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22 janeiro 2022

O NOVO TESTAMENTO


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 04: A estrutura da Bíblia)

No tópico anterior fizemos uma exposição panorâmica do Antigo Testamento, falando sobre os seus livros, canonicidade e algumas particularidades. Neste terceiro tópico faremos o mesmo com o Novo Testamento. 

O Novo Testamento representa o cumprimento e a explicação do Antigo Testamento. Muitas coisas que eram incompreensíveis no antigo pacto se tornam claras no Novo Testamento. Os tipos, figuras alegorias e profecias se tornam claras com o registro do Novo Testamento. 

Diferente do Antigo Testamento, que demorou mais de mil anos para ser escrito, o Novo Testamento demorou menos de um século. Os apóstolos do Senhor e pessoas ligadas a eles como Marcos e Lucas, foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever os registros do ministério terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, a descida do Espírito Santo, as doutrinas da Igreja Cristã e as revelações das últimas coisas que em breve irão acontecer. 

1. Os livros do Novo Testamento. Os livros do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, também não estão classificados na ordem em que foram escritos, nem na ordem em que os fatos aconteceram. Foram classificados por assuntos, divididos em quatro grupos: Evangelho, História, Epístolas e Revelação. 

a. Evangelhos. São os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Estes livros registram o ministério terreno do Senhor Jesus. Encontramos nestes livros, a genealogia de Jesus Cristo, os registros do anúncio do nascimento de Jesus pelo Anjo Gabriel, as circunstâncias do nascimento de Jesus, os seus discursos, os milagres, a sua prisão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu. Os livros de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de "Evangelhos Sinóticos" devido à semelhança dos relatos. Já o Evangelho segundo João, destoa um pouco, pois dá ênfase ao ministério de Jesus na vida adulta e aponta para a sua divindade.  

b. Histórico. Temos apenas um livro histórico no Novo Testamento, que é o livro de Atos dos Apóstolos, que foi escrito por Lucas, o 'médico amado', historiador, companheiro de ministério do apóstolo Paulo. Este livro relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos, após a sua ressurreição e a sua ascensão ao Céu. Em seguida, relata o início da história da Igreja Primitiva, com a descida do Espírito Santo. Nos 12 capítulos iniciais, temos o protagonismo de Pedro e João, como principais líderes da Igreja. No capítulo 9 temos a conversão de Saulo de Tarso, e a partir do capítulo 13, a ênfase recai sobre ele e o trabalho missionário de Paulo e Barnabé, terminando com a sua prisão de Paulo no templo, em Jerusalém.

c. Epístolas. As Epístolas foram livros escritos pelos apóstolos a Igrejas específicas, outras à Igreja em geral e algumas foram escritas a uma pessoa em particular. Nas Epístolas temos a sistematização das doutrinas cristãs para a Igreja em todas as épocas. Entre as Epístolas temos dois tipos:

1. Epístolas Paulinas. São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. Entre as Epístolas Paulinas ainda há também outras denominações que os teólogos colocam, de acordo com o assunto ou a circunstância em que foram escritas:

  • Cartas escatológicas: São as que dão maior ênfase aos assuntos relacionados às últimas coisas: 1 e 2 Tessalonicenses.

  • Cartas soteriológicas: São as que falam mais sobre a doutrina da salvação: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas.

  • Cartas da prisão: São as que foram escritas durante a prisão do apóstolo Paulo: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.

  • Cartas pastorais: São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo a um pastor, com orientações ministeriais: 1 e 2 Timóteo e Tito. (2 Timóteo também é considerada epístola da prisão, pois foi redigida na prisão).

2. Epístolas Gerais. São as Epístolas escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham destinatário específico. Neste grupo estão: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que autoria de Hebreus é desconhecida. 

d) Revelação. Neste grupo consta apenas o livro do Apocalipse, que traz as revelações de Jesus ao apóstolo João, quando este se encontrava exilado na Ilha de Patmos. O livro contém o prefácio de João e a aparição de Jesus ressuscitado ao velho apóstolo. Depois, contém sete cartas de Jesus aos líderes de sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Sardes, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia. Depois, uma série de revelações sobre os juízos de Deus sobre a humanidade na Grande Tribulação, as visões do Milênio, a Nova Jerusalém, o Juízo Final e a eternidade. 

Assim está dividido o Novo Testamento, totalizando 27 livros canônicos, que são chamados pelos próprios apóstolos de Escrituras e de Palavra do Espírito Santo, que foram divinamente inspiradas. (1 Co 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). 

