26 fevereiro 2022

UMA MENSAGEM AO CORAÇÃO


(Comentário do 3° tópico da Lição 09: As Histórias e as Poesias falam ao Coração)


Conforme vimos nos tópicos anteriores, nos resumos de cada um dos livros históricos e poéticos da Bíblia, eles trazem mensagem ao coração humano. Estas mensagens revelam a soberania de Deus na condução da história do povo de Deus, nos livros históricos. Por outro lado, nos livros poéticos, encontramos mensagens de sabedoria e adoração, expressas nos sentimentos, orações, lamentos e poesias dos poetas inspirados por Deus. 


1. Uma mensagem de soberania. A história do povo de Israel é uma das principais provas da soberania de Deus. Deus chamou Abrão, em Ur dos Caldeus, e ordenou que ele saísse da sua terra, do meio dos seus parentes e se dirigisse a uma terra desconhecida, que Deus iria lhe mostrar. Inicialmente, Abrão partiu com o seu pai, irmão e o sobrinho Ló. Chegando em Harã, morreu um dos irmãos de Abrão e, posteriormente, o seu pai. Abrão continuou a viagem, em companhia do sobrinho. Mas, em um certo momento, houve uma contenda entre os servos deles e tiveram que se separar. Após a separação, Deus apareceu novamente a Abrão e lhe revelou o seu plano de fazer dele uma grande nação. A partir daí vemos o Senhor conduzir os rumos da descendência de Abraão até formar a nação eleita, para através dela trazer o Salvador do mundo. Deus é soberano sobre Céus e terra e exerce o seu domínio sobre tudo e todos. Nada acontece sem a sua permissão. Entretanto, a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana e o livre arbítrio que Ele mesmo concedeu ao ser humano.


2. Uma mensagem de sabedoria. Conforme já vimos em lição anterior, Deus é a fonte de toda a sabedoria (Pv 2.6) e a verdadeira sabedoria consiste em temer a Deus. Nos livros históricos e poéticos vemos perfeitamente a demonstração da sabedoria de Deus, não apenas no discurso, mas, principalmente nas suas ações. Viver segundo a vontade e a orientação de Deus é viver uma vida sábia. Por outro lado, o incrédulo, o idólatra, o preguiçoso, o soberbo e todos os que rejeitam o Senhor e a sua Palavra são considerados loucos e tolos. 


3. Uma mensagem de adoração. As Escrituras ensinam que somente o Deus único e verdadeiro deve ser adorado (Êx 20.1-5). A adoração faz parte do culto prestado a Deus tanto individual como coletivo. Em geral, os elementos da adoração compreendem a oração, o louvor, os cânticos, o meditar na Palavra de Deus, dentre outros. Não apenas nos livros do Pentateuco, mas também nos históricos e poéticos, temos uma mensagem de que devemos adorar única e exclusivamente a Deus, em qualquer circunstâncias da nossa vida. 


REFERÊNCIAS:

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 242-243.

Harman, Allan. Comentários do Antigo Testamento: Salmos. Editora Cultura Cristã. 1ª edição 2011.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.


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Pb. Weliano Pires


 

OS LIVROS POÉTICOS E DE SABEDORIA DO ANTIGO TESTAMENTO


(Comentário do 2° tópico da Lição 09: As Histórias e as Poesias falam ao Coração)


Os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão são chamados de livros sapienciais e poéticos, pois retratam as verdades divinas através da poesia ou da prosa. A prosa é o texto escrito da forma como falamos. A poesia, por sua vez, é o texto escrito de forma bem elaborada, expressando os sentimentos e pensamentos, mediante versos e estrofes. 

É importante destacar que a poesia na Bíblia não se refere à poesia moderna e sim à poesia hebraica. Na poesia atual temos os poemas narrativos, dramáticos e líricos. Os textos poéticos são submetidos a metrificação das sílabas poéticas e rimas são através dos sons das últimas palavras dos versos. As poesias obedecem a vários critérios na composição dos versos e são classificadas de acordo com a quantidade de versos em uma estrofe: dísticos, tercetos, quarteto, quintilhas, sextilhas, sétimas, nonas e décimas.

A poesia hebraica enfatiza o ritmo da ideia e não o ritmo do som, como a nossa poesia. No pensamento oriental antigo valorizava-se mais o conteúdo e as ideias de um texto do que a metrificação de versos e estrofes. A principal característica da poesia hebraica é o chamado “paralelismo”, que consiste na correspondência  ou ligação de uma frase com a outra, por meio da repetição, ênfase ou contraste de ideias. Há vários tipos de paralelismo na poesia hebraica: 

a) Sinônimo. Uma frase encontra  sinônimo na frase seguinte. (Sl 24.1).

b) Antitético. Uma frase expressa ideia contrária à outra. (Sl 1.6). 

c) Sintético ou Construtivo. As frases vão se completando e correspondendo, como uma construção. (Pv 15.17). 

