30 junho 2023

A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

(Comentário do 3º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre a posição da Igreja diante do espírito da Babilônia. Veremos três pontos fundamentais, para a Igreja não sucumbir diante deste império maligno: Primeiro, não negociar a ortodoxia bíblica. A Igreja é a coluna e firmeza da Verdade e, como tal, deve reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável; segundo, formar o caráter de Cristo, que é uma referência à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo; Terceiro, aguardar a Volta de Cristo. O cristão é exortado a não viver desapercebido, mas esperar o seu Senhor olhando, orando e vigiando, e renunciar às concupiscências deste mundo  e viver em santidade.

 

1- Não negociar a ortodoxia bíblica. A palavra ortodoxia deriva de dois termos gregos: "orthos", que significa "correto" e "doxa", que significa "crença". Portanto, a palavra ortodoxia significa "crença correta" ou "conforme o padrão". A palavra ortodoxia não aparece na Bíblia, mas começou a ser usada logo nos primeiros séculos da Igreja Cristã, para confrontar os falsos ensinos, principalmente os dos judaizantes e dos gnósticos. A Igreja Cristã precisou se posicionar sobre os Livros considerados canônicos e definir o seu credo. Foi publicado um documento chamado Didaché, também conhecido como "Ensino dos doze apóstolos". Este documento surgiu entre o final do séc. I d. C e início do séc. II d.C. e serviu de base para a refutação das heresias que surgiram nos primeiros anos da Igreja, após a morte da geração dos apóstolos. 


Uma doutrina só pode ser considerada ortodoxa, se ela estiver de acordo com aquilo que Jesus e os seus apóstolos ensinaram. Os católicos romanos colocam no mesmo patamar: a Bíblia, a tradição da Igreja e o magistério da Igreja. Sendo que este último, tem autoridade sobre os outros dois. Logo, não podem ser considerados ortodoxos, pois relativizam a Palavra de Deus e adotam doutrinas extra-bíblicas e até anti-bíblicas, com base em tradições humanas e supostas visões e experiências. Do lado protestante, também há Igrejas que seguiram o mesmo caminho, adotando visões, escritos de seus fundadores e experiências pessoais, como fontes de doutrinas.


A Igreja é a coluna e firmeza da Verdade e, como tal, deve reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável (Sl 100.5; Mt 24.35). Não podemos jamais aumentar, diminuir, alterar ou ressignificar nenhuma parte das Escrituras. As doutrinas da Igreja devem, obrigatoriamente, estar embasadas na Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Nenhuma Igreja, concílio, tratado teológico, ou qualquer outra instituição, tem poder para criar novas doutrinas, ou revogar as que já estão estabelecidas na Palavra de Deus. O apóstolo Paulo deixou isso bem claro, quando escreveu aos Gálatas: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema". (Gl 1.8).


2- Formar o caráter de Cristo. Quando falamos de formar o caráter de Cristo é uma referência à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo. O ser humano quando recebe a Cristo como Senhor e Salvador, passa pelo processo do novo nascimento, ou regeneração. Quando Nicodemos foi ter com Jesus de noite, escondido dos fariseus, Jesus lhe disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus." (Jo 3.3). Nicodemos, evidentemente, não entendeu isso e perguntou a Jesus, como alguém poderia nascer sendo velho. Jesus explicou que este nascimento seria da água e do Espírito, uma referência à Palavra de Deus e à ação do Espírito Santo. 


Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo falou sobre o embate existente entre a carne (natureza humana) e o Espírito. O apóstolo fez uma exposição da luta que se inicia, internamente, quando aceitamos Jesus como Salvador e procuramos viver segundo a sua vontade. Como poderemos vencer esse embate entre a carne e o Espírito? Não é possível vencer a natureza carnal mediante sacrifícios, ou méritos humanos É preciso se deixar dominar pelo Espírito Santo de Deus e ser cheio do Espírito diariamente (Ef 5.18). Se o crente tiver uma vida controlada pelo Espírito Santo, terá plena condição de resistir à sua natureza pecaminosa. 


O apóstolo Paulo falou também no capítulo 5 da Epístola aos Gálatas, sobre o fruto do Espírito Santo, que é o resultado de uma vida cristã sob a direção e o domínio do Espírito Santo. O amor encabeça esta lista de virtudes e resume as demais, pois não quem ama de verdade tem alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Estas virtudes são produzidas em nosso interior pelo Espírito Santo e estão relacionadas ao nosso caráter. Não podem ser criadas artificialmente ou simuladas. Ou a pessoa anda no Espírito e produz estas virtudes, ou anda segundo a sua própria natureza e produz as obras da carne. Somente através do estudo sistemático da Palavra de Deus e a sua devida aplicação, a igreja produzirá crentes espiritualmente maduros, que sejam capazes de resistir ao "espírito da Babilônia”.


