(Comentário do 3º tópico da Lição 3: A sutileza da imoralidade sexual).
Nos tópicos anteriores falamos sobre os aspectos negativos da sexualidade humana, com práticas sexuais que contrariam a vontade de Deus e são condenadas em Sua Palavra. Neste terceiro e último tópico falaremos da sexualidade sadia, ou seja o padrão divino para as relações sexuais. Falaremos sobre os propósitos da sexualidade, que é a procriação e a complementação e satisfação do casal, nos limites do casamento. Por último, faremos um complemento ao tópico anterior, trazendo orientações pastorais sobre a forma como a Igreja deve tratar os homossexuais.
1- O sexo atende uma necessidade da criação. Quando Deus criou o primeiro casal, os abençoou e disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). Vemos aqui que a função principal do sexo é a multiplicação da espécie. Não há outra forma da espécie humana se perpetuar, a não ser através da atividade sexual. Se o primeiro casal resolvesse não ter filhos, em 930 anos (idade de Adão), a espécie humana teria sido extinta.
A capacidade de se reproduzir é um privilégio que Deus deu aos seres vivos. Deus compartilhou conosco a capacidade de dar origem a novos seres. Evidentemente, é Ele quem dá a vida, mas, a concede por nosso intermédio. Nos primórdios da raça humana, as mulheres estéreis se sentiam humilhadas ou amaldiçoadas. Sara, Rebeca, Raquel e Ana são exemplos de mulheres que eram estéreis e geraram filhos milagrosamente, por intervenção divina.
Os filhos são herança e bênçãos de Deus. O Senhor demonstrou a sua bondade para conosco, concedendo-nos a terra como herança, para vivermos nela com todos os recursos naturais. Ele também expressou a sua bondade nos concedendo a herança da posteridade, que são os nossos descendentes. O Salmo 127 expressa muito bem isso: “Eis que os filhos são herança do Senhor , e o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.” (Sl 127.3-5).
Há, no entanto, um grande equívoco em relação à procriação. Muitos interpretam que esta ordem de Deus vale para os dias atuais da mesma forma e, portanto, não pode haver nenhum casal sem filhos e não pode haver limites na quantidade de filhos. Os mórmons, por exemplo, ensinam que o casamento é uma obrigação. Ora, a ordem de Deus para multiplicar-se e povoar a terra foi dada em um contexto em que havia apenas um casal em toda a terra. Se eles não se reproduzissem, a espécie humana estaria ameaçada de extinção. Hoje, no entanto, a realidade é outra, pois, a população mundial está em torno de 8 bilhões de pessoas.
2- O sexo como complementação e satisfação. Conforme vimos acima, a função principal do sexo é a procriação e multiplicação da espécie. Mas esta não é a única finalidade. O sexo também tem a finalidade de proporcionar a complementação e satisfação do casal, no âmbito do casamento. Infelizmente, muitos religiosos vêem a relação sexual como pecaminosa ou vergonhosa. Mas isso não tem nenhum fundamento bíblico. Salomão assim se expressou sobre este assunto: Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente.” (Pv 5.18,19). Depois, no Livro de Eclesiastes, ele também disse: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol.” (Ec 9.9). O Livro de Cantares de Salomão, principalmente, é uma excelente obra, escrita para exaltar o relacionamento entre o marido e a sua esposa, de forma pura e prazerosa.
Outro fator importante sobre o sexo como fonte de prazer do casal é que o a relação sexual no casamento serve para evitar os pecados sexuais. O apóstolo Paulo falando sobre isso assim escreveu: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.” (1 Co 7.2-5).
O apóstolo ensina aqui que a relação sexual entre marido e mulher tem também o objetivo de satisfazer a ambos e evitar as tentações, por causa da abstinência. Ele explica também que, tanto o homem quanto a mulher, são devedores um ao outro de oferecer-lhe o prazer sexual. Portanto, não podem se negar a fazer isso. Infelizmente, há pessoas que fazem isso e acabam destruindo o casamento. Em nome de uma suposta santidade, há pessoas querendo viver como anjos e deixam o cônjuge em situação vulnerável diante das tentações sexuais. Há também casos de mulheres que querem negociar a prática sexual com o marido: se ele comprar o que ela quer, terá sexo. Caso contrário, não terá. Ora, isso é uma espécie de prostituição, pois está negociando o próprio corpo.
O sexo conforme planejado por Deus é uma bênção! Dentro dos limites do casamento o sexo deve ser obrigatório e algo a ser celebrado. O sexo foi criado para o matrimônio e devemos desfrutar dele intensamente. Evidentemente, há diferenças entre homem e mulher nesta área, que devem ser entendidas e ajustadas. Há também problemas de saúde, que muitas vezes impedem o devido funcionamento da atividade sexual. Mas, com os avanços da medicina, isso também tem jeito. Há casos de ejaculação precoce, impotência sexual, frigidez (dificuldades de excitação e lubrificação), dificuldades para atingir o orgasmo, etc. que podem ser resolvidos com tratamento médico. Os problemas emocionais e de relacionamento também são responsáveis por problemas na área sexual. Não dá para imaginar uma mulher que foi maltratada pelo esposo durante todo o dia, relacionar-se sexualmente com ele à noite.
