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16 maio 2024

MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA

(Comentário do 2º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos que a murmuração impediu que a geração que saiu do Egito entrasse na terra prometida. Veremos que a murmuração dos Israelitas começou contra a liderança que Deus escolheu. Na sequência, veremos que a murmuração foi também dirigida ao próprio Deus. Por último, veremos que a murmuração é muito perigosa, pois ela se configura em um ato de extrema impiedade contra Deus, e revela falta de fé e ingratidão. 


1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus. O primeiro alvo das murmurações do povo de Israel foram os líderes, que Deus escolheu para libertá-los da escravidão no Egito e conduzi-los à terra prometida. Quando lemos o relato das murmurações desse povo, fica a impressão de que Moisés e Aarão foram lá por conta própria e os forçaram a deixar o Egito. 


Entretanto, quando lemos o início do Livro de Êxodo, vemos que, após a morte de José e de seus irmãos, o povo de Israel foi escravizado pelos egípcios. Para deter o seu crescimento, Faraó deu ordem para as parteiras matarem todos os bebês do sexo masculino que nascessem. As parteiras temeram a Deus e descumpriram esta ordem absurda. O rei do Egito não desistiu e ordenou que jogassem no rio, os meninos que nascessem do povo de Israel. 

Nesse contexto de escravidão e crueldade nasceu Moisés. Deus o salvou milagrosamente da morte quando nasceu e ele foi criado pela filha de Faraó, como se fosse da família real. Entretanto, Moisés foi amamentado e cuidado por sua própria mãe durante a infância e sempre soube que era israelita. 

Na idade adulta, ele matou um egípcio para defender os seus irmãos e teve que fugir para não ser morto por Faraó. Moisés fugiu para Midiã, casou-se por lá e foi apascentar as ovelhas do seu sogro no deserto de Midiã. Aquele que fora instruído em toda a ciência do Egito e criado como um membro da família real, passou quarenta anos vivendo nas montanhas e cuidando de ovelhas. 

Neste período em que Moisés estava em Midiã, sem ter nenhum contato com o seu povo no Egito, a escravidão e a opressão contra Israel continuaram. Não aguentando mais o sofrimento, o povo gemeu e clamou ao Senhor: “E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão.” (Êx 2.23). 

Após este clamor, Deus ouviu o gemido do povo, atentou para a sua aflição e decidiu libertá-los da escravidão. Deus já havia prometido isso a Abraão, duzentos e quinze anos antes do povo ir ao Egito. (Gn 15.13,14). Agora, Deus iria cumprir a Sua promessa feita a Abraão. 

Deus apareceu a Moisés, do meio duma sarça que pegou fogo e não se consumia, estando ele no Monte Horebe, e chamou-o para libertar Israel da escravidão no Egito (Êx 3.1-10). Moisés, evidentemente, sentiu-se incapaz de realizar tão grande tarefa e relutou bastante com Deus para não ir. Mas não teve jeito, Deus escolheu ele mesmo. Ele argumentou que não sabia falar e Deus falou que o seu irmão Aarão seria o seu porta-voz. 

Deus falou também com Aarão e o enviou ao encontro de Moisés. De volta ao Egito, Moisés encontrou Aarão e contou-lhe tudo o que Deus lhe falou. Em seguida, reuniram os anciãos de Israel e contaram também a eles o que Deus havia falado. Moisés fez os sinais que Deus lhe ordenaram perante eles e o povo creu que realmente Deus os havia enviado para livrá-lo da escravidão. 

A partir daí, o povo de Israel presenciou uma série de milagres de Deus contra o Egito e a favor deles. Não havia nenhuma dúvida de que Deus havia chamado Moisés e Aarão para libertá-los da escravidão e conduzi-los a terra prometida. Entretanto, nas murmurações o povo se levantou contra os líderes que Deus escolhera, acusando-os de os terem tirado do Egito para morrer no deserto. Esta atitude, além de ser covarde e ingrata contra Moisés, era um ato de incredulidade e rebeldia contra Deus.

O mesmo acontece na Nova Aliança com muitos crentes que entram pelo caminho da murmuração. Estas pessoas esquecem que foi Deus quem deu pastores à Igreja (Ef 4.11) e se levantam contra eles: falam mal, caluniam, desobedecem, afrontam e tornam o seu trabalho mais árduo do que já é. Muitos pastores até adoecem com esse tipo de coisa. A Palavra de Deus nos ordena a obedecer aos nossos pastores (Hb 13.17) e a tê-los em grande estima (1 Ts 5.12,13). Ninguém se engane, Deus julgará severamente estes murmuradores. 


