14 julho 2022

AS PRINCIPAIS DISTORÇÕES DA SEXUALIDADE SADIA


Comentário do 2⁰ tópico da Lição 3: A sutileza da imoralidade sexual 

Conforme vimos no tópico anterior, a chamada Revolução Sexual trouxe um novo padrão de comportamento na área da sexualidade, afastando a sociedade ocidental cada vez mais dos princípios judaico-cristãos. O padrão bíblico para a sexualidade passou a ser considerado retrógrado e, portanto, um tabu a ser quebrado. Em virtude desse desregramento e vale tudo, a sexualidade humana tem sofrido distorções de várias espécies, que atentam contra a santidade do Criador e trazem graves consequências, tanto para quem pratica, quanto para os que estão ao seu lado. 


Na Bíblia há várias práticas que são condenadas tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, na área sexual: Adultério, cobiça à mulher do próximo, incesto, homossexualismo, fornicação, prostituição, lascívia e impureza sexual. No Antigo Testamento, a maioria destas práticas eram punidas com a morte, porém não havia punição para as intenções. No Novo Testamento, no entanto, não há punições físicas para quem cometer esses pecados, porém, há a advertência de que quem pratica estas coisas não herdará o Reino de Deus. Há também a inclusão dos pecados intencionais como os pensamentos impuros e a lascívia. 


Neste tópico estudaremos os três principais pecados sexuais que são a fornicação, o adultério e o homossexualismo. Veremos as definições destas palavras no grego, a abrangência de cada uma delas na Bíblia e nas sociedades antigas e as sutilezas do inimigo para fazer parecer que estes comportamentos são normais e devem ser tolerados. 


1- A prática da fornicação. A palavra fornicação é praticamente desconhecida, fora do meio evangélico. O termo mais conhecido é prostituição. Entretanto, a palavra prostituição atualmente tem um significado diferente do que tinha nos tempos bíblicos. Hoje quando falamos em prostituição, a pessoa entende que é alguém que vende o próprio corpo para atividade sexual. Mas na Bíblia vai muito além disso. 


A palavra grega traduzida por fornicação ou prostituição é "porneia", que deu origem à palavra "pornografia".  O significado de fornicação (Gr. porneia) na Bíblia é muito amplo. Esta palavra abrange  toda sorte de imoralidade sexual: adultério, fornicação, prostituição, relações homossexuais, pornografia, desejos ilícitos, incesto, impureza sexual, etc. É uma palavra genérica para qualquer tipo de imoralidade sexual. Nos textos de Mateus 5.32 e 19.9, ‘porneia’ aparece como sinônimo de infidelidade conjugal ou adultério. No texto de 1 Coríntios 5.1, a palavra de refere ao incesto, que é o relacionamento entre parentes de primeiro grau. Entretanto, em alguns textos aparece especificamente para se referir à relação sexual entre solteiros (1 Co 7.2; 1 Ts 4.3), enquanto adultério se refere especificamente à relação entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge, como veremos a seguir. 


O apóstolo Paulo orienta os crentes a fugirem deste pecado (1 Co 6.18). O crente é orientado a enfrentar o diabo e é ele que tem que fugir. Mas em relação à prostituição, o crente é recomendado a fugir. Paulo elaborou sete listas de pecados que impedem as pessoas de entrarem no Reino de Deus. Em cinco delas a fornicação ou prostituição (Gr. porneia) aparece como a primeira da lista (I Co 5.11; 6:9; Gl 5.19; Ef 5.3; Cl 3.15). O antídoto contra a fornicação é a vigilância constante e a fuga. Não tenha medo de ser acusado de “não gostar de mulher” (ou de homem, no caso das mulheres). É melhor fugir, como fez José, do que sucumbir diante do pecado. Não fique a sós uma mulher, onde as circunstâncias favorecem os pecados sexuais. 


2- Adultério: Não é crime, mas é pecado. No Brasil o adultério já foi considerado crime. O Artigo 240 do Código Penal de 1940 trazia a seguinte redação:

Art. 240 - Cometer adultério:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses.

§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu.

§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o conhecimento do fato.

§ 3º - A ação penal não pode ser intentada:

I - pelo cônjuge desquitado;

II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.

II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.

§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges;

II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317, do Código Civil.


Embora ninguém fosse punido por esta prática, esta lei só foi alterada em 2005 e o adultério deixou de ser crime. Mas, em muitos países regidos por leis islâmicas, continua sendo crime, punido com apedrejamento. O rigor, no entanto, é apenas em relação às mulheres e a poligamia não é considerada adultério. Nos países democráticos, onde o estado é laico, o adultério não é crime. Mas, diante de Deus continua sendo pecado.


No Antigo Testamento, adultério era o contato sexual de uma mulher casada ou comprometida com alguém que não fosse seu marido ou noivo, ou de um homem casado com uma mulher que não fosse sua esposa. A lei contra o pecado do adultério era rigorosa no Antigo Testamento. Quem a infringisse seria punido com a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). Entretanto, tolerava-se o concubinato e a poligamia para os homens. A chamada poliandria (vários maridos para uma só mulher) nunca foi permitida. Com o passar dos anos, a lei do adultério foi se afrouxando e dificilmente se condenava um homem à morte por adultério. O rigor era sempre contra as mulheres. Não se sabe ao certo o tempo exato em que o povo de Israel abandonou a execução por adultério. William L. Coleman afirma, em seu livro Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, que nos tempos de Jesus o adultério já não era mais caso de pena capital. O caso da mulher adúltera era apenas uma tentativa dos fariseus de pegarem Jesus em alguma falha. 


