17 outubro 2025

DO ABATIMENTO À GLORIFICAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 03: O corpo e as consequências dos pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da trajetória do corpo humano, do abatimento à glorificação. Inicialmente, trataremos da realidade das enfermidades, que passaram a fazer parte da vida humana depois do pecado original. Na sequência, falaremos do enfado e canseira, que são naturais no processo de envelhecimento do corpo humano, mesmo que não seja acometido por doenças. Por fim, falaremos da glorificação do corpo, que será a transformação do nosso corpo corruptível e mortal, em um corpo glorioso e imortal, semelhante ao do Nosso Senhor Jesus Cristo. 


1. A realidade das enfermidades. Com a entrada do pecado no mundo, o corpo humano, que era perfeito e imortal, tornou-se mortal. Isto não significa apenas que o corpo irá morrer um dia, mas que ele se tornou corruptível, sujeito a todo tipo de doenças, ao envelhecimento e, finalmente, à morte. Desde o processo de fecundação, o ser humano já corre risco de ter deformidades ou mesmo morrer. Durante a gestação também vários fatores podem atingir a saúde do feto, inclusive o aborto espontâneo. 


Após o nascimento, o recém nascido continua sujeito a vários tipos de doenças e a acidentes, que podem deixá-lo com sequelas e até causar a sua morte. Durante a infância, devido à inocência da criança e ao descuido dos pais, há vários fatores de risco, como acidentes, choques elétricos, afogamentos e ingestão de produtos tóxicos, moedas, medicamentos, objetos perfurantes, etc., que podem causar lesões sérias e até a morte da criança. Enfim, há muitas ocorrências de mortalidade infantil. 


Passada a fase da inocência na infância, vem as fases da adolescência e juventude, onde o ser humano sabe dos riscos, mas é afoito e gosta de viver perigosamente. Nessa fase da vida, muitos experimentam bebidas, cigarros, drogas, bailes, sexo ilícito, direção perigosa, brigas e outras coisa, que podem levar o jovem a muitas doenças e até à morte prematura. Eu mesmo, perdi muitos amigos e parentes nestas circunstâncias, durante a minha juventude. Alguns não se envolvem nestas coisas, mas acabam sendo vítimas da irresponsabilidade de outros. 


Na fase adulta, mesmo tendo consciência dos riscos a que o corpo está exposto e com um pouco mais de maturidade, não estamos isentos de ter problemas de saúde, riscos de acidentes, ser vítima da violência e até morrer por falência dos nossos órgãos. Mesmo tomando todos os cuidados possíveis, não estamos livres, pois o nosso corpo é vulnerável e mortal. Ao contrário das falácias da teologia da prosperidade, o cristão não está imune às doenças. E se adoecer, não significa que está em pecado, ou que não tem fé para ser curado. 


2. Enfado e canseira. O casal Adão e Eva após pecarem e as primeiras gerações depois deles viviam em média novecentos anos. A longevidade foi diminuindo aos poucos. Adão, por exemplo, viveu 930 anos. O homem que mais durou foi Matusalém, que viveu 969 anos. Estas pessoas, com 300 anos, ainda eram consideradas jovens e geravam filhos. Com a multiplicação da maldade humana, Deus resolveu diminuir o tempo da vida humana: “Então disse o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gn 6.3). 


Após o dilúvio, a crosta terrestre passou por grandes modificações e as condições de vida no planeta também foram alteradas. Após o dilúvio, a longevidade humana despencou. Noé, que era pré-diluviano, viveu 950 anos, sendo 350 deles, após o dilúvio. Sem, filho de Noé, que também era pré-diluviano, viveu 600 anos. A partir daí, os seus descendentes viveram bem menos. Terá, o pai de Abraão, viveu 205 anos. Abraão viveu 175 anos e Isaque, seu filho, 180 anos. Depois deles, Jacó viveu 147 anos, José 110 anos, Moisés 120 anos e Josué 110 anos. Não há nenhum relato na Bíblia de que alguém tenha alcançado mais de 120 anos, depois de Moisés. 


No Salmo 90.10, Moisés escreveu: “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando”. Com o passar dos anos, a expectativa de vida diminuiu muito na antiguidade, devido às guerras, condições precárias de trabalho e alimentação e à inexistência da medicina como conhecemos atualmente. Nos tempos do Novo Testamento, não temos os registros do tempo de vida das pessoas. Mas, segundo a história, a expectativa de vida no império romano era em torno de 30 anos, com muitas privações e sofrimentos. 


Com o avanço da medicina, principalmente, a partir do Século XIX, e o avanço da tecnologia, que possibilitou a produção de equipamentos e de medicamentos, muitas doenças passaram a ter prevenção e cura. Entretanto, outras doenças surgem e matam milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos países mais pobres. Mesmo com todos os avanços da ciência e tecnologia, o corpo humano continua tendo dores, enfado e canseira, após os 70 anos, em muitos casos, até antes disso. 


3. O corpo glorificado. O pecado trouxe todas estas consequências que falamos até aqui sobre o corpo humano. Entretanto, logo após o pecado do primeiro casal, Deus anunciou o seu plano de Salvação e prometeu que da descendência da mulher viria o Salvador, que iria ferir a cabeça da serpente (Gn 3.15). Esta promessa prosseguiu por todo o Antigo Testamento, com a formação da nação de Israel e as promessas referentes à vinda do Messias. Nesta promessa de salvação está incluída a redenção completa do corpo humano, que foi reafirmada com mais detalhes no Novo Testamento (Rm 8.23).


O Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos que voltaria e os levaria para junto dele (Jo 14.1-3). A maior esperança da Igreja é o retorno do Senhor para buscá-la. Nós não somos deste mundo e vivemos como peregrinos aqui, a caminho do nosso eterno lar. Entretanto, este corpo mortal, corrompido pelo pecado não pode ver a Deus. Por isso, passaremos pelo processo de glorificação do nosso corpo e receberemos um corpo imortal e incorruptível.


O apóstolo Paulo explicou aos Coríntios que, na ocasião do arrebatamento da Igreja, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, os que estiverem vivos naquele momento serão transformados e receberão também um corpo glorificado: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. (1 Co 15.52,53). 


Se estivermos vivos ou mortos quando o Senhor vier nos buscar, receberemos um corpo glorificado e incorruptível, semelhante ao corpo ressurreto do Senhor Jesus. Este novo corpo, revestido de incorruptibilidade e imortalidade, não estará mais sujeito às dores, doenças, cansaço, envelhecimento e morte (Ap 21.3) O último inimigo a ser vencido pelo nosso corpo é a morte. A glorificação do nosso corpo é a última etapa da nossa salvação. Ora vem, Senhor Jesus! 

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