22 dezembro 2021

A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO).

Neste primeiro tópico falaremos sobre a consciência que Paulo tinha diante da morte. Paulo se encontrava preso em Roma, consciente de que não sairia com vida. Entretanto, a herança espiritual que lhe esperava, enchia-lhe o coração de uma esperança que transcendia a sua existência terrena. Paulo estava completamente desapegado da Terra e o seu alvo era apenas ser participante da glória celestial que breve estaria diante dele. O cristão precisa estar consciente de que a sua caminhada com Cristo é um constante enfrentamento, pois, ele vive na contramão do sistema maligno que impera no mundo. O último inimigo a ser vencido nesta guerra é a morte (1 Co 15.26). Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse: “Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fp 1.21)

1. Uma morte como oferta de sacrifício (2 Tm 4.6). Paulo já havia sido avisado pelo Espírito Santo que em breve seria morto. “...o tempo da minha partida está próximo.” (2 Tm 4.6). Paulo  se refere à sua morte, como uma partida. Segundo o Pr. Hernandes Dias Lopes, a palavra traduzida por “partida”, no grego é “analyses”. Esta palavra era usada em três circunstâncias: 

a. Aliviar alguém de uma carga. Neste sentido, a morte para Paulo era um descanso de suas fadigas. “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.”  (Ap 14.13). 

b. Levantar acampamento e voltar para casa. Neste aspecto, a morte para Paulo significava mudança de endereço. Ele estava deixando o corpo e partindo para habitar com o Senhor. “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Co 5.8), que ele considerava “incomparavelmente melhor”. (Fp 1.23).

c. Desatar o barco e atravessar para o outro lado. Neste sentido, a morte para Paulo seria fazer a última viagem desta vida de dissabores, rumo à Pátria Celestial, o seu eterno lar. 


Paulo encarava a própria morte não como uma derrota, ou como um fim trágico. Paulo encarava o seu martírio como um sacrifício oferecido a Deus. Por isso, ele usou a expressão “estou sendo oferecido por libação”. A ritual de oferta por libação era uma oferta pacífica ao Senhor, onde era derramado água, vinho, ou o sangue de uma animal, sobre o holocausto. No Antigo Testamento, o líquido oferecido na libação era aspergido ou derramado e tinha um alto valor, como o vinho (Nm 15.7);o azeite (Gn 35.14) ou bebida forte (Nm 28.7). No Novo Testamento, Paulo usa a expressão libação em sentido figurado. Na epístola aos Filipenses, Paulo faz referência a libação no sentido de ter o seu sangue vertido por causa de Cristo: "Contudo, ainda que eu seja derramado como libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós" (Fp 2.17). Depois, escrevendo a Timóteo, prevendo a proximidade da sua morte, Paulo usa novamente a figura da oferta por libação, fazendo referência à própria morte como um sacrifício, ou uma oferta derramada a Deus. 

2.  “Combati o bom combate” (2 Tm 4.7). A expressão usada neste versículo por Paulo "combati o bom combate", no grego é "agonidzomai". A raiz "agon" originalmente indicava uma assembleia de qualquer natureza. Depois, passou a indicar uma multidão que se reunia para ver as competições atléticas. Era usada também para se referir à própria competição, onde os atletas se esforçavam para alcançar o prêmio ou coroa. Também era usada para se referir a qualquer forma de luta ou batalha. O termo grego "agon"  deu origem à palavra portuguesa "agonizar". Quando Paulo diz que combateu o bom combate é uma referência a lutar respeitando as regras e por uma boa causa, que era a causa de Cristo. Há pessoas que se entregam completamente a um combate, a ponto de sacrificarem a própria vida por uma causa, mas não é o bom combate de Cristo. Então, o mérito aqui não está em combater, mas no "bom combate". 

Paulo faz aqui uma análise positiva da sua trajetória como bom soldado de Cristo. Os critérios usados nesta análise não são do ponto de vista humano, mas do ponto de vista do Senhor. Se Paulo fosse analisar a sua vida ministerial usando os critérios da teologia da prosperidade, o seu ministério teria sido um fracasso e ele seria considerado um derrotado. Não construiu nenhuma catedral, não tinha saúde, não tinha jatinhos nem mansões de luxo. Terminou o seu ministério preso em uma masmorra, sendo condenado à morte.  

3. Gratidão e esperança (2 Tm 4.7,8). Paulo combateu o bom combate, com fidelidade. Ele "acabou a carreira", ou seja, chegou até o fim. Não desistiu e não entregou os pontos no meio da luta. Há obreiros que começam bem, com toda garra e ânimo, mas não completam a carreira. Paulo citou o exemplo de Demas, que era seu companheiro de ministério, mas amou o presente século e o desamparou. Demas é citado pelo menos três vezes nas Epístolas paulinas. Nas duas primeiras, Demas aparece como um companheiro de ministério do apóstolo Paulo: "Saudai-vos Lucas, o médico amado, e Demas." (Cl 4.14); "Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores." (Fm 1.23,34). Mas, escrevendo a Timóteo, Paulo diz: "Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica…". (II Tm 4.10).

Além de "acabar a carreira", Paulo "guardou a fé". Tão importante quanto terminar a carreira é guardar a fé. Há pessoas que não desistem da carreira e chegam até o fim. Mas, não guardam a fé e abraçam doutrinas heterodoxas e inovações que não estão de acordo com a Palavra de Deus. Paulo concluiu a sua carreira com fidelidade a Deus, demonstrando no final dela, o sentimento de gratidão a Deus pelo dever cumprido e de esperança, pela certeza do galardão que, pela fé em Cristo, ele esperava (2 Tm 4.8).


