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20 setembro 2023

AS BÊNÇÃOS DE UMA VIDA NO REINO

(Comentário do 2º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre as bênçãos de uma vida no Reino de Deus. Antes de pertencermos ao Reino de Deus, éramos por natureza, filhos da ira e inimigos de Deus. Agora que entramos no Reino de Deus, através de Jesus Cristo, alcançamos as bençãos deste Reino. 

A primeira bênção de uma vida no Reino de Deus é a remissão dos pecados. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados. 

A segunda bênção é a adoção de filhos. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. 

A terceira bênção é ser herdeiro de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. 

1. Remissão dos pecados. A palavra remissão deriva do latim remissio, que tem o sentido de perdão, renúncia, desistência, absolvição. O conceito de remissão é a libertação de um cativo, mediante pagamento de resgate, ou cancelamento de uma dívida ou sentença, por parte do credor ou juiz que o sentenciou. 

Só quem pode fazer isso, evidentemente, é a parte ofendida. Eu não posso perdoar a ofensa feita a outra pessoa, ou anular uma sentença condenatória, imposta pela justiça a alguém. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2.13,14).

Há ideias equivocadas em relação ao pagamento dos nossos pecados, para a remissão deles. Todo cristão concorda que Cristo pagou o preço dos nossos pecados, mediante o seu sacrifício na Cruz do Calvário. Entretanto, há pessoas que dizem Jesus morreu para pagar o resgate ao diabo, para que ele nos libertasse da escravidão em que vivíamos, como se estivéssemos sequestrados pelo inimigo. 

Ora, isso é um absurdo teológico, pois o preço dos nossos pecados foi pago à Justiça de Deus que exige a punição pelo pecado. Jesus, como o Cordeiro imaculado de Deus, foi sacrificado para nos purificar de todos os nossos pecados, mediante a fé nEle. Somente Ele poderia fazer isso. A morte de qualquer ser humano, pois mais justo que fosse, seria incapaz de salvar a si mesmo. As boas obras, o sofrimento, a pobreza, o dinheiro ou a religião, são igualmente insignificantes para libertar o ser humano do pecado. 

2. Adotados por Deus em Cristo. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Paulo é o único escritor do Novo Testamento que usa o termo adoção, em relação aos salvos em Cristo. Isto porque a prática da adoção não fazia parte do sistema legal judaico. Entretanto, era algo comum entre os romanos e bem conhecida dos gentios. 

Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. Muitas pessoas estão enganadas pensando que todos os seres humanos são filhos de Deus. A Bíblia é muito clara e afirma que filhos de Deus são apenas aqueles que crêem em Jesus (Jo 1.12). Jesus é o Filho Unigênito (Gr. monogenes) de Deus (Jo 3.16). Aqueles que nele crêem se tornam filhos de Deus por adoção. Os demais são apenas criaturas de Deus. 

3. Herdeiros de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. Cristo, como único Filho legítimo de Deus e o herdeiro de tudo: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hb 1.1,2). 

Mas Deus colocou como co-herdeiros de Cristo, todos aqueles que se tornarem integrantes do Seu Reino pela fé nEle: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8.17). 

Infelizmente, em nossos dias, há pessoas ensinando que temos “direitos” diante de Deus e que podemos exigir tais direitos. Mas, o fato de sermos herdeiros de Cristo, por termos sido adotados como filhos por Deus, mediante a fé em Cristo, não nos dá tal prerrogativa. Isso deve ser motivo para sermos eternamente gratos a Ele, por ter nos adotado como filhos e feito herdeiros de Deus, sendo nós por natureza, inimigos de Deus. Exigir algo de Deus nesta conjuntura, seria semelhante alguém perdoar uma dívida nossa impagável, colocar-nos dentro da sua casa como se fôssemos um dos seus filhos e nós lhe fazermos exigências.

REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.


19 setembro 2023

O REINO DE DEUS NO MUNDO

(Comentário do 1º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos a respeito do Reino de Deus neste mundo. Iniciaremos falando da encarnação de Cristo. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Ele veio para o que era seu (os judeus), mas estes o rejeitaram. Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que nele crerem (Jo 1.11,12). 

