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20 outubro 2020

Lição 4: O drama de Jó

Créditos da foto: Sermão Online (sermao.com.br)

Data: 25 de Outubro de 2020

TEXTO ÁUREO:

“E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 2.21).

VERDADE PRÁTICA:

“A despeito das grandes provações que se abatem em nossa vida, à luz do exemplo de Jó, devemos permanecer fiéis ao Senhor.”

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jó 1.13-22; 2.6-8.

Jó 1

13 — E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,

14 — que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;

15 — e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.

16 — Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.

17 — Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.

18 — Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,

19 — eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.

20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,

21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

22 — Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Jó 2

6 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida.

7 — Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto do cabeça.

8 — E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.

HINOS SUGERIDOS: 153, 342 e 440 da Harpa Cristã.

COMENTÁRIO

RELEMBRANDO A LIÇÃO ANTERIOR

Vimos na lição passada:

  • A existência e a realidade de Satanás como um ser espiritual, criado e dotado de personalidade;
  • Satanás não é autoexistente e as suas ações não são autônomas. Ele não é soberano e não conhece o futuro;
  • As obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação;
  • O “ocaso” ou a derrota do Diabo. A partir do capítulo 3 do Livro de Jó, Satanás não é mais mencionado. O Livro mostra indiretamente a derrota do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de Deus a respeito de Jó. 


RESUMO DA LIÇÃO 04:

  • A tragédia de natureza econômica: Jó foi atingido tanto na esfera comercial quanto na esfera do campo;
  • A tragédia de natureza familiar: Jó perdeu dez filhos em um só dia e, para piorar, a sua esposa o aconselhou a abandonar a fé em Deus e morrer;
  • A tragédia de natureza física e psicológica: Além de perder bens e familiares, a tragédia atingiu a saúde física e mental de Jó.

I. TRAGÉDIA DE NATUREZA ECONÔMICA

Jó era considerado “o maior de todos do Oriente”, conforme vimos nas lições anteriores. Neste tópico, o comentarista apresenta as dimensões do patrimônio econômico de Jó e como Satanás o destruiu impiedosamente. 

1. O sucesso na esfera comercial. O Livro de Jó é considerado o mais antigo da Bíblia. Portanto, ao ler este livro e outros da Bíblia, precisamos levar em consideração o contexto da época, para entender. Jó possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. No período patriarcal, época em que Jó viveu, a lã das ovelhas era muito usada na produção de tecidos. Os camelos, bois e jumentos eram usados no transporte de carga e de pessoas. Sendo assim, com esta quantidade de animais, podemos concluir que Jó era um grande empreendedor, que pode ser comparado aos grandes empresários da atualidade. 

2. O sucesso na esfera do campo. A economia daquela época era movimentada, na sua maior parte, pela agricultura e pecuária. Com esta quantidade de animais e com muitos empregados, Jó era um grande empreendedor da agropecuária, para os padrões da época. Hoje, com o agronegócio, o patrimônio de Jó parece pequeno. Mas, é preciso ler o texto com a visão daquela época. Para ter tantos animais e tanta gente a seu serviço, Jó necessitava de uma grande extensão de terra.

3. O ataque do Diabo na esfera comercial. O inimigo atingiu em um único dia, todas as fontes de renda de Jó. Através de um fogo que caiu do céu, as ovelhas foram queimadas; os bois e jumentas foram levadas pelos sabeus; e os camelos foram levados pelos caldeus. Sendo assim, de repente, todo o patrimônio de Jó na área comercial estava destruído: a produção de lã e o transporte de cargas e pessoas se tornara impossível, sem os animais e os empregados. 

4. O ataque do Diabo na esfera do campo. Com a destruição dos animais e dos empregados, a produção agropecuária de Jó  também foi inviabilizada. A falência econômica de Jó foi generalizada. Mas, mesmo assim, ele manteve a sua fidelidade a Deus. É preciso ter muito equilíbrio e fé em Deus para não sucumbir em uma situação dessa.

O comentarista faz uma ponderação neste ponto. O inimigo pode ser o responsável pela destruição do patrimônio de alguém, como foi o caso de Jó. Mas, não podemos atribuir todo tipo de problemas econômicos a ele. Existem crises econômicas globais e nacionais, que afetam a economia como um todo, ou apenas alguns setores. Há também os casos de má administração dos negócios. Tem pessoas que não sabem a administrar as suas finanças e, quando quebram, colocam a culpa no Diabo ou em Deus.

II. TRAGÉDIA DE NATUREZA FAMILIAR

Além de perder todo o seu patrimônio de forma rápida e inesperada, Jó também perdeu também a sua família. 