Outra característica importante da poesia hebraica são os chamados acrósticos, onde os versos hebraicos estão escritos em ordem alfabética, sendo a primeira letra de cada linha ou verso, as letras do alfabeto hebraico na devida ordem. Exemplos de poesias em acrósticos são os Salmos 9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, 119, 145 e as Lamentações de Jeremias.

Nas Escrituras Hebraicas, apenas os livros de Jó, Salmos e Provérbios são considerados poéticos. Os livros de Eclesiastes e Cantares de Salomão fazem parte de um grupo de livros chamado de “rolos”  (heb. ). Estes livros são lidos nas cinco festas sagradas judaicas. Este estilo de poesia servia para facilitar a memorização dos textos, pois não haviam capítulos e versículos e as pessoas não possuíam exemplares da Bíblia em casa como temos hoje. Entretanto este valor se perde na tradução para a nossa língua.

1. O livro de Jó. O livro de Jó narra a experiência de um personagem real que foi Jó. O escritor registra que Jó alcançou o testemunho de ser um servo “íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal” (Jó 1.8)  Apesar de sua vida justa, Jó experimentou em um único dia muita dor e sofrimento, perdendo todas as suas posses (Jó 1.13-17), todos os seus filhos (Jó 1.18,19) e foi atingido por uma dolorosa doença (Jó 2.7,8). Para piorar, enfrentou a incompreensão e insensibilidade, primeiro da sua esposa e depois dos seus amigos que o acusavam de ter pecado contra Deus. Segundo diziam, os sofrimentos de Jó seria a punição de Deus por seus pecados. A autoria é incerta. Alguns a atribuem a Moisés e outros a Salomão. O livro de Jó é considerado o mais antigo da Bíblia.


2. O livro dos Salmos. O Livro dos Salmos é uma compilação de diversos cânticos e poesias judaicas, que eram usados na devoção particular e nos cultos. Este cânticos expressam os mais profundos sentimentos dos seus autores, em várias circunstâncias: alegria, tristeza, desespero, lamentações, orações, louvor, etc. 

O livro dos Salmos é chamado de Sepher Tehilim em hebraico, que significa Livro dos louvores. Está dividido em cinco partes: 

  • Livro I. Do Salmo 1 ao 41 com a maioria dos cânticos de autoria de Davi;

  • Livro II. Do Salmo 42 ao 72, com vários cânticos de Davi, Asafe e Salomão; 

  • Livro III. Do Salmo 73 ao 89, com vários salmos de Asafe;

  • Livro IV. Do Salmo 90 ao 106, com a maioria dos Salmos anônimos e alguns atribuídos a Moisés, Davi e Salomão;

  • Livro V: Do Salmo 107 ao 150. Neste livro temos a coleção chamada de Hallel egípcio, que vai do Salmo 113 ao 118. Temos também o chamado Grande Hallel, que vai do 146 ao 118, onde cada cântico começa com a expressão hebraica Halleluyah, que significa “Louvai ao Senhor”. 


3. O Livro de Provérbios. O título do Livro de Provérbios em hebraico é “Mishle Shelomoh” ou “Provérbios de Salomão”. Foi escrito por Salomão e alguns trechos por Agur e pelo rei Lemuel. Provérbios são expressões curtas contendo lições morais. Provérbios são frases ou ditados populares, que expressam uma verdade de forma sucinta, com sentenças curtas extraídas de longas experiências de vida. O livro de Provérbios contém alguns princípios universais de sabedoria para a vida. O tema principal do livro é: o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. (Pv 1.7). Provérbios nos ensina que observar os princípios divinos nos faz pessoas sábias e que uma pessoa temente a Deus é digna de ser honrada (Pv 31.30).


4. O Livro de Eclesiastes. O título deste livro em hebraco é Qoheler, que significa “aquele que convoca ou fala a uma assembléia”. O título Eclesiastes vem do termo grego Ekkesia, que significa “palavras do pregador a uma assembléia”. A autoria é atribuída a Salomão, devido à introdução: “Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”. (Ec 1.1). O assunto de Eclesiastes gira em torno da pergunta: “Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho debaixo do sol?” (Ec 1.3) O tema principal de Eclesiastes está na frase “é tudo vaidade” (Ec 1.2), indicando a efemeridade da vida humana. A palavra hebraica traduzida por vaidade não o sentido atual de exibicionismo, valorização excessiva da aparência e luxo como atualmente. Vaidade em Eclesiaste significa algo inútil, transitório e passageiro. Portanto o autor expressa a sua desilusão pela busca de sentido para a existência humana, do ponto de vista material. Na conclusão, o autor declara que o sentido da vida é “temer a Deus e guarda os seus mandamentos.” (Ec 12.13).