REFERÊNCIAS:


LIÇÕES BÍBLICAS / MESTRE. 4⁰ Trimestre de 2021, CPAD. 

ENSINADOR CRISTÃO, N⁰ 87. 4⁰ Trimestre de 2021, CPAD. 

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. Paulo, o Maior Líder do Cristianismo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2009.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. págs.  401,402.


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Pb. Weliano Pires

21 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO PAULO.


Depois de estudar doze lições sobre a vida e ministério do apóstolo Paulo, começando pelos aspectos do mundo em que ele vivia antes da sua conversão, passando pelo seu processo de conversão e discorrendo sobre a sua atuação como apóstolo dos gentios, chegamos ao final deste quarto trimestre de 2021. 

Nesta última lição, como conclusão dos assuntos estudados, falaremos sobre a gloriosa esperança do apóstolo Paulo, sabendo que em breve ele seria executado. Neste contexto, Paulo estava preso em Roma, não mais em um regime semi-aberto, como era o caso da lição passada. Dessa vez, o apóstolo foi lançado num lugar lúgubre, úmido, frio e sem qualquer conforto. 


No primeiro tópico da lição falaremos da consciência de Paulo diante da morte. Paulo sabia, pelo Espírito Santo, que o tempo da sua partida estava chegando e encarava a morte como um sacrifício oferecido a Deus. Escrevendo a Timóteo, seu filho na fé, o apóstolo fez uma retrospectiva da sua trajetória e, com a consciência tranquila e sensação de dever cumprido, disse: "Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé". (1 Tm 4.7). O mais importante no ministério não é a forma que começamos, ou como estivemos em um determinado momento, mas como terminamos a carreira.


No segundo tópico, falaremos sobre a Doutrina bíblica a respeito da Vinda do Senhor, explicada por Paulo, nas Epístolas aos Tessalonicenses. Falaremos sobre as duas fases da segunda vinda de Cristo, que são: o arrebatamento da Igreja e a manifestação de Jesus em glória. Por último, falaremos sobre o período da Grande Tribulação, enfatizando o advento do Anticristo e do Falso profeta, e que a Igreja não passará por este período na terra, pois já estará com Cristo nas Bodas do Cordeiro. 


No terceiro e último tópico falaremos sobre os tempos e estações até a vinda do Senhor. Falaremos sobre o significado bíblico dos termos "tempos" e "estacões", respectivamente, no grego os termos "chronos" e "kairós". Por último, falaremos a respeito da mensagem pentecostal, que deve se fundamentar em uma vida cheia do Espírito Santo e na esperança do porvir. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.   

LOPES, Hernandes Dias. A Segunda Vinda de Cristo, Nossa Grande Esperança. Editora Hagnos. 1 Ed. 2015.      


 


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Pb. Weliano Pires

20 dezembro 2021

REVISÃO DAS LIÇÕES DO 4º TRIMESTRE DE 2021


Com a Graça de Deus, chegamos ao fim de mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos neste 4º trimestre, sobre a vida e o ministério do Apóstolo Paulo, extraindo lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Foram treze lições, comentadas pelo renomado Pr. Elienai Cabral, consultor doutrinário da Casa Publicadora das Assembléias de Deus no Brasil (CPAD). 

O apóstolo Paulo, sem dúvida nenhuma, é o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois do próprio Cristo. Foi ele o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. Não temos informações precisas sobre a data de nascimento do apóstolo Paulo. Mas, a tradição da Igreja romana afirma que ele nasceu no ano 9 d.C. Orlando Boyer, no entanto, diz no Livro Pequena Enciclopédia Bíblica que foi no ano 1 d.C.


Paulo nasceu na Cidade de Tarso, capital da Cilícia, uma província romana, que fica no atual território da Turquia. Era filho de pais israelitas, descendentes da tribo de Benjamim, a mesma de Saul, que foi o primeiro rei de Israel. Por isso, o seu nome hebraico era Saulo, uma variante de Saul. Paulo era o seu nome romano. Ao contrário do que muitos dizem, o nome de Saulo não foi mudado para Paulo. Saulo era o nome, pelo qual, ele era conhecido na comunidade israelita e Paulo, o seu nome no Império romano. 


Os pais de Saulo, eram pessoas influentes e de posses. Isto porque Paulo foi enviado para Jerusalém para estudar a Lei mosaica, com o rabino Gamaliel, um dos mais influentes fariseus da época. Estudar naquela época custava muito caro. Além disso, Saulo era detentor do título de cidadão romano desde o nascimento. Este título era adquirido por uma boa quantia em dinheiro, ou por serviços relevantes prestados ao império.


Em Tarso, Saulo também estudou a filosofia grega. Em seus discursos no Livro de Atos e em suas epístolas, vemos várias citações dos filósofos gregos. Saulo também tinha conhecimento do direito romano. Em seus depoimentos a Festo, Félix e Agripa, isso fica bem evidente. O rei Agripa, ao ouvir o longo discurso de Paulo em sua própria defesa, exclamou: 

– Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!


O Espírito Santo usou todo o arcabouço religioso, cultural e acadêmico de Saulo, para torná-lo o apóstolo dos gentios. Paulo empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. 