3- Aguardar a volta de Cristo. Diante da realidade do espírito da Babilônia que já está em atuação neste mundo, o crente deve firmar-se na promessa da volta de Cristo. Precisamos nos conscientizar de que a volta de Jesus é certa e está próxima. Jesus prometeu em vários textos que voltará. (Mt 24.30; Jo 14.1-3; Ap 3.10). No seu Sermão Profético, o Senhor alertou os seus discípulos sobre a vigilância e necessidade de estarem preparados para a sua vinda. No Apocalipse também, em várias ocasiões, o Senhor deixou claro para o apóstolo João, que há de vir buscar o seu povo. Isso nos dá certeza em relação à sua vinda, pois, sabemos que Ele é fiel e cumpre a sua Palavra (Mt 24.35).


Quando Jesus subiu ao Céu, os discípulos ficaram olhando para as alturas. Dois anjos apareceram e perguntaram-lhes por que estavam olhando para o Céu. Em seguida, prometeram que “da mesma forma que Jesus subiu ao Céu, também virá outra vez”. (At 1.11). Os Apóstolos também, inspirados pelo Espírito Santo, falaram em vários textos, sobre a vinda de Jesus. Paulo (1 Ts 4.17; 1 Co 15.51,52) Pedro (2 Pe 3); Tiago (Tg 5.8). Logo, a volta do Senhor não é uma probabilidade, é uma certeza que temos, pois, fiel é o que prometeu. Há abundância de textos bíblicos falando sobre a vinda de Jesus, tanto no Novo, quanto no Antigo Testamento. Entretanto, no Novo Testamento está mais claro, pois, no Antigo Testamento havia mais profecias a respeito da primeira vinda do Messias. (Zc 14.4; Jo 14.1-3; 1 Ts 4.16-18; 2 Pe 3; Ap 3.10; 22.20). 


Os sinais que antecedem a volta de Cristo, preditos por Ele e por seus apóstolos, como a apostasia, inversão de valores, perseguição, guerras, fomes, pestes e terremotos (Mt 24.5-12,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3), são abundantes no mundo pós-moderno, indicando que Jesus está às portas. O cristão é exortado a não viver desapercebido, mas esperar o seu Senhor olhando, orando e vigiando (Mc 13.33); renunciar às concupiscências deste mundo  e viver em santidade (Tt 2.12,13). Eis abaixo, alguns sinais descritos na Bíblia, que antecedem a Vinda de Jesus:

  • A efusão do Espírito prometida para os últimos dias, que começou no Pentecostes e reascendeu no Movimento Pentecostal, no início do Século XX. (Jl 2.28-32; At 2.16-21).
  • O surgimento de falsos profetas, falsos mestres e falsos Cristos (Mt 24.5,11; 2 Pe 2). 
  • A multiplicação da iniquidade e esfriamento do amor (Mt 24.12)
  • Guerras, rumores de guerra e terremotos; (Mt 24.6).
  • Fomes e doenças incuráveis (Mt 24.7).
  • O renascimento do Estado de Israel (Lc 21.29-31). 

A volta de Jesus traz esperança ao crente fiel e ao mesmo tempo, pavor aos que não estão firmes com Ele. Não sabemos o dia nem a hora em que Ele há de vir. Também não sabemos o dia da nossa partida, pois a morte não escolhe idade, classe social, etnia ou situação econômica. A qualquer momento, qualquer um de nós pode partir para a eternidade. Por isso, é preciso, mais do que nunca, estar preparado para a vinda do Senhor, ou para a nossa partida. 


REFERÊNCIAS: 

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito: Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

SOARES, Esequias. O verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

29 junho 2023

O ESPÍRITO DA BABILÔNIA


(Comentário do 2º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico,  falaremos sobre o “espírito da Babilônia” e a sua atuação em três sistemas principais: No sistema religioso, faz com que as pessoas sejam seduzidas pela “prostituição espiritual”, sejam amantes de si mesmo, dos prazeres e do dinheiro; No sistema político e cultural, exerce forte influência na política e na cultura, promovendo as pautas progressistas, o politicamente correto e o patrulhamento ideológico, para perseguir e considerar como fundamentalistas religiosos aqueles que defendem a Verdade bíblica; No sistema econômico, atua para motivar as pessoas a enriquecerem de forma injusta, ilícita e imoral, levando-os a confiar nas riquezas e buscá-las a qualquer custo. 


1- No sistema religioso. O texto de Apocalipse 17.2 diz que os reis da terra se prostituíram e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da prostituição da grande prostituta. Tanto a prostituta, como as suas prostituições, como já vimos no tópico anterior, não são literais. A linguagem aqui é simbólica para se referir à prostituição espiritual. O espírito da Babilônia seduz os seres humanos com propostas indecentes, Isso os torna amantes de si mesmos, dos prazeres e do dinheiro. Com o objetivo de afastá-los de Deus, o inimigo cria sistemas religiosos corrompidos e usa filosofias contrárias aos princípios de Deus como o hedonismo, ecumenismo, relativismo, humanismo e sincretismo religioso, que corrompem o verdadeiro Cristianismo. 


