15 dezembro 2021

A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 12: Paulo e a sua coragem diante da morte)

Desde o início deste trimestre temos visto que Paulo foi chamado para ser apóstolo dos gentios. Nesta chamada estava incluído o “padecer pelo Nome do Senhor”, conforme o Senhor Jesus revelou a Ananias, diante da relutância dele em ir à casa de Judas, orar por Saulo: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. (At 9.15,16). 

Logo que Saulo começou a pregar em Damasco, pouco depois da sua conversão, os judeus formaram conselho entre si para o matarem e Saulo teve que fugir de noite, descendo em um cesto por cima do muro (At 9.23). Saulo fugiu para Jerusalém e começou a pregar ousadamente a Palavra do Senhor e lá também, os helenistas procuraram matá-lo (At 9.29). Então, Paulo iniciou o seu ministério sob intensa perseguição. O Espírito Santo lhe revelava de cidade em cidade, que perseguições e prisões o esperavam. Portanto, Paulo tinha plena consciência de que deveria padecer por Jesus.

Infelizmente, nas últimas décadas, a famigerada teologia da prosperidade tem invadido os arraiais evangélicos e deturpado o conceito de ser cristão, propagando a falsa ideia de que o cristão não pode sofrer e que triunfará neste mundo. Tanto as Escrituras quanto a história da Igreja provam que isso não tem fundamento. Jesus advertiu aos seus discípulos de que eles seriam odiados por todas as gentes, perseguidos e mortos por causa do Nome dele (Mt 24.9). 

1. A insistência de Paulo em ir a Jerusalém. Os acontecimentos descritos nesta lição ocorreram no retorno da terceira viagem missionária de Paulo. Nas outras duas viagens, o apóstolo partiu de Antioquia da Síria, traçou um roteiro por várias cidades e retornou para Antioquia. 

Na terceira viagem missionária, Paulo partiu novamente de Antioquia, percorreu a Galácia e a Frígia, passou por várias cidades da Ásia e chegou a Éfeso, onde permaneceu por três anos, ensinando à Igreja. Depois passou por Tessalônica e seguiu até Corinto, onde ficou três meses. De Corinto, voltou por Trôade, Assoz e depois para Mileto, onde fez um discurso de despedida aos anciãos de Éfeso. 

Paulo estava decidido a ir a Jerusalém, levando consigo uma oferta que havia arrecadado para os pobres. De Mileto, Paulo seguiu de navio para Tiro e Ptolemaida. Depois para Cesaréia, onde hospedou-se na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos. Em Cesaréia, foi avisado pela profecia de Ágabo, um judeu que viera da Judéia, que seria preso em Jerusalém. 

Parece teimosia do apóstolo Paulo ir a Jerusalém, mesmo tendo sido avisado por profecia, de que seria preso. Entretanto, Paulo estava na direção do Espírito Santo e discerniu que a profecia seria apenas o aviso daquilo que o esperava e não uma ordem para que ele não fosse. 

2. De Mileto para Tiro. Após a reunião com os anciãos de Éfeso em Mileto, Paulo partiu com os seus companheiros de navio, em direção a Tiro na Fenícia. Lucas narra em detalhes as fases desta viagem. No primeiro dia, chegaram à ilha de Cós, a aproximadamente sessenta e cinco quilômetros de Mileto. No segundo dia, navegaram até à grande ilha de Rodes e, no terceiro dia, seguiram para o porto da cidade de Pátara. Em Pátara, passaram para um navio maior que ia à Fenícia. 

Quando chegaram a Tiro, os discípulos se reuniram e aconselharam Paulo a não ir a Jerusalém, prevendo os riscos que ele corria. Percebendo que não conseguiriam fazê-lo desistir de ir a Jerusalém, estes irmãos dobraram os joelhos na praia junto com Paulo e oraram por ele. Esta oração o encorajou e serviu como um bálsamo do Espírito Santo para o apóstolo. É muito importante, nos momentos difíceis da nossa caminhada com Cristo, podermos contar com companheiros de oração, que intercedam por nós. 

3.   Passando por Cesaréia. Partindo de Tiro, Paulo navegou em direção a Cesaréia. Nesta rota, parou na cidade de Ptolemaida, que ficava a 64 km de Cesaréia. Esta era a antiga cidade de Aco (Jz 1.31) e recebeu este nome em homenagem ao governador egípcio Ptolomeu II. Em Ptolemaida, o apóstolo cumprimentou os irmãos e ficou um dia com eles. Chegando em Cesaréia, Paulo hospedou-se na casa de Filipe, que havia se mudado para lá há vinte anos. Filipe era um dos sete diáconos, que teve que sair de Jerusalém, na ocasião da execução de Estevão, da qual Paulo havia participado. Agora estavam juntos o outrora perseguidor e o perseguido, como irmãos em Cristo, que levavam a mensagem do Evangelho aos perdidos. Paulo passou oito dias na casa de Filipe, em um ambiente espiritual. De um lado, Paulo, apóstolo e mestre da Igreja. Do outro, Filipe, um diácono e evangelista, com as suas quatro filhas, que eram profetizas. Certamente, devem ter partilhado muitas experiências com Deus e testemunhos do que Deus fizera através de ambos, no campo missionário.


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 751-752.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pags. 415-416; 428-429.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. pag. 232-233.


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário e compartilhe os nossos textos com outras pessoas.


Pb. Weliano Pires


Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...