No Novo Testamento, indagado sobre a questão do divórcio, Jesus resgatou os princípios estabelecidos por Deus para o casamento no princípio e disse: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mt 19.4-6). Aqui, o Senhor restabeleceu os princípios da heterossexualidade (macho e fêmea), monogamia (a sua mulher, no singular) e da vitaliciedade (o que Deus ajuntou, não o separe o homem). 


O Novo Testamento usa a palavra grega “moicheia” para se referir ao adultério, que é o relacionamento de uma pessoa casada (homem ou mulher), com alguém que não é o seu cônjuge. Jesus incluiu neste pecado, o olhar impuro para outra que não seja o seu cônjuge. Segundo o ensino de Jesus, se um homem cobiçar uma mulher que não seja a sua esposa, já cometeu adultério em seu coração (Mt 5.28). Incluiu também o caso das pessoas que se divorciam e se casam outra pessoa, não sendo por causa de infidelidade do cônjuge (Mt 5.32). O apóstolo Paulo, incluiu os adúlteros na lista das pessoas que não herdarão o Reino de Deus (1 Co 6.9). 


Sejamos fiéis à esposa que o Senhor nos deu. O adultério, além de ser um pecado contra Deus, é uma covardia contra o nosso cônjuge, contra os filhos e os familiares. Também traz consequências terríveis. No Livro de Provérbios há várias advertências sobre isso. Não podemos imaginar que vamos ser felizes, deixando pessoas destruídas para trás. Infelizmente, há pessoas achando que Deus vai abençoar um relacionamento adúltero. 


Assim como a fornicação, no adultério o remédio é a vigilância e a fuga. Precisamos criar filtros para nos proteger destes pecados, mantendo uma vida disciplinada e evitar intimidade com pessoas do sexo oposto. É preciso tomar cuidado também com elogios indevidos. Frases como: você está linda, você está elegante, você é um homem atraente, etc. só devem ser aceitas se vierem do nosso cônjuge. Também devemos evitar conversas particulares com pessoas do sexo oposto, principalmente sobre assuntos sentimentais. Em aconselhamentos a uma mulher, a esposa sempre deve estar junto. 


3- Homossexualidade: Uma contradição da ordem natural. Assim como o adultério, a prática homossexual também já foi considerada crime. No Brasil colônia era tipificado como “crime de sodomia”. Somente em 1830, com a Constituição do Império, deixou de ser crime. Mas continuou sendo extremamente repudiado pela sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerava o homossexualismo como uma doença mental. Somente em 1990 foi retirado do rol de doenças mentais. 


Diferente dos praticantes da fornicação e do adultério, muitos homossexuais são militantes desta causa e exercem grande influência nos meios acadêmicos, jurídicos, políticos e nos meios de comunicação. Segundo pesquisadores, o movimento de militância homossexual teve início a partir dos fatos ocorridos em 28 de junho de 1969 em Nova York, quando a polícia fechou um bar gay e, sob protestos, expulsou os clientes do lugar. Este episódio ocorreu no contexto da revolução sexual, da contracultura e luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. A partir daí, o movimento vem ganhando adeptos e simpatizantes pelo mundo, mudando leis para impor a sua ideologia e criminalizar quem dela discorda.


Do ponto de vista bíblico, desde o princípio, as relações homossexuais são duramente condenadas, tanto no Antigo como no Novo Testamento.    (Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22; Rm 1.24-28; I Co 6.10; Jd 7). Esta reprovação à pratica homossexual na Bíblia se dá porque ela contraria a ordem natural da criação, conforme registrada na Bíblia e não por causa ee preconceito (Gn 1-2; Rm 1.26; 1Co 6.9,10; 1 Tm 1.10).


A primeira menção a este pecado foi na cidade de Sodoma, que foi destruída por Deus, por causa do pecado. Ló, sobrinho de Abraão, vivia nesta cidade e, diz a Bíblia, que ele afligia a sua alma justa, por causa do pecado daquele povo. Quando Ló recebeu a visita de dois anjos em sua casa, para anunciar o anúncio da destruição da cidade e retirá-lo de lá antes da destruição da cidade, os homens de Sodoma tentar invadir a casa dele para terem relações com os anjos: “E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos”.  (Gn 19.4,5). Por causa deste pecado em Sodoma, a prática homossexual ficou conhecida como sodomia.


O verbo hebraico "yada", traduzido neste por "conhecer" tem conotação sexual, como podemos perceber nos textos a seguir: E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu (yada) e teve a Caim […] E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete” (Gn 4.1,25); E conheceu (yada) Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque” (Gn 4.17).


O movimento homossexual faz um esforço enorme para fazer as pessoas acreditarem que a homossexualidade é um fator genético e que o ser humano nasce assim. Entretanto, apesar de todo esse esforço, não há nenhum dado científico confiável que comprove esta tese. Não existe ordem cromossômica homossexual. Portanto, a homossexualidade é um comportamento adquirido através de vários fatores, como resposta a um trauma ou influência do meio em que a pessoa foi criada. Tem também, evidentemente, a ação do inimigo que leva a pessoa a comportamentos contrários à vontade de Deus como no caso do adultério, prostituição e muitos outros. 


Esta é uma questão delicada para a Igreja tratar. Não podemos discriminar os homossexuais, ou tratá-los como pessoas endemoninhadas. São almas que necessitam de salvação como os demais. Mas também não podemos concordar com esta prática, pois a Bíblia a condena. 


Deus pode transformar os homossexuais, se eles derem ouvidos à Palavra de Deus. Mas a decisão é deles. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, falou que alguns sodomitas e efeminados de Corinto foram libertados deste pecado e serviam a Deus na igreja: “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (I Co 6.11).


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pág. 65-66.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 808-809.

TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 891.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo. à luz da Bíblia. Editora CPAD. págs. 25-30; 61-62.

PEARCEY, Nancy. Ama o teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p.175).


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Pb. Weliano Pires


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