5. O Livro de Cantares de Salomão. Nas Escrituras hebraicas é chamado de “Cântico dos cânticos”, devido às primeiras palavras do livro (Ct 1.1). Este livro é o principal dos 1005 cânticos do sábio Salomão e descreve em belos versos, o amor conjugal de Salomão e a Sulamita. Há dois extremos que devem ser evitados na interpretação deste livro. O primeiro é considerá-lo um conto erótico e sem importância para o cristão. O segundo é o oposto, considerá-lo apenas uma simbologia do amor entre Deus e Israel e de Cristo e sua Igreja. As interpretações alegóricas e simbólicas não precisam ser descartadas, entretanto a mensagem primária do Livro é exatamente o amor, a bênção e a felicidade do homem e a mulher dentro do casamento. 


REFERÊNCIAS:


LEITE, Vicente. FACULDADE TEOLÓGICA IBETEL. págs. 13-16.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

PEARLMAN, Myer. Salmos: adorando a Deus com os filhos de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.5).

MAC ARTHUR, John. Manual Bíblico Mac Arthur: Gênesis a Apocalipse. 2 Ed. Tradução Érica Campos. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.


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Pb. Welian Pires


 

AS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO


(Comentário do 1° tópico da Lição 09: As Histórias e as Poesias falam ao Coração).

O estilo literário destes livros é chamado de narrativa. Este estilo literário é constituído de enredo, trama e personagens. As narrativas humanas, tendem a impor o falso como verdadeiro, seja por razões ideológicas, ou por má fé. Entretanto, a narrativa bíblica é divinamente inspirada e absolutamente verdadeira, pois Deus é o seu autor e principal personagem.


Os chamados livros históricos em nossa Bíblia são compostos por doze livros e abrangem um período de aproximadamente 1000 anos, desde a conquista da terra de Canaã, até o retorno do cativeiro babilônico com Esdras e Neemias. Deus já havia anunciado a Moisés, que ele não entraria na terra prometida e que Josué seria o seu sucessor, na liderança do povo de Israel. A conclusão do Livro de Deuteronômio, que relata a morte de Moisés, deve ter sido escrita por Josué.

1. O livro de Josué. Deus já havia anunciado a Moisés, que ele não entraria na terra prometida e que Josué seria o seu sucessor, na liderança do povo de Israel. A conclusão do Livro de Deuteronômio, que relata a morte de Moisés, deve ter sido escrita por Josué. Após a morte de Moisés, Deus falou com Josué e o animou para liderar o povo na conquista da terra prometida (Js 1.1-9). A partir daí começam os registros das conquistas e das heranças distribuídas às tribos correspondentes. O livro de Josué é o primeiro dos chamados livros históricos. 

Os principais acontecimentos descritos no livro de Josué são: 

  • A passagem pelo Rio Jordão e entrada na terra prometida (Js 3); 

  • A queda milagrosa dos muros de Jericó (Js 6);

  • As guerras na conquista da terra prometida (Js 13.1 a 22.34); 

  • As repartições da terra entre as tribos; os dois discursos de Josué ao povo (Js 23.1-16; 24.1-270; 

  • A morte de Josué (Js 24.29-33)

O livro não menciona o nome do autor, mas segundo o Talmud Josué foi o autor, com alguns comentários adicionais na seção que relata a sua morte. A data da redação foi antes do reinado de Davi, entre 1405 e 1385 a.C. 


2. O Livro de Juízes. O livros dos Juízes registra os primeiros 400 anos do povo de Israel na terra prometida. Segundo a tradição judaica, o autor foi Samuel, antes do reinado de Davi, por volta do ano 1004 a.C.

Após a morte de Josué, o povo ficou sem liderança e cada um fazia aquilo que bem entendia (Jz 21.25). Não demorou muito para caírem na idolatria. Por causa disso, o Senhor suscitou vários inimigos contra Israel e quando eles clamavam a Deus por socorro, o Senhor levantava um libertador ou juiz. Assim, o livro narra sete domínios que Israel sofreu e os respetivos livramentos, por meio de 13 juízes: Otniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão, Abimeleque, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdon e Sansão. 

Abimeleque não foi um juiz levantado por Deus para libertar o povo. Ele era o filho de Gideão que matou os seus irmãos e se declarou rei. Embora não sejam mencionados no Livro de Juízes, Eli e Samuel também foram juízes, antes da monarquia e aparecem em livros posteriores. 

