17 dezembro 2021

ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULO NO TEMPLO

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)


Neste terceiro tópico abordaremos os fatos relacionados à prisão do apóstolo Paulo no templo em Jerusalém. Primeiro falaremos a respeito da ilegal e violenta prisão de Paulo, que aconteceu mediante acusações mentirosas e tumulto generalizado. A seguir, falaremos sobre o momento em que Paulo entrou no templo e, com coragem, enfrentou os seus algozes, ávidos por violência, querendo linchá-lo a todo custo. Por último, discorreremos sobre o encontro e diálogo do apóstolo Paulo com o comandante Cláudio Lísias, que o confundiu com um agitador egípcio, que liderou uma tentativa de rebelião em Jerusalém e era procurado em todo o império romano. 

1. As acusações mentirosas contra Paulo. A acusação era de que Paulo era inimigo da Lei Mosaica e do Templo. Paulo foi informado de que milhares de judeus haviam crido. Entretanto, estes crentes judeus suspeitavam de Paulo, porque ouviram que ele ensinava aos judeus que viviam fora de Israel, que não deveriam circuncidar os seus filhos nem observar os costumes judaicos como as leis dietéticas e o comer com os gentios. Na verdade, os judeus haviam distorcido a pregação de Paulo, pois, ele não tinha deixado de ser judeu quando se tornou cristão e nunca tinha ensinado os cristãos judeus a não circuncidarem os filhos. Ele mesmo havia circuncidado Timóteo (At 16.3) e fez um voto de nazireu na Acaia (At 18.18). Agora estava na Festa do Dia de Pentecostes em Jerusalém, que era uma festividade judaica. 

A acusação de que Paulo havia profanado o templo, introduzindo estrangeiros lá, também era mentirosa. Na verdade, Paulo estava passando pela purificação justamente para não profanar o templo. No templo havia um muro que separava o pátio dos gentios das demais áreas. Portanto, não havia a possibilidade dos gentios irem além do muro e caso, conseguissem, a responsabilidade era única e exclusivamente de quem ultrapassou o muro. 

2. A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes.

A cidade de Jerusalém estava em festa. Era a festa do Pentecostes, uma das mais importantes de Israel, e milhares de judeus vieram de várias partes do mundo para participarem desta festa tradicional. No meio desta multidão estavam os judeus que vieram da Ásia e odiavam a Paulo. Estes reconheceram Paulo na cidade e incitaram os judeus de Jerusalém e as autoridades contra ele. Quando Paulo adentrou ao templo, estes judeus provocaram grande alvoroço e agarraram a Paulo, com extrema violência. O intuito deles era provocar o linchamento do apóstolo alí mesmo, sem passar por qualquer audiência ou julgamento das autoridades.

Entretanto, a notícia deste tumulto no templo se espalhou rapidamente e o comandante romano Cláudio Lísias enviou as tropas ao local, para algemar Paulo e conduzir ao quartel general, que ficava na chamada Fortaleza Antonia  (At 21,30-36). Uma corte romana tinha 760 soldados da infantaria e 240 da cavalaria, todos comandados por um oficial romano. 

Inicialmente, este comandante acreditava que se tratava de um egípcio, que era um agitador político, que havia intentado uma rebelião contra o imperador romano em Jerusalém  (At 21.38).    

3. Paulo dialoga com Lisias (At 21.37-40). O comandante Cláudio Lísias interrogou Paulo pessoalmente. Percebendo que Paulo falava o idioma grego de forma culta, o comandante descobriu que não se tratava de nenhum agitador político. Paulo perguntou em grego que comandante, se poderia falar algo em sua defesa:

– Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo. (At 21.39). 

O comandante lhe permitiu e Paulo, erguendo mão para a multidão, falou-lhes em hebraico. Alguns estudiosos da Bíblia dizem que Paulo falou em aramaico, por causa da frase usada por Lucas (te hebraidi dialekto, que significa “no dialeto hebraico"):   

– Varões, irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. (At 22.1-3).

Paulo prendeu a atenção dos ouvintes, faltando daquilo que eles gostavam, que era a lei e as tradições judaicas. Falou do seu passado como fariseu, doutor da lei formado pelo rabino Gamaliel e perseguidor do "Caminho", como eram conhecidos os cristãos na época.  (At 22.4,5). Depois falou sobre isso seu encontro com Jesus no caminho de Damasco e que fora enviado a pregar o Evangelho aos gentios. Quando ouviu esta parte, a multidão sentiu-se ofendida e gritou a uma sou voz:

– Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva! (At 22.22).

O comandante Cláudio Lísias não entendeu a defesa de Paulo à multidão, porque não falava hebraico. Ao ver a fúria da multidão, ficou sem entender nada e ordenou que açoitassem a Paulo para arrancar dele alguma confissão. Quando estavam amarrrando Paulo a fim de torturá-lo,  este perguntou ao oficial: 

– É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? (At 22.25). 

O oficial recuou e recomendou cautela ao comandante Lisias, pois se tratava de um cidadão romano: 

– Vê o que vais fazer, porque esse homem é romano. (At 22.26).

Lísias foi com o oficial até Paulo e lhe perguntou:

– Dize-me, és tu romano? (At 22.27).  Paulo respondeu que sim. Imediatamente, Lísias mandou que o desamarrassem e o vestissem.  A partir deste momento, Paulo foi protegido e encaminhado às autoridades romanas. 


REFERÊNCIAS:

Ball. Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. Editora CPAD. pag. 92-93.      

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. págs. 756; 758-759.    

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682.      

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.        

LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 433–439.


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Pb. Weliano Pires

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