22 outubro 2021

VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO


O ministério começa com a chamada, depois vem a conversão e por último a preparação. Não se deve separar obreiros que não foram chamados, que não são convertidos ou despreparados. Paulo passou por todo este processo, antes de se tornar apóstolo. Ele foi chamado por Deus, antes de nascer como vimos anteriormente. Depois passou pelo processo de conversão, encontrando pessoalmente o Senhor Jesus. Agora, precisava ser preparado para exercer o seu apostolado. Diferente do colégio apostólico, Paulo não conviveu com Jesus e não passou pelo treinamento que eles passaram, andando com o Mestre por três anos. 

1. A ida para o deserto. Após a conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco pregando para os judeus. Mas, nem os próprios cristãos acreditaram em sua conversão.   A chamada de Paulo foi feita diretamente por Jesus e o seu preparo também. Então, o Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus, sobre o Evangelho que deveria pregar: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gl 1.11,12). 

Com Moisés também foi assim. Ele passou quarenta anos no Egito, sendo formado nas melhores escolas e preparado para ser um possível sucessor do trono de Faraó. Mas, o Senhor o enviou para o deserto, onde ele ficou quarenta anos aprendendo as lições do deserto. Ali, ele aprendeu a conviver com as dificuldades, a cuidar de ovelhas e  defendê-las dos predadores.

2. As lições do deserto. No deserto, Paulo afastou-se das sinagogas, do seu vínculo com o Judaísmo e com a cultura grega. Paulo ficou três anos no deserto da Arábia, entre a sua conversão e o seu retorno a Jerusalém (Gl 1.17.18). Ele passou por um intenso preparo teológico, emocional e espiritual, com o próprio Jesus, que lhe mostrou revelações profundas sobre o Evangelho. O Espírito Santo lhe deu inspiração para escrever treze Epístolas e sistematizar as doutrinas cristãs. Ali, em ambiente desconhecido, sem fama e sem dinheiro, Paulo aprendeu a depender exclusivamente de Deus. O outrora fariseu Saulo, que tinha prestígio com as autoridades religiosas de Israel, o cidadão romano Paulo, que tinha prestígio no Império romano e conhecia a cultura e a filosofia grega, agora se limitava a um desconhecido nômade, no deserto da Arábia. 

3. Mais lições do deserto. O obreiro que não passa pelo deserto não aprende a humildade e a dependência de Deus. Torna-se muitas vezes arrogante e autossuficiente. Deus treinou líderes importantes, levando-os para o deserto. Foi assim com Moisés, com Elias e com o próprio Jesus. 

No deserto, o cientista e herdeiro do trono de Faraó, Moisés, passou a ser um simples pastor das ovelhas do seu sogro, vivendo nas montanhas. Ali, ele teve um encontro pessoal com Deus e foi enviado para libertar o seu povo da escravidão. Depois disso, ele passou quarenta anos no deserto liderando um povo rebelde. 

O profeta Elias enfrentou o temido casal de ímpios Acabe e Jezabel e depois enfrentou os profetas de Baal. Mas, o Senhor o conduziu primeiro a Sarepta e depois ao deserto, onde ele aprendeu a depender exclusivamente de Deus. Elias viveu na margem de um ribeiro, bebendo água dele e sendo alimentado por corvos. Depois, viveu cerca de três anos sendo sustentado por uma viúva, que dependia da multiplicação de Deus. No deserto, ele dependeu da comida providenciada por um anjo, para caminhar por quarenta dias. 

Jesus também, antes de iniciar o seu ministério terreno, foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo inimigo. Ali, ele passou quarenta dias em jejum, em profunda comunhão com o Pai. 

Saulo também passou por esta importante escola de Deus, em seu preparo ministerial. No deserto, vivendo como nômade, sem nenhuma expressão, Paulo despiu-se de toda roupagem filosófica, religiosa e cultural que possuía. Aprendeu que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. Todo este aprendizado foi muito importante em suas viagens missionárias, pois ele enfrentou muitas dificuldades, perseguições, açoites e prisões.  


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Pb. Weliano Pires


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