27 julho 2022

RAÍZES DO MATERIALISMO E ATEÍSMO


(Comentário do 2⁰ tópico da LIÇÃO 5: A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO). 

Tanto o materialismo quanto o ateísmo tem as suas raízes na queda da raça humana. Com a entrada do pecado no mundo, o ser humano passou a viver por sua própria conta, como se Deus não existisse, atentando apenas para as coisas desta vida. A cegueira espiritual é consequência direta do pecado, mas é também um ataque sutil do diabo. A Bíblia diz que "... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho". (2 Co 4.4). 


1- A consequência do pecado. Deus criou o ser humano com uma natureza pura. O primeiro casal tinha comunhão com Deus e todos os dias o Senhor conversava diretamente com o homem no Jardim do Éden. Entretanto, após a desobediência do primeiro casal, está comunhão foi rompida e a natureza humana foi afetada de tal forma, que o homem já nasce pecador, com uma natureza corrompida e pecaminosa. 


Esta queda da raça humana trouxe-lhe várias consequências negativas. A primeira delas foi o rompimento da comunhão com Deus, pois Ele é absolutamente santo e não pode conviver com o pecado. Vieram também as doenças, os sofrimentos, o envelhecimento, a morte física, etc. O ateísmo e o Materialismo também são consequência da queda. A partir da entrada do pecado no mundo, o homem tornou-se incrédulo e rebelde contra Deus, andamento segundo as concupiscências da sua própria natureza pecaminosa. 


O Deus da Bíblia é transcendente, ou seja, Ele é muito maior do que a nossa compreensão pode alcançar. De sorte que, nós só podemos conhecer a Deus, até ao ponto que Ele se revela. Mas, o nosso Deus não faz as coisas escondido e não esconde a Si mesmo. Deus se revela às suas criaturas. Deus se revelou de duas formas: a primeira revelação é chamada de revelação geral e deu através das coisas criadas (Sl 19.1; Rm 1.18-23). A segunda revelação é chamada de revelação especial e se dá através da Sua Palavra e através do Seu Filho (Jo 1.1,14; Hb 1.2).  Com estas revelações de Si mesmo que Deus deu à humanidade, o homem deveria buscar e glorificar a Deus. Mas em vez disso, honram mais a criação de Deus do que ao próprio Criador, chegando a negar a sua existência. Por isso são indesculpáveis diante dele. 


A natureza humana foi corrompida pelo pecado e não é essencialmente boa, como ensinam alguns teólogos liberais e mestres humanistas da atualidade. O ser humano distante de Deus e sem os limites da Lei para freá-lo, é capaz de cometer as piores atrocidades. Somente o novo nascimento, realizado pelo Espírito Santo no interior do homem, é capaz de restaurá-lo. 


2- A cegueira espiritual. Como vimos acima, o Materialismo e o Ateísmo são consequência da queda do ser humano, que resultou na corrupção da sua natureza. Além da queda, outro fator que leva o ser humano a estas filosofias malignas é a cegueira espiritual. Mesmo Deus tendo se revelado de várias maneiras às suas criaturas, seja através das coisas criadas, da revelação escrita, ou da revelação pessoal, o homem sem Deus não enxerga a verdade do Evangelho. 


Escrevendo aos Coríntios, em sua primeira Epístola, o apóstolo Paulo falou: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (2 Co 4.3,4). O “deus deste século", mencionado por Paulo é uma referência ao Diabo, que age de várias formas para encobrir a verdade na mente das pessoas, negar ou distorcer a revelação de Deus. A palavra grega ‘aion’, traduzida por ‘século’ neste texto, é uma referência aos pensamentos, opiniões, especulações, em qualquer época deste mundo. Isto significa que o Diabo é o influenciador das idéias filosóficas deste mundo. O apóstolo João disse que “... O mundo jaz no maligno”. (1 Jo 5.19). 


A luz do Evangelho continua resplandecendo por toda parte. Mas, a cegueira produzida pelo inimigo, impede que os incrédulos a vejam. É como o sol que brilha o tempo todo, mas muitas vezes é encoberto por nuvens densas, que impedem que nós o vejamos. O Evangelho pregado por Jesus e por seus apóstolos é simples e não é difícil enxergar a verdade. Entretanto as nuvens do orgulho, incredulidade, rebelião, justiça própria, etc. impede que as pessoas o entendam. O próprio Paulo, antes da sua conversão, mesmo tendo um vasto conhecimento da Lei mosaica, vivia na cegueira espiritual. Foi necessário ter um encontro pessoal com Jesus para lhe caírem as escamas dos olhos e enxergar a verdade do Evangelho. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

LOPES, Hernandes Dias. Marcos O Evangelho dos milagres. Editora Hagnos. 1ª Ed. 2006..

BARCLAY, William. Comentário Bíblico. Marcos. pág. 176-179.

POHL, Adolf. Comentário Esperança Evangelho de Marcos. Editora Evangélica Esperança.

LOPES, Hernandes Dias. II Coríntios: O triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades. Editora Hagnos. pág. 99-100.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 323.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2ª Impressão: 2010. Vol. 2. pág. 207-208.


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Pb. Weliano Pires 

 


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