS MAUS

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