2. A murmuração contra Deus. As palavras do povo de Israel foram agressivas contra Deus e demonstraram enorme ingratidão da parte deles. Conforme falamos acima, eles eram escravos no Egito, suspiraram por causa daquela opressão e clamaram a Deus por socorro. Deus os libertou com forte mão, humilhando o poderoso exército de Faraó diante deles. Agora, dois meses após a saída do Egito, eles ousam dizer que preferiam ter morrido no Egito, pois lá, segundo eles, sentavam-se junto às panelas de carne e comiam pão até se fartar. Ora, esta nunca foi a realidade dos escravos em lugar algum! E ainda que fosse, o que eles viveram no Egito foi cruel! Eles trabalhavam duro, eram espancados e ainda viam os egípcios matarem os seus filhos recém-nascidos. 

Deus os libertou da escravidão, abriu o mar para eles passarem, uma coluna de nuvem que protegia do calor durante o dia, uma coluna de fogo os protegia do frio a noite e muitos outros beneficios. Mas, na primeira dificuldade, eles abrem a boca para murmurar e afrontar a Deus dessa maneira! Não aprenderam nada com o seu pai Abraão, que saiu da sua terra, em obediência a Deus, passou por muitas dificuldades e provações, mas nunca murmurou. 

O Senhor atendeu a exigência deles e lhes deu o Maná, um alimento que caía diariamente do Céu, com exceção do sábado. Entretanto, Deus deixou claro para eles que contemplou as suas murmurações. O nosso Deus é bondoso, misericordioso e compassivo. Se nos humilharmos diante dele nos momentos de dificuldade, Ele nos atende e nos socorre. Se em vez de murmurar, eles tivessem clamado a Deus como fizeram no Egito, Deus teria atendido. 


3. Por que é perigoso murmurar? A murmuração, conforme já vimos, não se trata apenas de uma simples queixa ou reivindicação de alguma coisa. O próprio Moisés reclamou com Deus, achando pesado o seu cargo. Mas, no caso da murmuração, trata-se de um ato de rebeldia e extrema impiedade contra Deus. É também um ato de ingratidão contra Deus, que se origina na incredulidade. Quem confia em Deus e o serve de verdade, jamais encontra motivos para murmurar, pois sabe que Deus está no controle de tudo e ouve o nosso clamor, se oramos a Ele. 

Conforme colocou o comentarista, a murmuração torna o ser humano cego diante de Deus e impede que ele veja aquilo que Deus já fez. Israel, por exemplo, foi a nação que mais presenciou milagres. Nenhuma nação experimentou tantos milagres naquela época como o povo de Israel. 

A murmuração os fez esquecer de tudo o que Deus fez por eles e sentir saudades da escravidão no Egito. Além de murmurarem quando faltou água e pão, reclamaram até do Maná que Deus deu, desprezando este alimento que Deus mandava diariamente de graça, chamando-o de “pão vil” (Nm 21.5). 

Nos dias atuais também muitos crentes fazem isso, reclamando de tudo o que Deus deu. Reclamam do marido, da esposa, dos filhos, do trabalho, da Igreja, do pastor, do professor da Escola Dominical, do Superintendente, dos hinos, do uniforme do conjunto, etc. Estas pessoas precisavam passar um período em alguns países pobres, para aprenderem a valorizar o que tem.

Em muitas cidades não existe água potável, esgoto, hospitais, escolas, etc. Muitas crianças morrem de desnutrição de doenças que poderiam ter sido evitadas, se houvesse saneamento básico e alimentação adequada. Em muitos países, as guerras deixam milhares de mortos, órfãos, viúvas e pessoas mutiladas. Em relação ao Evangelho, em muitos países é crime ser cristão e a pessoa pode ser presa ou morta a qualquer momento por causa da sua fé. Enquanto isso, aqui no Brasil, muitos tem de tudo e murmuram. 


O hino 546 da Harpa Cristã nos dá uma orientação importante para mudar esta postura de reclamação: 


Conta as bênçãos! dize quantas são

Recebidas da divina mão!

Vem dizê-las, todas duma vez

E verás, surpreso, quanto Deus já fez!


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 39.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, p.11

Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.175.


15 maio 2024

A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA

(Comentário do 1º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos sobre a murmuração na Bíblia, trazendo o conceito de murmuração em hebraico e grego. Veremos alguns exemplos de pessoas que murmuraram, no Antigo e no Novo Testamento, e as consequências deste pecado para o povo de Deus. Por último, falaremos do crente murmurador, que está sempre descontente, e se transforma em um instrumento do maligno contra a Obra de Deus. 