3. O Livro de Rute. O livro de Rute narra a história dramática do casal belemita Elimeleque e sua esposa Noemi, que fugiram da fome em Israel, com os seus dois filhos Malom e Quiliom, para a terra de Moabe. Lá, os seus filhos casaram-se com as moabitas Orfa e Rute. Depois morreram Elimeleque e os seus dois filhos, deixando três mulheres viúvas e sem filhos. Noemi resolveu voltar para a sua terra e a sua nora Rute decidiu firmemente acompanhá-la, tornando-se a partir daí a principal protagonista do livro. Na terra de Israel, a moabita Rute casou-se com o fazendeiro Boaz e foram bisavós do rei Davi. Dessa forma, Rute entrou para a genealogia de Jesus. 

4. Os livros de Samuel. Os dois livros de Samuel na Bíblia hebraica são um único livro. Na tradução para o grego, os tradutores da Septuaginta dividiram em dois volumes. A autoria é incerta, mas, a tradição hebraica atribui a autoria a Samuel, Natã e Gade. Não há indicação no livro da data da autoria. Entretanto há muitas evidências internas de que a maior parte foi escrita após a divisão do reino. 

O início do primeiro livro de Samuel registra o período final dos juízes, quando Eli era o Sumo Sacerdote e julgava Israel. Os seus filhos eram corruptos e profanos. Naquela época era comum a poligamia. Uma mulher estéril, chamada Ana, era humilhada por sua rival, Penina, que tinha filhos. De forma comovente, Ana fez um voto ao Senhor, dizendo que se Deus lhe desse um filho, ela o daria ao Senhor,  por todos os dias da sua vida. Um ano depois ela teve um filho e deu-lhe o nome de Samuel, que significa “ouvido por Deus”. 

Samuel passou a morar no tabernáculo com o Sumo sacerdote Eli e ainda criança foi chamado por Deus. Após a morte de Eli e dos seus filhos, Samuel tornou-se juiz, sacerdote e profeta de Israel. Na sua velhice, os seus filhos não andavam como ele e o povo pediu um rei. Seguindo orientações de Deus, Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel. Depois de se confirmar no reino, Saul desobedeceu a Deus e o Senhor a Samuel que ungisse a Davi como rei. A partir do capítulo 16 e em todo o segundo livro, Davi passou a ser o principal protagonista. 

5. Os Livros dos Reis. Assim como os livros de Samuel, os Livros dos Reis  também são um único livro nas Escrituras Hebraicas. O livro narra a história do povo judeu desde a morte de Davi, até o cativeiro do Reino do Sul, um período de 390 anos. O Talmude atribui a autoria a Jeremias. Naturalmente, se o autor foi Jeremias, ele usou registros de outros profetas para completar a obra, pois ele não viveu durante todo o período. 

A história da era dos reis é narrada nos livros de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas. Os livros de Samuel, dentre outros relatos, mostram a ascensão de Saul e de Davi ao trono de Israel. Os livros de Reis registram o reinado de Salomão, e os reis que se sucederam tanto no Reino do Norte como no Reino do Sul.

O primeiro livro traz os relatos de todo o reinado de Salomão, a divisão do reino e os reinados de Israel e Judá até Acazias e Josafá, respectivamente. Os primeiros capítulos narram os últimos dias de Davi e depois o reinado, as riquezas e a sabedoria de Salomão. Depois, trata da divisão do reino e a instabilidade e conspirações dos reinados de Israel. A partir do capítulo 17, o livro narra o confronto entre Elias  e o Baalismo de Acabe e Jezabel. 

O segundo livro dos reis dá continuidade ao reinado dividido desde a morte de Acabe até a destruição de Jerusalém em 586 d.C. O livro inicia com o episódio da morte de Acazias, filho de Acabe, quando desceu fogo do Céu e consumiu 100 soldados dele. Depois, traz o registro do arrebatamento de Elias ao Céu. Os capítulos seguintes narram o ministério do profeta Eliseu, o sucessor de Elias. Depois, seguem-se as narrativas dos reis de Israel e de Judá com maior ênfase ao reinado do Norte até o cativeiro da Assíria. A partir daí o reino do Norte deixa de existir e a narrativa se volta para os reis de Judá. 

6. Os Livros das Crônicas. Os livros das Crônicas também são um único volume nas Escrituras Hebraicas. A autoria é atribuída pela tradição hebraica a Esdras. O livro foi escrito para os judeus repatriados do cativeiro, dando maior ênfase à aliança davídica e o culto no templo. O livro começa com Salomão e cobre o mesmo período dos Livros dos Reis. Entretanto, não menciona a história das dez tribos do Norte, dando destaque à descendência de Davi. O Livro traz também toda a história genealógica de Israel. Na conclusão traz um breve relato do retorno do cativeiro. 