Ao longo das lições deste trimestre falaremos mais sobre cada uma destas filosofias. Segue abaixo, um breve resumo de cada uma delas:

a. Hedonismo: É o estilo de vida que tem como prioridade absoluta, buscar o prazer e evitar o sofrimento por meio do corpo, a qualquer custo. Sendo assim, defendem que se algo dá prazer ou evita o sofrimento, deve ser praticado livremente, independente de ser ético ou não. Muitas pessoas, inclusive as que se dizem cristãs, fazem qualquer coisa para “ser feliz”: trocam de marido ou de mulher, praticam o aborto, seguem carreiras que contrariam a Palavra de Deus, vão a baladas, consomem bebidas alcoólicas, etc. Tudo em nome de uma suposta felicidade. Por outro lado, defendem práticas que contrariam a vontade de Deus como a eutanásia e o suicidio, para “dar fim ao sofrimento”. 

b. Ecumenismo. A palavra ecumenismo vem do grego “oikoumene” e foi usada pela primeira por Heródoto no século V, com o sentido de “Terra Habitada”, referindo-se ao aspecto geográfico, com o sentido de dizer que o planeta é um lugar ou a moradia de todos os seres vivos. Entretanto, depois passou a ser usado para se referir à união de todas as Igrejas que se dizem cristãs: Católica, Ortodoxa, Luterana, Anglicana e Protestante. Os adeptos dessa idéia pregam de forma sutil que o ecumenismo é simplesmente a tolerância e o diálogo entre as religiões. Entretanto, há uma incompatibilidade enorme entre católicos e protestantes, por exemplo. Além disso, hoje em dia, o ecumenismo é muito mais abrangente e mistura também o Espiritismo, LBV e outras seitas que também se dizem cristãs. Esta união religiões contrárias à Palavra de Deus com o Crstianismo é antibíblica. O apóstolo João foi bem claro quando falou: “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (2 Jo 1. 10,11). Como bem colocou o comentarista, o ecumenismo provoca a erosão da fé bíblica. 

c. Relativismo. É uma das principais características da era pós-moderna. Esta filosofia rejeita a ideia de que há princípios e verdades absolutos. Sendo assim, dizem que tudo é relativo e não há nada certo ou errado. O que é errado para uns pode não ser para outros e vice-versa. A Bíblia, no entanto, mostra que Deus é único (Ex 20.2; Dt 6.4); que a Sua Palavra é a Verdade (Jo 17.17);  que Cristo é o único caminho, verdade e vida (Jo 14.6), o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5) e fora dele não há salvação (At 4.12). 

d. Humanismo. É qualquer filosofia ou sistema de pensamento que parte do homem para buscar um significado para a vida. Foi a partir da Renascença que afloraram os ideais humanistas. O humanismo tem cosmovisão antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano como centro do Universo. Não se deve confundir humanismo com humanitarismo, que é a valorização da dignidade da pessoa humana.

e. Sincretismo religioso. É a mistura de várias religiões, crenças e liturgias em um único culto. É uma forma mais abrangente do ecumenismo de misturar as religiões. No sincretismo religioso mistura-se elementos do Judaísmo com o Cristianismo, religiões de matrizes africanas, esoterismo, etc. Segundo esta filosofia, todos os caminhos levam a Deus e, por isso, misturam o sagrado com o profano.


2- No sistema político e cultural. O “espírito da Babilônia” influencia fortemente a política e a cultura e, de forma disfarçada usa estas áreas para perseguir, desvirtuar e deter o avanço do verdadeiro Cristianismo. Usando a política, a educação, os meios de comunicação e a cultura em geral, promove as chamadas pautas progressistas, o politicamente correto e o patrulhamento ideológico, para perseguir e considerar como fundamentalistas religiosos aqueles que defendem a Verdade bíblica. 


O ensino progressista, que será o tema da lição 03, tem suas origens nos ideais comunistas do filósofo alemão, Karl Marx, por isso, é também chamado de Marxismo. O progressismo é irmão gêmeo do naturalismo de Charles Darwin, com a sua famigerada teoria da evolução, portanto, é muito amplo e envolve várias teorias. Karl Marx limitou-se às pautas econômicas e dos meios de produção. Mas os seus seguidores incorporaram várias ideologias ao progressismo, como o feminismo, o divórcio, o aborto, a prática homossexual, identidade de gênero, legalização das drogas e da prostituição, etc. Como estas pautas se chocam frontalmente com o Cristianismo, eles passaram a combatê-lo ferozmente. Vendo que não conseguiam deter o avanço do Cristianismo pela perseguição direta, passaram a se infiltrar nas Igrejas, escolas e institutos teológicos, para criar teologias deturpadas como o liberalismo teológico, o teísmo aberto, a teologia da libertação e outras. 