3- O pastoreio cristão e a prática homossexual. A homossexualidade representa um grande desafio para a Igreja, não apenas os que estão lá fora, mas também casos que acontecem em nosso meio. Se por um lado temos que reprovar a prática homossexual, pois a Bíblia a condena como vimos no tópico anterior, precisamos ver os homossexuais como pessoas, que Deus ama e quer salvar. Outra coisa que devemos ter em mente é que o pecado da prática homossexual não é pior do que o adultério, a prostituição e outros pecados sexuais. O mesmo Deus que liberta as pessoas de outros pecados também pode libertar deste, caso a pessoa queira.
Constantemente a Igreja Evangélica é acusada de ser homofóbica e preconceituosa, por discordar da prática homossexual. Mas é preciso separar as coisas. O fato de não concordarmos com esta prática, não significa que odiamos ou temos fobia de quem a pratica. Fobia, segundo o dicionário é o medo exagerado de algo ou de alguma situação, que gera no indivíduo uma sensação de terror, pânico, ansiedade e perturbação. Eu, particularmente, não concordo com a prática homossexual, pois a Bíblia a condena. Mas nem por isso eu entro em pânico quando vejo um homossexual. Tenho amigos e até parentes que são homossexuais e convivemos de forma respeitosa.
Há, no entanto, em nosso meio, pessoas que têm atitudes hostis em relação aos homossexuais, que acabam bloqueando o acesso destas pessoas às Igrejas. Isso faz com que eles tenham receio de procurar ajuda nas Igrejas, pois temem que sejam discriminados ou envergonhados. Infelizmente a maioria dos evangélicos não estão preparados para lidar com esta questão ou para evangelizar homossexuais. A Igreja é a agência do Reino de Deus na terra e deve estar preparada para receber e oferecer abrigo a todos os tipos de pecadores.
A Igreja precisa buscar conhecimento na área familiar e fortalecer os laços familiares através da oração, palestras, aconselhamentos e conscientização dos seus membros. Uma família desajustada é um terreno fértil para a atuação do inimigo nesta área. A Igreja tem a obrigação de confrontar o machismo, o feminismo e toda e qualquer espécie de agressividade no lar. Para isso, o testemunho da Igreja é fundamental. Uma Igreja que tolera em seu meio, práticas iguais ou piores que as que existem lá fora, jamais terá autoridade moral para alcançar os perdidos.
Se oferecemos ajuda a quem está no alcoolismo, drogas, prostituição, adultério, etc. por que não podemos fazer o mesmo com os homossexuais? June Hunt, em seu livro “Homossexualidade: Um caso de identidade trocada”, oferece algumas orientações de como ajudar um homossexual, que transcrevo resumidadmente abaixo:
Permita que Deus te usar na vida de um homossexual como uma “ponte” para Seu amor e Seu poder para conseguir a vitória.
Ame o seu próximo como a si mesmo. (Lucas 10:27)
Não mostre uma atitude condenatória contra homossexuais. (Mt 7.1)
Escute o que querem dizer sem interrupção. (Há tempo de falar e de calar). (Ec 3:7)
Mostre-lhe um amor e aceitação incondicional, mesmo que você reprove a sua conduta. Oriente a pessoa a buscar a Deus e intimidade com Ele. (Mt 6.33)
Ajude a pessoa a ver qual é a sua verdadeira identidade em Jesus Cristo. (Jo 1.12)
Mostre à pessoa algumas passagens bíblicas específicas para memorizar. (1 Co 10.13)
Interceda pela pessoa, pedindo a proteção de Deus através da oração. (Satanás sabia que Deus tinha colocado uma “cerca de proteção” ao redor de Jó) (Jó 1:10).
Faça a pessoa responsável pela própria mudança, não seja responsável por ela. (Ro 14.12).
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 20.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry: Deuteronômio. Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 9.
MAHANEY C. J. Sexo, romance e a gloria de Deus. O que todo marido cristão precisa saber. Editora CPAD. 3 Ed. 2008.
SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo a luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 67-68.
HUNT, June. Homossexualidade: Um caso de identidade trocada.
Raymond Carlson - Thomas E .Trask – Loren Triplett – Dick Eastman -Tommy Barnett Charles T. Crabtree – John Bueno – Zenas J. Bicket - Nancie Carmichael. Manual Pastor Pentecostal Teologia e Práticas Pastorais. 3 Ed. 2005. pág. 568-569.
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Maravilha! Que o Senhor Jesus Cristo te abençoe sempre meu pastor.
ResponderExcluirObrigado por seu comentário, meu amigo e irmão Elias.
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