Na sequência, falaremos sobre a mensagem do Reino de Deus, que consiste no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. Arrependimento significa literalmente "mudança de mente". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus.

Por último, falaremos dos valores do Reino de Deus, que foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. É claro que estes não são os únicos valores do Reino de Deus, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. 

1. A encarnação de Cristo. Deus é absolutamente santo e, portanto, não pode conviver com o pecado. O homem, vivendo no pecado, também não poderia se aproximar de Deus. Por isso, Jesus Cristo, que é Deus, tomou a forma humana e fez-se mediador entre o homem pecador e Deus (1 Tm 2.5).  

Os gnósticos, negavam a humanidade de Jesus. Eles pregavam um dualismo entre matéria e espírito, dizendo que o espírito é inerentemente bom e a matéria é má. Partindo deste falso pressuposto, diziam que o Filho de Deus não poderia ter um corpo físico e ao tempo ser divino. 

A Bíblia, no entanto, afirma claramente que "o Verbo se fez carne, habitou entre nós e vimos a Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai". (Jo 1.14). Depois, em sua primeira Epístola, o mesmo apóstolo João diz: "E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo." (1 Jo 4.3).

Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Este processo teve início com a miraculosa encarnação do Verbo Divino. Na Lição 05, quando falamos da dessacralização da vida no ventre materno, trouxemos como exemplo de que a vida é sagrada, a miraculosa concepção do Filho de Deus. 

Uma virgem de Nazaré, chamada Maria, estava desposada com José, o seu futuro esposo. Durante este período de desposamento, que era uma espécie de compromisso de casamento na cultura judaica, não acontecia o relacionamento sexual, embora já estivessem comprometidos. O anjo Gabriel anunciou a Maria que ela iria engravidar e gerar um filho: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. (Lc 1.35).

Maria, evidentemente, não entendeu como ela poderia engravidar, sem ter relacionamento sexual. O anjo, então, explicou que esta concepção seria uma obra sobrenatural do Espírito Santo. Posteriormente, o anjo explicou também a José, pois ele quando soube da gravidez, planejou deixar Maria secretamente. 

A Encarnação do Filho de Deus é uma das principais doutrinas do Cristianismo. Sobre isso, diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus:

 

"Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria."

Quando Jesus nasceu, Mateus associou a Ele a profecia de Isaías que diz: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." (Is 7.14). A palavra hebraica "Emanuel" significa "Deus conosco". Portanto, Jesus é Deus que se tornou homem e habitou entre nós (Jo 1.1,14).

2. A mensagem do Reino. Quando Jesus iniciou o seu ministério, logo após o seu batismo no Rio Jordão, Ele começou a pregar dizendo: "O tempo está cumprido, o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho". (Mc 1.15). A base da mensagem do Reino de Deus, portanto, está no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. 

A palavra grega traduzida por arrependimento é "metanoia". Esta palavra é formada de dois vocábulos gregos: "meta" (que vai além, depois, ou mudança) e "nous" (pensamento). Portanto, metanoia significa literalmente "mudança de pensamento". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus. Como disse Jesus a Nicodemos "quem não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus". 

Muitos confundem arrependimento com remorso. Mas são coisas diferentes. O remorso acontece quando a pessoa pratica algo errado e teme as consequências dos seus atos, mas se pudesse faria tudo de novo. O arrependimento acontece quando a pessoa é convencida pelo Espírito Santo e passa a pensar e agir diferente, por convicção. 

No Reino de Deus, o arrependimento está sempre atrelado à fé em Cristo. Jesus disse: "Arrependei-vos e crede no Evangelho". Portanto, não basta mudar o pensamento em relação aos nossos pecados, é preciso crer na obra redentora de Cristo, pois sem isso, ninguém será salvo. 

3. Os valores do Reino. Todo reino tem as suas leis, regras e valores, às quais, os seus súditos estão obrigados a se submeterem. Com o Reino de Deus não é diferente. Quem quiser fazer parte do Reino de Deus tem que seguir a Ética de Jesus e os seus valores que, diga-se de passagem, são totalmente opostos aos valores deste mundo que jaz no maligno. 