O espírito da Babilônia através da política se vale também da filosofia do politicamente correto. No discurso politicamente correto, estabeleceu-se narrativas daquilo que seria bom e mau. As coisas consideradas “boas” na opinião de algumas pessoas podem ser ditas livremente. O que não faz parte dessa nova ética social não pode ser dito e quem o fizer será cancelado, perseguido ou até preso. Alguns temas sensíveis a alguns grupos não podem ser falados. Não se pode falar contra a prática homossexual, aborto, uso de drogas, religiões de matrizes africanas, etc. Também não se pode falar a favor da família tradicional, de penas mais duras para criminosos, de submissão da mulher à liderança do marido, da redução da maioridade penal, de pais corrigirem os seus filhos, etc. Os chamados teólogos emergentes defendem um cristianismo “politicamente correto”, que não confronta visões diferentes. É um cristianismo inofensivo, cuja mensagem foca apenas no ‘amor ao próximo’ e nas ‘boas virtudes’ e que não confronta o pecado. Também não falam de um único caminho, único Senhor, único Salvador, uma só fé e na cruz de Cristo como única forma de perdão dos pecados. 


Os verdadeiros cristãos que discordarem destas pautas são taxados de fundamentalistas religiosos, intolerantes e promotores de discurso de ódio. Com isso, são censurados nas plataformas digitais e meios de comunicação, prejudicados em universidades e empresas, sofrem processos na Justiça e podem até ser presos. 


3- No sistema econômico. Vemos no livro do Apocalipse, o enriquecimento dos mercadores por meio da exploração da luxúria e da licenciosidade do “espírito da Babilônia” (Ap 18.3). Nesse sentido, o espírito da babilônia atua para motivar as pessoas a enriquecerem de forma injusta, ilícita e imoral, levando-os a confiar nas riquezas e buscá-las a qualquer custo. 


Antigamente, as pessoas preferiam perder riquezas para manter a honra. Na atualidade, mandam às favas a honestidade, pois, o que importa é ganhar dinheiro e fama, mesmo que para isso tenham que matar, trair, se prostituir, mentir, roubar, etc. Recentemente, um ator que foi astro de novelas de uma grande emissora, revelou publicamente, em termos pejorativos, que para ingressar nos quadros daquela emissora, a pessoa teria que passar por um "quartinho" que envolvia relacionamento sexual com diretores e uso de drogas. Em grandes empresas também há casos de mulheres bonitas que se tornam secretárias e executivas, sem nenhum critério profissional, por serem amantes de empresários e diretores. 


Por outro lado, as pessoas que servem a Deus, mantendo a sua integridade e recusam estas práticas são demitidas, canceladas, multadas e chantageadas, sem terem a quem recorrer. Até mesmo a Justiça, em muitos casos, ignora o direito e age em desfavor dos cristãos por causa das suas convicções religiosas. Aplicam um rigor excessivo contra os templos, com multas pesadas que inviabilizam o seu funcionamento. Mas fecham os olhos para o carnaval e bailes funks que perturbam o sossego das pessoas e se cometem vários crimes nesse meio.


Referências:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 11-14.

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.227-28).





27 junho 2023

BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS

(Comentário do 1º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos sobre a Babilônia e os seus significados. Estudaremos as figuras utilizadas por João em Apocalipse 17: A grande prostituta, que é símbolo das multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15); Falaremos também sobre a mulher montada numa besta de cor escarlata, que é uma referência ao Anticristo que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus (2 Ts 2.4,9,10); Por último, falaremos sobre o nome da prostituta que é “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). O nome “babilônia” aqui não é geográfico, mas simbólico. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. 


1- A grande prostituta. No texto de Apocalipse 17.1,2 o anjo falou o seguinte para João: "Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição." Esta grande prostituta não tem o significado literal de uma mulher que pratica relações sexuais ilícitas, mas, é um símbolo da idolatria e prostituição espiritual com outros deuses. 


Em vários textos do Antigo Testamento, os pecados do adultério e da prostituição são usados em sentido figurado, para se referir  à adoração aos ídolos, principalmente no Livro do profeta Oséias, onde Deus se refere à infidelidade de Israel como adultério. Em outros textos bíblicos também o adultério aparece com o significado de infidelidade espiritual (Jr 3.8,9; Ez 23.26,43; Os 2.2-13; Mt 12.39; Tg 4.4). Este também é o caso desta grande prostituta que aparece no texto de Apocalipse 17. É uma referência à religiosidade falsa e prostituída, que é praticada contra os princípios da Palavra de Deus, adorando ao homem, à natureza ou ao próprio Diabo. 


As muitas águas, sobre as quais a grande prostituta aparece, é uma referência às multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15). Ora, só existem os falsos deuses e as falsas religiões, porque há milhões de pessoas dispostas a adorá-los, em troca de falsas expectativas e interesses escusos. As pessoas não estão dispostas a servir a um Deus que é Senhor e exige delas santidade e exclusividade. Estão em busca de alguém que realize os seus desejos carnais e egoístas. Quem prometeu dar tudo [até o que não é dele] em troca de adoração foi escolhido Diabo e não Deus.


