31 agosto 2023

RENOVAÇÃO INTERIOR

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre a renovação interior. Falaremos sobre o fortalecimento diário, que o Espírito Santo opera em nosso interior, mesmo em meio ao enfraquecimento do homem exterior, que ocorre nas tribulações. Depois, falaremos do eterno peso de glória. Se for comparada com o peso da glória indizível e eterna que nos espera, a nossa tribulação se torna leve e passageira. Por último, falaremos sobre a visão da eternidade. O foco do crente deve ser sempre a eternidade, pois se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações. 


1. O fortalecimento diário. Jesus, pouco antes de subir ao Céu, revelou aos seus discípulos que seria crucificado e morto pelos judeus. Mas, ressuscitaria e voltaria para o Pai. Desde então, os discípulos começaram a entristecer-se, pois pensavam que ficariam sem a presença do Mestre com eles. Foi aí que Jesus lhes prometeu que eles não ficariam órfãos com a sua partida, pois, Ele enviaria "outro Consolador", que ficaria para sempre com eles (Jo 14.16).


A expressão grega traduzida por “outro consolador”, é “Allos parákletos”. Allos, significa “outro da mesma espécie”. É diferente de “heteros”, que significa “outro diferente”. “Parakletos” vem de “para” (ao lado de) e “kaleo” (chamar, convocar). Portanto, esta palavra significa um defensor, advogado, intercessor ou ajudador, que foi chamado para representar outra pessoa em um tribunal. A palavra "parakletos'' aparece cinco vezes no Novo Testamento. Em quatro delas se refere ao Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7) e em uma, se refere a Jesus (1 Jo 2.1).


O Espírito Santo não é Jesus, nem é o Pai, como ensinam os unicistas. O Espírito Santo também não é outro Deus, como ensina o triteísmo. A Bíblia mostra claramente que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, mas, um único Deus. Isso fica claro no batismo de Jesus, quando o Filho está na terra sendo batizado, o Pai fala dos Céus e o Espírito desce sobre o filho em forma corpórea de uma pomba. 


Entretanto, mesmo sendo três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo são iguais e inseparáveis. Há um conceito teológico chamado “Pericorese”, que significa a habitação das Pessoas da Trindade uma na outra. Cada pessoa da Trindade está nas outras e cada uma se dá às outras duas. É assim que acontece a eterna intimidade entre o Filho e o Espírito Santo. 


Jesus falou desse relacionamento, que já existia antes da fundação do mundo: (Jo 17.5). Jesus também falou também dessa intimidade, que sempre teve com o Pai: "Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?" (Jo 14.10). O Espírito está também nessa Trindade (1 Co 2.10).


O Espírito Santo é alguém da mesma natureza de Jesus, chamado para nos defender e interceder por nós diante de Deus e nos ajudar em nossas fraquezas (Rm 8.26). Precisamos manter a comunhão diária com o Espírito Santo e ser fortalecidos por Ele. O apóstolo Paulo diz que “se alguém não tem o Espírito de Deus, esse tal não é dele” (Rm 8.9). 


2. O eterno peso de glória. Paulo diz que “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17). Ora, se olharmos para as tribulações, perseguições e aflições sofridas por Paulo, conforme vimos no tópico anterior, não dá para dizer que foram leves e momentâneas. 


Vejamos um pequeno resumo do que ele sofreu, para termos uma idéia: cinco vezes ele foi açoitado com 39 açoites; sofreu três naufrágios (sem contar o que aconteceu durante a sua prisão, quando foi levado a Roma, que aconteceu depois que ele fez esta relação de sofrimentos); foi apedrejado algumas vezes; passou por estradas perigosas, sujeito à ação de marginais; passou fome, frio e sede; lutou com feras em Éfeso; foi preso várias vezes e na última prisão foi executado em Roma (2 Co 22.23-27). 


Se comparado com o peso da glória indizível e eterna, as nossas tribulações se tornam leves e passageiras. No Céu, não haverá mais dores, tristezas, nem mortes. Viveremos eternamente com o Senhor e o veremos como Ele é. A alegria, a paz e a felicidade que haverá na eternidade são indescritíveis. É algo glorioso que está muito além da compreensão humana. 