Paulo também foi muito usado pelo Espírito Santo na formação do Novo Testamento. Treze ou catorze (pois alguns consideram que ele escreveu também a Epístola aos Hebreus) dos vinte e sete livros do Novo Testamento foram escritos por ele. Paulo escreveu as Epístolas: aos Romanos, as duas epístolas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, 1 e 2 aos Tessalonicenses, 1 e 2 a Timóteo, a Tito e a Filemon.


Segue abaixo, um pequeno resumo das treze lições deste trimestre: 


Lição 1 - O Mundo do Apóstolo Paulo

Na primeira lição vimo o mundo do apóstolo Paulo em três aspectos: 

1. Os detalhes da vida de Paulo no império romano; 

2. O aspecto cultural do apóstolo Paulo, no domínio do grego Koiné, na diversidade religiosa e filosófica, da cultura grega;

3. O aspecto religioso e a ligação de Saulo com a descendência e religião judaica. 


Estes três aspectos contribuíram muito para a propagação do Evangelho, tanto aos judeus quanto aos gentios. 


Lição 2 - Saulo de Tarso: o Perseguidor da Igreja

Na lição 2 falamos da vida de Saulo como o grande perseguidor da Igreja, antes de conhecer a Cristo. Em Damasco e Jerusalém, com autorização das autoridades religiosas, Saulo empreendeu uma implacável caçada aos cristãos, arrastando homens e mulheres pelas ruas e conduzindo-os às prisões. Saulo foi um dos responsáveis pela morte de Estevão. Vimos nesta lição que a perseguição contra a Igreja é, na verdade, uma perseguição contra o próprio Jesus. 


Lição 3 - A Conversão de Saulo de Tarso

Na lição 3, vimos os detalhes da conversão de Saulo, o implacável perseguidor dos Cristãos, a Cristo. A conversão de Saulo foi um ato da Graça de Deus, pois, o próprio Jesus tomou a iniciativa de ir ao seu encontro, no caminho de Damasco, quando ele ia em busca de cristãos, para levá-los à prisão. Vimos também nesta lição que, a conversão do homem começa no arrependimento e prossegue pela transformação do seu caráter. Saulo nunca mais foi o mesmo, após o encontro com o Senhor.  No processo de conversão, o Espírito Santo transforma o intelecto, as emoções e as vontades do ser humano. 


Lição 4 - Paulo: a Vocação para Ser Apóstolo

Na lição 4 falamos sobre o chamado de Paulo para ser apóstolo. Paulo não conviveu com Jesus e não fez parte do colégio dos doze apóstolos. Mas, ele foi chamado pelo próprio Jesus para ser apóstolo. Esta chamada teve início na presciência de Deus, que é o atributo divino, pelo qual, Ele conhece o futuro antecipadamente. A visão do Cristo ressurreto mudou completamente a vida de Saulo. Depois, o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido, foi a escola de Deus para prepará-lo para o apostolado. 


Lição 5 - Jesus Cristo, e este Crucificado — A Mensagem do Apóstolo.

Na lição 5,  vimos que cerne da mensagem de Paulo era o Cristo crucificado ou a cruz de Cristo. A ideia de alguém morrer crucificado para salvar os outros era considerada um escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas Paulo, não obstante, todo o seu conhecimento da Lei mosaica e da filosofia grega, não se ocupava com estes temas em suas pregações. As palavras chaves da sua pregação eram o Cristo crucificado e o Cristo ressurreto. O resumo da mensagem pregada por Paulo era: "Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo para morrer pelos pecadores, dos quais eu sou o principal."


Lição 6 - Paulo no Poder do Espírito

Na lição 6 destacamos o aspecto pentecostal do ministério do apóstolo Paulo. Paulo escrevendo aos Coríntios, disse que “a sua mensagem não consistia em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Poder do Espírito Santo.”

De fato, as suas viagens missionárias foram conduzidas pelo Espírito Santo. Houve lugares que ele foi, obedecendo à orientação do Espírito Santo e houve lugares, que o Espírito não permitiu que ele fosse. Onde ele passava, o Espírito Santo operava sinais e maravilhas através dele. Paulo teve o cuidado de esclarecer aos cristãos de Éfeso e também a Apolo, sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Depois, escrevendo a Timóteo, sobre os requisitos para o episcopado, Paulo falou que o bispo deve ser cheio do Espírito Santo. 


Lição 7 - Paulo: o Plantador de Igrejas

Na lição 7 vimos que Paulo era um dos doutores da Igreja de Antioquia, junto com Barnabé e outros. Em uma reunião de oração e jejum, o Espírito Santo ordenou que a Igreja os separasse para uma obra que Ele havia chamado. A partir daí, a Igreja os despediu para a obra missionária. Paulo e Barnabé seguiram pelo mundo, pregando nas sinagogas e nas praças, e plantando Igrejas. Falamos também nesta lição sobre as características do plantador de Igrejas e os seus desafios no mundo atual.


Lição 8 - Paulo: o Discipulador de Vidas

Na Lição 8, falamos sobre o trabalho do apóstolo Paulo como discipulador. O método de discipulado do apóstolo Paulo consistia primeiro em pregar aos pecadores e, em seguida, ensiná-los de forma sistematizada as Doutrinas Cristãs. Deve haver, por parte da liderança da Igreja, um equilíbrio entre a pregação evangelística aos pecadores e o discipulado aos crentes. O evangelismo busca as pessoas para Cristo, com a pregação do Evangelho. O discipulado, por sua vez, fornece as bases da Doutrina Cristã, para que a pessoa conheça, de fato, a Cristo e se torne um verdadeiro discípulo do Senhor. 


