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12 janeiro 2022

O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 3: a inerrância da Bíblia)


O Espírito Santo é o autor das Escrituras Sagradas, pois, Ele inspirou os escritores a escrever, guiando-os em cada palavra e em todo o conteúdo das Escrituras, conforme vimos na lição passada. Entretanto, não faria sentido haver este trabalho divino na produção do texto sagrado, se não houvesse também a preservação destes escritos, para eles chegassem a nós. Quando falamos de inspiração, inerrância e infalibilidade da Bíblia, isso se aplica aos manuscritos originais da Bíblia. As cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus, desde que correspondam fielmente aos textos originais.

Estudaremos neste tópico sobre chamados os manuscritos autógrafos e os manuscritos apógrafos da Bíblia, estabelecendo a diferença entre eles. Depois falaremos dos livros apócrifos e pseudepígrafos e sobre alguns acréscimos colocados em alguns livros do Antigo Testamento. Estabeleceremos também a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante. 

1. Os manuscritos autógrafos. São aqueles que foram escritos diretamente pelo escritor que recebeu a inspiração do Espírito Santo, ou por seu escrevente. Na Epístola a Filemon, Paulo indica que ele próprio havia escrito o texto: “Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.” (Fm 1.19). No final da Epístola aos Romanos, no entanto, apesar da Epístola ter sido identificada no prefácio como sendo do apóstolo Paulo, o seu escrevente Técio diz que ele a redigiu: Eu, Tércio, que redigi esta carta, saúdo vocês no Senhor. (Rm 16.22). Temos, portanto, dois exemplos de manuscritos autógrafos, um escrito pelo próprio escritor inspirado pelo Espírito Santo e outro escrito por seu escrevente. 

Estes manuscritos originais são absolutamente isentos de erros ou falhas, como vimos no tópico anterior. Entretanto, estes manuscritos originais, escritos diretamente pelos escritores inspirados e ou seus escreventes, não existem mais. O que temos hoje são cópias feitas diretamente destes manuscritos, como veremos a seguir.

2. Os manuscritos apógrafos. São manuscritos que foram copiados diretamente dos manuscritos autógrafos, ou seja, os copistas leram o manuscrito original e o copiaram manualmente, pois, não havia impressão. Na atualidade existem cerca de 25.000 manuscritos apógrafos. Segundo o pastor Esequias Soares escreveu na Declaração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil, estão incluídas nesse número as cópias em aramaico, árabe, copta, siríaco, armênio, gótico, etiópico, eslavônios, anglo-saxônicos e outras. Os copistas judeus eram muito rigorosos quanto a isso. Se errassem em um mínimo detalhe, inutilizavam a cópia imediatamente e começavam outra, para preservar a exatidão do texto sagrado. Devido às guerras, perseguições e cativeiros que passaram, os judeus faziam várias cópias dos textos sagrados e mantinham as cópias mais novas, a fim de preservá-las. Segundo Norman Geisler, na obra Resposta aos Céticos, “os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história.” Segundo Geisler, “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”.

Os críticos da Bíblia e teólogos liberais, tentam desacreditar a inerrância da Bíblia, argumentando que os manuscritos originais não existem mais. Entretanto, eles ignoram a rigidez do trabalho feito no campo da crítica textual, que é a ciência que procura reconstruir um texto original por meio de uma análise cuidadosa e um exame dos manuscritos que possuímos agora. Esta análise é feita em todos os documentos da antiguidade, que chegaram a nós através de cópias manuscritas. 

Com relação aos textos bíblicos, tanto do Antigo como do Novo Testamento, pode-se afirmar que chegaram até nós com o maior índice de confiabilidade. Para se ter uma idéia da confiabilidade dos manuscritos apógrafos da Bíblia, em mais de 95% dos casos, os originais podem ser reconstruídos com uma certeza prática. Nas poucas divergências que há entre as cópias, que a crítica textual não tem sido capaz de determinar com toda a certeza a redação original, nenhum ensino essencial da fé cristã é afetado.