3. A visão da eternidade. Paulo exorta o cristão a não atentar “nas coisas que se veem, mas nas que não se veem; por que as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.18). Isto significa que o foco do crente deve ser a eternidade e não as coisas deste mundo. Conforme vimos no tópico anterior, uma das coisas que nos faz permanecer de pé em meio às lutas e tribulações, é a esperança que temos da vida eterna.


Os crentes mais antigos eram perseguidos, zombados e o sistema dentro da Igreja era muito rigoroso, principalmente na questão de usos e costumes. Mas, eles não desanimavam, principalmente, porque tinham uma comunhão profunda com Deus, através da oração, jejum e meditação na Palavra de Deus. 


Entretanto, uma coisa que fazia com que eles suportassem muitas tribulações, sem murmurar e sem desanimar, é que os olhos deles estavam postos na eternidade. Desde o início da conversão, ele eram ensinados a renunciar tudo nesta vida e aguardar o arrebatamento da Igreja. Se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 121-132.

ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 287.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.

29 agosto 2023

O SOFRIMENTO EXTERIOR

(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos sobre o sofrimento exterior. Neste tópico veremos que, mesmo sendo crentes fiéis, passaremos por muitos sofrimentos e lutas em nosso corpo mortal. Usaremos como exemplo, a experiência do apóstolo Paulo, cuja vida foi marcada por muito sofrimento e perseguição. Falaremos também sobre os sofrimentos do apóstolo Paulo em sua caminhada com Cristo, que são exemplos de resiliência e fidelidade à causa de Cristo. Por último, falaremos sobre a esperança do crente. Mesmo sendo esmagado pelas angústias, tribulações e perseguições, o crente jamais será abandonado por Deus e tem a sua esperança na glória futura.

1. A experiência de Paulo. Depois que Saulo teve um encontro com o Senhor Jesus no caminho de Damasco, o Senhor enviou um discípulo chamado Ananias para orar por ele e disse-lhe: "Vai, porque este é para mim, um vaso escolhido para levar o Evangelho diante dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei o quanto ele deve padecer pelo meu Nome." (At 9.15,16). De fato, a experiência de vida de Paulo, após a sua conversão, foi marcada por muito sofrimento e perseguição. 

Em sua segunda Epístola aos Coríntios, ele descreve os sofrimentos que passou por causa do Evangelho em prisões, açoites, apedrejamentos, perseguições, fadiga, fome, sede, frio e nudez. (2 Co 11.23-27). Em um dado momento, ele chegou a perder a esperança de sair com vida:Irmãos, não desejamos que desconheçais as tribulações que atravessamos na província da Ásia, as quais foram muito acima da nossa capacidade de suportar, de tal maneira que chegamos a perder a esperança da própria vida”. (2 Co 1.8).

Somos apenas servos do Senhor e vasos de barro, que carregamos dentro de nós um grande tesouro, que é o Evangelho de Cristo. O ser humano costuma guardar os seus objetos valiosos em cofres fortes e bem trancados. Deus, no entanto, faz o contrário. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse que o tesouro do Evangelho está guardado em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa. (2 Co 4.6,7). Portanto, o sofrimento, as lutas e as perseguições fazem parte da vida cristã, para que o homem não se ensoberbeça, ou não se ache o tal, pois a glória pertence a Deus e não ao cristão (1Tm 3.12; 2 Co 12.7).

Vale lembrar que estes sofrimentos e perseguições que Paulo sofreu foram por causa do Evangelho e não por causa de confusões causadas por ele. O apóstolo Paulo nunca arrumou problemas com o Império romano, com os judeus, ou com a sociedade em geral, por outras questões que não estivessem relacionadas ao Evangelho. Paulo não se metia em questões políticas e não cometeu crimes comuns. As perseguições e prisões que ele sofreu foram unicamente por pregar o Evangelho. 