7. Os livros de Esdras e Neemias. Os livros de Esdras e Neemias são um único volume nas Escrituras Hebraicas. A tradição judaica atribui a Esdras a autoria. O livro de Esdras começa com o decreto do rei Ciro da Pérsia, autorizando os judeus a retornarem para a sua pátria. Depois narra a reconstrução do templo de Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e o restabelecimento do culto e das festas judaicas sob a liderança do sacerdote e escriba Esdras. 

O livro de Neemias relata a história de Neemias, o famoso judeu que era copeiro do rei da Pérsia, que foi usado por Deus para liderar o retorno do povo judeu do cativeiro e reconstruir os muros de Jerusalém. Neemias enfrentou forte oposição de Sambalate, Tobias e Gesém, que o acusavam de rebelião contra o rei. 

8. O livro de Ester. O  livro de Ester é de autoria desconhecida e foi escrito por volta de 465 a.C. Relata a história da sobrevivência do povo judeu no cativeiro sob o domínio dos persas, durante o reinado de Assuero (Xerxes I, que sucedeu Dario I em 485 a.C). O rei fez um grande banquete e convidou todos os seus súditos, grandes e pequenos, para mostrar as suas riquezas e a glória do seu reino. Após sete dias de banquete, embriagado, o rei mandou chamar a rainha Vasti, para mostrar aos seus súditos a sua beleza. A rainha recusou-se a comparecer e o rei ficou tão irado que a destituiu e convocou todas as moças do reino, para que ele escolhesse a nova rainha. 

Havia um judeu chamado mardoqueu, que criara uma prima sua que era orfã, chamada Hadassa, a quem ele adotara e lhe deu o nome de Ester, que significa estrela. Ester era muito educada e bela. Diante da convocação do rei Assuero, Ester também compareceu e foi escolhida como a nova rainha do império persa. 

Mardoqueu descobriu uma conspiração contra o rei e a denunciou. O fato foi registrado nas crônicas do rei, mas acabou sendo esquecido. O homem mais poderoso do império depois do rei era Hamã. Este homem odiava os judeus, por causa de Mardoqueu, e intentou exterminá-los. Entretanto as suas artimanhas foram denunciadas ao rei por Ester e Hamã acabou sendo enforcado na própria forca que ele preparara para Mardoqueu. O livro termina com a festa dos judeus e a exaltação de Mardoqueu. 


REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

HAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 902, 993, 1338.

MAC ARTHUR, John. Manual Bíblico Mac Arthur: Gênesis a Apocalipse. 2 Ed. Tradução Érica Campos. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019.


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Pb. Weliano Pires


23 fevereiro 2022

Introdução à Lição 09: As Histórias e as Poesias falam ao Coração


Na lição passada, iniciamos o estudo panorâmico dos livros da Bíblia. O nosso tema foi: A LEI E OS EVANGELHOS REVELAM A JESUS. Vimos que os princípios e valores descritos na Lei do Antigo Testamento são os mesmos que estão presentes no Evangelho, no ministério de Jesus. Sendo assim, o Antigo Testamento aponta para o Novo e o Novo Testamento é a confirmação do Antigo. Há uma relação intrínseca entre a Lei e os Evangelhos. Ambos têm como tema principal a pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo. 

Na lição desta semana, dando continuidade ao estudo panorâmico dos livros da Bíblia, falaremos sobre os livros históricos e sobre os livros poéticos da Bíblia. Conforme vimos na lição 4, quando falamos sobre a estrutura da Bíblia, a ordem dos livros do Antigo Testamento em nossa Bíblia difere da Bíblia hebraica, pois segue a ordem da versão grega Septuaginta. O conteúdo é exatamente o mesmo. Entretanto, a quantidade de livros, a ordem em que eles aparecem e a classificação do estilo literário são diferentes. 

A Bíblia hebraica é composta por vinte e quatro livros: A Torah (Lei) com cinco livros, o Nevi'im (Profetas) com oito livros e o Ketuvim (Escritos) com onze livros. O Antigo Testamento, por sua vez, tem 39 livros. Portanto, há livros em nossa Bíblia que estão classificados como proféticos, que na Bíblia hebraica estão entre os escritos e vice-versa. 

Estudaremos resumidamente nesta lição, duas categorias dos livros do Antigo Testamento em nossa Bíblia: os livros históricos, que são as narrativas daquilo que Deus fez para o povo de Israel e através dele, desde a conquista da terra prometida, até os cativeiros da Assíria e Babilônia; e os livros poéticos, que são cinco livros que expressam sentimentos e pensamentos do ser humano e mostram a sabedoria de Deus através da poesia e prosa hebraicas. Os relatos dos livros históricos são absolutamente verdadeiros e dão testemunhos da fidelidade de Deus para com o seu povo. Os livros poéticos, por sua vez, expressam através da beleza da poesia e das figuras de linguagem, a verdade e a sabedoria de Deus.