O adjetivo "grande" (Gr. "megáles") usado em Apocalipse 17, indica que não se trata de uma prostituta vulgar, mas de uma prostituta da realeza. Trata-se de um sistema de proporções globais, que atingirá a religião, a política,  cultura e a economia, como veremos no próximo tópico. A grande prostituta, portanto, representa toda a imoralidade e o falso sistema religioso que dominará o mundo em rebelião contra Deus na Grande Tribulação, cujo espírito já se encontra em plena atividade e expansão no mundo atual. 


2- A mulher e a besta escarlata. Depois de falar sobre a grande prostituta, assentada sobre muitas águas, o anjo mostrou a João uma mulher montada sobre uma besta de cor escarlata: "E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres". Esta besta é a descrição da grande prostituta (Ap 17.3). Em Apocalipse 13, João viu uma besta, que saiu do mar, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia (Ap 13.1). João faz uma descrição detalhada da aparência deste monstro terrível e diz que o Dragão deu-lhe autoridade para dominar sobre tribos, nações e línguas e todos adoraram a besta dizendo: "Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?". 


Este terrível animal e as suas características são simbólicos e se referem ao Anticristo, um governante mundial que, dominará o mundo e, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus e aos seus servos (2 Ts 2.4,9,10). Este governante mundial representado pela besta com sete cabeças, dez chifres e sete diademas só se manifestará após o arrependimento da Igreja. Entretanto, conforme já falamos, o seu espírito, que é o espírito da Babilônia, já está atuando no mundo. 


3- Mistério: a Grande Babilônia. Na visão que João teve de uma mulher montada em uma besta, ele viu uma inscrição em sua testa e nome da prostituta foi desvendado: “E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra". (Ap 17.5). O termo “mistério” indica que o nome “babilônia” não é geográfico, mas simbólico. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. O “espírito da Babilônia”, portanto, é um sistema global, não apenas ateu e sem Cristo, mas, deliberadamente militante contra Deus e contra Cristo. Esta militância anti-cristã está presente em toda parte no mundo atual, como veremos ao longo das lições deste trimestre.


O império babilônico tinha como principais características a imoralidade, o paganismo, o sincretismo religioso, a violência e a rebeldia contra Deus. O rei Nabucodonosor era um narcisista, extremamente arrogante, que fez uma imagem de ouro enorme e exigiu a adoração dos seus súditos, sob pena de serem lançados num forno de fogo ardente. Este mesmo espírito da Babilônia está presente no mundo atual, de forma sutil e disfarçada, se levanta contra tudo o que se chama Deus (2 Ts 2.4).


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 11-14.

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 89-93.

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.227-28).

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.2455.

26 junho 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 01: A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA


Ev. WELIANO PIRES

Nesta primeira lição, faremos uma introdução ao tema do trimestre. Com base no capítulo 17 do Apocalipse, o nosso tema será escatológico. Falaremos sobre o confronto entre a Igreja de Cristo e o espírito da Babilônia, que já se encontra presente neste mundo. No Livro do Apocalipse o apóstolo João usou o termo “Babilônia”, em sentido figurado. Nessa época, a grande cidade de Babilônia não existia mais e foi usada como figura, para se referir a um império maligno, de proporções globais, que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja. Este império é chamado também de Anticristo e só se manifestará depois que a Igreja for tirada da terra. Entretanto, o seu espírito e as suas ideologias já estão presentes no mundo atual.


No mundo atual há uma onda crescente de hostilidade ao Cristianismo e aos seus valores. Evidentemente, esta onda de perseguição não ocorre apenas como aconteceu nos primórdios da Igreja Cristã, onde os cristãos foram arrastados pelas ruas e levados às prisões por Saulo de Tarso. Nem tampouco, como aconteceu nas perseguições romanas, onde os cristãos eram jogados nas arenas para lutarem com feras famintas que os devoravam, outros foram queimados vivos em tachos de óleo quente, decapitados, crucificados, esfolados vivos, etc. 


A perseguição atual não acontece apenas nas ditaduras que ainda matam e torturam cristãos. Ela acontece de forma sutil, usando leis para calar o Cristianismo e deter o seu crescimento ou, no mínimo, desvirtuá-lo, tudo em nome de uma suposta liberdade, democracia e multiculturalismo. Com base nessas leis, o estado Igrejas são processadas e aplicam-se multas altíssimas, cancelamentos de vistos e prisões de pastores, e muitas exigências que praticamente inviabilizam o funcionamento das Igrejas em alguns lugares. Não são poucos os líderes cristãos que são ameaçados juridicamente por causa da sua fé, ou de suas pregações. Em contrapartida, as ideologias contrárias aos valores cristãos são protegidas e incentivadas pelas autoridades, sendo ensinadas inclusive às crianças. 