1. O que é murmurar? O que significa murmurar? Qual é o sentido de murmuração na Bíblia? Por que está prática é considerada um pecado tão grave? É sobre isso que falaremos neste tópico. Segundo o dicionário Michaelis da língua portuguesa, a palavra murmurar tem quatro significados: 

1. Produzir murmúrio ou rumor sussurrante; murmurejar, rumorejar, sussurrar; 

2. Dizer algo em voz baixa, em sussurro, como que revelando um segredo; segredar, tugir; 

3. Manifestar descontentamento; queixar-se em voz baixa; lamentar-se, lamuriar-se, queixar-se; 

4. Falar contra (alguém ou algo); apontar faltas; criticar em tom de censura. 


Pelas definições acima, do dicionário, não parece ser algo tão grave. As duas primeiras definições não se aplicam ao sentido que estamos estudando. As definições três e quatro estão mais próximas do sentido bíblico de murmuração, pois trazem a ideia de manifestar descontentamento e queixar-se contra alguém.


Entretanto, o sentido bíblico de murmuração vai muito além de um simples descontentamento ou queixa. Há casos de descontentamentos e queixas que a pessoa tem razão de reclamar, pois está falando contra algo que está errado. A Bíblia não condena isso e não nos recomenda a sermos coniventes com o erro. Ao contrário, os profetas de Deus foram levantados por Ele para confrontar reis e autoridades religiosas e denunciar os seus crimes e pecados. Por causa disso, muitos foram perseguidos e até mortos. 


Conforme o comentarista colocou, o Antigo Testamento usa duas palavras que foram traduzidas por murmurar: a primeira é o verbo liyin, que significa resmungar, reclamar e murmurar, usada em Números 14.36: “E os homens que Moisés mandara a espiar a terra e que, voltando, fizeram murmurar (Heb. Liyin) toda a congregação contra ele, infamando a terra”. A Nova Versão Transformadora (NVT) traduziu esta palavra por “intimaram a rebelião”. 


A segunda palavra hebraica usada para se referir à murmuração é o substantivo higgayown, que significa meditação, música solene, pensamento, ou conspiração. Este substantivo é usado no texto de Lamentações 3.62:os lábios dos que se levantam contra mim (Heb. higgayown) e as suas imaginações contra mim todo o dia.” A Nova Versão Transformadora (NVT) traduziu a expressão “se levantam contra” por “conspiram”. 


No texto grego do Novo Testamento aparece  o verbo goggúzō, que significa murmurar, resmungar, queixar-se, dizer algo contra em um tom baixo e confabular secretamente. O texto de João 7.32, diz que “Os fariseus ouviram que a multidão murmurava (Gr.goggúzō) dele essas coisas...”. O contexto descreve que a multidão discutia entre si, se o Messias quando viesse faria mais sinais do que Jesus. Então, murmurar aqui discutir uma questão em som baixo sobre alguém, para que a pessoa não ouça. 


No texto de Atos 6.1, Lucas usa a mesma palavra para dizer que houve murmuração dos cristãos judeus de fala grega, contra os judeus que viviam em Israel, por causa da distribuição de ajuda às viúvas, que segundo eles, era injusta. A reclamação era justa. Tanto que os apóstolos se reuniram para discutir o assunto e foram instituídos os diáconos. Entretanto, em vez de procurar os apóstolos para resolver o problema, murmuravam entre eles, comprometendo a unidade do povo de Deus. 


Já no texto de 1 Coríntios 10.10, o apóstolo Paulo usa o  verbo grego goggúzō,  traduzido por murmurar, no mesmo sentido do Antigo Testamento: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.” No contexto, ele estava falando para não colocar o Senhor à prova. É esse tipo de murmuração que é duramente condenada na Bíblia, a reclamação contra o Senhor e contra os seus servos, por puro descontentamento e rebeldia. 


2. O comportamento dos murmuradores. A prática da murmuração sempre esteve presente no meio do povo de Israel, desde o Egito, pois era um povo ingrato, rebelde e obstinado. Antes de Moisés ser levantado por Deus como libertador, ele viu um egípcio agredindo um dos seus irmãos e o matou, para defender o israelita. No dia seguinte, ele foi lá e reclamou com um israelita, que agredia ao seu próximo e, imediatamente, ele respondeu:

– Quem te colocou como juiz? Queres me me matar, como mataste o egípcio?


Quarenta anos depois, quando Moisés retornou de Midiã, por ordem de Deus e foi falar com Faraó para libertar o povo, o rei mandou aumentar o serviço do povo e, se não cumprissem as tarefas, seriam açoitados. O povo, então, culpou Moisés e Aarão por isso, sendo que eles só fizeram o que Deus mandou. 


Depois de saírem do Egito, tendo visto todos os milagres que Deus realizou, quando chegaram em frente ao Mar Vermelho e viram o exército de Faraó vindo atrás deles, levantaram a voz contra Moisés e Aarão, perguntando “se não havia sepulcros no Egito, para eles os trazerem para morrer no deserto”! Deus ouviu a murmuração deles e abriu o mar, dando-lhes um grande livramento. 


