16 dezembro 2021

A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE.

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Neste segundo tópico falaremos a respeito da coragem do apóstolo Paulo, para enfrentar as ameaças de morte. Esta não era uma coragem natural, oriunda da bravura e obstinação humanas. O Espírito Santo era a fonte desta coragem para morrer pela causa do Evangelho. Era o Espírito Santo que impulsionava Paulo, enchia-o de coragem e falava ao coração dele, para realizar a vontade de Deus, mesmo enfrentando prisões, açoites e até a morte. 

1. A coragem do apóstolo pela voz do Espírito. Havia uma convicção extraordinária no coração de Paulo, de que ele deveria enfrentar os seus algozes, mesmo sabendo que sofreria muito e poderia até morrer. Ele tinha certeza de que estava cumprindo a sua missão de padecer pelo nome de Jesus. 

Como vimos no tópico anterior, Paulo estava em Cesaréia, na casa de Filipe, o evangelista, a caminho de Jerusalém. Ele não resolveu, por conta própria, ir a Jerusalém. Ao longo do Livro de Atos, podemos perceber que ele era guiado pelo Espírito Santo. Houve viagens que ele queria fazer e o Espírito Santo não lhe permitiu (At 16.7). Em outros casos, o Espírito Santo mostrou em visão, para onde ele deveria ir (At 16.9,10).

Em Cesaréia, um profeta chamado Ágabo, foi usado pelo Espírito Santo para informar que Paulo seria preso em Jerusalém (At 21.10,11). Ágabo já era conhecido de Paulo, pois, já haviam trabalhado juntos, havia uns quinze anos, levantando uma oferta para as vítimas da grande fome que assolou a Judeia, que havia sido profetizada pelo próprio Ágabo. (At 11.27-30).

Os irmãos em Cesaréia imploraram para que Paulo não fosse a Jerusalém. Se eles pudessem prever os detalhes do que viria após a prisão de Paulo, teriam entendido que aquela era a Vontade de Deus. Depois que Paulo preso em Jerusalém, logo foi logo enviado a Cesaréia, o mesmo lugar onde ele estava agora (At 23.33) e lá continuou por dois anos (At 24.27) como um prisioneiro em regime aberto, podendo ensinar livremente a Palavra de Deus aos que o visitavam. Então, a igreja em Cesaréia teve muito mais da companhia e ajuda de Paulo após a sua prisão, do que poderiam ter se ele continuasse livre. 

Paulo estava convicto de que estava fazendo a vontade de Deus e não poderia recuar. Por isso, falou aos irmãos que não chorassem e não lhe magoassem o coração, pois ele estava pronto não apenas para ser preso, mas também a morrer pelo Nome do Senhor em Jerusalém (At 21.13). Paulo não está vendo aqui nenhuma virtude no próprio sofrimento, como se fosse um masoquista, que sente prazer no próprio sofrimento. Ele vê o sofrimento pelo Evangelho como parte do seu ministério. 

Diante da coragem e convicção demonstradas por Paulo, os irmãos se convenceram de que não poderiam impedi-lo Certamente entenderam que o Espírito Santo estava guiando Paulo a Jerusalém. Então, eles disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (At 21.14).

2. A chegada em Jerusalém. Paulo partiu de Cesaréia para Jerusalém, acompanhado de alguns cristãos de Beréia, Tessalônica, Derbe e Éfeso, entre eles estavam Lucas e Timóteo.  A distância entre Cesaréia e Jerusalém era de aproximadamente 100 km, cerca de dois dias de viagem. 

Chegando em Jerusalém, Paulo e sua comitiva ficaram hospedados na casa de um antigo discípulo, chamado Mnason, que era natural de Chipre, conterrâneo de Barnabé e tinha casa em Jerusalém (At 21.16). A notícia de que Paulo estava na cidade se espalhou rápido e houve uma recepção calorosa a ele, por parte da Igreja de Jerusalém. No dia seguinte, os presbíteros se reuniram com Paulo e ele passou a relatar-lhes as maravilhas que Deus havia feito no campo missionário por seu intermédio (At 21.17-19). 

3. Paulo se depara com seus oponentes judeus. Nesta reunião com os presbíteros de Jerusalém, estavam Tiago, o irmão do Senhor, que era líder da Igreja (At 21.18; Gl 2.9). Estes obreiros do Senhor ouviram os testemunhos de Paulo, a respeito da obra missionária e se alegraram. Entretanto, não deixaram de alertá-lo sobre o ódio que os judeus nutriam por ele e as falsas acusações que eles espalhavam a seu respeito, como veremos no próximo tópico. 

Para tentar contornar a situação de Paulo com os judeus e desfazer qualquer mal entendido a respeito da sua pregação, Tiago e os anciãos da igreja sugeriram que Paulo reunisse quatro homens que haviam feito o voto de nazireu, pagasse as despesas deles e raspasse a sua própria cabeça, para provar que ele não era inimigo da Lei (At 21.23,24). Evidentemente, eles não estavam sugerindo que Paulo renegasse a justificação pela fé e voltasse às práticas da Lei. Era apenas uma questão cultural. Paulo seguiu a orientação deles, mas não adiantou. Quando os judeus vindos da Ásia o viram no templo, causaram grande alvoroço e lançaram mão dele para linchá-lo. 

REFERÊNCIAS:

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. págs. 429-432.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos - Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. págs. 252; 753-756. 

Comentário Matthew Henry Novo Testamento: ATOS A APOCALIPSE.  Edição completa. pag. 233-234.  Rio de Janeiro: CPAD. 

Revista Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, n° 87, p.42

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Pb. Weliano Pires

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