1. Filhos. Num único momento, todos os dez filhos de Jó foram mortos, em um desastre aparentemente natural. Estavam todos reunidos em um banquete, na casa do filho primogênito, quando de repente, veio um vento e derrubou a casa sobre eles e os matou, sobrando apenas um dos servos, para dar a notícia a Jó. (Jó 1.18.19). Se é uma tragédia para um pai sepultar um filho, imagine sepultar dez filhos de uma vez!  

2. Esposa. Em um momento de tragédia, o que se espera é receber o apoio emocional de familiares e amigos. Entretanto, o que Jó recebeu da sua esposa foi a sugestão infame para amaldiçoar a Deus e morrer. (Jó 2.9). 

Alguns tentam minimizar esta frase da mulher de Jó, insinuando que ela estaria sendo irônica, dizendo que Jó estava envolvido demais com a sua fé, enquanto as tragédias se abatiam ao seu redor e que ele deveria deixar de lutar e morrer em paz. 

Outros ainda dizem que ela estaria, na verdade, pedindo para Jó aceitar a morte com naturalidade. Mas, não é isso que o texto diz. 

Entretanto, a resposta enérgica de Jó mostra claramente, que ela estava pedindo para Jó blasfemar contra Deus e morrer. A reação da mulher de Jó às tragédias é a mesma dos adeptos da teologia da prosperidade, que acreditam que aqueles que servem a Deus não podem sofrer. 

3. O fato. O comentarista compara os ventos fortes que destruíram a família de Jó com os ventos que destroem as famílias da atualidade, através do divórcio, drogas, degradação familiar, etc. É verdade, que estas coisas vem destruindo as famílias, porém, os ventos que destruíram a família de Jó foi algo sobrenatural, permitido por Deus, para mostrar a fidelidade dele ao inimigo. Conforme vimos na lição 2, Jó era um um homem piedoso e dedicado à família.

III. TRAGÉDIA DE NATUREZA FÍSICA E PSICOLÓGICA

Após as perdas do patrimônio e da família, abateu-se sobre Jó uma tragédia que atingiu-lhe a saúde física e psicológica. 

1. O Diabo toca na saúde de Jó. Mesmo após destruir todo o patrimônio e a família de Jó, o inimigo viu o seu plano de fazê-lo blasfemar contra Deus, fracassar. Mas, ele não desistiu e insistiu na sua acusação inicial, de que Jó servia a Deus por interesse. Então, sugeriu a Deus, que se fosse permitido tocar na saúde de Jó, ele blasfemaria. Deus permitiu, advertindo-o de que apenas a vida deveria ser poupada. 

2. Saúde física. O texto de Jó 2.6,7 registra que "Satanás feriu a Jó com uma chaga maligna, desde a cabeça até a planta do pé". Eram feridas terríveis, acompanhadas de pus, que provocavam coceiras por todo o corpo, e fizeram Jó usar um caco de telha de barro para se coçar. 

O local para onde Jó foi, o monte de cinzas, também era deplorável. Segundo estudiosos, tratava-se de um depósito de lixo, onde doentes mentais e pessoas rejeitadas pela sociedade pediam esmolas aos que passavam. Havia também nesse local, cães e aves de rapina que disputavam comida. 

3. Saúde mental. Evidentemente, diante de tantas perdas, traumas e sofrimentos, a saúde mental de Jó também foi abalada. Qualquer pessoa, por muito menos, desenvolveria um estado de depressão profunda, síndrome do pânico e outras doenças psicológicas. No capítulo 3, ele faz um profundo lamento, amaldiçoando o dia do seu nascimento.

CONCLUSÃO

Com esta lição aprendemos que o cristão não está imune aos sofrimentos e às perdas de qualquer natureza nesta vida. Deus nunca prometeu ausência de sofrimentos nesta vida. Jesus disse que "no mundo teríamos aflições" (Jo 16.33). Mas, Ele prometeu-nos a sua companhia (MT 28.20). 

Jó, mesmo sendo fiel a Deus, perdeu o seu patrimônio, a sua família e foi submetido aos mais dolorosos sofrimentos físicos e psicológicos. Mas, ele manteve a sua integridade e fidelidade a Deus. Que possamos seguir o seu exemplo e nos mantermos fiéis a Deus em qualquer circunstância da nossa vida. 


Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos - SP. 


REFERÊNCIAS:

Revista LIÇÕES BÍBLICAS. RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
Revista Ensinador Cristão.  RJ: CPAD, 4° Trimestre de 2020. 
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.30 
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.10.
ANDRADE, Claudionor de. Jó: O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.85.


28 setembro 2020

A HISTÓRIA DE JÓ: POR QUE SOFRE O JUSTO?

Na terra de Uz, no Oriente
Um homem reto e temente a Deus
Vivia com a esposa e os filhos seus
Este homem era rico e potente
Era respeitado e proeminente.
Desviava-se da maldade
Portava-se com integridade
Pelos seus filhos intercedia
E sacrifícios a Deus oferecia
Pelas suas iniqüidades.