Depois de passarem pelo mar em terra seca, três dias depois, não achando água doce para beber, de novo murmuraram contra Moisés por causa da falta de água. O Senhor ouviu a reclamação e transformou as águas amargas em águas doces. Aos quinze dias do segundo mês, após a saída do Egito, de novo murmuram por causa da falta de comida, dizendo que seria melhor ter morrido no Egito, pois lá tinham fartura de carne. De novo, o Senhor ouviu as reclamações deles e mandou carne para eles comerem. Mandou também o Maná, que caía do Céu e eles colhiam gratuitamente todos os dias. 


Os anos se passaram no deserto e Moisés enviou os espias para verificar a terra prometida e trazer um relatório de lá. Dez deles trouxeram um relatório negativo, dizendo que a terra realmente era boa, mas os inimigos eram muito fortes e eles não conseguiriam vencê-los. Diante disso, o povo se revoltou contra Moisés e Aarão e quiseram nomear um líder para voltar ao Egito. 


Dois dos espias, Josué e Calebe, destoaram dos outros dez e tentaram apaziguar o povo, dizendo que Deus lhes daria vitória. Mas o povo quis apedrejá-los. Diante desta murmuração e rebeldia, o Senhor apareceu e deu-lhes a sentença de que aquela geração de murmuradores não entraria na terra prometida. Falaremos sobre isso no próximo tópico. 


No Novo Testamento também temos casos de murmuração. Os escribas e fariseus murmuravam constantemente contra Jesus e incitavam o povo contra Ele. O comentarista citou também o caso da murmuração de Atos 6, mas, conforme falamos acima, esse caso  trata de uma justa reivindicação e não de uma murmuração contra Deus. O erro deles foi não procurar a liderança para resolver o problema e ficar reclamando entre eles, provocando discórdia. 


Há também outros casos de murmuração no Novo Testamento. O apóstolo Paulo sofreu na pele as murmurações dos falsos obreiros que o acusavam de violar a Lei e abusar financeiramente do povo (2 Co 11). Por causa disso, ele militava à própria custa, para dar lugar aos falatórios. O apóstolo João também enfrentou as murmurações de Diótrefes, que queria ter a primazia e não queria recebê-lo (3 Jo 9,10).


O comportamento do murmurador é, antes de tudo, fruto da sua falta de fé. Se confiasse em Deus, iria orar e pedir providências a Ele e não se levantar contra Deus e contra os seus servos. Além disso, todo murmurador é egoísta e ingrato. Ele só pensa em suas próprias vontades, não se preocupa com a unidade da Igreja e nunca está contente com aquilo que Deus fez. 


3. O crente murmurador. Existe crente murmurador? A resposta é sim, pois, como vimos acima, os casos de murmuração aconteceram no meio do povo de Deus no Antigo Testamento, e no meio da Igreja, no Novo Testamento. Quando falamos de murmuração contra Deus e contra a liderança da Igreja, nos referimos aos casos de crentes que fazem isso. Os incrédulos fazerem isso é normal, pois não conhecem a Deus.


A murmuração é incompatível com a vida cristã. Um crente verdadeiro jamais se presta ao papel de murmurador, pois ele conhece o Deus que serve e confia nele. Se alguma coisa lhe falta, ele coloca diante do Senhor em oração e espera a providência de Deus. Como disse o apóstolo Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pe 5.6,7). 


O hino 302 da Harpa Cristã traz algumas recomendações importantes para o crente sobre a murmuração: 


Em vez de murmurares, canta

Um hino de louvor a Deus

Jesus quer te dar vida santa

Qual noiva levar-te pra os céus.


Na segunda estrofe, a letra do referido hino diz que “aquele que vive murmurando, comporta-se como um escravo do mal.” É exatamente isso que faz o crente murmurador, transforma-se em um instrumento maligno, contra a obra de Deus, tornando-se um escravo do mal. 


Paulo e Silas foram açoitados publicamente com varas em Filipos, e depois lançados na prisão, por pregarem o Evangelho e libertar uma jovem que estava possessa de um espírito de adivinhação. Na prisão, sentindo dores e com as costas feridas por causa dos açoites, eles não deram lugar à murmuração, mas oraram e cantaram louvores a Deus. Diante disso, Deus fez o milagre e mandou um terremoto que abalou os alicerces da prisão, soltou-lhes as cadeias e abriu todas as portas da prisão (At 16.25,26). Os murmuradores  estão a serviço do maligno e são escravos dele. Mas, os que adoram nas tribulações estão a serviço de Deus e experimentam os milagres de Deus. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 39.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, p.11

Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.175.