No caso do Novo Testamento, existem cerca de 5.800 manuscritos gregos, além de cópias em outros idiomas. Outro fator importante é que as primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais. para efeitos de comparação, na maioria dos livros antigos da humanidade, existem de dez a vinte manuscritos, que surgiram com distância aproximada de mil anos após a escrita do original. Mas, ninguém questiona a autenticidade destes documentos. 

3. Os apócrifos e pseudepígrafos. São livros que, embora tenham sido incluídos na em algumas versões da Bíblia, não são inspirados pelo Espírito Santo. Alguns podem servir como fontes históricas e culturais judaicas, entretanto, não servem como instrução para a Igreja, pois contém doutrinas e práticas contrárias às Escrituras, como oração pelos mortos e salvação pelas obras. Há diferenças entre livros apócrifos e pseudepígrafos. 

a) Apocrifos. A palavra apócrifo vem do grego ‘apokryphos', que inicialmente significava “escondido”, “oculto” ou “misterioso". Ela aparece na Bíblia, por exemplo em Mc 4.22: “Porque nada há encoberto [apókriphos] que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.” Aparece também em Colossenses 2.3: “Em quem estão escondidos [Apókriphos] todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Nos primórdios da Igreja, a palavra era usada para se referir a qualquer obra, da qual se desconhecia o autor. Por último passou a significar qualquer obra espúria e herética. 

Os livros apócrifos do Antigo Testamento são compostos de 14 ou 15 livros que são geralmente encontrados nos manuscritos da Versão grega do Antigo Testamento (LXX). Nos primeiros séculos da Igreja, como ainda não havia uma definição sobre os livros canônicos, os cristãos acabaram aceitando estes livros. Isso permaneceu até o ano 400 d.C. quando Jerônimo desclassificou tais livros, por entender que não estavam de acordo com os demais livros da Bíblia. Após a Reforma Protestante, no Concílio de Trento (1546-1548), a Igreja Católica descartou a classificação de Jerônimo e passou a incluir sete livros na Bíblia e alguns acréscimos: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruc e acréscimos aos livros de Ester e Daniel. A Igreja Católica classifica estes livros como deuterocanônicos (segundo cânon).

No caso do Novo Testamento também surgiram evangelhos e cartas apócrifas, antes da definição do cânon. Entretanto estes escritos nunca foram incluídos nas versões do Novo Testamento, nem considerados canônicos. 


As Igrejas Protestantes rejeitam os livros apócrifos pelas seguintes razões:

  • Eles nunca fizeram parte do cânon judaico, pois os judeus nunca os consideram sagrados;

  • Nunca foram aceitos por Jesus ou pelos escritores do Novo Testamento, como Palavra de Deus;

  • A maior parte dos pais da Igreja, antes do século IV rejeitava a sua canonicidade;

  • Nenhum concílio da Igreja Cristã anterior ao século IV os considerou canônicos; 

  • Jerônimo, grande estudioso das Escrituras e tradutor da versão latina, após estudos e análise minuciosa os rejeitou; 

  • Até teólogos católicos, durante a Reforma Protestante, rejeitaram a inclusão dos apócrifos na Bíblia.

b) Pseudepígrafos. Esta palavra é a junção de dois vocábulos gregos: pseudo (falso) epígrafe (escrito). Significa, portanto, falsos escritos. São literaturas espúrias e hereges, produzidas por autores anônimos e hereges que, na tentativa de dar credibilidade a estes escritos, atribuíam falsamente a sua autoria a alguns dos apóstolos ou pais da Igreja. Os pseudepígrafos nunca foram recepcionados pelas comunidades judaica e cristã. Há um número muito grande de pseudepígrafos, que são classificados em: Evangelho, atos epístolas, apocalipses, testamentos e outros tipos de literatura. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

BÍBLIA DE ESTUDO APOLOGÉTICA. 1 Ed. 2000. ICP- Instituto Cristão de Pesquisas.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 66-67.    