2. Canonicidade do Novo Testamento. Logo nos primeiros anos do Cristianismo, surgiram falsos ensinos, propagados por falsos profetas e falsos mestres, com conteúdos gnósticos, judaizantes e outros. Isso já havia sido alertado pelo Senhor Jesus  (Mt 7.15; Mc 13.22) e depois por Paulo, Pedro, Judas e João. No final do primeiro século todos os 27 livros do Novo Testamento já haviam sido escritos. A autoridade deles não era questionada e eram tidos como de grande valia para as Igrejas. Entretanto, não havia ainda uma relação dos livros considerados inspirados por Deus, como já acontecia com os livros do Antigo Testamento. 

Através dos escritos dos pais da igreja, como Clemente de Roma, Inácio, Policarpo e Papias sabemos que os Evangelhos e os escritos do apóstolo Paulo eram considerados como Escritura. Policarpo e Clemente de Alexandria, também fazem menção em seus escritos, aos evangelhos de Mateus e de Lucas. Isso nos leva a crer que por volta da metade do século II, já havia uma coletânea dos quatro evangelhos, que eram lidos e reconhecidos nas Igrejas como Escrituras Sagradas. 

Somente em 145 d.C. um heresiarca chamado Marcion ou Marcião, publicou a primeira lista de livros que ele considerava sagrados: 10 cartas de Paulo, excluindo as chamadas cartas pastorais, e uma versão adulterada do evangelho de Lucas, segundo ele, livre das influências vétero-testamentárias e judaizantes. Marcion acreditava que havia dois deuses: O Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento.  O Deus do Antigo Testamento seria “um deus justo e iracundo”, que, “irado”, preparou a crucificação de Cristo. 

A partir desta lista de Marcião, a Igreja viu a necessidade de definir os livros considerados inspirados por Deus e iniciaram-se as discussões. No final do século II, nos escritos de Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria é possível perceber um cânon em formação, que incluía os quatro Evangelhos, Atos dos Apóstolos, 13 cartas de Paulo, 1 Pedro, 1 João e o Apocalipse. 

Somente no final do Século IV é que o processo de reconhecimento do Cânon chegou ao fim. Por meio da 39º Carta Pascal de Atanásio, foram declarados canônicos os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Essa definição foi aceita pela igreja do Ocidente nos sínodos de Hipona Régia, em 393 e de Cartago, em 397 d.C.

Os critérios de avaliação de canonicidade dos livros no Novo Testamento foram semelhantes aos que foram utilizados em relação ao Antigo Testamento. Foram estabelecidos os seguintes critérios para o reconhecimento destes livros como Palavra de Deus: 

  • O Testemunho Interno do Espírito Santo;

  • Origem Apostólica ou de alguém muito próximo aos apóstolos;

  • O Conteúdo dos Livros em relação ao restante das Escrituras;

  • As Evidências Internas do restante do Novo Testamento.

3. Particularidades do Novo testamento. Os escritos do Novo Testamento foram escritos aproximadamente nesta ordem: 

  • A Epístola de Tiago, entre os  anos de 49 d.C; 

  • As Epístolas de Paulo Gálatas, entre 49 d.C; 

  • 1 Tessalonicenses, por volta de 51 d.C.; 

  • 2 Tessalonicenses, entre 51 e 52 d.C.; 

  • Aos Coríntios, aproximadamente 55 d.C.;

  • Aos Romanos, entre 55 e 57 d.C. 

  • Depois disso, foram escritos os Evangelhos Sinóticos Mateus, Marcos e Lucas, entre 60 e 70 d.C. Uns dizem que Mateus foi o primeiro e Marcos, o segundo. Outros dizem que Marcos foi escrito primeiro. 

  • Depois destas Epístolas, foram escritos os Evangelhos de Mateus e Marcos. 

  • Entre 60 e 62 d.C. foram escritos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. 

  • A primeira Epístola de Pedro foi escrita entre os anos 60 e 68 d.C. 

  • 1 Timóteo e Tito foram escritas entre 62 e 64 d.C.; Atos dos apóstolos, escrito aproximadamente em 63 d.C.; 

  • 2 Timóteo entre 64 e 68 d.C.; 2 Pedro, entre 65 e 67 d.C.; 

  • A Epístola de Judas, entre 65 e 69 d.C.; 

  • A Epístola aos Hebreus, 67 d.C.; 

  • O Evangelho de João, escrito entre 85 e 90 d.C.; 

  • 1 João, entre 85 e 95 d.C.; 

  • 2 e 3 João em 90 d.C.

  • Por último, o livro do Apocalipse, escrito entre 94 e 96 d.C.

O idioma usado na escrita do Novo Testamento foi o grego koiné, dialeto grego que era a língua comum de todo o mundo do Mediterrâneo no primeiro século da era cristã. O koiné não era a linguagem dos intelectuais gregos. Era a língua do trabalhador, do camponês, do vendedor e da dona de casa. Nenhum estudioso da atualidade estudaria o grego koiné, se não fosse ele o idioma do Novo Testamento. Deus quis que a sua Palavra fosse compreendida por todos e, por isso, escolheu a linguagem mais popular de todo império romano. Há também algumas expressões no Novo Testamento que foram escritas em aramaico: Talita cumi “Menina, levan­ta -te” (Mc 5.41); Aba Pai, “Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34).  