13 maio 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 7 - O PERIGO DA MURMURAÇÃO

 


Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada, estudamos sobre as três principais armas espirituais do crente, que foram usadas por Jesus durante a sua tentação no deserto: A Palavra de Deus, a oração e o jejum.


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falamos das armas do crente. Falamos dos mais variados tipos de armas mencionados na Bíblia: espada, funda, lança, capacete, escudo, etc. Entretanto, estas não são as armas do cristão, pois a nossa luta é espiritual. Falamos também das estratégias do inimigo das nossas almas para nos derrotar, que são baseadas na mentira, nas falsas doutrinas e traições. Por último, vimos que o diabo é o chefe das forças do mal e que o seu reino é organizado.


No segundo tópico, vimos detalhadamente as três principais armas do crente: A primeira delas, é a Palavra de Deus, uma arma de defesa e ataque. Jesus venceu o inimigo usando a Palavra de Deus; a segunda arma é a oração, que é um diálogo com Deus; a terceira arma do crente é o jejum, que sempre aparece junto com a oração e é uma arma espiritual que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus. 


No terceiro tópico, falamos de Jesus como o nosso maior modelo, no uso destas três armas espirituais. Jesus, ao ser tentado pelo inimigo, venceu-o com a Palavra de Deus e ordenou que ele fosse embora. Ele usou também a arma da oração, pois passava noites em oração e orou em várias ocasiões: antes de escolher os seus apóstolos, no Jardim do Getsêmani, orou pelos discípulos e até pelos seus algozes. Jesus também praticava o jejum e espera que nós também o pratiquemos. Quando foi tentado pelo diabo, Ele estava em jejum havia quarenta dias. 


LIÇÃO 07: O PERIGO DA MURMURAÇÃO


INTRODUÇÃO


Nesta lição estudaremos sobre um grave pecado que Deus abomina, chamado murmuração. O Senhor libertou o povo de Israel da escravidão no Egito e os conduziu à terra prometida. Mas, na primeira dificuldade, eles murmuraram contra Moisés e contra Deus, dizendo que teria sido melhor morrer no Egito. Esta conduta se repetiu durante a peregrinação do deserto. O apóstolo Paulo alertou os cristãos a não repetirem esta prática.


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falaremos sobre a murmuração na Bíblia, trazendo o conceito de murmuração em hebraico e grego. Veremos alguns exemplos de pessoas que murmuraram, no Antigo e no Novo Testamento, e as consequências deste pecado para o povo de Deus. Por último, falaremos do crente murmurador, que está sempre descontente, e se transforma em um instrumento do maligno contra a Obra de Deus. 


No segundo tópico, veremos que a murmuração impediu que a geração que saiu do Egito entrasse na terra prometida, com exceção de Josué e Calebe, que não murmuraram. A murmuração dos Israelitas começou contra a liderança que Deus escolheu. Entretanto, quando isso acontece, a murmuração é contra o próprio Deus, pois foi quem escolheu a liderança. A murmuração é muito perigosa, pois ela revela falta de fé, ingratidão e impede que a pessoa veja aquilo que Deus faz. 


No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impede de entrar na Canaã Celestial, assim como impediu que a geração de murmuradores que saíram do Egito entrassem na terra de Canaã. Paulo nos mostra que o destino dos murmuradores é a morte. Assim como os murmuradores israelitas pereceram por causa da murmuração, um crente que vive murmurando é porque já se encontra espiritualmente morto. Há ainda muitos outros males advindos da murmuração como a contenda, a rebeldia e o desânimo no meio da Igreja. 


REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 39.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, p.11

Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.175.


19 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: PAULO, A VOCAÇÃO PARA SER APÓSTOLO



Na lição passada, falamos sobre a conversão extraordinária de Saulo de Tarso, que se deu no caminho de Jerusalém a Damasco, quando o Senhor Jesus foi pessoalmente ao seu encontro. Vimos que a conversão de Saulo foi um ato da Graça de Deus, pois, o Senhor tomou a iniciativa de ir ao encontro de um vil pecador, que perseguia e maltratava a Igreja do Senhor. Depois falamos sobre a conversão como uma doutrina bíblica, que é parte da Doutrina da Salvação e começa no arrependimento. Falamos sobre o conceito bíblico de arrependimento, que é a tristeza pelos pecados cometidos e a disposição em não mais os praticar. Por último, falamos sobre as três faculdades humanas que são transformadas pelo Espírito Santo na conversão: faculdade intelectual, faculdade das emoções e faculdade da vontade. 


Na lição desta semana falaremos sobre a vocação ou chamada de Paulo para ser apóstolo. Paulo faz questão de enfatizar em suas epístolas que ele era apóstolo não por vontade de homem algum, mas do próprio Senhor Jesus. 


