19 outubro 2022

SOBRE A RETIRADA DA GLÓRIA DE DEUS

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 04:  Quando a Gloria de Deus se vai)

No segundo tópico falaremos sobre a retirada da Glória de Deus do santuário. Esta retirada se deu gradualmente. Primeiro, a glória se levantou do querubim sobre a Arca da Aliança. Depois, passou para a entrada do Templo; pairou sobre os querubins e foi se afastando do templo; finalmente parou sobre o Monte das Oliveiras.


1- O querubim e a nuvem (9.3; 10.4). O profeta diz nestes dois versículos que a glória do Senhor se levantou de sobre o querubim, sobre o qual estava. Alguns acham que estes querubins, mencionados por Ezequiel eram os dois de ouro, que Deus mandou Moisés colocar na tampa da Arca da Aliança (Êx 25.18). Outros entendem que era uma referência aos seres que Ezequiel havia visto na primeira visão (Ez 5-11). Em qualquer uma das duas interpretações, o significado é o mesmo: a glória de Deus se retirou do templo. 


Com a saída da glória de Deus de sobre os querubins, Ezequiel viu que uma nuvem encheu o átrio interior do templo. Esta nuvem é um sinal da presença de Deus. Quando Israel saiu do Egito, o Senhor guiava o povo e os protegia do sol do deserto durante o dia e do frio, durante à noite: “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite.” (Êx 13.21). O mesmo acontecia na tenda da congregação, quando Deus falava com Moisés, aparecia uma coluna de nuvem, de onde o Senhor falava (Êx 33.9).  Na inauguração do tabernáculo também, uma coluna de nuvem cobriu a tenda da congregação e a glória de Deus encheu o tabernáculo (Êx 40.34). O mesmo aconteceu na inauguração do Templo (1 Rs 8.10,11). 


A manifestação plena da glória de Deus à humanidade aconteceu quando o Senhor Jesus tornou-se carne e habitou entre os seres humanos. O apóstolo João testemunhou isso e assim escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1.14). Entretanto, quando habitou neste mundo, o Senhor Jesus esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo (Fp 2.7). 


Na transfiguração, os discípulos o viram glorificado e ficaram fora de si. “E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.” (Mt 17.2). Saulo também viu Jesus glorificado e o resplendor da Sua glória o deixou cego por três dias. 


O apóstolo João também, no Apocalipse, relata que viu um Ser semelhante ao Filho do Homem, vestido de vestes brancas compridas e um cinto de ouro. Os seus cabelos eram brancos como a neve, os seus pés resplandeciam como latão reluzente e a sua voz como o som de muitas águas. Quando viu toda esta glória, João que era o discípulo mais próximo de Jesus, caiu como morto: “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”. (Ap 1.17,18). 


2- A retirada da presença de Deus (10.18). A glória de Deus saiu do lugar santíssimo, onde estavam os querubins, mas ainda permaneceu por um tempo na entrada do templo. Na visão, o profeta acompanhou passo a passo, o trajeto da saída da glória de Deus do templo. Uma carruagem divina se dirigiu à entrada do templo e, finalmente, a presença de Deus se foi do local. Após a saída da presença de Deus, veio o exército da Babilônia, destruiu o templo e saqueou os seus tesouros, em 587 a.C. 


3- Por fim a glória de Deus se pôs sobre o Monte das Oliveiras (11.23). No último estágio da saída da glória de Deus, ela deixou o templo e parou Monte das Oliveiras. A partir deste momento, o templo que havia sido construído por Salomão, para que a presença de Deus estivesse ali, no Lugar santíssimo, agora não tinha mais a glória do Deus de Israel. Isso aconteceu por causa da idolatria e da profanação do santuário de Deus. 


Toda a beleza e esplendor físico do templo eram os mesmos dos dias de Salomão. Mas, o que fazia a diferença era a presença de Deus. Quando a presença de Deus se foi, os inimigos conseguiram destruir tudo. Isto nos traz um alerta de que a presença de Deus é fundamental em nossas vidas. Somos o templo do Espírito Santo (1 Co 6.19), mas, se nos entregarmos a práticas abomináveis, Ele se  entristece (Ef 4.30) e nos deixará. Se chegar ao ponto de blasfêmia e apostasia, não tem mais volta. (Mt 12.31). Por isso a Palavra de Deus nos alerta: “Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.” (Hb 3.15).


REFERÊNCIAS: 

 

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. págs. 51, 56, 58.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. págs. 3220, 3222,3225.

TAYLOR, John B. Ezequiel. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. págs. 294-295.

TAYLOR, John B. Ezequiel. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. págs. 312; 341,342.

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Ev. Weliano Pires

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