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22 março 2022

A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL - Parte 2


Parte 2: O currículo adotado

A palavra currículo vem do vocábulo latino "curriculum", que significa "pista de corrida". "Curriculum" era uma trilha com orientações para os corredores até chegarem ao seu objetivo final. A palavra passou a ser usada na educação, em sentido figurado, pois se refere à trajetória a ser percorrida pelo educando durante os seus estudos.


Em todo sistema educacional há um currículo a ser ensinado. O professor não pode chegar na sala de aula e ensinar aquilo que tiver vontade, embora alguns atualmente queiram fazer isso, fazendo política partidária e militância anti-cristã. Há um currículo elaborado previamente, que deve ser ensinado pelo professor aos seus alunos. 


Com a Escola Dominical não é diferente. Temos o nosso livro texto que é a Bíblia Sagrada e temos as revistas para todas as faixas etárias, que formam o currículo para os alunos da Escola Dominical. Todo o currículo produzido pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD) é submetido à Consultoria doutrinária e teológica da casa, que hoje está sob a liderança do Pr. Elienai Cabral, e ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), para avaliar se está de acordo com a ortodoxia bíblica. 


O saudoso pastor Antonio Gilberto estabelece as seguintes considerações sobre o currículo da Escola Dominical:

(1) Deve abranger os principais assuntos bíblicos necessários ao conhecimento e à experiência do crente; 

(2) Deve ser devidamente dosado, visando ao desenvolvimento de uma vida cristã ideal e uma personalidade cristã que em tudo honre a Cristo, perante a Igreja e o mundo; 

(3) Deve ser um currículo graduado, mas também, ao mesmo tempo inter-relacionado, por ser a vida cristã um todo indivisível.


Embora seja semelhante aos currículos das escolas seculares, o currículo da Escola Dominical tem algumas diferenças. Segundo o Pr. Claudionor de Andrade, o currículo da Escola Dominical precisa ser bíblico (ter a Bíblia como livro texto), evangélico (apresentar Jesus como o único Salvador, através do seu sacrifício na Cruz), profético (Proclamar contra o pecado e conduzir as pessoas a Deus) e devocional (levar o aluno à comunhão com Deus). Nenhum pensamento filosófico, científico, ou mesmo teológico pode estar acima ou no mesmo nível da Palavra de Deus em um currículo evangélico. 


A CPAD, de fato, produz um currículo bíblico, evangélico, profético e devocional, conforme vimos no ponto anterior. Entretanto, na minha opinião como professor da Escola Dominical há 21 anos, formado no magistério, a divisão de classes levando em conta apenas a faixa etária não é a mais adequada. Neste modelo podemos ter pessoas na classe de adultos, que têm graus de instrução e teológico absurdamente distantes.


Da mesma forma, nas classes de jovens, juvenis, adolescentes e juniores, podemos ter também jovens e adolescentes na mesma sala, talvez com com o mesmo grau de instrução secular, porém com experiências na fé muito distantes. Um jovem filho de crentes, nascido e criado na Igreja, é muito diferente de um jovem, cujos pais não servem a Deus, que não teve nenhuma convivência na Igreja, chegou há menos de um ano e não conhece nada da Bíblia. 


Outro problema que eu vejo no currículo é que não há uma formação continuada e avaliações periódicas. Isso acontece apenas nas classes de discipulado, primários, juniores e adolescentes. Nas classes de juvenis, jovens e adultos, não há uma continuidade de estudos de acordo com o tempo de permanência do aluno. Recentemente, eu publiquei aqui uma análise sobre os currículos e metodologia de ensino da Escola Dominical em nossas Igrejas. Evidentemente, não é uma análise técnica pois, não sou especialista no assunto. É apenas o meu ponto de vista como professor, baseado na minha experiência e observação.


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CETADEB – Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil. pág. 13-15.

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Pb. Weliano Pires


27 janeiro 2019

O esvaziamento dos cultos de ensino nas Assembleias de Deus

Os cultos de ensino ou de doutrina são uma característica das Assembleias de Deus no Brasil, desde a sua fundação. No início da denominação, não havia cursos teológicos. Por isso, um dos cultos da semana era destinado ao ensino da Palavra de Deus. No culto de ensino, iniciava-se com um período maior de oração, cantava-se um ou dois hinos e durante uma hora ou mais, o pastor trazia um estudo bíblico para a Igreja.