No primeiro tópico, falaremos sobre a Babilônia e os seus significados. Estudaremos as figuras utilizadas por João em Apocalipse 17: A grande prostituta, que é símbolo das multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15); Falaremos também sobre a mulher e a besta escarlata, que é uma referência ao Anticristo que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus (2 Ts 2.4,9,10); Por último, falaremos sobre o nome da prostituta que é “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). O nome “babilônia” aqui não é geográfico, mas simbólico. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. O “espírito da Babilônia”, portanto, é um sistema global deliberadamente anticristão.


No segundo tópico,  falaremos sobre o “espírito da Babilônia” e a sua atuação em três sistemas principais: No sistema religioso, faz com que as pessoas sejam seduzidas pela “prostituição espiritual”, sejam amantes de si mesmo, dos prazeres e do dinheiro; No sistema político e cultural, exerce forte influência na política e na cultura, promovendo as pautas progressistas, o politicamente correto e o patrulhamento ideológico, para perseguir e considerar como fundamentalistas religiosos aqueles que defendem a Verdade bíblica; No sistema econômico, atua para motivar as pessoas a enriquecerem de forma injusta, ilícita e imoral, levando-os a confiar nas riquezas e buscá-las a qualquer custo. 


No terceiro tópico, falaremos sobre a posição da Igreja diante do espírito da Babilônia. Veremos três pontos fundamentais, para a Igreja não sucumbir diante deste império maligno: Primeiro, não negociar a ortodoxia bíblica. A Igreja é a coluna e firmeza da Verdade e, como tal, deve reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável; segundo, formar o caráter de Cristo, que é uma referência à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo; Terceiro, aguardar a Volta de Cristo. O cristão é exortado a não viver desapercebido, mas esperar o seu Senhor olhando, orando e vigiando, e renunciar às concupiscências deste mundo  e viver em santidade.

INTRODUÇÃO AO 3⁰ TRIMESTRE DE 2023

Ev. WELIANO PIRES

Neste terceiro trimestre de 2023, estudaremos assuntos de extrema relevância para a Igreja do Senhor, nestes tempos trabalhosos que estamos atravessando. Abordaremos várias matérias teológicas como Escatologia, Hamartiologia, Eclesiologia, Antropologia, Ética Cristã, Soteriologia e, principalmente, Apologética. Além destas matérias teológicas, abordaremos também matérias seculares como história, filosofia, biologia e ciências sociais, para tratar de questões políticas e ideologias contrárias à fé cristã. O objetivo principal é contrapor a Igreja de Cristo ao império do mal, que atua neste mundo que jaz no maligno.


É um grande desafio para a Igreja de Cristo, sobreviver e avançar com a sua missão neste mundo, dominado pelo “espírito da Babilônia” que impera no mundo. A história da Babilônia teve origem, por volta do Século XIX a.C., com Ninrode, o famoso neto de Noé, que intentou construir uma cidade com uma torre, que chegasse aos céus (Gn 10.8-10; Gn 11.9). Ele contrariou a ordem de Deus para se espalhar pela terra e povoá-la. Mas Deus frustrou os seus planos e confundiu as línguas dos operários e eles não entenderam mais a linguagem uns dos outros. Por isso deram o nome ao lugar de "Babel", que significa confusão. 


A Babilônia chegou a ser uma nação poderosa durante o império de Hamurabi (1793-1750 a.C.), conhecido pela descoberta de um código de leis muito rigoroso que leva o seu nome e serviu de inspiração para as leis de outros povos da antiguidade. Depois de Hamurabi, o império babilônico entrou em declínio. Posteriormente, em 625 a.C. Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, assumiu o trono e deu origem à chamada dinastia dos caldeus, que durou até a queda de Babilônia em 539 a.C., para a coalizão dos medos e persas (Jr 27.7; Dn 5.30,31).


A Babilônia dominou o mundo e foi usada por Deus para punir o povo de Judá por causa da idolatria e muitos outros pecados contra Deus. Mesmo tendo sido alertados muitas vezes pelo profeta Jeremias, o povo não se arrependeu e preferiu dar ouvidos aos falsos profetas. Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio contra Judá e levou milhares de Judeus para o cativeiro, deixando a nação arrasada. 


Os babilônios eram politeístas, pois adoravam vários deuses, que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã; Ishtar, a deusa do amor e da guerra; e Enlil, o deus do vento e da terra. A principal divindade era Bel, que em acádico significa “senhor”, também conhecido como Marduk ou Merodaque. É o equivalente ao deus Baal dos cananeus (Jr 2.8). 