Tinha animais para o servir
Sendo o mais rico do Oriente
Jamais passou por sua mente
O que viria logo a seguir
Dores e aflição iria sentir
No Céu houve uma reunião
Todos os anjos em adoração
Satanás, veio disfarçado
Entre os anjos infiltrado
Contra Jó, fazer acusação

Mas, Deus lhe interrogou:
- De onde é que você veio? 
- Fazendo os meus passeios.
O tentador, de imediato replicou.
- O meu servo Jó, você notou?
Contra o oponente inquiriu.
O Senhor, o diálogo prosseguiu: 
-Comigo, ele sempre andou!
Do mal, ele sempre se afastou.
Alguém como ele, jamais se viu

O diabo ficou inconformado
Com o testemunho que ouviu
De acusar a Jó, ele não desistiu.
Insinuou que Jó era comprado
Por isso não havia blasfemado.
Deus, então, permissão lhe deu
Para tirar tudo o que era seu
Apenas a vida teria que poupar
Em Jó, ele não poderia tocar.
E depressa, o diabo correu. 

Tragédias sobrevieram a Jó:
Um acidente, os seus filhos matou
O fogo, suas ovelhas queimou.
O inimigo lhe feriu sem dó
Até a esposa o deixou só.
- Você ainda vai permanecer?
Deve amaldiçoar e morrer!
- Deus me deu e Deus tirou.
Disse Jó e a Deus adorou.
- Bem e mal tenho que receber.

No Céu, nova reunião aconteceu
Surge o diabo desconfiado
Por Deus, ele foi questionado
Sobre Jó e o que ele sofreu:
- Você viu que Jó não esmoreceu?
O inimigo não se conformou
E nova estratégia tentou:
- Pela saúde, o homem tudo dá
Toque nele e blasfemará.
Deus, então, lhe autorizou.

O diabo, então, a Jó feriu
Com uma doença terrível
Provocando-lhe dor horrível
Como ninguém jamais viu
Grande aflição Jó sentiu
Um caco de telha Jó pegou
Com ele, as feridas raspou.
Em meio ao grande sofrimento.
Jó amaldiçoou seu nascimento.
Mas, contra Deus, não blasfemou 

Os seus "amigos" apareceram
Para com ele se solidarizarem
Por sete dias, sem nada falarem
Por causa da dor emudeceram
Simplesmente, se condoeram.
O primeiro, Elifaz, o temanita
A seguir, Bildade, o suíta
Cada um, vindo de uma região
Vieram estender-lhe a mão
Também Zofar, o naamatita.

Passados sete dias, falaram
Cada um, tinha algo a dizer
Mostrando-lhe o seu parecer
Com as palavras que falaram
Muito insensíveis se mostraram.
Elifaz, por sua vez, acreditava
Que Jó sofria, porque pecava
- O justo sempre vai prosperar!
Dizia Bildade, sem raciocinar
Que mesmo sendo justo, Jó penava.

Zofar, falou sobre o Criador
Disse que Deus é transcendente
Mas, esqueceu que Ele imanente
Deus é muitíssimo superior
Mas, Ele também vê a nossa dor.
Zofar pregou o que diz o deísmo
Baseando-se no seu achismo
Que Deus não age ou intervém
No que às suas criaturas sobrevém
Isso seria puro determinismo.

Por fim, o jovem Eliú apareceu
E também começou a falar
Expondo seu modo de pensar.
Sem titubear, Eliú repreendeu
E aos outros amigos esclareceu
Falou-lhes que o sofrimento
Nem sempre é um julgamento
Por alguma coisa que fizemos
Através dele nós aprendemos
A viver com contentamento.

Após longos pronunciamentos
Deus, enfim, a Jó se manifestou
E muitas perguntas lhe formulou
Fazendo-lhe questionamentos
Sobre a criação e fundamentos
Jó, é claro, não soube responder
Humilhou-se e não quis se atrever
A discutir com o seu criador
Pois, como poderia o pecador,
Questionar a quem tem todo poder?

Jó, então, pelos amigos orou
E Deus, a sua oração ouviu
Na sua situação interviu 
E aquele cativeiro virou
O seu patrimônio duplicou.
Daquela doença foi curado
Por seus amigos foi consolado
Teve filhos, genros e noras
Muito mais que os de outrora
Em tudo, Jó foi abençoado.

Termina assim esta história
Um exemplo de superação
De dor, perdas e grande aflição
Para ficar em nossa memória
Que após a luta, vem a vitória.
Com a vida de Jó aprendemos
Que nesta vida quando sofremos
Não é só por pecado ou punição
Pode ser também uma provação
No final, a vitória teremos.

(Weliano Pires)


VENCENDO OS DIAS MAUS

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