Lição 9 - Paulo e sua Dedicação aos Vocacionados

Na lição 9, vimos que Paulo tinha uma preocupação enorme com a escolha e formação de novos obreiros, que pudessem dar continuidade aos trabalhos por ele iniciados. Não à toa, ele escreveu as cartas pastorais a Timóteo e a Tito, pastores mais jovens, que eram seus cooperadores, dando-lhes orientações muito importantes para o exercício do ministério pastoral. 

Paulo sabia que o seu martírio era iminente, pois, a perseguição à Igreja, principalmente aos líderes, era intensa. Em seu discurso emocionado de despedida aos anciãos da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão, Paulo fez importantes recomendações a eles, em relação à Igreja, para depois da sua partida. Paulo alertava constantemente aos novos obreiros acerca dos perigos representados pelos judaizantes e gnósticos. Fica aqui uma grande lição para os pastores mais antigos, para prepararem obreiros mais novos para os sucederem na liderança da Igreja, pois, não somos eternos. 


Lição 10 - Paulo e seu Amor pela Igreja

Na lição 10, falamos sobre o amor que Paulo nutria pela Igreja de Cristo. Paulo dedicava um amor de pai para filho, a todas as Igrejas. Escrevendo aos Gálatas, Paulo disse que sofria por eles “as dores de parto”, até que Cristo fosse gerado neles (Gl 4.19). O amor, a fé e a esperança são virtudes que aparecem sempre juntas nos escritos de Paulo. (1 Co 13.13; 1 Ts 1.3). No capítulo 13 da primeira Epístolas aos Coríntios, Paulo nos ensina que o amor é superior a todos os dons espirituais. Devemos seguir o exemplo de Cristo amar a Igreja do Senhor, nos doando por ela. 


Lição 11 - O Zelo do Apóstolo Paulo à Sã Doutrina

Na lição 11 estudamos o zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina. Aliás, a expressão “Sã Doutrina” é um conceito de Paulo no Novo Testamento (2 Tm 4.3-4) e se refere a todo o ensino dos apóstolos. Falamos nesta lição sobre os conceitos de ortodoxia e heterodoxia. A ortodoxia é a doutrina que é coerente com os ensinos de Cristo e dos seus apóstolos. A heterodoxia é o oposto disso. São doutrinas de homens e de demônios. 

Falamos ainda nesta lição sobre as ameaças e corrupção doutrinárias nos dias de Paulo, que eram as fábulas e genealogias intermináveis dos judaizantes, os cultos aos anjos, os costumes pagãos, o gnosticismo, etc. Por último, falamos da Igreja como a guardiã da Sã Doutrina ou, nas palavras de Paulo, a coluna e firmeza da verdade. O maior antídoto contra as heresias é o ensino sistemático da Palavra de Deus, principalmente, a Escola Bíblica Dominical, Escola Bíblica de Obreiros e Simpósios doutrinários. 


Lição 12 - A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

Na Lição 12, vimos que o apóstolo Paulo, durante a sua vida, tinha plena consciência de que é inerente ao cristão, padecer por Jesus. Ele dizia que “trazia no próprio corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17). Estas marcas se referiam aos açoites e sofrimentos que ele passou pelo Evangelho. 

Paulo também vivia em constante expectativa de que poderia morrer a qualquer momento, por causa do Evangelho. Mas, ele tinha plena consciência de que a morte não era o fim para o cristão e, por isso, tinha coragem para enfrentar as ameaças de morte. 

Vimos ainda nesta lição, as acusações mentirosas contra o apóstolo Paulo e a sua prisão no templo de Jerusalém. Paulo era acusado falsamente pelos judeus, de ensinar aos judeus que viviam entre os gentios, a violarem a lei de Moisés e a não circuncidarem os seus filhos. Entretanto, mesmo que isso não representasse nada para a Salvação, não era isso que Paulo ensinava. Quando Paulo chegou ao Templo em Jerusalém, foi reconhecido pelos judeus e quase foi linchado. Só escapou, porque o comandante do militar, Cláudio Lísias, mandou algemar Paulo, retirá-lo imediatamente do local e o conduzir à Fortaleza Antonia. Depois, descobriu que se tratava de um cidadão romano e o encaminhou para Cesaréia às autoridades romanas. 


Lição 13 - A Gloriosa Esperança do Apóstolo Paulo

Na lição 13, falamos sobre a esperança gloriosa que Paulo tinha de em breve partir e estar com o Senhor. Segundo Paulo, isso é incomparavelmente melhor do que permanecer neste mundo, mesmo servindo a Deus e fazendo a Sua Obra. Falamos sobre a consciência que Paulo tinha diante da morte. O Espírito Santo já havia revelado a Paulo que a sua partida estava próxima. Ele estava preso, quando escreveu a segunda carta a Timóteo e sabia que seria executado. Mas, ele não se desesperou diante da morte e a enxergava como uma oferta a Deus. Falamos nesta lição sobre a vinda do Senhor, esclarecendo sobre as suas duas fases: O arrebatamento da Igreja e manifestação de Cristo. Falamos um pouco sobre a grande tribulação. Por último, vimos o significado da expressão "tempos e as estações" até a volta do Senhor. 


Nestes tempos trabalhosos, que a Igreja do Senhor atravessa, com a multiplicação da iniquidade, o esfriamento do amor e a proliferação de falsos mestres e falsos ensinos, a vida e o ministério do apóstolo Paulo tem muito a nos ensinar. 