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Pb. Weliano Pires


 

17 fevereiro 2022

Férias...

A Paz do Senhor, meus amigos, irmãos e seguidores. 

Eu estou em férias em Pernambuco e, por isso, não estou postando os comentários das lições. Na próxima semana, se Deus quiser, estarei de volta e retomaremos este trabalho. 

Orem pelo meu retorno a São Paulo. Deus abençoe!

Pb. Weliano Pires

05 fevereiro 2022

A BÍBLIA E A PRUDÊNCIA PARA A VIDA



(Comentário do 3⁰ tópico da LIÇÃO 6: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA)


Decisões e ações precipitadas, são a causa de muitos problemas. Casar com uma pessoa, fazer um negócio, mudar de cidade, trocar de emprego, fazer um empréstimo ou financiamento, sair da Igreja, etc., são coisas que muitas pessoas fazem sem pensar. Mas estas e outras decisões trazem consequências, muitas vezes irreversíveis para a vida toda. Por isso é necessário pensar antes de tomar decisões, avaliando sempre as consequências dos nossos atos. A Bíblia nos traz inúmeras recomendações neste sentido principalmente no Livro de Provérbios. 


1. O conceito de prudência. No Antigo Testamento, a prudência na Bíblia é usada em dois sentidos: 

a. No sentido positivo. É usada a palavra hebraica "arum", para se referir a uma pessoa sensata, prudente e cautelosa, que não reage às ofensas (Pv 12.16); não ostenta o próprio conhecimento (Pv 12.23); procura entender os seus caminhos (Pv 14.8); pensa cautelosamente antes de agir (Pv 14.15); e, por ter cautela, percebe os perigos à sua volta e evita-os (Pv 22.3).

b. No sentido negativo. A mesma palavra hebraica "arum" é usada para se referir à astúcia e sagacidade de uma pessoa, para enganar e levar outros à ruína. A Bíblia usa está palavra para descrever a serpente no Jardim do Éden: "Ora a serpente era a mais astuta [arum] de todos os animais do campo…" (Gn 3.1); também no Salmo 83, Asafe usa esta palavra para se referir às artimanhas dos inimigos de Israel: "Tomaram astuto conselho contra o teu povo” (Sl 83.3).

No Novo Testamento, a prudência é usada em sentido positivo, em referência à sensatez e sabedoria no agir (Mt 7.24); na cautela diante dos perigos (Mt 10.16) Na vigilância de um servo que aguarda a volta do seu senhor (Mt 24.45; Mt 25). Também é usada em sentido negativo, como presunção ou arrogância (Rm 11.25; 12.16). Em resumo, ser prudente é pensar bem antes de agir e fazer boas escolhas, para evitar consequências trágicas para si e para os outros. 


2. A prudência dos justos. Na profecia sobre o nascimento de João Batista, Lucas usa a palavra grega "phonesis",  para se referir ao modo de sentir e pensar: "...para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência [phonesis] dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto." (Lc 1.17). A ideia aqui é que a pregação de João Batista iria convencer os pecadores a pensar e agir corretamente, de acordo com os padrões de Deus. O Evangelho de Cristo produz renovação no entendimento das pessoas e, consequentemente, transformação dos seus atos (Rm 12.2). Por esta razão, devemos sempre pregar as verdades bíblicas ao povo. Se encontrar terreno fértil, a semente brotará e crescerá. 


3. Os benefícios da prudência. Conforme já dissemos anteriormente, quando a Bíblia proíbe alguma coisa é porque, em última análise, aquilo seria prejudicial à própria pessoa ou ao próximo. O contrário também é verdadeiro. Aquilo que a Bíblia recomenda, faz bem a nós mesmos e aos nossos semelhantes. A prudência é recomendada pela Bíblia e traz muitos benefícios aos que a praticam. 

3.1. Alguns benefícios de uma pessoa prudente, apresentados no Livro de Provérbios: 

a. Humildade para não exibir conhecimento (Pv 12.23). A pessoa prudente não é exibida e não se vangloria do próprio conhecimento. 

b. Não se precipita por afrontas (Pv 13.16). O prudente encobre as afrontas e não perde a serenidade. Isso o livra de brigas desnecessárias. 

c. Não é manipulado ou mal influenciado (Pv 14.15). O prudente não se deixa levar por palavras e presta atenção nas ações, para não ser manipulado. 

d. Boa reputação e alta posição (Pv 14.35). Os governantes sérios preferem pessoas prudentes em funções estratégicas, para não arrumar confusões desnecessárias. 

e. Aprendizado e a correção (Pv 15.5). Uma pessoa prudente tem humildade para receber instruções e repreensões. Com isso, aprende mais e não erra. 

f. Livramento de perigos (Pv 22.3). Uma pessoa prudente, através de soluções antecipadas, consegue escapar de muitos perigos. 