Há crentes na atualidade que vivem enfiados em confusões que eles mesmos procuram e depois dizem que estão sendo perseguidos: fazem críticas inflamadas, ofendem pessoas e instituições, se metem com políticos desonestos, cometem ilegalidades, etc. Sobre isso, o apóstolo Pedro escreveu: “Mas nenhum de vós sofra como homicida, ladrão, praticante do mal, ou como quem se intromete em negócios alheios. Entretanto, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus por meio desse nome.” (1 Pe 4.16)

2. O exemplo do Apóstolo. A vida e o ministério do apóstolo Paulo, após a sua conversão, são exemplos de resiliência e fidelidade à causa de Cristo. Mesmo diante de intenso sofrimento, Paulo jamais retrocedia e não negava a sua fé. As duras provações que ele passou forjaram a sua total confiança em Deus. Paulo via nas suas fraquezas, instrumentos do poder de Deus para aperfeiçoá-lo. Ele também não tinha por preciosa a própria vida e a colocou a serviço do Mestre, em favor dos escolhidos e para a glória de Deus.

As bárbaras perseguições, que Paulo e os demais apóstolos sofreram por causa do Evangelho, não podem jamais ser comparadas àquilo que muitos crentes chamam de perseguições atualmente. Há crentes e até obreiros na atualidade, que se dizem perseguidos porque não são reconhecidos, não são honrados, não recebem oportunidade em um culto, não lembraram do seu aniversário, não o cumprimentaram, etc. Quando perguntamos a razão, pela qual alguém se afastou da Igreja ou mudou de ministério, os motivos alegados são risíveis. Ora, isso é muito pequeno diante dos sofrimentos que o Nosso Senhor e os primeiros cristãos passaram. 

Paulo disse aos Coríntios que, “ainda que o nosso exterior se corrompa, o nosso interior se renova a cada dia”. (2 Co 4.16). O verbo corromper, usado neste texto, não tem o sentido de corrupção moral, como desvio de dinheiro ou recebimento de propinas, em benefício próprio e de outrem. Corromper aqui é usado em relação ao corpo físico, no sentido de “desgastar”, como está na Nova Almeida Atualizada (NAA), ou “está morrendo”, como aparece na Nova Versão Internacional (NVI). O que o apóstolo está dizendo é que mesmo que o nosso corpo seja maltratado e se desgaste pelas agressões sofridas, o nosso espírito se renova a cada dia. 

3. A esperança do crente. Diante das lutas e perseguições que sofria, o apóstolo Paulo mostra um contraste entre as aflições do homem e o poder de Deus. De um lado, temos os ataques terríveis do inimigo contra o cristão, a fim de derrotá-lo ou fazê-lo retroceder. Do outro lado, temos a manifestação da grandeza e da providência divina concedendo ao crente fiel, força suficiente para vencer. Ou seja, um vaso frágil de barro, trazendo dentro de si um tesouro valiosíssimo que é o Evangelho. 

Mesmo sendo esmagado pelas angústias, tribulações e perseguições, o crente tem a certeza de que jamais será abandonado por Deus e tem a sua esperança na glória futura. O que nos faz permanecer firmes, em meio a tantas aflições, lutas e perseguições neste mundo, é a esperança que temos da vida eterna com Cristo. O mesmo Paulo disse certa vez: “Se esperamos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Co 15.19). 

No final da sua vida, escrevendo a Timóteo, seu filho na fé, o apóstolo Paulo fez uma retrospectiva da sua trajetória e, com a consciência tranquila e sensação de dever cumprido, disse: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé". (1 Tm 4.7). Nesta ocasião, o apóstolo estava preso em Roma e já havia sido avisado pelo Espírito Santo de que em breve seria morto. “...o tempo da minha partida está próximo.” (2 Tm 4.6).

Esta prisão não era como a primeira prisão dele, que foi em um regime semi-aberto, no qual ele ficou dois anos, recebendo visitas e pregando o Evangelho. Dessa vez, ele foi lançado num lugar lúgubre, úmido, frio e sem qualquer conforto. Paulo encarava a própria morte não como uma derrota, ou como um fim trágico, e sim como um sacrifício oferecido a Deus. 

O que nos mantém firmes em meio às lutas que enfrentamos é a esperança e não apenas a fé. O escritor de Hebreus diz que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6) e que pela fé, os heróis da fé realizaram proezas, pela fé. Mas diz também que pela fé, muitos foram perseguidos e martirizados, porque “esperavam a cidade que tem fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus”. (Hb 11.10). Quem desiste servir a Deus no meio das lutas e perseguições é porque já perdeu a esperança da vida eterna. 