Deus os abençoe e até o próximo trimestre! 


Pb. Weliano Pires.


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17 dezembro 2021

ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULO NO TEMPLO

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)


Neste terceiro tópico abordaremos os fatos relacionados à prisão do apóstolo Paulo no templo em Jerusalém. Primeiro falaremos a respeito da ilegal e violenta prisão de Paulo, que aconteceu mediante acusações mentirosas e tumulto generalizado. A seguir, falaremos sobre o momento em que Paulo entrou no templo e, com coragem, enfrentou os seus algozes, ávidos por violência, querendo linchá-lo a todo custo. Por último, discorreremos sobre o encontro e diálogo do apóstolo Paulo com o comandante Cláudio Lísias, que o confundiu com um agitador egípcio, que liderou uma tentativa de rebelião em Jerusalém e era procurado em todo o império romano. 

1. As acusações mentirosas contra Paulo. A acusação era de que Paulo era inimigo da Lei Mosaica e do Templo. Paulo foi informado de que milhares de judeus haviam crido. Entretanto, estes crentes judeus suspeitavam de Paulo, porque ouviram que ele ensinava aos judeus que viviam fora de Israel, que não deveriam circuncidar os seus filhos nem observar os costumes judaicos como as leis dietéticas e o comer com os gentios. Na verdade, os judeus haviam distorcido a pregação de Paulo, pois, ele não tinha deixado de ser judeu quando se tornou cristão e nunca tinha ensinado os cristãos judeus a não circuncidarem os filhos. Ele mesmo havia circuncidado Timóteo (At 16.3) e fez um voto de nazireu na Acaia (At 18.18). Agora estava na Festa do Dia de Pentecostes em Jerusalém, que era uma festividade judaica. 

A acusação de que Paulo havia profanado o templo, introduzindo estrangeiros lá, também era mentirosa. Na verdade, Paulo estava passando pela purificação justamente para não profanar o templo. No templo havia um muro que separava o pátio dos gentios das demais áreas. Portanto, não havia a possibilidade dos gentios irem além do muro e caso, conseguissem, a responsabilidade era única e exclusivamente de quem ultrapassou o muro. 

2. A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes.

A cidade de Jerusalém estava em festa. Era a festa do Pentecostes, uma das mais importantes de Israel, e milhares de judeus vieram de várias partes do mundo para participarem desta festa tradicional. No meio desta multidão estavam os judeus que vieram da Ásia e odiavam a Paulo. Estes reconheceram Paulo na cidade e incitaram os judeus de Jerusalém e as autoridades contra ele. Quando Paulo adentrou ao templo, estes judeus provocaram grande alvoroço e agarraram a Paulo, com extrema violência. O intuito deles era provocar o linchamento do apóstolo alí mesmo, sem passar por qualquer audiência ou julgamento das autoridades.

Entretanto, a notícia deste tumulto no templo se espalhou rapidamente e o comandante romano Cláudio Lísias enviou as tropas ao local, para algemar Paulo e conduzir ao quartel general, que ficava na chamada Fortaleza Antonia  (At 21,30-36). Uma corte romana tinha 760 soldados da infantaria e 240 da cavalaria, todos comandados por um oficial romano. 

Inicialmente, este comandante acreditava que se tratava de um egípcio, que era um agitador político, que havia intentado uma rebelião contra o imperador romano em Jerusalém  (At 21.38).    

3. Paulo dialoga com Lisias (At 21.37-40). O comandante Cláudio Lísias interrogou Paulo pessoalmente. Percebendo que Paulo falava o idioma grego de forma culta, o comandante descobriu que não se tratava de nenhum agitador político. Paulo perguntou em grego que comandante, se poderia falar algo em sua defesa:

– Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo. (At 21.39). 

O comandante lhe permitiu e Paulo, erguendo mão para a multidão, falou-lhes em hebraico. Alguns estudiosos da Bíblia dizem que Paulo falou em aramaico, por causa da frase usada por Lucas (te hebraidi dialekto, que significa “no dialeto hebraico"):   

– Varões, irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. (At 22.1-3).

Paulo prendeu a atenção dos ouvintes, faltando daquilo que eles gostavam, que era a lei e as tradições judaicas. Falou do seu passado como fariseu, doutor da lei formado pelo rabino Gamaliel e perseguidor do "Caminho", como eram conhecidos os cristãos na época.  (At 22.4,5). Depois falou sobre isso seu encontro com Jesus no caminho de Damasco e que fora enviado a pregar o Evangelho aos gentios. Quando ouviu esta parte, a multidão sentiu-se ofendida e gritou a uma sou voz:

– Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva! (At 22.22).

O comandante Cláudio Lísias não entendeu a defesa de Paulo à multidão, porque não falava hebraico. Ao ver a fúria da multidão, ficou sem entender nada e ordenou que açoitassem a Paulo para arrancar dele alguma confissão. Quando estavam amarrrando Paulo a fim de torturá-lo,  este perguntou ao oficial: 

– É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? (At 22.25). 

O oficial recuou e recomendou cautela ao comandante Lisias, pois se tratava de um cidadão romano: 

– Vê o que vais fazer, porque esse homem é romano. (At 22.26).