3.2. Nos Evangelhos também, o Senhor Jesus enfatizou as coisas importantes na vida de uma pessoa prudente:

a. Tem segurança diante das tempestades da vida (Mt 7-24). Conforme já vimos, a pessoa que ouve e pratica a Palavra de Deus prudente é comparada a quem constrói a sua casa em um fundamento sólido.

b. Procede com retidão e cumpre seus deveres com fidelidade (Mt 24.45). Jesus comparou os servos vigilantes com um servo prudente que faz tudo certo enquanto aguarda a volta do seu senhor, o qual será colocado como administrador dos  bens do patrão. 

c. Cuida da sua vida espiritual e mantém acesa a chama do Espírito (Mt 25.4). Jesus também comparou os seus servos vigilantes às virgens prudentes que aguardaram a vinda do noivo, tendo azeite reserva para manter as suas lâmpadas acesas, em uma possível demora do noivo. O azeite representa a presença do Espírito Santo na vida do crente.


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2606.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 537-538.    

LOPES, Hernandes Dias. Provérbios, Manual de sabedoria para a vida. Editora Hagnos. pág. 252-253. 

LOPES, Hernandes Dias. EFÉSIOS: Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pág. 28.    



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Pb. Welian Pires


03 fevereiro 2022

A BÍBLIA NOS TORNA PESSOAS SÁBIAS

(Comentário do 2⁰ tópico da LIÇÃO 6: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA).

Os filósofos gregos eram famosos pelo apreço e busca pela sabedoria. Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse: “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria” (1 Co 1.22). Os judeus, por sua vez, davam mais importância aos sinais ou milagres. Muitos deles procuravam Jesus, não pelos seus ensinos, mas pelos milagres que Ele fazia. Escrevendo a Timóteo, Paulo disse: “...Desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” (1 Tm 3.15). Tiago, por sua vez, fez um comparativo entre a sabedoria que vem de Deus e a sabedoria humana e diabólica (Tg 3.13-18). Portanto, há diferentes tipos de sabedoria. 

1. O conceito de sabedoria. Devido à relação que há entre conhecimento e sabedoria, muitas pessoas acabam confundindo e acham que são a mesma coisa. É comum as pessoas dizerem que alguém é sábio em virtude do seu grau de instrução, ou depois de ouvir um discurso eloquente. Entretanto, isso é um grande equívoco. Há pessoas detentoras de muito conhecimento que não são sábias. Por outro lado, há pessoas com pouca instrução que tem sabedoria. 

O conhecimento é um instrumento que pode conduzir a pessoa a agir sabiamente, assim como a ignorância pode levar alguém a agir de forma tola, não por maldade, mas por desconhecimento. Jesus disse: Errais, não conhecendo as Escrituras e o Poder de Deus. (Mt 22.29). Por outro lado, os escribas e fariseus conheciam as Escrituras profundamente, mas, não eram sábios. Sobre isso, Jesus também falou: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (Jo 13.17).


Do ponto de vista do Antigo Testamento, há várias palavras que foram traduzidas por sabedoria: 

a. Chokmah ou hokmah: Significa habilidade artística. (Ex 28.3; 31.6). É a habilidade mais elevada de raciocínio, prudência e inteligência (Dt.4.6; 34:9; Pv. 10.1).

b. Sakal. Significa ser prudente, que ver as coisas ao seu redor com muito cuidado. (l Sm 18.30; Jó 22.2). 

c. Tushiyah. Significa retidão, bom conselho e compreensão (Jó 11.6; 12.16; Pv. 3.21, etal.).

d. Binah. Significa compreensão, introspecção, inteligência (Pv 4.7; 5.5; 39.26; Dt 4.6; I Cr 12.32; Dn 1.20; 9.22; 10.1).

Segundo o Dicionário bíblico VINE, publicado pela CPAD, em termos gerais, a sabedoria, no contexto do Antigo Testamento, “é o conhecimento e a habilidade de fazer escolhas certas no momento oportuno. A consistência de fazer a escolha certa é indicação de maturidade e desenvolvimento”.

No grego, que é o idioma do Novo Testamento, a palavra “sophia” é a palavra geral para todos os tipos de sabedoria, seja divina ou humana (Lc 1.17; 11.31,49; At 6.3,10; Rm 11.31; I Co 1.17,19; Ef 1.8,17; Tt 1.5; 3.13,15, 17; II Pe 3.15; Ap. 5.12; 13.18; 17.9). Esta palavra deu origem à palavra portuguesa filosofia, que é a junção de dois termos gregos: philos (amor) e sophia (sabedoria). Portanto, filosofia significa “amor à sabedoria”. 