REFERÊNCIAS: 

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 121-132.
ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 287.
Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887
CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.   
 

28 agosto 2023

Introdução à Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada estudamos o tema: Uma visão bíblica do copo. Deus criou o corpo humano perfeito, para glorificar a Deus e viver eternamente. Entretanto, com a entrada do pecado no mundo e, consequentemente, a corrupção da natureza humana, o ser humano tornou-se corruptível e mortal.


No primeiro tópico, discorreremos sobre a criação do ser humano. Vimos, inicialmente, como se deu a origem da raça humana. Deus criou o corpo humano do pó úmido da terra e deu-lhe um espírito. Falamos também da constituição do ser humano, que é um tricotômico, formado por três partes: espírito, alma e corpo. Por último, falamos da queda e restauração do ser humano. 


No segundo tópico, falamos da visão bíblica do corpo humano. O corpo humano é o invólucro da parte imaterial e invisível, que é formado por alma e espírito. Falamos também do corpo como templo ou santuário do Espírito Santo, que deve ser mantido na mais absoluta pureza. Por último, falamos da glorificação do corpo humano que acontecerá na ressurreição, quando o nosso corpo será revestido da incorruptibilidade e imortalidade.


No terceiro tópico, tratamos da visão secular do corpo humano, que é a forma como a sociedade pós-moderna o enxerga. Discorremos sobre as filosofias do hedonismo e narcisismo. Depois falamos sobre a erotização, libertinagem e vulgaridade generalizadas existentes na sociedade atual. Por último, falamos da pretensa liberdade e autonomia sobre o próprio corpo, que a sociedade atual reivindica. Em nome de uma suposta liberdade, defendem todo tipo de agressão ao corpo humano. 


Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior


Nesta lição estudaremos o tema: Renovação cotidiana do homem interior. O apóstolo Paulo sofreu duras perseguições por causa do Evangelho e é um exemplo de que as lutas fazem parte da nossa caminhada com Cristo. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse que o tesouro do Evangelho está guardado em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa. (2 Co 4.6,7). O ser humano costuma guardar os seus objetos valiosos em cofres fortes e bem trancados. Deus, no entanto, faz o contrário.


Com as próprias forças, nenhum crente suportará as aflições e perseguições que lhe sobrevém por causa da sua fé em Cristo. Se o crente olhar somente para esta vida, ele desanimará. É preciso fixar os olhos em Cristo e na eternidade (Hb 12.2; 1 Co 15.19). O  Espírito Santo realiza no crente diariamente, uma renovação no interior de cada crente fiel. 


Há pelo menos três grandes desafios na atualidade, que prejudicam ou impedem a renovação interior do crente: a cultura secularista, o relativismo da doutrina e a batalha espiritual. Se o crente se deixar levar por estas culturas e não se fortalecer com a armadura de Deus, esfriará na fé e sucumbirá diante destes desafios.


No primeiro tópico, falaremos sobre o sofrimento exterior. Neste tópico veremos que, mesmo sendo crentes fiéis, passaremos por muitos sofrimentos e lutas em nosso corpo mortal. Usaremos como exemplo, a experiência do apóstolo Paulo, cuja vida foi marcada por muito sofrimento e perseguição. Falaremos também sobre os sofrimentos do apóstolo Paulo em sua caminhada com Cristo, que são exemplos de resiliência e fidelidade à causa de Cristo. Por último, falaremos sobre a esperança do crente. Mesmo sendo esmagado pelas angústias, tribulações e perseguições, o crente jamais será abandonado por Deus e tem a sua esperança na glória futura.


No segundo tópico, falaremos sobre a renovação interior. Falaremos sobre o fortalecimento diário, que o Espírito Santo opera em nosso interior, mesmo em meio ao enfraquecimento do homem exterior, que ocorre nas tribulações. Depois, falaremos do eterno peso de glória. Se for comparada com o peso da glória indizível e eterna que nos espera, a nossa tribulação se torna leve e passageira. Por último, falaremos sobre a visão da eternidade. O foco do crente deve ser sempre a eternidade, pois se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações. 