Lísias foi com o oficial até Paulo e lhe perguntou:

– Dize-me, és tu romano? (At 22.27).  Paulo respondeu que sim. Imediatamente, Lísias mandou que o desamarrassem e o vestissem.  A partir deste momento, Paulo foi protegido e encaminhado às autoridades romanas. 


REFERÊNCIAS:

Ball. Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. Editora CPAD. pag. 92-93.      

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. págs. 756; 758-759.    

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682.      

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.        

LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 433–439.


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Pb. Weliano Pires

16 dezembro 2021

A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE.

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Neste segundo tópico falaremos a respeito da coragem do apóstolo Paulo, para enfrentar as ameaças de morte. Esta não era uma coragem natural, oriunda da bravura e obstinação humanas. O Espírito Santo era a fonte desta coragem para morrer pela causa do Evangelho. Era o Espírito Santo que impulsionava Paulo, enchia-o de coragem e falava ao coração dele, para realizar a vontade de Deus, mesmo enfrentando prisões, açoites e até a morte. 

1. A coragem do apóstolo pela voz do Espírito. Havia uma convicção extraordinária no coração de Paulo, de que ele deveria enfrentar os seus algozes, mesmo sabendo que sofreria muito e poderia até morrer. Ele tinha certeza de que estava cumprindo a sua missão de padecer pelo nome de Jesus. 

Como vimos no tópico anterior, Paulo estava em Cesaréia, na casa de Filipe, o evangelista, a caminho de Jerusalém. Ele não resolveu, por conta própria, ir a Jerusalém. Ao longo do Livro de Atos, podemos perceber que ele era guiado pelo Espírito Santo. Houve viagens que ele queria fazer e o Espírito Santo não lhe permitiu (At 16.7). Em outros casos, o Espírito Santo mostrou em visão, para onde ele deveria ir (At 16.9,10).

Em Cesaréia, um profeta chamado Ágabo, foi usado pelo Espírito Santo para informar que Paulo seria preso em Jerusalém (At 21.10,11). Ágabo já era conhecido de Paulo, pois, já haviam trabalhado juntos, havia uns quinze anos, levantando uma oferta para as vítimas da grande fome que assolou a Judeia, que havia sido profetizada pelo próprio Ágabo. (At 11.27-30).

Os irmãos em Cesaréia imploraram para que Paulo não fosse a Jerusalém. Se eles pudessem prever os detalhes do que viria após a prisão de Paulo, teriam entendido que aquela era a Vontade de Deus. Depois que Paulo preso em Jerusalém, logo foi logo enviado a Cesaréia, o mesmo lugar onde ele estava agora (At 23.33) e lá continuou por dois anos (At 24.27) como um prisioneiro em regime aberto, podendo ensinar livremente a Palavra de Deus aos que o visitavam. Então, a igreja em Cesaréia teve muito mais da companhia e ajuda de Paulo após a sua prisão, do que poderiam ter se ele continuasse livre. 

Paulo estava convicto de que estava fazendo a vontade de Deus e não poderia recuar. Por isso, falou aos irmãos que não chorassem e não lhe magoassem o coração, pois ele estava pronto não apenas para ser preso, mas também a morrer pelo Nome do Senhor em Jerusalém (At 21.13). Paulo não está vendo aqui nenhuma virtude no próprio sofrimento, como se fosse um masoquista, que sente prazer no próprio sofrimento. Ele vê o sofrimento pelo Evangelho como parte do seu ministério. 

Diante da coragem e convicção demonstradas por Paulo, os irmãos se convenceram de que não poderiam impedi-lo Certamente entenderam que o Espírito Santo estava guiando Paulo a Jerusalém. Então, eles disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (At 21.14).

2. A chegada em Jerusalém. Paulo partiu de Cesaréia para Jerusalém, acompanhado de alguns cristãos de Beréia, Tessalônica, Derbe e Éfeso, entre eles estavam Lucas e Timóteo.  A distância entre Cesaréia e Jerusalém era de aproximadamente 100 km, cerca de dois dias de viagem. 

Chegando em Jerusalém, Paulo e sua comitiva ficaram hospedados na casa de um antigo discípulo, chamado Mnason, que era natural de Chipre, conterrâneo de Barnabé e tinha casa em Jerusalém (At 21.16). A notícia de que Paulo estava na cidade se espalhou rápido e houve uma recepção calorosa a ele, por parte da Igreja de Jerusalém. No dia seguinte, os presbíteros se reuniram com Paulo e ele passou a relatar-lhes as maravilhas que Deus havia feito no campo missionário por seu intermédio (At 21.17-19). 

3. Paulo se depara com seus oponentes judeus. Nesta reunião com os presbíteros de Jerusalém, estavam Tiago, o irmão do Senhor, que era líder da Igreja (At 21.18; Gl 2.9). Estes obreiros do Senhor ouviram os testemunhos de Paulo, a respeito da obra missionária e se alegraram. Entretanto, não deixaram de alertá-lo sobre o ódio que os judeus nutriam por ele e as falsas acusações que eles espalhavam a seu respeito, como veremos no próximo tópico. 

Para tentar contornar a situação de Paulo com os judeus e desfazer qualquer mal entendido a respeito da sua pregação, Tiago e os anciãos da igreja sugeriram que Paulo reunisse quatro homens que haviam feito o voto de nazireu, pagasse as despesas deles e raspasse a sua própria cabeça, para provar que ele não era inimigo da Lei (At 21.23,24). Evidentemente, eles não estavam sugerindo que Paulo renegasse a justificação pela fé e voltasse às práticas da Lei. Era apenas uma questão cultural. Paulo seguiu a orientação deles, mas não adiantou. Quando os judeus vindos da Ásia o viram no templo, causaram grande alvoroço e lançaram mão dele para linchá-lo. 