GEISLER, Norman L. e BROOKS, Ronald M. Respostas aos céticos: saiba como responder questionamentos sobre a fé cristã. 1 Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. 

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 155-157.    

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 29.    

SPROUL, R. C. Posso Crer na Bíblia. Editora FIEL. 1 Ed. 2012.


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Pb. Weliano Pires

10 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 3: A INERRÂNCIA DA BÍBLIA


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada estudamos a doutrina da inspiração divina da Bíblia. A Bíblia é diferente de todos os livros que já foram escritos, exatamente porque ela foi inspirada por Deus. 

Falamos sobre a doutrina da inspiração bíblica, explicando como se deu esta inspiração. Vimos que a inspiração bíblica é divina, verbal e plenária. Ou seja, Deus soprou nos escritores da Bíblia o que eles deveriam escrever e como deveriam escrever. 


Falamos ainda sobre a relação entre a inspiração divina e os escritores da Bíblia. Eles não eram perfeitos e tinham várias falhas como todo ser humano. Isso, porém, não interferiu no processo da escrita da Bíblia, que foi supervisionada pelo Espírito Santo, usando os gêneros literários, figuras de linguagem e linguagem comum do meio em que eles viviam, para se fazer compreender. Isso não anula, em hipótese alguma, a inspiração divina.


Por último,  falamos sobre a ação do Espírito Santo na composição da Bíblia. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento possuem declarações internas de que foram inspirados por Deus. Vimos que a obra do Espírito Santo na iluminação da mente dos que ouvem a Palavra de Deus, para fazê-los entender, produzindo em seu interior a fé regeneradora. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 3: A INERRÂNCIA DA BÍBLIA


O tema do nosso trimestre é: “A Supremacia das Escrituras: a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus.” Na primeira lição falamos sobre a autoridade da Bíblia, destacando, portanto, a Supremacia das Escrituras. Na lição 2 estudamos sobre a inspiração verbal e plenária da Bíblia. Nesta terceira  lição, falaremos sobre a inerrância e infalibilidade da Bíblia. Sendo inspirada por Deus, que é absolutamente verdadeiro, a Bíblia não pode conter erros ou falhas. Portanto, a Palavra de Deus é absolutamente verdadeira, incorruptível e plenamente confiável em tudo o que ela diz. 


No primeiro tópico, falaremos sobre o que é a inerrância da Bíblia. Falaremos sobre a definição teológica da doutrina da inerrância das Escrituras. Veremos que a Bíblia reivindica a sua inerrância. Embora a palavra inerrância não esteja na Bíblia, a idéia de que a Bíblica é isenta de qualquer tipo de erro está presente em vários textos bíblicos. Por último veremos a diferença entre inerrância e infalibilidade. Embora estes dois termos estejam relacionados, há diferenças entre eles. Nem tudo o que é inerrante é infalível. Um livro pode ser inerrante e não ser infalível. Entretanto, se infalível não pode errar.


No segundo tópico, veremos que o Espírito Santo preservou as Escrituras. O Espírito Santo atuou não apenas na inspiração dos textos bíblicos, mas manteve a revelação divina incorruptível. Veremos neste tópico o que são os manuscritos autógrafos. Depois explicaremos o que são os manuscritos apógrafos (não confundir com apócrifos). Por último, falaremos sobre os livros apócrifos e pseudepígrafos. 


No terceiro e último tópico, falaremos acerca da Verdade nas Escrituras. Falaremos da Bíblia como a verdade plena, explicando o significado dos termos hebraico e grego traduzidos por verdade. Depois falaremos sobre a verdade moral e espiritual dos textos bíblicos. Por último, falaremos das verdades históricas e científicas da Bíblia. Aquilo que a Bíblia registra, seja do ponto de vista histórico ou científico, é absolutamente verdadeiro. Por isso, rejeitamos qualquer teoria supostamente científica que contrarie a verdade bíblica. 



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Pb. Weliano Pires


 

VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...