Estes deuses babilônicos se espalharam por outras nações como Egito, Assíria, Fenícia, Grécia e Roma, com outros nomes. Por isso, a Babilônia é retratada no Apocalipse como "a mãe das prostituições". Prostituições aqui não é literal no sentido relações sexuais ilícitas. É uma referência à prostituição espiritual, ou seja, a idolatria e toda sorte de paganismo. Por causa da idolatria, crueldade e arrogância do império babilônico, a cidade passou a ser usada no Apocalipse em sentido figurado para se referir aos inimigos do povo de Deus e ao Anticristo, que será um governo mundial que se levantará após o arrebatamento da Igreja. 


Estudaremos neste trimestre as seguintes lições:


Lição 1 - A Igreja diante do Espírito da Babilônia

Lição 2 - A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado

Lição 3 - O Perigo do Ensino Progressista

Lição 4 - Quando a Criatura Vale mais que o Criador

Lição 5 - A Dessacralização da Vida no Ventre Materno

Lição 6 - A Desconstrução da Masculinidade Bíblica

Lição 7 - A Desconstrução da Feminilidade Bíblica

Lição 8 - Transgênero – Que transrealidade é essa

Lição 9 - Uma Visão Bíblica do Corpo

Lição 10 - Renovação Cotidiana do Homem Interior

Lição 11 - Cultivando a Convicção Cristã

Lição 12 - Sendo a Igreja do Deus Vivo

Lição 13 - O Mundo de Deus no Mundo dos Homens


Esperamos que estas lições tragam os esclarecimentos necessários, revelando as sutilezas de Satanás para implantar o seu domínio, através da política, da educação, da cultura, na economia, nos meios de comunicação e até da religião, distorcendo, relativizando e negando a Palavra de Deus. 

23 junho 2023

FRUTOS DA AMIZADE COM JESUS


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 13: A amizade de Jesus com uma família de Betânia).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos dos frutos da amizade com Jesus. O primeiro deles é a presença do Filho de Deus em sua casa. Felizes são aqueles que desenvolvem uma amizade com Jesus e permitem que Ele habite em sua casa. O segundo fruto é o desenvolvimento espiritual. Uma família que recebe Jesus em sua casa desenvolve um relacionamento espiritual mais profundo com Ele. O terceiro e último fruto da amizade com Jesus é o serviço em família. Cada um à sua maneira, Marta, Maria e Lázaro faziam a sua parte, a fim de agradar o Mestre e oferecer-lhe uma hospedagem digna e agradável.

1- Presença real do Filho de Deus. Nada sabemos a respeito dos pais de Marta, Maria e Lázaro. Também não sabemos se tinham mais irmãos ou se eram casados. Podemos deduzir pelos detalhes dos relatos sobre eles, que Marta era a mais velha e Lázaro o mais novo. Mas isso é apenas uma suposição, pois Marta parece ser a dona de casa e reclama com Jesus, porque Maria não estava ajudando nos afazeres domésticos. O carinho de ambas por Lázaro e o fato dele não aparecer como protagonista são indícios de que poderia ser o mais novo.

O que é certo mesmo é que todos os membros desta família amavam profundamente a Jesus e eram amados por Ele. Muitas pessoas naquela época recebiam Jesus em suas casas e multidões o seguiam por onde Ele passava. Entretanto, boa parte destas pessoas buscavam a Jesus, não pela sua presença, mas por aquilo que Ele poderia fazer por elas. Uns buscavam multiplicação de pães, outros buscavam curas e milagres e havia também os que o seguiam pensando que ele fosse um líder político-militar, que lideraria uma rebelião contra Roma.

A família de Betânia, no entanto, buscava a presença de Jesus em sua casa. Eles não estavam interessados em receber o que Jesus tinha a oferecer. Queriam a presença dele em sua casa. A presença de Jesus em nós é suficiente, independente do que Ele venha a fazer. Após a sua ressurreição, Jesus reuniu os seus discípulos e disse-lhes: "É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém." (Mt 28.18-20). Este texto é conhecido como "A Grande Comissão", pois contém a principal comissão de Jesus à Sua Igreja, que é pregar o Evangelho e ensinar a Sua Palavra.

Depois de confiar aos seus discípulos esta grande comissão, Ele prometeu que a sua presença estaria com eles em todo o tempo. Moisés também entendeu que a presença de Deus era indispensável e disse: "Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui." (Ex 33.15). Jesus disse certa vez aos seus discípulos: "...Sem mim, nada podereis fazer". (Jo 15.5c). Portanto, devemos buscar a presença de Deus e não aquilo que Ele pode nos dar ou fazer por nós. Isso são consequências da Sua presença conosco. A sua presença é suficiente.
 
2- Desenvolvimento espiritual. O segundo fruto da amizade de Jesus com a família de Betânia é o desenvolvimento espiritual dos membros da família. Podemos notar que esta família vivia em união e tinha muito amor uns pelos outros. Estavam sempre juntos e, no episódio da morte de Lázaro, podemos notar que as irmãs o amavam muito. A desunião familiar é incompatível com a vida cristã. Em uma casa que tem Jesus como Senhor, o amor, o respeito, o carinho, a compreensão e o perdão serão sempre abundantes.