REFERÊNCIAS:

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. págs. 429-432.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos - Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. págs. 252; 753-756. 

Comentário Matthew Henry Novo Testamento: ATOS A APOCALIPSE.  Edição completa. pag. 233-234.  Rio de Janeiro: CPAD. 

Revista Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, n° 87, p.42

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Pb. Weliano Pires

15 dezembro 2021

A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Desde o início deste trimestre temos visto que Paulo foi chamado para ser apóstolo dos gentios. Nesta chamada estava incluído o “padecer pelo Nome do Senhor”, conforme o Senhor Jesus revelou a Ananias, diante da relutância dele em ir à casa de Judas, orar por Saulo: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. (At 9.15,16). 

Logo que Saulo começou a pregar em Damasco, pouco depois da sua conversão, os judeus formaram conselho entre si para o matarem e Saulo teve que fugir de noite, descendo em um cesto por cima do muro (At 9.23). Saulo fugiu para Jerusalém e começou a pregar ousadamente a Palavra do Senhor e lá também, os helenistas procuraram matá-lo (At 9.29). Então, Paulo iniciou o seu ministério sob intensa perseguição. O Espírito Santo lhe revelava de cidade em cidade, que perseguições e prisões o esperavam. Portanto, Paulo tinha plena consciência de que deveria padecer por Jesus.

Infelizmente, nas últimas décadas, a famigerada teologia da prosperidade tem invadido os arraiais evangélicos e deturpado o conceito de ser cristão, propagando a falsa ideia de que o cristão não pode sofrer e que triunfará neste mundo. Tanto as Escrituras quanto a história da Igreja provam que isso não tem fundamento. Jesus advertiu aos seus discípulos de que eles seriam odiados por todas as gentes, perseguidos e mortos por causa do Nome dele (Mt 24.9). 

1. A insistência de Paulo em ir a Jerusalém. Os acontecimentos descritos nesta lição ocorreram no retorno da terceira viagem missionária de Paulo. Nas outras duas viagens, o apóstolo partiu de Antioquia da Síria, traçou um roteiro por várias cidades e retornou para Antioquia. 

Na terceira viagem missionária, Paulo partiu novamente de Antioquia, percorreu a Galácia e a Frígia, passou por várias cidades da Ásia e chegou a Éfeso, onde permaneceu por três anos, ensinando à Igreja. Depois passou por Tessalônica e seguiu até Corinto, onde ficou três meses. De Corinto, voltou por Trôade, Assoz e depois para Mileto, onde fez um discurso de despedida aos anciãos de Éfeso. 

Paulo estava decidido a ir a Jerusalém, levando consigo uma oferta que havia arrecadado para os pobres. De Mileto, Paulo seguiu de navio para Tiro e Ptolemaida. Depois para Cesaréia, onde hospedou-se na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos. Em Cesaréia, foi avisado pela profecia de Ágabo, um judeu que viera da Judéia, que seria preso em Jerusalém. 

Parece teimosia do apóstolo Paulo ir a Jerusalém, mesmo tendo sido avisado por profecia, de que seria preso. Entretanto, Paulo estava na direção do Espírito Santo e discerniu que a profecia seria apenas o aviso daquilo que o esperava e não uma ordem para que ele não fosse. 

2. De Mileto para Tiro. Após a reunião com os anciãos de Éfeso em Mileto, Paulo partiu com os seus companheiros de navio, em direção a Tiro na Fenícia. Lucas narra em detalhes as fases desta viagem. No primeiro dia, chegaram à ilha de Cós, a aproximadamente sessenta e cinco quilômetros de Mileto. No segundo dia, navegaram até à grande ilha de Rodes e, no terceiro dia, seguiram para o porto da cidade de Pátara. Em Pátara, passaram para um navio maior que ia à Fenícia. 

Quando chegaram a Tiro, os discípulos se reuniram e aconselharam Paulo a não ir a Jerusalém, prevendo os riscos que ele corria. Percebendo que não conseguiriam fazê-lo desistir de ir a Jerusalém, estes irmãos dobraram os joelhos na praia junto com Paulo e oraram por ele. Esta oração o encorajou e serviu como um bálsamo do Espírito Santo para o apóstolo. É muito importante, nos momentos difíceis da nossa caminhada com Cristo, podermos contar com companheiros de oração, que intercedam por nós. 

3.   Passando por Cesaréia. Partindo de Tiro, Paulo navegou em direção a Cesaréia. Nesta rota, parou na cidade de Ptolemaida, que ficava a 64 km de Cesaréia. Esta era a antiga cidade de Aco (Jz 1.31) e recebeu este nome em homenagem ao governador egípcio Ptolomeu II. Em Ptolemaida, o apóstolo cumprimentou os irmãos e ficou um dia com eles. Chegando em Cesaréia, Paulo hospedou-se na casa de Filipe, que havia se mudado para lá há vinte anos. Filipe era um dos sete diáconos, que teve que sair de Jerusalém, na ocasião da execução de Estevão, da qual Paulo havia participado. Agora estavam juntos o outrora perseguidor e o perseguido, como irmãos em Cristo, que levavam a mensagem do Evangelho aos perdidos. Paulo passou oito dias na casa de Filipe, em um ambiente espiritual. De um lado, Paulo, apóstolo e mestre da Igreja. Do outro, Filipe, um diácono e evangelista, com as suas quatro filhas, que eram profetizas. Certamente, devem ter partilhado muitas experiências com Deus e testemunhos do que Deus fizera através de ambos, no campo missionário.