No terceiro tópico, falaremos sobre os desafios atuais, contra a renovação espiritual. O primeiro destes desafios é a cultura secularista, que é um sistema materialista, alienado da realidade espiritual. O segundo desafio é o relativismo doutrinário, que o discurso de que não existem verdades absolutas e tudo passou é relativo. O terceiro desafio é a batalha espiritual contra as hostes espirituais da maldade. Está luta não é contra seres humanos e as nossas armas não são carnais. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 121-132.

ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 287.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887

25 agosto 2023

A VISÃO SECULAR DO CORPO

(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Uma visão bíblica do corpo).

Ev. WELIANO PIRES

 

No terceiro tópico, trataremos da visão secular do corpo humano, que é a forma como a sociedade pós-moderna a enxerga. A visão da sociedade pós-moderna, que vive como se Deus não existisse e alheia aos princípios divinos, o corpo humano não deve seguir regras ou código de ética. Neste tópico, falaremos das filosofias do hedonismo e narcisismo. Depois falaremos sobre a erotização, libertinagem e vulgaridade generalizadas na sociedade atual. Por último, falaremos da pretensa liberdade e autonomia sobre o próprio corpo, que a sociedade atual reivindica. Em nome de uma suposta liberdade, defendem todo tipo de agressão ao corpo humano. 

1- Hedonismo e narcisismo. O Hedonismo e o Narcisismo são duas características da sociedade pós-moderna, extremamente egoístas e antiéticas. O Hedonismo é o estilo de vida que tem como prioridade absoluta, buscar o prazer e evitar o sofrimento por meio do corpo, a qualquer custo. Sendo assim, defendem que se algo dá prazer ou evita o sofrimento deve ser praticado livremente, independentemente de ser ético ou não. O Narcisismo, por sua vez, é admiração excessiva da própria imagem. Com isso, o indivíduo vive uma busca incansável para alcançar o "corpo perfeito", com inúmeras cirurgias plásticas, regimes e exercícios rigorosos e uso excessivo de cosméticos e suplementos. Aqui não se trata de cuidar do corpo, que é necessário, mas de nunca estar conformado com o próprio corpo. 

2- Erotização e libertinagem. A sociedade pós-moderna vive uma erotização, libertinagem e vulgaridade generalizadas. O erotismo e a libertinagem estão por toda parte. As pessoas parecem que perderam completamente a vergonha e andam seminuas e insinuantes, até mesmo no ambiente religioso. A indústria pornográfica, que antigamente era restrita a poucas pessoas adultas e em ambientes privados, hoje está na internet aparecendo como propaganda nas redes sociais. A prostituição, adultério, homossexualismo e outras práticas abomináveis, que é vergonhoso até mencioná-las, se multiplicam e as pessoas querem que isso seja considerado normal. Acusam de intolerantes, racistas, homofóbicos, fundamentalistas e ameaçam processar, multar e prender quem falar contra estas práticas. 

3- Liberdade e autonomia. Deus concedeu ao ser humano o livre-arbítrio para escolher o que quer fazer. Entretanto, as nossas escolhas terão consequências. A semeadura é livre, mas a colheita será obrigatória. Deus não se deixa escarnecer e tudo o que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7). 

Com base no exercício do direito à liberdade, muitas pessoas querem legalizar todo tipo de agressão ao próprio corpo e até ao corpo do outro. Sendo assim buscam a legalização do aborto, que é o assassinato cruel e covarde de um ser indefeso, ainda no ventre da mãe. A alegação é de que isso é um problema de saúde pública ou um direito da mulher, sobre o próprio corpo. Mas isso é uma falácia, primeiro porque o corpo da mulher não pertence a ela e sim a Deus. Segundo, porque o corpo do bebê não é parte do corpo da mulher e sim, um novo ser humano independente. 

Querem também o direito de usar livremente substâncias entorpecentes, que além de prejudicar o próprio corpo, causam muitos danos à sociedade, pois a pessoa sob o efeito destas substâncias se torna agressiva e perde a noção do que está fazendo. As drogas têm escravizado e destruído muitas vidas e famílias.  

Os defensores da pretensa liberdade e autonomia sobre o corpo querem legalizar, e até incentivam, a prática do suicídio, como meio de pôr fim ao sofrimento. Entretanto, o suicídio não significa o fim do sofrimento. A pessoa que atenta contra a própria vida, que é sagrada, irá prestar contas a Deus. 