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 22-23.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 636.    

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.  

Biblioteca Bíblica: bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/08/o-canon-do-novo-testamento.html. Acesso em 21/01/2022. 

CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas): cacp.org.br/marcionismo-moderno Acesso em 21/01/2021. 

Estilo Adoração: estiloadoracao.com/cartas-de-paulo


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Pb. Weliano Pires

17 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: A ESTRUTURA DA BÍBLIA


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada, falamos sobre a inerrância e infalibilidade da Bíblia. Vimos que a Bíblia Sagrada, por ser inspirada por Deus, que é absolutamente verdadeiro, não pode conter erros ou falhas. A Palavra de Deus é absolutamente verdadeira, incorruptível e plenamente confiável em tudo o que ela diz. 


Falamos sobre a definição teológica da doutrina da inerrância das Escrituras. Vimos que a Bíblia reivindica a sua inerrância. A palavra inerrância não está na Bíblia, mas, a idéia de que a Bíblia é isenta de qualquer tipo de erro está presente em vários textos bíblicos. Falamos também sobre a diferença entre inerrância e infalibilidade. 


Depois, falamos que o Espírito Santo preservou as Escrituras. O Espírito Santo atuou não apenas na inspiração dos textos bíblicos, mas manteve a revelação divina incorruptível. Falamos sobre os manuscritos autógrafos e manuscritos apógrafos, e sobre os livros apócrifos e pseudepígrafos. 


Por último, falamos acerca da Verdade nas Escrituras e que a Bíblia é a verdade plena. Explicamos o significado dos termos hebraico e grego, que foram traduzidos por verdade, respectivamente, emeth e aletheia. Falamos também sobre a verdade moral e espiritual dos textos bíblicos. Por último, falamos das verdades históricas e científicas da Bíblia, ou seja, aquilo que a Bíblia registra, seja do ponto de vista histórico ou científico, é absolutamente verdadeiro. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04

Na lição desta semana, estudaremos a estrutura da Bíblia Sagrada. Veremos como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos. Falaremos resumidamente sobre a  classificação dos livros do Antigo Testamento e em seguida discorreremos sobre a classificação dos livros do Novo Testamento. A organização do texto bíblico por assunto e também as divisões em capítulos e versículos facilitam a localização rápida dos textos e também a sua memorização. 


No primeiro tópico, falaremos sobre a organização geral da Bíblia Sagrada. Traremos neste tópico a definição etimológica do termo “Bíblia”. Depois falaremos sobre o cânon da Bíblia, trazendo a definição etimológica da palavra cânon. Por último, falaremos sobre os dois Testamentos da Bíblia, a definição etimológica da palavra testamento e o uso desta palavra na Bíblia e na Igreja Primitiva. 


No segundo tópico,  falaremos sobre a classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto, como está em nossa Bíblia. Falaremos também sobre a canonicidade do Antigo Testamento. Por último, traremos algumas particularidades e detalhes do Antigo Testamento.


No terceiro e último tópico, falaremos igualmente sobre a classificação por assunto dos livros do Novo Testamento. Depois, discorreremos sobre a canonicidade do Novo Testamento e as provas da sua inspiração divina. Por último, veremos também algumas particularidades do Novo Testamento. 


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Lição 04: A Estrutura da Bíblia

23 de Janeiro de 2022.


TEXTO ÁUREO:

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.” (Lc 24.44).

VERDADE PRÁTICA:

"A Bíblia se divide em Antigo e Novo Testamentos, totalizando 66 livros, divinamente inspirados. Toda ela é nossa única regra de fé e prática."

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ap 22.18,19 

Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas

Terça – Rm 1.2 

Os textos inspirados são chamados de Santas Escrituras

Quarta – Jz 3.4 

O Antigo Testamento é dotado de veracidade e de autoridade

Quinta – 1 Co 2.4,13

Os livros inspirados e autorizados são chamados de canônicos

Sexta – Ef 2.20 

A Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos

Sábado – Mt 24.5 

A Palavra de Deus é atemporal e imutável

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Lucas 24.44-49.

44 – E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.

45 – Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.

46 – E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;

47 – E, em seu nome, se pregasse o ar­rependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.

48 – E destas coisas sois vós testemunhas.

49 – E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Hinos Sugeridos: 185, 354, 603 da Harpa Cristã


PLANO DE AULA

INTRODUÇÃO

Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-las não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra “decorar” tem como fonte a palavra “coração”. Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos;

II) Esclarecer como os livros do Antigo Testamento são classificados;

III) Expor a classificação dos livros do Novo Testamento.