Dois meses após a fundação da Assembléia de Deus, foi realizada a primeira aula da Escola Dominical em Belém (PA) e em 1930 foi lançada a Revista Lições Bíblicas pela CPAD. Foram criadas também as Escolas Bíblicas de Obreiros (EBO) para ensinar sistematicamente a Palavra de Deus aos obreiros. Estes trabalhos de ensino sempre foram muito bem frequentados. Era uma exigência para os candidatos ao ministério, a participação nos cultos de ensino e na Escola Dominical.

Infelizmente, nos últimos anos, esta realidade vem mudando. Tanto os cultos de ensino como a Escola Dominical estão cada vez mais vazias. Em muitos lugares, até mesmo obreiros não frequentam os cultos de ensino e Escola Dominical. Como consequência, temos cada vez mais, crentes raquíticos, sem firmeza espiritual e que abraçam ventos de doutrinas e inovações teológicas.

A meu ver, algumas razões contribuem para este esvaziamento:

1. Deturpação da mensagem do Evangelho. Em muitos púlpitos não se prega mais o Verdadeiro Evangelho de Cristo. Com o objetivo de ser politicamente correto e não espantar o povo, muitos pregadores pregam 'outros evangelhos", como a teologia da prosperidade, a confissão positiva, o triunfalismo, etc. Isso, evidentemente, traz para a Igreja, pessoas com outros interesses, que não é renunciar tudo e seguir a Cristo e sim, obter vantagens pessoais. Esse tipo de pessoa não se interessa em conhecer a palavra de Deus, porque esta contrasta os seus interesses escusos.

2. Pessoas com "comichão nos ouvidos". Existem pessoas que estão sempre em busca de novidades e revelações. Estas pessoas acham o ensino bíblico antiquado e procuram 'coisas novas'. Andam de campanha em campanha, buscando 'profetadas' e 'revelamentos'.

3. Despreparo para o ensino bíblico. Se por um lado, muitos crentes não se interessam em aprender a Palavra de Deus, por outro lado, muitos pastores e professores de Escola Dominical, não tem a mínima condição de ensinar, pois, também não aprenderam. A Bíblia diz que os bispos e presbíteros devem estar "aptos para ensinar". Mas, há pastores e professores que nunca leram a Bíblia toda e não se preparam para ensinar. No tempo destinado ao ensino da Palavra de Deus contam histórias e falam coisas indevidas.

4. Uso de linguagem inadequada. Há pessoas que até possuem conhecimento bíblico para ensinar, mas, usam linguagem vulgar e grosseira, que machuca os ouvintes. Ninguém gosta de ouvir pessoas que são grosseiras no falar e inconvenientes. Já vi muitos casos de pessoas que arrumaram confusão, por causa de palavras e exemplos usados durante a pregação. Púlpito não é lugar para indiretas, zombarias, ou piadas.

5. Extrapolação do horário. Via de regra, os cultos na Assembleia de Deus devem terminar às 21h00. Com os avisos, às vezes passam alguns minutos. Mas, alguns pastores quando estão pregando, esquecem do horário, principalmente, nos cultos de ensino, onde o tempo destinado à mensagem deve ser maior, por se tratar de ensino e ser necessário uma exposição mais abrangente. Ora, se precisam de mais tempo para ensinar, deveriam cantar menos, aproveitar mais o tempo e não extrapolar o horário do final culto. Já vi pastores estenderem a mensagem até às 21h40. Ora, se para de pregar às 21h40 ou mais e ainda vai dar avisos e orar, o culto irá terminar próximo das 22h00. Alguns irmãos moram longe, dependem de ônibus ou vão a pé e no dia seguinte, precisam acordar cedo. Sendo assim, preferem não ir ao culto a sair antes do término.

Conclusão

Precisamos ensinar a Palavra de Deus à Igreja e trazer de volta os crentes aos nossos cultos de ensino e à Escola Dominical. Para isso, precisamos nos preparar para ensinar, ser prudentes no falar e fazer bom uso do tempo. Um bom livro de homilética pode nos ajudar. 

Pense nisso!

Pb. Weliano Pires

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INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE  Depois de estudar um trimestre muito esclarecedor sobre apologética cristã, teremos neste 2° Trimestre de 2025, ter...