Defendem também a eutanásia, para os casos de doenças incuráveis, como forma de antecipar a o fim. A palavra eutanásia vem de dois termos gregos “eu” (bom) e “thanatos” (morte). Portanto seria uma “boa morte”. Ou seja, o médico aplica uma substância letal para antecipar a morte do paciente, portador de uma doença incurável, a pedido dele ou da família. Há também a ortotanásia que seria a “morte correta”, que ocorre quando se abandona um tratamento que prolongaria a vida, para antecipar a morte e evitar o sofrimento.  

Há ainda os que defendem a legalização da prostituição como se fosse uma profissão. Aliás, não querem nem que se chame as pessoas que vendem o próprio corpo para a prática sexual de prostitutas. Chamam de profissionais do sexo, garotas de programa e outros termos. Ora, a prostituição é um pecado contra o próprio corpo, que além de ofender a Deus, ofende a dignidade da pessoa que a pratica. 


REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 109-120.
PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 20 21, p.36

23 agosto 2023

A VISÃO BÍBLICA DO CORPO

(Comentário do 2º tópico da Lição 09: Uma visão bíblica do corpo)


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre a visão bíblica do corpo humano. A Bíblia apresenta o corpo humano como como a parte exterior e visível do ser humano. Falaremos da parte exterior do ser humano que é o seu corpo, o invólucro da parte imaterial e invisível, que é formado por alma e espírito. Depois falaremos do corpo como templo ou santuário do Espírito Santo. Por último, falaremos da glorificação do corpo humano que acontecerá na ressurreição, quando o nosso corpo será revestido da incorruptibilidade e imortalidade.


1- Parte exterior do homem. O Novo Testamento usa duas palavras gregas para se referir à parte externa do ser humano: "Soma" e "Sarx".  Ambas são usadas para designar a parte visível do corpo, que é o invólucro ou a cobertura do espírito e da alma. 


É a parte física do ser humano, formada por órgãos e tecidos. O corpo se relaciona com  mundo ao seu redor através dos cinco sentidos: visão, audição, paladar e olfato. O corpo não tem vida própria e necessita da alma e do espírito para ter vida. Se a parte imaterial sair do corpo humano, imediatamente, os seus órgãos para de funcionar e inicia-se o processo de decomposição. 


Quando a Bíblia se refere à carne, em sentido negativo, não é uma referência ao corpo e sim à natureza pecaminosa do homem. 

A Bíblia não dá nenhum respaldo à concepção gnóstica de que o corpo é essencialmente mau e o espírito é bom. Não apóia também a ideia de que Deus não se preocupa com o corpo e só quer o coração (homem interior). O apóstolo Paulo escrevendo aos Tessalonicenses disse: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados plenamente irrepreensíveis para a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Ts 5.23). 


2- Templo do Espírito Santo. O apóstolo Paulo afirma que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e que Ele habita em nosso corpo (1 Co 6.19). Diz também que os salvos são membros do corpo de Cristo. Sendo o nosso corpo, o templo do Espírito Santo, pertence a Ele e deve ser mantido na mais absoluta pureza, pois Deus é Santo e não habita em templos imundos.


Quando o apóstolo Paulo fala que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, o contexto contrapõe esta afirmação com a imoralidade sexual. Portanto, devemos manter o nosso corpo em santidade e não praticar a prostituição, adultério e outros atos imorais que contaminam o nosso corpo (1 Co 6.15), pois quem faz isso, peca contra o corpo. 


3- Glorificado na ressurreição. O corpo humano foi criado perfeito e não era perecível. Este corpo corruptível não pode herdar o reino de Deus. Mas, com a entrada do pecado no mundo, o corpo humano se tornou mortal e, portanto, está sujeito às doenças, ao envelhecimento e à morte. Ao contrário do que diz a teologia da prosperidade, mesmo após a nossa conversão, o nosso corpo continua sujeito às doenças, ao envelhecimento e à morte, pois ainda não foi glorificado. 


Na ocasião do arrebatamento da Igreja, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, os que estiverem vivos naquele momento serão transformados e todos subirão a encontrar o Senhor nos ares. Receberemos, então, um corpo glorificado e incorruptível, semelhante ao corpo ressurreto do Senhor Jesus. O último inimigo a ser vencido pelo nosso corpo é a morte. A glorificação do nosso corpo é a última etapa da nossa salvação. 