2. Deus é a fonte da sabedoria. A sabedoria é um atributo comunicável de Deus. Ou seja, é uma daquelas características que pertencem à natureza divina, mas, Ele compartilha até certo ponto com as suas criaturas. O profeta Daniel, após receber de Deus a revelação de um segredo que o rei Nabucodonosor exigia, sob pena de morte, exclamou: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força!” (Dn 2.20). No mesmo sentido, o apóstolo Paulo concluiu a sua Epístola aos Romanos: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre.” (Rm 16.27). 

Deus é sábio em sua essência e somente Ele pode conceder a verdadeira sabedoria: “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.” (Pv 2.6). Paulo orava pelos efésios, para que Deus lhes desse sabedoria: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação”. (Ef 1:16,17). Tiago também disse para aqueles que querem sabedoria, pedirem a Deus: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”. (Tg 1.5). Segundo a Bíblia,  sábios são aqueles que vivem de acordo com os preceitos da Palavra de Deus: “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória.” (1 Co 2.6,7). 


3. O temor é o princípio da sabedoria. Do ponto vista bíblico, os sábios são aqueles que temem a Deus. Tanto em Salmos quanto em Provérbios é dito que o "O temor a Deus é o princípio da sabedoria". (Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10). Por outro lado, na Bíblia, os que não temem ou não crêem em Deus são descritos tolos: “Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe". Corromperam-se e cometeram atos detestáveis; não há ninguém que faça o bem.” (Sl 14.1; 53.1). 

O conceito de temor em relação a Deus não significa ter medo ou pavor dele. No hebraico, a palavra traduzida por temor é "yir'a" que significa grande temor, respeito e reverência piedosa pela majestade e santidade de Deus. A palavra correspondente no grego é "phobos", que deu origem à palavra portuguesa "fobia". O conceito bíblico de temor é bem mais abrangente do que a palavra temor em português, que está relacionada apenas a medo ou terror. Há temores que são prejudiciais ao ser humano e outros são benéficos.O medo e o pavor excessivos podem levar o ser humano à síndrome do pânico, isolamento e insônia, Além disso demonstram falta de fé e imaturidade. Já o temor a Deus nos faz odiar o mal, governar com justiça, perdoar, fazer o bem e viver de forma a agradar a Deus. Em vários textos dos Salmos a Bíblia diz que aqueles que temem ao Senhor são bem aventurados.   


4. Os benefícios da sabedoria. Muitas pessoas que não temem a Deus acham que Deus é uma espécie de estraga prazer, que proíbe uma série de coisas, só porque não quer nos ver felizes. Muitos dizem até que não servem a Deus, porque querem "desfrutar a vida" e quando estiverem velhos, quem sabe poderão servir a Deus. Até pessoas que servem a Deus, chegam a pensar dessa forma. O salmista Asafe, no Salmo 73, falou que “quase se desviou”, por causa da suposta prosperidade dos ímpios. Nos dias de Malaquias também, as pessoas chegaram ao ponto de dizer que era inútil servir a Deus (Ml 3.14,15).

Este é um pensamento equivocado, pois, uma vida de temor a Deus, ou seja, uma vida sábia, traz benefícios à própria pessoa e ao meio em que ela vive. Quando Deus proíbe algo, é porque aquilo não é bom e pode prejudicar a própria pessoa ou aos que o cercam.  Por exemplo, uma vida de abstinência de prostituição, adultério, drogas, bebidas, cigarros, jogos e outros vícios, traz inúmeros benefícios à saúde física e emocional, à família e às finanças da própria pessoa. Traz também benefícios à sociedade e ao próprio estado, uma vez que estas práticas são extremamente onerosas ao sistema de saúde, policiamento, etc. 

Se toda a sociedade seguisse os padrões bíblicos não haveriam assassinatos, invejas, cobiças, roubos, estelionatos, brigas, agressões, filhos de pais separados, estupros, bebedices, glutonarias, mentiras, corrupção, terrorismo, e outros males que assolam o mundo. Muitas doenças, que são consequências destas práticas pecaminosas também não existiriam. 


REFERÊNCIAS:

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.  

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 336.    

COMFORT Philip W. e ELWELL, Walter A. Dicionário Bíblico Tyndale. Editora geográfica. pág. 1749-1750.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo A.T. Vol. III. Editora Central Gospel. pag. 641-642,    

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 2447-2448.    

LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: O Guia Definitivo do Professor de Jovens. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.51-52.


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Pb. Weliano Pires



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