Os valores do Reino de Deus foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. Os principais valores do Reino de Deus estão catalogados no Sermão da Montanha, como por exemplo: as bem-aventuranças, o controle da ira, a indissolubilidade do casamento, o controle das palavras, não revidar as ofensas, as diretrizes para as esmolas, jejuns e oração, etc. Recentemente, nós estudamos um trimestre inteiro sobre o Sermão da Montanha, comentado pelo Pr. Osiel Gomes, onde cada um destes temas foram tratados em pormenores. 

Evidentemente, os valores expressos no Sermão do Monte não são os únicos valores do Reino de Deus, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. Infelizmente, há pessoas de outras religiões que acham bonitas algumas partes do Sermão do Monte, principalmente, a parte que fala do amor ao próximo, da misericórdia e da pacificação, e ensinam que para seguir a Cristo basta seguir o Sermão do Monte. Mas Jesus nunca ensinou isso. Se assim fosse, a salvação seria pelas obras. 

Jesus sempre colocou a fé nEle, a renúncia valores deste mundo e ao próprio ego, como condições indispensáveis para alguém segui-lo: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mt 16.24). Encontramos também em vários discursos de Jesus, Ele falando que é necessário crer nele para ser salvo (Mc 16.16; Jo 3.16,18; 5.24; 11.25, etc.). 

Os apóstolos também escreveram sobre várias práticas, que impedem as pessoas de herdarem o Reino de Deus, como as obras da carne, descritas pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.19-21: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas. Ou seja, a lista não é exaustiva. 

Muitos destes pecados não foram tratados por Jesus no Sermão da Montanha. Há ainda outros pecados que são contrários ao Reino de Deus, foram condenados por Jesus no Apocalipse, como a covardia, a idolatria, a mentira, a incredulidade, a falsificação da Palavra de Deus, a feitiçaria e as abominações sexuais (Ap 21.8; 22.15). Então, os valores exigidos para se fazer parte do Reino de Deus e os valores que pedem a entrada nele estão expressos em todo Novo Testamento. 

É importante esclarecer também que o Reino de Deus, vivido através da Igreja atualmente é espiritual e não vem com aparência exterior. Também não é um reino político, onde a Igreja dominará ou transformará o mundo como muitos pensam. O Reino de Deus nesta terra só acontecerá em sua plenitude e de forma visível, no Milênio, quando Jesus descerá com a Igreja e governará o mundo com Justiça durante mil anos. 

REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO.
Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 28.


 

15 abril 2022

A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS


(Comentário do 3º tópico da Lição 3: JESUS, O DISCÍPULO E A LEI)


Jesus mostra que o padrão de Justiça do Reino de Deus é diferente daquele ensinado pelos rabinos judaicos, que se baseava no binômio lei-obra. A justiça ensinada por Jesus não é exterior ou legalista e só pode ser obtida através da ação do Espírito Santo no interior do ser humano, que promove o novo nascimento. O conceito de justiça na Bíblia é diferente do que temos hoje. Justiça atualmente tem a ver com legalidade e poder judiciário.  Do ponto de bíblico, a palavra justiça está relacionada  com retidão, integridade e honestidade. Por isso, no Sermão do Monte, Jesus nos convida a viver a justiça do Reino de Deus, mediante estas virtudes. 


1- Quem é grande no Reino de Deus? Os parâmetros de Jesus são muito diferentes dos padrões dos escribas e fariseus e do mundo em geral. Para os escribas e fariseus, alguns mandamentos da Lei eram mais importantes que outros. Eles valorizavam muito a tradição dos anciãos e, com isso, acabavam invalidando as coisas mais importantes da lei que eram o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Por isso, Jesus disse que eles coavam um mosquito e engoliam um camelo. 