B) Motivação: 

“Passear” pela Bíblia com desenvoltura deve ser objetivo de todo estudante sério das Escrituras. Saber identificar os livros e encontrá-los sem dificuldades são habilidades que não podem ser desprezadas. Por isso é nosso papel encorajar os alunos a usar habilidosamente a Bíblia.

C) Sugestão de Método: 

Elabore um documento em que a estrutura da Bíblia, conforme consta na presente lição, esteja presente. Distribua para os alunos, instando-os a revisarem sistematicamente durante a semana e o mês. Motive-os a treinar a habilidade de manejar a Bíblia.


CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Ao final da lição, faça perguntas aos alunos sobre os livros da Bíblia e suas respectivas classificações. Dê oportunidade para eles classificarem os livros bíblicos em classe. É uma maneira motivadora de sedimentar o conhecimento.


SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia” traz informações a respeito da estrutura moderna da Bíblia para expandir o primeiro tópico;

2) O texto “Implicações para o Professor Cristão”, localizado após o terceiro tópico, tem o propósito refletir a respeito da aplicação do ensino da Bíblia no dia a dia do(a) professor(a).


INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos.


Palavra-Chave: ESTRUTURA


I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA

1. Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego como no latim. O termo grego biblos significa “livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas Escrituras” (Rm 1.2).

2. O Cânon da Bíblia. A expressão “cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido de “vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “régua”. Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados ­(39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19).

3. Os dois Testamentos bíblicos. O termo “testamento” vem do latim testamentum, que é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos têm o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos judeus reconhecidos por Jesus como “as Escrituras” (Mt 22.29), “a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). O termo “Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25, Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).


SINOPSE I

A Bíblia divide-se em dois testa­mentos divinamente inspirados: o Antigo e o Novo Testamentos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 – O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro : CPAD, 2019, pp.28-29)


AMPLIANDO O CONHECIMENTO


Estrutura

Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes principais, Antigo e novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num período de 1600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens […] os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes […]” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p.26.

II – O ANTIGO TESTAMENTO

1. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:

a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros, de Gênesis a Deuteronômio;

b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;

c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,

d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel; e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) A Lei;

b) Os Profetas;

c) Os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.

2. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber:

a) A inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

b) Reconhe­cimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e

c) Preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).

3. Particularidades do Antigo Testamento. Quase a totalidade dos livros foram escritos em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram escritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe (cf: Gn 31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento. Conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.


SINOPSE II

Os livros inspirados que inte­gram o cânon do Antigo Testamento são classificados como “Lei, Históricos, Poéticos e Pro­féticos”.

III – O NOVO TESTAMENTO

1. Os livros do Novo Testamento. Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos principais:

a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;

b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;

c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas;

d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).

2. Canonicidade do Novo Testamento. Os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).

3. Particularidades do Novo testamento. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego koiné, um dialeto comum e presente por toda a cultura de fala grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do Cristianismo (At 19.10). Algumas expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina, levan­ta -te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34). O conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim , em torno de 1.555 d.C., o Novo Testamento também foi dividido em versículos.


SINOPSE III

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.


AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Implicações para o Professor Cristão

Os professores comprometidos precisam não só do conteúdo da Bíblia, como também dos métodos criativos dos professores. A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, aná­lises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de Deus na ponta da língua em todas as circunstâncias. Ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimoradas habilidades de apresentação, preocupação relacionada e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de Deus é permanecer alegremente em Jesus, assim como João permaneceu; é almejar e meditar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de Deus, assim como Moisés recebeu (Dt 32-33) e seguiu Jesus suficientemente de perto, para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu. (Lc 23.26)” (LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: o Guia Definitivo do Professor de Jovens. l Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.53).


CONCLUSÃO

O conjunto dos 66 livros formam um único livro: a Bíblia Sagrada. Esses livros constituem o cânon bíblico do Antigo e do Novo Testamento. Os cri­térios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como o termo “Cânon” é empregado em teologia? 

Na teologia o vocábulo “cânon” é em pregado como “norma” de avalia­ção para identificar os livros sagrados.

2. Qual é o sentido do termo “testamento”? 

Tem o sentido de “aliança” , “ pacto” ou “concerto” de Deus com a hu­manidade.

3. Classifique os livros do Antigo Testamento. 

O Antigo Testamento está classificado em Pentateuco (Lei), Históricos, Poéticos e Proféticos.

4. Classifique os livros do Novo Testamento. 

O Novo Testamento está classificado em Evangelhos, Histórico, Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.

5. Em que língua o Novo Testamento foi escrito? 

Em grego koiné.


VENCENDO OS DIAS MAUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos alguns conselhos do apó...