No primeiro tópico, veremos que o passo inicial para a chamada ministerial de Paulo tem base na presciência divina. Conhecendo o futuro antecipadamente e conhecendo os corações, Deus escolheu Paulo para ser apóstolo, antes que ele nascesse (Gl 1.15). Falaremos também neste primeiro tópico, sobre a ação plena do Espírito Santo no ministério apostólico de Paulo 


No segundo tópico, falaremos da efetivação da chamada apostólica de Paulo, pelo Cristo ressurreto. Conforme vimos na lição passada, Paulo teve uma visão de Cristo após a sua ressurreição, já glorificado. Com o esplendor daquela visão, ele caiu por terra e ficou três dias sem enxergar. O Senhor o encaminhou a Damasco para aguardar as instruções e, simultaneamente, encaminhou Ananias ao seu encontro, deixando claro para Ananias que a vocação ministerial de Saulo seria entre os gentios. Esta chamada mudou radicalmente a vida de Saulo, transformando-o no apóstolo dos gentios e maior missionário de todos os tempos, na história da Igreja. 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a preparação ministerial de Paulo. Paulo não foi a Jerusalém para ser formado pelos demais apóstolos e separado por eles para o apostolado, A sua chamada foi feita diretamente por Jesus e o seu preparo também. Diferente do colégio apostólico, Paulo não conviveu com Jesus e não passou pelo treinamento que eles passaram, andando com o Mestre por três anos. Então, o Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus, sobre o Evangelho que deveria pregar: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gl 1.11,12). 


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Pb. Weliano Pires



18 outubro 2021

Lição 04: Paulo, a Vocação para ser Apóstolo


TEXTO ÁUREO:

Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser Apóstolo de Jesus Cristo.” (1 Co 1.1)


Verdade Prática:

"Deus chama pessoas para realizar grandes feitos no reino divino."


Hinos Sugeridos: 16, 93, 600 Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA


Segunda – Gl 1.15 

Um chamado pela presciência de Deus

Terça – At 9.15-16 

Paulo O Vaso Escolhido de Deus.

Quarta – At 9.17; 1 Co 14.18 

Paulo na dimensão do Espírito

Quinta – At 22.14 

Deus o escolhe de antemão para fazer a sua vontade.

Sexta – Ef 1.1 

Paulo, separado para ser Apóstolo.

Sábado – Gl 1.17-18 

A escola do deserto na Arábia


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 9.15-22; Gálatas 1.11-18


Atos 9


15 - Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.

16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.

17 - E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.

18 - E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.

19 - E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.

20 - E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus.

21 - E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?

22 - Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.


Gálatas 1


11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.

12 - Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

13 - Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.

14 - E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.

15 - Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,

16 - Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,

17 - Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.

18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias.


OBJETIVOS GERAL:

  • Revelar que Deus vocacional atualmente os crentes para sua obra.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Salientar o ponto de partida para a vocação de Paulo;

  • Enfatizar que a vocação de Paulo foi efetivada pelo Cristo ressurreto;

  • Relacionar a vocação de Paulo com aprendizado no deserto


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Antes de o apóstolo Paulo exercer sua vocação, ele passou por um aprendizado no deserto. O deserto lhe ensinou mais sobre Jesus, onde o apóstolo pôde reavaliar-se diante de Deus, mediante suas crenças e convicções. Ele podia agora confrontá-las com a revelação da Graça de Deus em Cristo. Ainda no deserto, ele pode refletir sobre a simplicidade, dominar suas paixões instintivas e, por meio da solidão, aprender a depender de Deus. 

O deserto que Paulo experimentou pode trazer profundos aprendizados para os nossos próprios desertos, quando os experimentamos quer na vida cotidiana, quer no ministério dado por Deus.


INTRODUÇÃO


Nesta lição, estudaremos a respeito da vocação de Paulo para santo apostolado. Veremos o ponto de partida de sua vocação e sua escola de formação no deserto da Arábia. Assim, teremos uma visão geral de como Deus usa o tempo e a circunstância para formar o ministério útil para o reino de Deus.


PONTO CENTRAL: Deus chama para sua obra.


I - O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO


1. Chamada e presciência divina. A vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus. Ele mesmo confirma esse fato aos Gálatas, quando escreve: ”mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou para sua graça” (Gl 1.15). O apóstolo experimentou uma completa transformação por meio do encontro com Cristo, e foi vocacionado por Ele para uma grande obra. O livro de Atos atesta para uma chamada presciente quando nosso Senhor diz Ananias: ”Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome.” (At 9.15-16). Assim, Paulo foi batizado no Espírito Santo, batizado nas águas e teve sua visão recuperada (At 9.18).