Para Jesus, quem é considerado grande em seu reino não não os que detém muito conhecimento, os que são prósperos materialmente, os que têm cargos elevados ou que são de linhagem nobre. Grandes no Reino de Deus são aqueles que ensinam e guardam a Palavra de Deus como ela é, com fidelidade, sem nenhuma distorção. Ninguém na terra têm autoridade para alterar a Palavra de Deus e liberar o que ela condena, ou condenar aquilo que ela não condena. As leis humanas se tornam obsoletas com o passar dos anos e precisam ser alteradas ou revogadas. Entretanto, a Palavra de Deus é eterna, inerrante e imutável, pois foi inspirada por Deus, conforme estudamos no trimestre passado. 

 

2- A Justiça do reino de Deus. No Sermão do Monte, Jesus disse que se a nossa Justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no Reino de Deus. Para entendermos melhor o que Jesus falou, precisamos antes entender quem eram os escribas e fariseus e qual o conceito que eles tinham de justiça.  Os escribas eram os mestres da lei. Eles eram os responsáveis por copiar as Escrituras, interpretar e ensinar ao povo. Naquela época, não era como hoje que cada um tem a sua Bíblia em casa. Os rolos das Escrituras ficavam na Sinagoga e o povo ia lá para ouvir a leitura e a explicação. Poucas pessoas sabiam ler e, para piorar, os poucos que sabiam ler não entendiam as Escrituras. 

O povo judeu havia passado por vários cativeiros, desde que foram levados para a Babilônia. Depois dos babilônios, foram dominados pelos medos e persas. Eles retornaram para a sua terra, mas não tiveram mais independência. Depois dos persas, os gregos dominaram o mundo. O povo permaneceu em sua pátria, mas sob o domínio dos gregos e posteriormente dos romanos. Os gregos usavam o processo de aculturamento para arraigar o seu domínio entre os povos. Mesmo após o domínio romano, a cultura grega (helenismo) prevaleceu. 

Depois do retorno do cativeiro babilônio, o povo judeu não conhecia mais a Lei, a cultura e até o idioma da sua terra, que era o hebraico. Nos setenta anos de cativeiro, eles se amoldaram à cultura dos caldeu e falavam o aramaico. Por causa disso, o escriba e sacerdote Esdras veio da Pérsia para ler as Escrituras para o povo e explicar o seu significado. Foi nesse período que surgiu um documento chamado Talmud (aprendizado em hebraico), que são compilações das explicações dos rabinos sobre a Lei.

Os fariseus, por sua vez, formavam um grupo religioso de Israel, que surgiu provavelmente no período que antecedeu a guerra dos macabeus, com o objetivo de resistir e fazer oposição aos costumes helenísticos (gregos). Este nome aparece pela primeira vez durante a época do governo de João Hircano, que governou a Judéia entre 135 e 105 a.C. O próprio João Hircano, que era sumo sacerdote, era também um fariseu. Mas, depois passou para o partido dos saduceus. 

A palavra “fariseu” é de origem incerta. O sentido mais provável é “separado”. Eles eram muito rigorosos na observância não apenas da Lei escrita, mas também da tradição oral. Além dos mandamentos da Lei de Moisés, os fariseus criaram muitas regras preventivas, para “evitar que as pessoas pecassem”.  Em Mateus 23, Jesus teceu duras críticas aos fariseus, dizendo que eles criaram “fardos pesados e difíceis de suportar”, eram hipócritas e ficavam na porta dos céus: não entravam e impediam os outros de entrarem. Saulo de Tarso, antes da sua conversão ao Cristianismo pertencia ao grupo dos fariseus.

O conceito de justiça para os escribas e fariseus era baseado na teologia da retribuição, ou seja, se você obedece a lei é recompensado e se desobedece é punido. A compreensão que eles tinham de justiça era focado nas próprias ações exteriores e não em Deus. Por isso, faziam de tudo para serem vistos. A justiça ensinada por Jesus, no entanto, é interior e não pode ser obtida por méritos ou capacidade humana. Ela é o resultado da fé em Cristo. “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.” (Rm 3:21,22


REFERÊNCIAS: 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. p. 45.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. p. 309.

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pp. 68-70.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. p. 195.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.557.

SPROUL, R. C. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017 Editora Cultura Cristã. p. 87.



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Pb. Weliano Pires


 

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