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 751-752.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pags. 415-416; 428-429.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. pag. 232-233.


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Pb. Weliano Pires


13 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: PAULO E A SUA CORAGEM DIANTE DA MORTE


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR

Na lição passada estudamos o zelo do apóstolo Paulo para com a Sã doutrina. Conforme já vimos, Paulo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor Jesus e o entregou fielmente às Igrejas que ele fundou e discipulou. 

No primeiro tópico da lição falamos sobre as definições das palavras ortodoxia e heterodoxia.  Ortodoxia é o ensino que está de acordo com aquilo que Jesus e os apóstolos ensinaram. Heterodoxia, por sua vez, é todo ensino que não se fundamenta na Palavra de Deus.  

No segundo tópico falamos da ameaça da corrupção doutrinária nos dias de Paulo. O apóstolo advertiu as Igrejas, a respeito de alguns obreiros que ensinavam "outra doutrina" ou "outro evangelho". Entre estes ensinos diferentes estavam os judaizantes e os gnósticos.

No terceiro e último tópico, falamos sobre a Igreja como a guardiã da Sã Doutrina. Paulo declarou que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Cabe a ela, portanto, anunciar e defender a verdade bíblica perante o mundo, contra as vãs filosofias, doutrinas de homens e de demônios.


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12

Na lição desta semana falaremos sobre "A coragem do apóstolo Paulo diante da morte." Como Fariseu, Paulo sabia perfeitamente o que é morrer pela sua fé. O partido dos Fariseus nasceu exatamente neste contexto, durante o período chamado de interbíblico. O povo Judeu foi dominado pelos babilônios e foram levados da sua terra. Depois os medos e os persas venceram os babilônios e continuaram com o domínio dos judeus. Durante o governo Persa, Deus concedeu o retorno dos judeus para a sua terra, após setenta anos de cativeiro. 

Os gregos dominaram o mundo com Alexandre Magno, porém não impediam a religião dos povos dominados. Após a morte de Alexandre, o seu reino foi dividido entre os seus generais. A região de Israel ficou sob o domínio do Egito, que era governado pelos Ptolomeu. Depois, este domínio passou para a Síria, governada pelos Selêucidas. Um destes governantes da Síria, chamado Antíoco IV Epifânio, foi cruel e quis exterminar o Judaísmo. Este homem profanou o Templo, construindo ali um altar a Zeus e mandando sacrificar um porco. Isso desencadeou a revolta dos Macabeus, liderada por Judas Macabeus e seus irmãos. A classe sacerdotal, dominada pelo partido dos saduceus, aderiram às regras absurdas de Antíoco e se adaptaram à cultura grega. Mas, muitos Judeus preferiam morrer, a renegar a sua fé e seus princípios. Entre estes estavam os Fariseus. 

No início do Cristianismo, Paulo perseguiu duramente a Igreja de Cristo e viu muitos cristão sendo torturados e mortos por sua fé, entre eles Estevão, de cuja execução ele participou. Desde o seu encontro com o Senhor Jesus, Paulo sabia que ser Cristão era estar pronto a morrer por Jesus a qualquer momento. O Espírito Santo revelava a Paulo de cidade em cidade, que lhe esperavam prisões e açoites até que, finalmente, o Senhor lhe revelou que ele seria morto. Na ocasião, ele escreveu a segunda Epístola a Timóteo, dando-lhe as últimas instruções e praticamente se despedindo. 

No primeiro tópico da lição falaremos sobre a consciência que Paulo tinha de que deveria padecer pelo Evangelho. Paulo reuniu os anciãos da Igreja de Éfeso e fez um discurso emocionado em tom de despedida. Mesmo sendo avisado pelas profecias de Ágabo, de que seria preso em Jerusalém, Paulo não recuou e disse que estava pronto não apenas para ser preso, mas para morrer pelo nome do Senhor em Jerusalém. Ele sabia que isso fazia parte do seu chamado para "padecer pelo nome do Senhor". 

No segundo tópico, falaremos sobre a coragem sobrenatural do apóstolo Paulo para enfrentar a morte. Ele conhecia o ódio que os judeus tinham dele. Sabia que os judeus queriam matá-lo e foi avisado por profecias de que seria preso. Mesmo assim, enfrentou a situação e não fugiu. Para encarar o perigo de ser morto, dessa forma, tem que ter fé e esperança da vida eterna. Quem está na dúvida, foge. Esta coragem que o apóstolo Paulo demonstrou vinha da sua íntima comunhão com o Senhor. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre as acusações e prisão do apóstolo Paulo, no Templo em Jerusalém. Um grupo de judeus vindos da Ásia para a festa do Pentecostes, fizeram grande alvoroço e tentaram linchá-lo. A informação chegou rápido ao comandante militar Cláudio Lísias. Imediatamente, as tropas romanas tiraram Paulo do local para não ser morto. Este comandante confundiu Paulo com um rebelde egípcio, que havia incitado os seus seguidores a atacarem Jerusalém. Mas, ao interrogar Paulo, vendo o grego sofisticado, descobriu que não era ele e que Paulo era cidadão romano. Isso o levou a agir com cautela e colocar Paulo em segurança.


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Pb. Weliano Pires

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...