2. Um ministério na plenitude do Espírito.  Depois de passar pela experiência do Novo Nascimento, Paulo recebeu a plenitude do Espírito, isto é, ele foi batizado no Espírito Santo (At 9.17). Nesse sentido, no livro de Atos revela que o ministério do apóstolo dos gentios recebeu uma unção especial do Espírito Santo. Foi o ministério marcado por pregação poderosa, curas, sinais, prodígios e maravilhas. Com o Ministério do apóstolo, aprendemos que não podemos fazer a obra de Deus sem a atuação do Espírito Santo. Ele é que confirma a palavra e a obra.


3. Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?  Na Bíblia, vemos ocasiões em que Deus mudou o nome de pessoas (Abrão para Abraão [Gn 17.5]; Jacó para Israel [Gn 35.10]), como Jesus alterou o nome de Simão para Pedro (Mc 3.16; Jo 1.42). Entretanto, isso não se deu com o nome do apóstolo Paulo. Não há qualquer menção disso na Bíblia. O que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo. O nome “Saulo” (aportuguesado de ‘Saul’) é de origem judaica; já “Paulo” (aportuguesado  de Paulus, em latim), da sua cidadania Romana. Como o Ministério do apóstolo buscava alcançar os gentios, o nome Paulo foi naturalmente usado no trabalho missionário e, consequentemente, nas Escrituras canônicas.


SÍNTESE DO TÓPICO I

O ponto de partida para a vocação de Paulo foi a presciência divina e a pessoa do Espírito.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Parece que no passado havia uma percepção maior a respeito de jovens, e de muitos outros irmãos que entregavam a sua vida a Cristo, que desejavam por uma vocação na obra de Deus. Muitos se planejavam para ir aos seminários a fim de aperfeiçoarem-se para servir melhor na obra de Deus. Muitos obreiros relatam não perceber essa mesma disposição com o mesmo sentimento de outrora. Claro que isso não significa que não haja pessoas sendo vocacionadas, pois Deus as chama em qualquer tempo. Nesse sentido, promova uma reflexão a respeito das vocações por meio das seguintes indagações: Você se sente vocacionado por Deus para alguma obra? Em algum momento de sua vida, você ignorou ou tem ignorado esse chamado? O que você poderia fazer para aperfeiçoar-se melhor na obra de Deus? Você deve promover essa reflexão como introdução ao tema desta semana, ressaltando sempre que Deus chama pessoas para a sua obra.


II - UMA VOCAÇÃO EFETIVADA PELO CRISTO RESSURRETO


1. Saulo viu o esplendor glorioso do Cristo ressurreto (At 9.3-6). Não foi uma miragem, nem uma ilusão de ótica, mas Saulo viu realmente o Cristo ressurreto, a quem ele perseguia (At 9.17). Essa visão gloriosa ofuscou seu orgulho ante às autoridades judaicas e foi definitiva para a vida daquele que, mais tarde, seria um embaixador de Cristo entre os gentios.


2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios. Deus escolheu Saulo de antemão para fazer conhecer a sua vontade (At 22.14). Qual era a vontade dEle para Saulo? Torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do Evangelho (At 9.20). Não por acaso, as várias cartas do apóstolo às igrejas plantadas por ele eram assim identificadas: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus.” (Ef 1.1). O apóstolo não foi ordenado em Jerusalém, nem por uma comissão de apóstolos formada por Pedro, João e Tiago, ou por outros apóstolos de Cristo. O que prevaleceu foi a declaração de Jesus para Ananias, discípulo fiel de Cristo em Damasco: “Vá, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel” (At 9.15). Ananias, com autoridade delegada pelo próprio Senhor Jesus numa visão, foi ao encontro de Saulo, na rua chamada Direita, e lá chegando, “impôs as mãos sobre Saulo” (At 9.17).


3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo. De perseguidor dos seguidores de Jesus, de personalidade tenaz e obstinada (At 9.1.1-6), Deus chamou Saulo e o transformou no apóstolo que seria o maior responsável pela expansão da Igreja no mundo gentílico. A operação da graça salvadora na vida de Saulo promoveu uma mudança radical em sua vida. Foi Jesus que o confrontou, o surpreendeu e o chamou pelo nome. Cristo ainda chama o ser humano para frutificar no Reino de Deus. É necessário um encontro real com Cristo. Quando isso acontece, Ele capacita o ser humano para o seu propósito. Assim aconteceu com Saulo.


