(Comentário do 3º tópico da Lição 1).
No tópico anterior falamos sobre os dois tipos de ataques do inimigo contra a Igreja de Cristo, que são os de natureza espiritual e os de natureza moral. Neste tópico, abordaremos as esferas ou áreas em que eles acontecem. O inimigo age contra a Igreja em duas esferas: religiosa e social. Na esfera religiosa, estes ataques vêm de dentro da própria Igreja, por parte de pessoas que foram vencidas pelos ataques do inimigo e agora estão a serviço dele dentro da Igreja, causando danos e escândalos. Na esfera social, temos os ataques do inimigo à família, com leis e decretos que tentam desconstruir a família tradicional, incentivando o aborto, o divórcio, o sexo sem compromisso, a união homoafetiva, etc.
1- A esfera religiosa. No capítulo 4, versículo 1, da primeira Epístola a Timóteo, antes de falar dos ataques do inimigo, o apóstolo Paulo falou que "alguns se apostatarão da fé". O verbo apostatar vem do grego "aphistemi", que significa revoltar-se, desviar-se, afastar-se, ou retirar-se. No sentido teológico significa rejeitar uma crença anterior e adotar outra diferente e contraditória em relação à primeira. É abandonar a primeira fé em favor de outra crença.
Na esfera religiosa os ataques do inimigo acontecem envolvendo pessoas de dentro da própria Igreja, inclusive líderes de igrejas e convenções, ou teólogos. Estas adotam doutrinas e práticas que antes eram vistas, respectivamente, como heréticas e pecaminosas e agora eles as consideram normais. Entre estes estão os adeptos da teologia liberal, que negam os milagres da Bíblia e relativizam a Palavra de Deus. Os teólogos liberais negam a inspiração divina da Bíblia e dizem que ela não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que a Bíblia precisa ser atualizada, não no sentido de atualizar a linguagem, mas no sentido de modificar alguns dos seus ensinos, para adequá-los às suas crenças e estilos de vida pecaminosos.
Por outro lado, temos aqueles que naufragaram em escândalos sexuais, corrupção, enriquecimento ilícito, divórcio e novo casamento, contrariando os princípios da Palavra de Deus. Ao serem confrontados, em vez de confessarem os pecados e se arrependerem, distorcem a Palavra de Deus e buscam justificar ou relativizar o pecado. Nos EUA e na Europa, já há Igrejas históricas ordenando pastores gays. No Brasil também há Igrejas que aprovam o divórcio em qualquer circunstâncias e já tem pastor dizendo que homossexualismo não é pecado. Isso, sem contar as chamadas igrejas inclusivas que foram criadas e são lideradas por homossexuais. Ao longo deste trimestre teremos lições específicas sobre estes temas.
2- A esfera social. Depois de falar que alguns se apostatariam da fé e dariam ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios, o apóstolo Paulo mencionou que estas pessoas iriam "proibir o casamento e ordenar a abstinência dos manjares." Inicialmente era uma referência ao Gnosticismo e a uma seita judaica chamada de "Essênios".
Para os gnósticos a matéria era essencialmente má e o espírito era bom. Partindo desta premissa, eles negavam a criação, a encarnação e a ressurreição. Havia dois pensamentos sobre o corpo no Gnosticismo. Uma ala seguia o ascetismo, que é a abstinência de coisas relacionadas ao corpo, como ritual de purificação. Eles defendiam que a matéria era má e, por isso, evitavam a sexualidade e praticavam a abstinência de vários alimentos, principalmente a carne. A outra ala seguia a libertinagem, pois dizia que o corpo não tinha nenhum valor e, por isso, as coisas práticas pelo corpo não contaminam o ser humano.
Os Essênios, por sua vez, eram um grupo separatista judaico, asceta, vegetariano e celibatário. Eles só permitiam o casamento apenas para a reprodução da espécie humana, mas não aceitavam que eles próprios participassem dessa reprodução. Quando o casamento era permitido a algum integrante do grupo deles, era realizado sob protestos e com várias regulamentações severas. Muitos estudiosos da Bíblia dizem que João Batista pertencia a este grupo, pois não se casou e vivia no deserto, alimentando-se de mel e gafanhotos.
Ora, o casamento foi instituído por Deus e deve ser honrado. (Hb13.4). Não há nada de errado no relacionamento sexual dentro do casamento, nos padrões bíblicos. O que é pecado, segundo a Bíblia, é o adultério, a fornicação, a impureza sexual, a lascívia, o incesto, a bestialidade e o homossexualismo (1 Co 6.10). Da mesma forma, não há de errado com a alimentação, desde que haja moderação e se evite a glutonaria e a bebedice, que são condenadas na Bíblia (Gl 5.21). Toda a criação de Deus é boa. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e não é um mero animal irracional.
Na sociedade atual também há vários ataques à família, em escala global. Por outro lado, há muito esforço para normalizar e até incentivar praticas antibíblicas, como o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ideologia de gênero, o divórcio, a poligamia, a pornografia, a prostituição e outras práticas, que seria vergonhoso até mencioná-las aqui. O mais grave, é que eles defendem absoluta liberdade para quem defende estas práticas. Entretanto, tentam, a todo custo, criminalizar qualquer manifestação contrária a isso, mesmo que seja respeitosa e pacífica. Nas redes sociais, quem se manifesta contrário a isso, é ridicularizado e linchado publicamente no ambiente virtual. Retiram patrocínios e prejudicam a pessoa de todas as formas possíveis.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 319-320.
LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 100-101.
SOARES, Esequias. Heresias e Modismos: Uma Análise Crítica das Sutilezas de Satanás. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.36).
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Pb. Weliano Pires
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