Pr. José Wellington Bezerra da Costa, Presidente do Ministério do Belém em São Paulo |
Neste terceiro e último tópico falaremos sobre os detalhes da missão do pastor. O ministério do pastor tem múltiplas funções, pois ele cuida desde os assuntos espirituais até os mais terrenos. Falaremos também sobre o cuidado que devemos ter com os falsos pastores.
O pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Do ponto de vista bíblico, a missão do pastor está relacionada à oração, ensino da Palavra de Deus, defesa da fé, exortação, aconselhamento bíblico, visita aos enfermos e o cuidado com as pessoas, não como dominador, mas, servindo de exemplo à Igreja. (At 6.4; 1 Pe 5.2; Hb 13.20).
1. A missão do pastor. A palavra pastor, no grego é “poimēn” e tem o significado de “apascentador de ovelhas”. Sendo assim, a principal missão do pastor deve ser cuidar das pessoas que vieram para Cristo. O pastor é alguém que cuida de um rebanho que não é dele e deve fazê-lo com amor e dedicação, não como dominador. (1 Pe 5.2). É de responsabilidade do pastor, alimentar, cuidar e proteger o rebanho de Deus.
a. Alimentar. O crente é alimentado pelo ensino da Palavra de Deus, pela oração e comunhão com o Senhor. Sendo assim, cabe ao pastor ensinar a Palavra de Deus à Igreja que ele pastoreia, com fidelidade e dedicação. Deve também orar, dando o exemplo e incentivando os crentes a orarem e terem comunhão com Deus, para se fortalecerem no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10).
b. Cuidar. No sentido secular, as ovelhas têm necessidades diversas. Algumas estão feridas, outras se perdem pelo caminho e outras são rebeldes. Cabe ao pastor identificar o problema de cada uma e tentar resolvê-los. Na Igreja não é diferente. Nem todos os crentes são iguais. Há os fracos na fé, os novos convertidos, os rebeldes, os imaturos, os jovens, as mulheres, os anciãos, etc. O pastor precisa aconselhar, visitar, resolver conflitos, etc. Precisa da direção do Espírito Santo para saber o que fazer nas mais variadas situações.
c. Proteger. O pastor é o responsável por proteger a Igreja que ele pastoreia dos falsos mestres e falsos profetas. É preciso estar atento com aqueles que se aproximam da Igreja, para não contaminarem o rebanho com heresias e inovações.
2. Uma missão polivalente. Conforme falamos acima, do ponto de vista bíblico, a missão do pastor está relacionada às questões doutrinárias, através da evangelização, ensino da Palavra de Deus e defesa da fé. Também faz parte do Ministério pastoral na Bíblia, o cuidado com os crentes, através de visitas, oração e exortação. Espera-se do pastor, que tenha maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus.
Além destas múltiplas funções bíblicas do ministério pastoral, em algumas denominações, como a nossa por exemplo, foram incorporadas as funções administrativas, financeiras, construções de templos e até políticas nas convenções. Faz-se necessário esclarecer que existem vários tipos de governo ou de administração da Igreja. Os três tipos principais de administração eclesiástica são:
a. Presbiteral. O governo da Igreja é exercido através do presbitério. Os presbíteros se reúnem e tomam as decisões. Nessa forma de governo, o pastor é apenas um líder espiritual, que cuida da oração, ensino da Palavra de Deus e visitas. O pastor não administra a Igreja. Este é o modelo da Igreja Presbiteriana.
b. Episcopal ou assembleiano. O governo da Igreja é exercido através de bispos ou pastores. Nessa forma de governo, os pastores ou bispos são tanto líderes espirituais como administradores da Igreja. Este é o modelo das Assembléias de Deus.
c. Congregacional. O governo da Igreja é exercido pelos membros da Igreja, através de uma equipe ou junta administrativa, escolhida pelos membros. Como no caso dos presbiterianos, o pastor não é um administrador, é apenas um líder espiritual. Esta é a forma de governo das Igrejas Batistas.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Assim como há os falsos profetas, há também os falsos pastores. Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus já alertava o seu povo em relação aos falsos pastores. Deus usou o profeta Ezequiel para repreender duramente os falsos pastores. (Ez 34). A principal característica dos falsos pastores é que eles não se preocupam com as ovelhas e querem apenas se beneficiar delas.
No Novo Testamento também, o apóstolo Paulo alertou aos seus companheiros pastores Timóteo e Tito, para terem cuidado com os falsos obreiros. (Tt 1.9-11). Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse para tomarem cuidado com os cães e falsos obreiros, referindo aos judaizantes. (Fp 3.2).
Em resumo os falsos pastores são aqueles, cuja preocupação é apenas consigo mesmo e com o seu bem estar. Não se preocupam com as ovelhas e não as defendem dos lobos. Não ensinam fielmente a Palavra de Deus e pregam apenas aquilo que lhe rende popularidade, com o objetivo de obterem vantagens pessoais.
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
Conforme visto na introdução, ao ministério pastoral é uma tarefa árdua. Além das próprias lutas, o pastor enfrenta também as lutas dos outros, sofrendo com os que sofrem e se alegrando com os que se alegram. Para piorar, em nossos dias, incorporou-se ao ministério pastoral, funções administrativas, financeiras, construção civil e até políticas. Mas, no modelo bíblico, estas funções não são dos pastores.
Oremos pelos nossos pastores!
Pb. Weliano Pires