SÍNTESE DO TÓPICO II


A visão gloriosa do Cristo Ressurreto mudou definitivamente o rumo da vida de Paulo.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“O Jesus ressurreto é quem aparece a Saulo (cf. 1 Co 9.1; 15.8) e lhe diz: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ (At 9.4). Essa pergunta é dirigida ao propósito imediato de Saulo destruir a Igreja. Atacar os discípulos de Jesus não é, como Saulo pensa, mera perseguição de pessoas que adoram de maneira herética. É um ataque contra o próprio representante divino, na pessoa do seu povo. […] De começo, Jesus não se identifica. Então o perseguidor pergunta: ‘Quem és, Senhor?’ (v.5). O termo de tratamento ‘Senhor’ usado aqui pode ser simplesmente um título de respeito. Mas há forte apoio para o entendermos no sentido cristão de ‘Senhor’ (cf. At 1.6, 24; 4.29; 7.59, 60; 9.10,13; 10.14; 11.8; 22.19). Saulo confessa que está falando com Ele como Senhor, reconhecendo que se dirige à pessoa divina. […] O Senhor exaltado se identifica como Jesus, a quem Saulo está perseguindo. Lá, na estrada de Damasco, o crucificado, revelado a Saulo na sua glória divina, o transforma” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus - Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.674).


III- VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO


1. A ida para o deserto. O ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de comunhão com Deus e de reflexão. Em vez de ir a Jerusalém para aprender com os apóstolos, ele afastou-se dos judeus nas sinagogas, onde posteriormente passou a apresentar Cristo. Paulo tomou o caminho da Arábia, a sudeste de Damasco, sob o domínio do rei Aretas (Gl 1.17,18; cf. 2 Co 11.32). O apóstolo preferiu viver em um lugar, na região desértica da Arábia, onde habitavam alguns grupos nômades e ele era totalmente desconhecido.


2. As lições do deserto. O apóstolo sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus Cristo, pois seu caminho seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição. Então, foi para o deserto da Arábia e ficou três anos aproximadamente, entre a sua conversão e o seu retorno a Jerusalém (Gl 1.17.18). Esse período serviu para Paulo reavaliar a si mesmo diante de Deus, suas crenças e convicções judaicas, confrontando-as com a revelação da graça de Deus em Cristo Jesus. Assim, Paulo se preparou para explicar sua vocação aos líderes da igreja em Jerusalém.


3. Mais lições do deserto. Saulo passou a usar seu nome romano Paulo, com o qual se tornou conhecido em seu ministério. Ao tomar o rumo do deserto para refletir e aprender, o agora Paulo foi despido de toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. No deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus. Por isso, Paulo descobre também, na experiência do silêncio e da solidão no deserto, que as coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós queremos. No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para expandir o seu reino.


CONHEÇA MAIS


Presciência Divina


“[Do lat. praesentia, ciência inata] Atributo metafísico e incomunicável de Deus, através do qual Ele se faz eternamente presente no tempo e no espaço, conhecendo todas as coisas antecipada mente (1 5m 2.3; 1 Jo 3.20).” Para ler mais, consulte o “Dicionário Teológico", editado pela CPAD. p.303.


SÍNTESE DO TÓPICO III

A vocação de Paulo foi aperfeiçoada no deserto pelo qual o apóstolo passou durante três anos.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


Identificando um Chamado


Possuir um “chamado” é ter sido convocado por Deus para o cumprimento de uma tarefa que, com base em sua autoridade, é Ele mesmo quem estabelece o que deve ser feito, como deve ser feito e por quem deve ser feito. Com base nisso, podemos destacar três lições:


1. O mérito não é de quem é chamado, mas de quem chama; 

2. A tarefa a ser realizada não pertence a quem foi chamado, mas a quem chamou; 

3. Não se trata de um peso, mas de um privilégio concedido pela graça divina. […] Quem chama passa a ser visto como infinitamente mais importante do que quem é chamado, e isso significa dizer que as razões, as formas e objetivos devem sempre girar, única e exclusivamente, em torno da Pessoa de Deus, o que é o Chamador”.

(TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o seu chamado. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.12,15).


CONCLUSÃO


A grande verdade que aprendemos nesta lição é que Deus não mudou seu método para vocacionar e chamar a quem Ele quer. Para isso, Ele usa experiências muitas vezes dolorosas no deserto da vida. É preciso aguçar a nossa sensibilidade espiritual para identificarmos o chamado de Deus para identificarmos o chamado de Deus para a nossa vida.


QUESTIONÁRIO


1 - Segundo a lição, em que a vocação de Paulo foi estabelecida? 

A vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus.


2 - O que explica a mudança de ênfase do nome de “Saulo” para “Paulo”? 

O que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo


3 - Qual era a vontade de Deus para Paulo? 

A vontade de Deus para Paulo era torná-lo um embaixador de Cristo, um pregador do Evangelho (At 9.20).


4 - Do que o ministério de Paulo precisava? 

O ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de comunhão com Deus e de reflexão.


5 - Segundo a lição, cite algumas lições do deserto aprendidas por Paulo. 

No deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria de salvação em Cristo. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de Deus.


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