22 agosto 2023

A CRIAÇÃO DO SER HUMANO

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: Uma visão bíblica do corpo)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, discorreremos sobre a criação do ser humano. Inicialmente, veremos como se deu a origem da raça humana. Deus formou o corpo humano do pó úmido da terra e deu-lhe um espírito. Depois, falaremos da constituição do ser humano. O homem é um ser tricotômico, formado por três partes: espírito, alma e corpo. Por último, falaremos da queda e restauração do ser humano. Todos os seres humanos, sem exceção, foram afetados pelo pecado e necessitam de uma restauração, que somente o Espírito Santo é capaz de fazer. 


1- A origem da raça humana. Os naturalistas insistem em reduzir o ser humano à condição de mero animal, que evoluiu de outra espécie e dizem que não passa de um mamífero, como outro qualquer. Atualmente, alguns vão mais além e dão mais valor aos animais e às árvores que aos seres humanos. Entretanto, a Bíblia nos apresenta o ser humano como a coroa da criação de Deus, o único ser vivo criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). 


Deus formou o homem do pó úmido da terra, soprou em suas narinas e deu-lhe o espírito. Deus não fez isso com nenhum animal. Antes de criar o homem, Deus criou todo o Universo, possibilitando todas as condições para o homem viver nele. Por último, Deus criou o homem para dominar sobre as demais criaturas (Gn 1.26,27). 


2- A constituição do ser humano. Na lição passada falando sobre a visão bíblica de gênero, discorremos sobre as três constituições do ser humano: constituição biológica, constituição moral e constituição da sexualidade. Vimos que o homem é um ser tricotômico, formado por espírito, alma e corpo. 


O espírito é a parte imaterial, cujas faculdades são a fé e a consciência. É a parte do ser humano que é capaz de responder a Deus e sem Deus, ele está morto. A alma é a sede do intelecto, das emoções e das vontades do ser humano. Por último, o corpo é a parte material do ser humano, que é formada do pó da terra e se tornará em pó novamente, após a morte. 


O espírito e a alma são distintos, mas inseparáveis. O corpo, sem a alma e o espírito está morto. A teologia chama esta tríplice composição do ser humano de tricotomia. Alguns teólogos defendem que o homem é formado por apenas duas partes, uma material (o corpo) e outra imaterial (espírito/alma), que eles chamam de dicotomia. Nós da Assembleia de Deus, no entanto, defendemos a tricotomia (1 Ts 5.23).


3- Queda e restauração humana. Com a entrada do pecado no mundo, todos os seres humanos, sem exceção, herdaram uma natureza corrompida e pecaminosa. Sendo assim, todas as áreas do nosso ser foram afetadas pelo pecado. Somente por meio do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, o homem pode ser restaurado da queda, mediante a fé nEle. 


O Espírito Santo convence o homem da sua condição de miserável pecador e o conduz a Cristo. Entretanto, Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio e permite que este aceite ou rejeite esta restauração. Aqueles que aceitarem, serão restaurados pelo Espírito Santo e se tornarão novas criaturas. Mas, os que não quiserem, não serão restaurados. 


Este é um dos principais pontos de divergência entre os calvinistas e arminianos. Os calvinistas, também chamados de monergistas, afirmam que Deus determinou de antemão quem seria salvo e quem não seria. Dizem que o ser humano na queda foi totalmente corrompido e perdeu completamente o livre arbítrio na queda. Sendo assim, não tem a prerrogativa de escolher. Os arminianos, por sua vez, dizem que na queda, o homem realmente teve a sua natureza corrompida e não tem condições de, por si mesmo, crer em Cristo. O Espírito Santo capacita-o para crer, concedendo-lhe o que os teólogos chamam de Graça preveniente, que é uma preparação operada pelo Espírito Santo para que o ser humano caído possa entender a Salvação. Entretanto, Deus lhe dá o direito de receber ou rejeitar a salvação. Esta é a posição defendida pela Assembléia de Deus. 


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 109-120.

PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 20 21, p.36

VENCENDO OS DIAS MAUS

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