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25 novembro 2021

O LEGADO DOUTRINÁRIO DE PAULO PARA OS NOVOS LÍDERES


Paulo foi, sem dúvida nenhuma, o maior doutrinador da Igreja Cristã. A Epístola aos Romanos é um verdadeiro tratado teológico. Nas treze epístolas que escreveu, Paulo ensinou sobre as doutrinas do pecado, da salvação, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja, sobre o arrebatamento da Igreja, ressurreição de Jesus e dos mortos, etc. Mas, Paulo não deixou apenas um legado doutrinário. Ele deixou-nos também um legado apologético, que é a defesa da fé, contra seitas e heresias. Neste tópico veremos como Paulo advertiu os novos obreiros a respeito de dois grupos hereges do seu tempo, que eram os judaizantes e os gnósticos. 

1. A advertência de Paulo a respeito dos judaizantes e dos gnósticos. 

a. Quem eram os judaizantes? Paulo pregava o Evangelho por toda parte. Quando chegava a uma cidade, logo procurava uma sinagoga e expunha, ousadamente, a mensagem da Cruz. Isso provocava a ira dos judeus e muitas vezes ele teve que fugir para não ser apedrejado. 

Alguns judeus se converteram, porém não queriam abandonar os rituais da Lei e queriam impor isso aos gentios, como requisitos para a salvação. Paulo se contrapôs corajosamente contra estes ensinos, defendendo que. Salvação é obra da Graça de Deus, mediante a fé em Cristo e não depende das obras da Lei. Nas Epístolas aos Romanos, aos Gálatas e aos Colossenses podemos ver isso bem detalhado. 

Em nossos dias ainda há pessoas querendo "costurar o véu do templo" e exigir as práticas da Lei pela Igreja. O principal grupo que defende isso é a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Eles pregam a guarda do sábado e a abstinência de vários alimentos. 

Há também os neopentecostais que não exigem que se guarde o sábado ou abstinência de alimentos, mas atribuem poderes a objetos e locais de Israel, praticam elementos do culto judaico e usam símbolos judaicos em seus templos. 

A Igreja Cristo não é um segmento do Judaísmo e não pertence a um povo. A Igreja é a Universal Assembleia, formada por judeus e gentios, unidos pela fé em Cristo. 

b. Quem eram os gnósticos? A palavra “gnóstico” deriva do termo grego “gnoses”, que significa conhecimento. É daí que vem as palavras portuguesas prognóstico e diagnóstico. Gnóstico, portanto, é a pessoa que adquire um suposto conhecimento especial e vive segundo esse conhecimento.

O Gnosticismo baseia-se, essencialmente, em duas premissas falsas: 

a. Dualismo em relação ao espírito e à matéria. Acreditam que a matéria é inerentemente má e que o espírito é bom. Partindo dessa premissa, acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum, pois a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas. Por causa desse entendimento equivocado, negam a encarnação de Cristo. Dizem que o corpo de Jesus era apenas aparente e que Ele não foi crucificado. Para combater esta heresia, o apóstolo João escreveu que "qualquer espírito que não confessa que Jesus veio em carne não é de Deus". (1 Jo 4.1). 

b. Conhecimento elevado ou uma “verdade superior", conhecida apenas por poucos.  Os gnósticos se consideravam pensadores com conhecimento profundo e tentavam explicar os mistérios relacionados à criação  e o mal. Este suposto conhecimento, que alegavam possuir, não vinha da Bíblia ou de estudos filosóficos, mas de um suposto plano místico e superior de existência. Por causa desta suposta profundidade de conhecimento, eles se opunham à simplicidade da fé cristã.

Para os gnósticos havia três tipos de pessoas no mundo:

a. Os instruídos, ou espirituais, que naturalmente eram eles mesmos;

b. Os cristãos comuns, em quem se equilibram matéria e espírito;

c. Os pagãos, ou materiais, nos quais o espírito é subjugado pela matéria.

Sobre a pessoa de Jesus, os gnósticos ensinavam que ao ser batizado, Jesus teria recebido um "eon", que eles consideravam ser uma entidade superior, que fez dele um enviado de Deus, capaz de levar os homens à verdadeira “gnose”, o evangelho da redenção através do conhecimento.

O gnosticismo teve origem em várias seitas religiosas anteriores ao cristianismo, mas nos primeiros séculos da era cristã, misturou-se com o próprio cristianismo. Posteriormente, foi declarado como pensamento herético. Alguns defendem que há um gnosticismo pagão e um gnosticismo cristão. O fato é que o pensamento gnóstico é absolutamente incompatível com a fé cristã. 

Sobre o Gnosticismo, podemos dizer que:

(a) Ele é racionalista. Busca responder perguntas que estão fora das Escrituras e das testemunhas apostólicas, com suposições que não tem nenhum fundamento bíblico.

(b) Ele é místico, pois busca a identificação e a absorção com o divino.

(c) Ele é mitológico, pois emprega um sistema de mitologia para expressar a verdade, substituindo a verdade bíblica.

O pensamento gnóstico ainda está presente na atualidade em diversas sociedades secretas, em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde realizam sessões e divulgam suas doutrinas. Está presente até em Igrejas que se dizem evangélicas, mas pregam estas premissas gnósticas.

2. O compromisso de Paulo com o Senhor (At 20.19). Paulo se preocupava antes de qualquer coisa, em agradar a Deus e praticar aquilo que ensinava. Qualquer coisa diferente disso é hipocrisia. O grande problema dos fariseus não era o que eles ensinavam e sim, a distância abissal entre o ensino e a prática. 

Escrevendo ao seu filho na fé, Timóteo,  Paulo falou: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a Palavra da verdade". (2 Tm 2.15). O primeiro compromisso do obreiro não é com a obra de Deus e sim com Deus. Antes de ser um pregador e ensinador, precisamos ser salvos e comprometidos com Deus. É a Deus que servimos e não aos homens ou instituições. Pedro e João, quando foram convocados a prestar esclarecimentos perante o Sinédrio, foram advertidos a não mais ensinar no Nome de Jesus. Diante desta advertência, eles responderam: "Mais importa obedecer a Deus que aos homens. Não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido". (At 4.19,20). 

Com relação ao trabalho de um obreiro, ele deve ter em mente três princípios:

  • Ele está a serviço de Deus e não dos homens; 

  • Ele deve servir a Deus, com humildade, considerando que diante de Deus nada somos;

  • Ele não deve esperar facilidades por estar servindo a Deus, pois todos os que querem servir a Deus neste mundo, enfrentarão lutas, tribulações e perseguições.


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Pb. Weliano Pires


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

Dicionário Bíblico Tyndale. Editora geográfica. pag. 1019-1021. 

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 619.    

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 1043-1047.    

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 440-441.    

LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 410-412.    

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD 2006, pp.871, 1103.


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