Podemos perceber também no desenvolvimento espiritual desta família, a adoração sincera, principalmente de Maria. Os evangelistas citaram três atitudes distintas da adoração de Maria ao Senhor:  Primeiro, ela assentou-se aos pés Jesus a fim de ouvir os seus ensinos (Lc 10.39); depois, na ocasião da morte do seu irmão, Maria lançou-se aos pés de Jesus chorando (Jo 11.32); por último, Maria adora a Jesus derramando sobre Ele uma vasilha de um perfume caríssimo, ungiu os pés do Mestre, molhando-os com as suas lágrimas e secando-os com os seus cabelos (Jo 12.3). Esta adoração de Maria foi um gesto público, espontâneo, sacrificial, generoso, pessoal e sem nenhum exibicionismo. Ela recebeu críticas até de um dos apóstolos. Mas, ela não se importou, pois buscava agradar única e exclusivamente ao Seu Senhor, por quem tinha muito amor e gratidão.

O comentarista cita também a contrição e quebrantamento espiritual como fruto da amizade desta família com Jesus. Contrição significa tristeza e arrependimento pelos pecados cometidos, não por medo do castigo, mas pelo fato de desagradado a Deus. Em sentido metafórico a contrição significa que o adorador reconhece a sua inferioridade e condição de pecador indigno, diante do Deus Todo Poderoso e absolutamente Santo. O oposto disso é autossuficiência, autojustificação e autoexaltação.

3- Serviço concreto. O terceiro fruto da amizade com Jesus apontado pelo comentarista é o serviço completo. A família de Betânia era também uma família que procurava servir ao Senhor Jesus, oferecendo-lhe sempre o melhor. Como vimos no primeiro tópico, eles ofereciam hospedagem a Jesus e aos seus discípulos e os recebiam com alegria em sua casa. Mesmo de forma diferente, Marta e Maria procuravam agradar o Mestre.

Marta se preocupava com os serviços de casa, para oferecer ao Senhor um ambiente limpo e aconchegante e uma boa refeição. Maria faziam-lhe companhia, oferecendo uma boa recepção, ouvindo os seus ensinos e adorando-o com o coração contrito, como vimos acima. Lázaro, como o homem da casa, certamente providenciava os mantimentos e também recebia o Mestre com muito carinho, tanto que Jesus o chamou de "Lázaro, nosso amigo".

Muitas pessoas lêem o texto de Lucas 10.38-40 e recém muitas críticas a Marta, principalmente, os pregadores sensacionalistas. Isto porque Marta foi reclamar com Jesus, por sua irmã tê-la deixado servir sozinha e estar aos pés de Jesus, ouvindo as suas palavras. Jesus repreendeu a Marta, dizendo: "Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." (Lc 10.41,42). Esta repreensão amorosa de Jesus a Marta não foi ao fato dela estar servindo e sim à preocupação excessiva com o serviço, em detrimento da adoração.

É um problema recorrente em muitos cristãos a falta de equilíbrio entre a adoração e serviço. De um lado, há pessoas que espiritualizam tudo e querem somente cultuar a Deus. Vão ao culto matutino, à "tarde da bênção", campanha à noite e depois do culto vão orar nos montes ou vigílias. Sendo assim, não conseguem trabalhar, cuidar da família e sequer da própria saúde. Tanto Jesus como os apóstolos nunca ensinaram isso. Jesus não disse em Mateus 6.33, para "buscar o Reino de Deus, que seriam acrescentadas as demais coisas", como muitos pensam  Ele disse para "buscar primeiro o Reino de Deus", depois de buscar o Reino de Deus, cuidamos das outras coisas também. É para priorizar o Reino de Deus e não buscar apenas isso. Ele também não falou que  "as demais coisas seriam acrescentadas". Jesus falou "todas estas coisas". Que coisas? O que comer, o que beber e o que vestir. Ou seja, o necessário à sobrevivência.

No outro extremo, há aqueles que são escravos do trabalho e não tem tempo para servir a Deus, nem tampouco para cuidar da família e de si mesmo. Trabalham em dois empregos, fazem cursos e ainda levam trabalho para casa. Estas pessoas são como o rico insensato, que pensava somente em acumular riquezas neste mundo e não se preocupou que naquela noite o Senhor pediria a sua vida e ele não levaria nada. Então, precisamos trabalhar e cuidar das coisas desta vida, pois ainda estamos neste mundo e temos que lutar pela sobrevivência. Mas temos que priorizar o Reino de Deus e a Sua Justiça e dedicar um tempo da nossa vida para servir ao Senhor.

REFERÊNCIAS:
 
CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 223-225.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Lucas. Editora Cultura Cristã. pág.676; 718-720.
BARCLAY, William. Comentário Bíblico: Mateus. pág. 427-428.
LOPES, Hernandes Dias. João: As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos. pág. 317-319.
HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento: Mateus a João. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 938.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pág. 397.

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...